Little Princess escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 24
O Problema de Emmett




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Capítulo 26 – O Problema de Emmett

Pov's Emmett (êêêêê!):

         Joguei a carcaça do urso para o lado, satisfeito. Esse era dos bons! Espero que Abelhinha também tenha conseguido pegar um para ela, afinal, não tem nada mais divertido que caçar ursos gigantescos, já que Esme não me deixa lutar com Edward.

         Farejei o ar, seguindo o rastro que eu tinha feito, voltando a trilha que eu e Abelhinha estávamos antes e, para minha surpresa, só tinha meu cheiro ali, que levava de volta a onde eu estava – mas cadê a trilha de Bella? E, droga, eu não tinha ficado o suficiente para saber em que direção ela seguiu! Merda, merda, merda – Edward vai me matar se descobrir que deixei Bella sozinha.

"Sei que você não entende muito bem, Emm, mas Bella sofreu demais, não a deixa sozinha, ok? Nunca. Jamais". As palavras dele martelaram minha cabeça. Ele estava certo, nunca entendi direito sua super proteção, mas sabia o suficiente: Alec Volturi gosta de minha irmãzinha de um jeito nada legal. Ah, e todos os Volturi estão atrás dela, porém isso é só um detalhe comparado ao outro.

         Corri alguns metros, gritando por Bella, entretanto, ninguém devolveu o grito, e concluí que ela não estava próxima. Odiava admitir, mas precisava da ajuda de meu irmão mais novo e de Rose – que TAMBÉM me mataria. Ótimo.

         O mais rápido que conseguia, corri em direção ao colégio, faltava pouco para as aulas acabarem. Parei no estacionamento, gritando em meus pensamentos: "Edward! Edward, ajuda! Ajuda!". Ele provavelmente viu que eu estava realmente desesperado, pois pediu a professora para ir ao banheiro, correu até a sala de Rose e vieram os dois na "velocidade da luz".

         Ele já tinha percebido que Bella não estava na escola, concluí quando vi seu olhar irritado, como um leão preso numa jaula.

- Emmett. Eu. Te. Avisei – ele quase soletrou, entre dentes. 

- Desculpa, mano – eu estava sendo sincero – eu estava com ela, então fui caçar, não pensei direito e...

         Rose, que já tinha juntado os pontos, rosnou para mim: - Esse é o problema, Emmett, você nunca pensa nas conseqüências, por isso que Carlisle fica espumando quando você apronta e quase te dá umas palmadas como se você tivesse cinco anos! Você nunca pensa! – a última parte era um gritinho agudo.

         Eu baixei a cabeça, sentindo-me culpado. Os braços de Rose circularam minha cintura, me confortando, mesmo depois de ralhar.

- Vamos, liguem para Esme e Carlisle, temos que ir na floresta e achá-la o mais rápido possível – Edward mandou, saindo totalmente da pose de filho caçula, para mais velho.

Pov's Rosalie:

         Enquanto Edward falava com uma desesperada Esme, eu liguei para meu pai, que atendeu no primeiro toque.

- Pai, precisamos de você – eu fui direta, incapaz de enrolar, queria logo de Bella nos meus braços e checar se estava bem, inteira e, principalmente, sem nenhum beijo de Alec Tá-Pedindo-Pra-Morrer Volturi.

- O que aconteceu? – a voz dele tremeu do outro lado.

- Bella sumiu – eu sussurrei, ouvindo a linha ficar muda, sabendo que ele estaria levando de sua mesa e dizendo a secretária que sairia, numa emergência familiar. Era por isso que eu amava meu pai, ele nunca hesita em vir, por maior – o que era o caso – ou menor que fosse o problema.

         Corremos até em casa, chegando quase ao mesmo tempo em que meu pai, já avistando Esme na porta, com o coração e a tristeza na mão. Carlisle, quando desceu do carro, tinha o cenho levemente franzido, os lábios numa linha firme e o rosto sério – "ninguém mexe com sua Princesinha".

         Edward levantou uma sobrancelha para mim ao ouvir isso, mas suas feições também voltaram a serem séria como a de todos os outros.

- Onde acham que ela está? – Esme já sussurrou com a voz embargada.

         Carlisle a abraçou pelos ombros: - Não entendo. Tiraram-na da sala de aula ou o quê? – ele estava desconfiado.

         Antes que eu inventasse uma desculpa que pudesse livrar o meu companheiro, Emmett foi sincero, e triste:

- Fui eu – ele admitiu – Abelhinha sugeriu que fossemos caçar agora, e também mais tarde, faltando aula. Ao invés de ser um bom exemplo de irmão mais velho, concordei e, quando achei o rastro de um urso, ela disse que eu podia segui-lo, e eu... Também concordei, em vez de cumprir a minha promessa de cuidar dela. Desculpe Ed, mano.

         Edward assentiu, nem parecia mais culpar Emm. Mas Carlisle estava irritado, aturando as travessuras de meu companheiro há muito tempo.

- Seu irresponsável! – papai chiou, era somente um pai repreendendo o filho, Emmett sabia disso. Esme apertou seu ombro, pedindo calma. Sabíamos que ele só estava estressado com o fato de uma de suas filhas, principalmente a mais "nova", ter sumido.

         Carlisle respirou fundo, se acalmando e disse: - O que estamos fazendo aqui? Vamos logo.

Pov's Carlisle:

         A busca por Princesa tinha começado. Eu não estava culpando meu filho, claro que não, era somente um momento tenso, minha princesa tinha sumido. O que eu faria? Tinha cuidado dela todos esses anos como minha filha própria, e, agora, ela sumira.

         Corremos em bando, caso encontrássemos com algum Volturi. Fomos para o oeste, seguindo o rastro de Emmett, ele nos apontou em que direção tinha seguido e a única lógica que encontrei foi continuar correndo para onde estava indo – se Emmett não tivesse seguido para o norte, então, continuamos a oeste.

         Entretanto, depois de alguns quilômetros, meu nariz retorceu-se em desagrado com o cheiro de cachorro molhado, vi que o resto da família também estava incomodado.

- Santo Deus, que cheiro de carne podre – Emmett resmungou, obviamente tentando aliviar o clima, mas eu estava sério, preocupado e, principalmente, determinado.

         Nessa hora eu ouvi um grito feminino ao longe, um grito familiar. Nem mesmo olhei para ver se todos me seguiam, sei que sim, e corri o mais rápido que minha velocidade vampiresca permitia – vi Edward passar ventado na minha frente, parecendo pronto para chutar qualquer um.

         A cena que encontrei foi um tanto chocante, para dizer o mínimo.

         Três lobos enormes cercavam minha filha inocente e – sei que ela odiaria ouvir isso – frágil. Bella, porém, tinha os cabelos perfeitamente arrumados, o rosto sereno, quase indiferente. Seus joelhos dobravam levemente, mas somente alguém atento perceberia que ela travava o instinto de atacar e rosnar. Era como se não quisesse lutar.

- Por favor! – Bella chiou quase irritada em sua voz infantil – Sou uma vampira diferente, sei que é difícil para vocês entenderem, mas me escutem!

         Eu não entendi muito bem isso, por que falava com um lobo? Nessa hora, o lobo mais claro e menor avançou nela, que desviou e desviou de novo quando o preto atacou. Edward, sem perder tempo, foi para frente de Princesa, tomando uma postura protetora com um braço em volta dela.

         Emmett e Rosalie imitaram o gesto, eu e Esme demos cobertura a eles, prontos para lutar, se necessários.

Pov's Bella:

         Ver minha família nunca foi tão bom, o alívio de saber que meu pai, o "justo", estava aqui era indescritível – com certeza iria consertar as coisas. E, surpreendi-me ao ver meus pensamentos, percebendo como estava me tornando dependente da proteção de meus irmãos e pais, tornando-me exatamente a criança frágil que Rose e, claaaaro, Eddie pensam que eu sou.

         Mas não sou.

         Dou um passo a frente, tentando ignorar o braço protetor de meu irmão.

- Por favor – eu quase implorei – Ephraim, Levi, Quil, peço encarecidamente que acreditem em mim... Vêem os olhos de meu pai e minha mãe? São dourados, isso significa que tomamos sangue de animais, os meus estão pretos, pois eu caçava... Quando vocês me acharam.

         Não sei direito, todavia, o trio foi embrenhou-se nas árvores, voltando um minuto depois, como humanos e usando calças jeans surradas e levemente rasgadas. O do meio percebi ser Ephraim, a pele era avermelhada como seus pelos, os cabelos negros curtos e os olhos castanhos. Do lado direito estava Levi, com seus olhos absurdamente escuros, junto aos cabelos, e a pele morena. O último, Quil, tinha cabelos levemente mais claros, um marrom mogno, os olhos eram claros, e a pele morena, mas ainda sim, pareciam seus pelos – eu só os conseguia ver como lobos-cavalos.

- Não acreditamos completamente em você, criança – eu não perdi o plural do alfa.

         No teor dos pensamentos, suas mentes eram conectadas na forma de lobos, impressionante – diria Carl – eles podem se comunicar dessa forma, apesar da falta de privacidade.

- Nunca vimos uma criança da sua espécie – disse Quil, um tanto quanto confuso – muitos vampiros adultos e jovens, sim, mas crianças... Bom, não sabíamos que o vampirismo tinha chegado a esse nível.

         Tentei não demonstrar surpresa, também, ao ver que eles eram civilizados, completamente diferentes de sua aparência de metamorfo.

- É porque é contra a lei existirem crianças vampiras – respondi, indicando Eddie a ficar quieto, ele, com sua raiva, iria estragar tudo, por mais que tivesse a melhor das intenções – mas, não me tornei porque quis, e, sim, porque alguém – ignorei o fato de quem me transformou foi um dos "policiais vampiros" – assim o fez. No entanto, Aro deixou-me viver e aqui estou.

         Eles se entreolharam. Olhei para cima, para Eddie, e vi que seus olhos se suavizaram com os pensamentos que os três estavam tendo, mas seu corpo não saiu da proteção.

- Você não apropriadamente para uma criança da sua idade – reparou Levi, curioso com o fato.

         Eu ri, apesar de ainda me irritar com minha eterna aparência, com certeza era divertida a expressão de todos que descobriam que eu era imortal.

- É porque, na verdade, já que sou imortal, tenho 52 anos, e, não, dez – eles arregalaram tantos os olhos em tão perfeita sincronia, que eu e Emm, claro, rimos.

         Peguei a mão de Eddie, sentindo que podia relaxar, mas ele ainda permanecia alerta, puxando-me para mais perto dele e passando os braços por meus ombros – revirei os olhos e ele me olhou seriamente como quem diz "O quê? Tenho que protegê-la".

- Bom, podemos fazer assim – disse Carlisle dando um passo a frente de mim, em seu tom profissional – delimitamos um espaço para ficarmos e vocês ficarem. Se um vampiro inimigo aparecer em nosso espaço, nós o atacamos, se um vampiro inimigo aparecer em seu espaço, vocês o matam.

- Pode ser, vamp... – Ephraim hesitou. Vi que tudo nele gritava para concluir a frase, porém, acho que surpreso com nossa civilidade, completou: - Aliás, quais são seus nomes?

         Esme sorriu amavelmente e vi que nem mesmo os lobos resistiram ao seu instinto maternal, dando um sorriso de canto de boca.

- Somos a família Cullen – ela respondeu ainda sorrindo contente que tudo tivesse terminado bem – Sou Esme, esse é meu marido Carlisle, somos pais de Rosalie, Emmett, Edward e Isabella.

- Bella – eu corrigi automaticamente, quase rude. Esme, sendo quem era, somente riu, piscando um olho para mim.

- Certo, a partir de hoje, nenhum Cullen pode ultrapassar aquele rio – fiquei surpresa ao perceber que os lobos, Quil que dissera o tratado, também escutavam o riacho que passava aqui perto.

         Carlisle assentiu com a cabeça.

- Então está feito – eu falei na minha voz animada, sentindo que meu espírito infantil estava voltando – bom dia para vocês, lobinhos!

         Ao invés de ficarem furiosos, simplesmente jogaram a cabeça para trás e riram com o corpo remexendo do todo. Minha família olhou assombrada para mim e dei de ombros.

- Tchau, Bella – eles sorriram fracamente, mas sorriram. É, o que a meiguice de alguém não faz? – e ri na minha mente.

         Quando eles cruzaram para o lado deles, eu sorri para minha família, apertando mais forte a mão de     Eddie: - O que estão olhando? – brinquei – Parece que viram o fantasma de ópera, ou pior, Jéssica Melcolvits – ri, pensando naquela garota loira estúpida que, na escola, pensou que se fosse minha amiga poderia namorar Eddie, que é, tipo, muito mais velho que ela.

         Minha família ainda me olhava esquisito, como se eu fosse um ser de outro planeta que veio a Terra para pedir abacaxis com recheio de sangue e chantilly. Mas, fazer o que, é são uma das coisas bizarrices de ser uma eterna criança.

         Óbvio.


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