Little Princess escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 4
O Outro Carlisle




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Capítulo 3 – O outro Carlisle

Pov’s Bella:


Acabamos por nos mudar para Village du Bonheur, na França. A França era realmente agradável, roupas bonitas, lugares bonitos... Animais saborosos.

Mas eu tive que aprender duas línguas novas lá: inglês e francês. Eu só falava italiano e, depois de um tempo com Carlisle, percebi que ele era britânico, então, seria mais fácil para ele.

Entretanto, também tive que aprender a ler e escrever, porque meus pais não me ensinaram isso, só por eu ser “nova demais”, humpf.

De noite, quando Carlisle chegava, ficávamos estudando. Em alguns dias aprendi a ler e escrever, logo falava inglês como se tivesse nascido na Inglaterra. E, com isso, quando Carlisle ia para o hospital, eu sentava numa mesa, com um livro traduzindo tudo do francês para inglês.

Fiquei nessa rotina pelo menos duas semanas, mas valeu à pena, porque aprendi tudo que eu queria: ler, escrever e falar inglês e francês. Que bom que vampiros têm boa memória, se não, provavelmente, eu já teria esquecido o italiano a esse ponto.

Não era uma vida chata a minha. Eu tinha o queria, porque Carlisle era rico. Eu era imortal, forte, rápida. Mas, o mais importante – para mim pelo menos – era que eu tinha uma família. Era pequena, sim, mas era minha e feliz, e era o suficiente.

Não que não fosse feliz com meus pais, Charlie e Reneé, eu só... Não sentia que ali era meu lugar. E aqui, com Carlisle, sinto que tudo está como deveria ser.

E eu estava satisfeita com isso. Muito satisfeita.

– Oi, papai – falei, quando Carlisle entrou pela porta naquela noite.

Ele geralmente não trabalhava até tarde, só até umas cinco ou seis horas, porque os médicos da noite chegavam. Mas hoje chegara dez horas – e me perguntei mentalmente se estava tudo bem lá.

– Oi, Princesa – Carlisle definitivamente me dera esse apelido.

Sorri para ele.

– Dia difícil? – perguntei, sem tirar os olhos do livro em francês que eu tinha em mãos, Si jê voulais.

Ele suspirou. Obviamente não estava cansado por ser um vampiro, mas passar mais tempo com os humanos significava mais autocontrole. Eu podia entender como era ainda era uma recém-nascida.

– Sim... – ele riu – As pessoas parecem que tentam ficar doentes.

Ri com ele.

– Mas você só fez isso o dia inteiro, Bella? – perguntou ele, olhando para capa do meu livro. Era de couro preto com escritos dourados. Era um bom livro.

– Ah, sei lá. Gosto de ler, não vejo o tempo passar – dei de ombros. Isso era a mais pura mentira, eu gosto, sim, de ler. Mas, depois de alguns dias fazendo só isso, já estava cansativo. Entrementes, os livros para ler também estavam chegando ao final.

– Vamos fazer assim, amanhã, nós podemos sair para caçar e comprar roupas novas para nós, ainda estamos precisando, certo? – perguntou Carlisle.

– Ah, pode ser, pai. Mas as lojas não fecham a noite? – indaguei. A verdade, era que eu queria ir sozinha, gostava do meu pai, mas gostaria tanto de sair sozinha, sendo só eu mesma.

– Hum, acho que não, nem tinha pensado nisso – ele coçou a cabeça, mesmo sem precisar – Se prometer se cuidar, pode ir de tarde comprar roupas, de noite saímos para caçar.

– Ora, pai, sou uma vampira, o que pode acontecer? – sorri inocentemente.

Ele riu, enquanto indicava onde estava o dinheiro, onde era a rua principal e onde nos encontraríamos a noite.

Na manhã seguinte, esperei Carlisle ir trabalhar para eu poder me vestir para sair. Sabia que as vendedoras de loja não me levariam a sério sendo só uma criança miúda. Então, coloquei o melhor vestido meu que eu poderia achar.

Ia até o joelho, numa saia meio rodada. Um elástico em baixo do busto – por mais que eu não possuísse um (como isso me irritava) – e mangas tipo princesa. Um sapato boneca e, deixando meu cabelo solto, um chapéu branco com uma fita rosa.

Peguei o dinheiro e saí saltitando pela rua, enquanto cantarolava mentalmente. As pessoas olhavam para mim, como se perguntando o que uma criança fazia sozinha ali. Mas ignorei os olhares e comprei muitas coisas.

Roupas, sapatos, laços, chapéus, brincos, colares, tudo que eu poderia querer. Felizmente, para o Carlisle não ter um ataque do coração – por mais que soe ridículo –, sobrou bastante dinheiro.

Enquanto caminhava com algumas sacolas nas mãos de volta para casa, senti um cheiro diferente, um humano não sentiria, pois era fraco até para mim, uma vampira. Mas era adocicado, e eu não gostei disso.

Mas, balancei a cabeça, acho que aqueles vampiros em Perfectore e Jane e Alec, tinham me deixado paranóica.

Deixei as coisas em casa e corri até a floresta, seguindo o cheiro de Carlisle. O encontrei sentado em frente ao riacho de quando chegamos aqui pela primeira vez.

– Oi – sorri.

Carlisle levantou-se mais rápido do que poderia ser possível para um humano normal. Ele também sorriu para mim e disse que queria testar umas coisas.

Começamos a correr pela floresta perto da vila, era grande e com árvores grossas. Eu seguia naturalmente o cheiro de Carlisle, sentia que se fechasse os olhos, ainda saberia para onde estava indo.

Paramos em uma enorme clareira, a grama estava de uma cor amarelada, como um campo de trigo ou algo do tipo. Mas era bonita e parecia macia.

– O que foi, papai? – perguntei para ele, que parara no meio, observando-me com os olhos brilhantes.

Mas Carlisle não respondeu, só veio correndo em minha direção, com um olhar maníaco e, se eu não tivesse reflexos rápidos, teria arrancado minha cabeça. Arregalei os olhos.

Saltei e parei a uns cinco metros de onde estava. Carlisle ainda corria em minha direção.

Comecei a me embrenhar por ente as árvores, correndo o quanto conseguia. Em determinado momento, ouvi um som de alguém parecendo estar se estrangulando. Por instinto, parei e olhei para trás.

Carlisle apertava sua garganta, parecia lutar consigo mesmo. Em milésimos, estava ao seu lado.

– Pai? – perguntei.

Ele apertou mais as mãos em volta de seu pescoço. Era óbvio que não precisava respirar, mas sua cabeça estava rachando - iria ser arrancada, e por ele mesmo!

– Pai! – gritei, coloquei minhas pequenas mãos sobre as suas, puxando, tentando fazer com que ele parasse.

– Bella... – ele disse, reprimiu um grito, seu rosto rachou mais – Fuja, Bella, fuja!

Ouvi a voz do meu próprio pai biológico dizendo “Corra, Bella, corra! Fuja Isabella Swan!”. Diferente da ultima vez, não iria fugir.

Meu pai voltou a ter aquele olhar assassino em direção a mim. Jogou-se contra meu corpo, como um tigre atacando sua caçada. Tentou morder-me; gritei, enquanto afastava suas mãos. Sendo recém-nascida, era mais forte. Mas... Parecia que ele não tinha controle sobre si mesmo.

– Pai, sou eu, Bella! – gritei.

Ouvi uma voz, infantil e divertida, falar: - Ele não responder por si, Bella.

Eu conhecia essa voz, foi a única coisa que consegui assimilar, antes de tudo ficar preto e eu não sentir mais nada.

Lembrei que Carlisle – o bom Carlisle – falara que esse era o dom de Alec, tal como causar dor era o dom de Jane.

Mas, quem fizera isso com Carlisle, quem controlara ele desse jeito?

E... Por quê?


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Notas finais do capítulo

Comentem, critiquem, sei lá! =D