Little Princess escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 23
Forks, estranha Forks




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/138716/chapter/23

Capítulo 25 – Forks, Estranha Forks

(1941, Forks, Washington)

Pov's Bella:

         Acho que o bom de termos nos mudado para Forks era o incrível mau tempo, ou ainda as grandes florestas – apesar de não tão grandes quanto as do Canadá. Não, a melhor coisa era que a cidade era tão, mas tão pequena, que a escola era High, Middle e Elementary juntas e, como planejávamos ficar muito tempo naquela cidade maravilhosa, fingi, como sempre ter nove – Eddie dezesseis, Rose e Emm dezessete.

         O problema mesmo é que como a cidade era pequena, as notícias se espalhavam muito rapidamente, então, não fiquei surpresa ao chegarmos ao estacionamento da escola e olharem para nós hipnotizados por nossa beleza – poupe-me. Francamente!

- Puxa, as pessoas são tão discretas – comentem enquanto íamos em direção a secretaria.

         Meus irmãos riram baixinho, Rose ainda tinha o braço em volta dos meus ombros e, mesmo assim, conseguia desfilar com sua roupa – impressionante. Eddie inconscientemente fez uma careta ao passar por uma garota que tinha os olhos brilhantes, e também fiz a mesma careta esquisita ao perceber a oferecida. Gente estranha e fútil essa.

         Lancei um olhar a Edward dizendo que, dessa vez, eu falaria com a secretária, em geral, quando ele falava, sempre demorávamos séculos até a mulher para de babar. Que coisa, humanos lerdos para raciocínio.

- Olá – cumprimentei alegremente a mulher. Ela sorriu para mim – Sou Isabella Cullen – minha voz pingava meiguice, Emm riu atrás de mim – e esses são meus irmãos, Emmett e Edward e minha prima Rosalie Hale. Viemos pegar nossos horários.

- Ah, sim, os filhos e a sobrinha do Dr. Cullen – disse a mulher enquanto mexia em uma pasta – Hale, Rosalie – entregou para minha irmã o seu, que olhou entediada o papelzinho – Cullen, Emmett – ao contrário de Rose, Emm olhou rapidamente e animado – Cullen, Edward – a mulher petrificou e Eddie riu risonho, mas a secretária nem percebeu.

- E... Cullen, Isabella – ela me entregou o meu e vi logo um Cálculo de cara, que saco. – Tenham um bom dia.

         Agradecemos e saímos. A escola não era grandes, somente uns prédios de tijolos simples, de forma que crianças de setes anos e de dezesseis andavam pelos corredores, se misturando, como se não fosse nada. As criancinhas de sete nem mesmo pareciam perdida!

- Vejo vocês na hora do almoço – murmurei entediada, indo na direção contrária a Rose e Emm, que tinha a mesma aula, e Edward, que tinha de ir para o prédio seis.

         Acenei levemente e caminhei pelos corredores, tentando parecer alheia aos olhares que todos me lançavam.

- Aquela é Isabella Cullen.

- A Cullen.

- Filha do Dr. Cullen, aquele médico bonitão.

- Viu o irmão dela? Será que se eu for legal com ela, ele fica comigo?

         Isso era muito irritante, povinho sem noção e arrogante aqui, hein. O dia seria, mesmo, chato.

Pov's Edward:

         Apoiei minha cabeça nos meus braços, encarando preguiçosamente a aula de Biologia. Bom, ou era prestas atenção nisso, ou nos pensamentos irritados dos caras e dos pensamentos nada adequados das mulheres, então, para me divertir, resolvi ler as mentes das pessoas próximas aos meus irmãos.

         Busquei, vendo que Emm e Rose estavam na mesa do meio de uma sala do outro lado da escola, nem mesmo fingindo prestar atenção em seja lá qual for a sua aula. Vi seus lábios se mexendo em velocidade vampiresca, ou seja, o humano que via isso nem mesmo percebia, parecia, para ele, que meus irmãos estavam parados.

         Tive de procurar mais um pouco para achar Bella, mas lá estava ela com sua cascata de cabelo caindo nas costas. Ela é muito gata, pensou o garoto que olhava para ela, como se tentasse decidir algo. Impedi-me de rosnar.

         Espera aí, ele estava falando – ou pensando, não importa – da minha irmãzinha! Quando o sinal do almoço finalmente tocou, a conexão com a mente do menino quebrou e eu guardei meus livros, e, mesmo com tudo isso, ainda fui o primeiro a sair da sala.

         No refeitório, vi como era relativamente grande, comportava perfeitamente todo mundo, mas parecia basicamente se dividir em mais novos e mais velhos, apesar de uns poucos aqui e lá. Fui simples, como sempre – peguei uma bandeja, não olhei para a comida que coloquei nela e sentei-me à mesa mais afastada.

         Rosalie e Emmett repetiram tudo que eu fizera, para sentar-se junto comigo, cada vez mais atraindo atenção. Bella entrou alguns segundos depois, numa dança contagiante que era seu andar e nem se incomodou em pegar uma bandeja com comida, olhando a nossa com nojo.

- Hoje eu não estou para fingir – ela resmungou quase brava.

         Emmett deu um sorriso torto: - Por que não, Abelhinha?

         Sorri lembrando como Bella odiava quando Emmett lhe chamava de "Bellinha", dizendo ser nome de cachorro ou algo do tipo, então ele passara a lhe chamar de "a"Belinha, o que Bella até deixava, de uma forma quase carinhosa.

- Estúpidas – ela resmungou novamente – pessoas estúpidas.

         Eu revirei os olhos, mas cheguei a mesma conclusão. Aquele garoto que a acha bonita também é estúpido, afinal, ele não quer se meter comigo mais tarde. (N/A: metido? Imagina!)

- Disso nós sabemos, Bella – Rosalie riu – mas dá para ser um pouco mais especifica?

         Bella somente deu de ombros, pegando a maçã na minha bandeja e girando nas mãos, entediada.

- Awnnn – fez Emmett, sorrindo – nossa menina entrou na adolescência, TPM e muitos outros estresses mais.

- Eu não sou adolescente, Emm – Bella retrucou revirando os olhos – Sou praticamente uma velha, se quer saber. Além do mais, pouco importa o que aconteceu, pois envolve uma loira patricinha e fofoqueira...

         E, discretamente olhou para uma garota sentada em uma mesa do outro lado do refeitório. Claro que só tinha nove anos e parecia tão inocente que não sei o que poderia ter feito de mal a Bella – era uma menina alta, de cabelos loiros sol e olhos azuis, que ria divertida com outras meninas. Qual era a maldade?

- Essa máscara é somente isso, uma máscara inocente – Bella olhava intensamente para a garota e, subitamente, sorriu: - Hoje vamos caçar, não é Emm? Eu e você?        

         Olhei para Bella preocupado. Desde que descobri sobre Alec nunca a deixava sair sozinha, como bom irmão mais velho era muito protetor. E como ela queria caçar, sairia com Emmett hoje – eu não ia somente para dar um pouco de espaço para Bê, sei que ela às vezes se irrita com minha super proteção de irmão.

- Claro, Abelinha, que pergunta mais boba! – Emmett gargalhou, atraindo a atenção dos humanos sentados próximos a nós.

         O sinal tocou e eu me levantei rapidamente: - Ótimo, aula de Biologia... Vou começar a concordar com você, Bella, escola é incrivelmente chato.

         Minha irmã somente riu.

Pov's Bella:

         Eu esperei Rose e Eddie saírem "de cena", seguindo discretamente Emmett – o que ninguém sabia era que eu tinha pegado o dom de Félix e aprimorado, agora eu não tinha o dom de rastrear, mas também de não ser rastreada – e o puxando para o canto quando finalmente não havia pistas dos irmãos do meio (tecnicamente e por tamanho, Emm era o mais velho, seguido de Rose – que tem mais anos –, Edward e, urgh, eu).

- Que foi, Abelinha? – ele riu, pronto para uma aventura.

- Vamos caçar agora, voltamos antes que as aulas terminem, e saímos mais tarde de novo – eu ri, empolgada com a possibilidade de sair de casa a tarde todo, somente eu e Emmett, sem a preocupação de pai de Carl, de mãe de Esme, de irmão de Eddie e de mãe/irmã de Rose.

         Não me entenda mal, eu os amo mais do que tudo, entretanto, não sou criança, às vezes o que restou da minha humanidade fala infantilmente, pois lá no fundo, sou criança, mas, para todos os efeitos, sou uma "velha". "Responsável".

         Emmett nem mesmo pensou nas conseqüências: - 'Vambora', Bells – tão empolgado que até usou outro apelido ridículo.

         Ri, deixando os meus livros e os dele no carro de Edward – que depois de, surpreenda-se, uma mexidinha de Rose tinha sido turbinado, o máximo possível.

         Corremos entre as árvores, esse lugar era tão legal quanto o Alasca, não importa onde estejamos, dê um passo para o lado e estará numa floresta. Saltei troncos e raízes, me sentindo finalmente livre. Em certo ponto senti um quase imperceptível cheiro adocicado, o cheiro de casa.

- Por aqui – apontei na direção contrária a de casa – se irmos mais para o norte, iremos para casa e Esme irá nos ver, dará uma bronca, contará pro papai e nos ferramos. Vem.

         Emmett gargalhou como um trovão da minha "genialidade" e continuamos correndo. Em certo ponto, ele parou, farejou o ar e disse alegremente: - Ursos! Tem um urso... – ele farejou novamente – a julgar pelo cheiro, enorme para a direita.

- Vá – eu sorri torto – eu vou procurar um pra mim, sei que são raros, mas também o quero – Emmett era o meu irmão favorito no quesito diversão e liberdade, pois ele nem mesmo hesitou em me deixar sozinha.

         Continuei correndo, pulei agilmente um rio, farejando tudo. De repente, o cheiro mais horroroso do mundo todo invadiu meu nariz – era como um cachorro molhado depois de uma tempestade em que ele rolou na lama. Irrrrrrc! Mas, também trazia uma enorme sensação de que estava sendo seguida, então, continuei meu caminho em disparada, certificando-me de que estava me afastando de Emmett – se fosse um Volturi, não queria que eles vissem meu irmão, não sabiam que a família Cullen estava se expandindo tanto.

         Quando cheguei a um lugar relativamente grande, vi que era para ser uma espécie de clareira, mas tinha um cheiro horrível junto ao cenário. Troncos caídos velhos, com musgo, árvores verdinhas que traziam o odor de cão molhado.

         E eu parei, olhando em volta. Não tinha ninguém me seguindo – mas por que a sensação continuava? Inesperadamente, um lobo do tamanho de um cavalo irrompeu do meio dos arbustos e troncos. De pelos vermelhos escuros, olhos castanhos, o lobo rosnava. Logo atrás surgiram mais dois tão grandes quantos. O da direita tinha pelos e olhos negros como a noite, o da esquerda, porém, era o mais claro, com seus pelos caramelos e olhos suaves – porém ameaçadores.

         Eu arregalei os olhos e nem mesmo hesitei em usar a habilidade de reversa de Félix para esconder todo o meu rastro – minha família não pode me procurar, e se um lobo matá-los? -, escondi o maior espaço que eu conseguia, desde a trilha que começamos somente o cheiro de Emmett era presente, e o meu acabava em certa parte. Perfeito.

         Cansada, mas também enérgica para a luta que poderia vir, tirei um pouco da barreira da mente, vendo mais que o teor dos pensamentos, eu vi a vida deles em um segundo. O do meio era Ephraim Black, alfa dos metamorfos, o da direita Levi Uley e o da esquerda Quil Ateara. Era um bando.

- Eu sou uma vampira diferente – argumentei, vendo o propósito da vida delas, caçar os frios. – Não caço humanos, tomo sangue de animal, assim, não tiro vidas... Humanas – completei mais silenciosamente, desejando que os lobisomens não fossem ecológicos ambulantes e tão obsessivos, que irritava.

         Levi Uley tombou a cabeça. Vi que conversavam entre si, não dei muita atenção a conversa, registrei o necessário: eles não acreditavam em mim. Via-me como uma criança de pele fria, olhos pretos de sede, o demônio infantil em pessoa. Só isso.

         E nessa hora eles avançaram.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!