Little Princess escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 21
Urso albino




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/138716/chapter/21

Capítulo 23 – Urso Albino

(1935, Gatlinburg, Tennessee)

Pov's Bella:

         Eu estava no estúdio de balé – sim, Esme construíra – dançando quando Rose entrou. Não que ela nunca tivesse me visto dançar, mas, pela cara que tinha, parecia ser isso. Lentamente, Eddie parou de tocar o piano e eu de flutuar pelo chão de madeira.

- Estava pensando se não querem ir caçar – ela perguntou, sorrindo amavelmente para mim. Para Edward dirigiu um olhar neutro.

         Uma coisa você tem de entender: Rose e Eddie eram, exatamente, como irmãos. Brigavam, mas se amavam, apesar de que mais brigavam do que diziam que se amavam. Confuso, eu sei. Porque não podiam fazer simplesmente como eu? "Te amo, Eddie". "Eu te amo, Rose". Difícil?

- Claro, meus olhos já estão ficando escuros – concordei – Só me deixe trocar de roupa, os ursos não ficariam assustados vendo uma menina com roupa de balé.

         Rindo, deixei os dois no estúdio. Esperava que não se estrangulassem.

Pov's Rose:

         Sorri para Bella que saía do estúdio rindo – acho que era da minha cara. Revirei os olhos, minha irmã não tinha jeito. Tá, eu sei que é estranho falar irmã, por vezes a trato como filha, entretanto, não tenho culpa, é o instinto maternal falando mais alto. Tenho culpa se ela é uma criança?

 "Você só se esquece de uma coisa Rose. Eu tenho para sempre um corpo de criança, no entanto, tenho a mentalidade de uma adulta de 44 anos, deveria já estar tendo netos... Mas aqui estou eu, com meus eternos dez anos."

         A voz de Bella há alguns anos, veio a minha cabeça. Ela não crescia... E eu achava que estava perdendo muito não podendo ser mãe, Bella estava perdendo tudo sendo sempre criança. Pobrezinha.

         Edward ergueu uma sobrancelha para mim: - Você? Demonstrando compaixão? Quem diria – e riu. Fechei a cara para o tapado.

         Bella voltou alguns instantes depois, já usando um vestido leve e o cabelo preso com uma fita – ela era tão do século passado. Edward novamente riu baixinho, e eu novamente fechei a cara.

- Vamos, maninha – eu disse, pegando a mão de Bella, sorrindo para ela, que retribuiu – deixe essa toupeira rindo sozinha enquanto caçamos.

- Eddie não é uma toupeira, Rose – ela riu, soprando um beijo para Edward.

         Edward sorriu e piscou para ela, que riu baixinho como se tivessem combinado tudo: - Meu maninho, nosso, só é incompreendido – agora foi minha vez de rir.

- Isso, todas contra Edward Cullen, ok – ele resmungou atrás de nós, enquanto saíamos pela porta da frente, acenamos um "tchau" para Esme, que trabalhava pintando, novamente, as paredes da sala.

         Corremos por alguns metros antes de chegarmos a uma semi-clareira. Farejei o ar, da direita vinha um aroma simplesmente magnífico, um que nunca sentira na região. Senti meu cérebro ficar tonto, até.

         Edward franziu o cenho, lendo meus pensamentos e Bella me olhou curiosa, pegando partes dele. Edward disse: - Vamos nos dividir, eu e Bê iremos por aqui – e indicou a esquerda – e você vá atrás do seu "aroma exótico" – e apontou para a direita.

         Ele conseguia ser muito irritante: - Claro, Vossa Cabeçona, tudo que o senhor mandar – eu ironizei, antes de dar-lhe as costas e começar a correr. Ouvi Bella gargalhar atrás de mim, tirando uma da cara de Edward.

         Assim que virei as costas aos meus irmãos, comecei a seguir o cheiro. Era absurdamente delicioso, nada poderia ser tão bom. E, esquisito, não queimava na minha garganta, como se fosse uma flor me atraindo, e, não, sangue.

         Devo ter corrido uns muitos quilômetros quando o vi.

Pov's Bella:

         Tenho que admitir, Rose não é o maior exemplo de responsabilidade, mas não é como se ela fizesse tudo errado. Por exemplo, se Carl falava-nos para chegar antes de anoitecer, obedecíamos fielmente o nosso horário – sim, como adolescentes saindo de festas e não se embebedando.

         Entretanto, aqui estávamos nós, na sala, e nada de Rosalie. Carlisle, como sempre, estava sentado na sua poltrona favorita – toda casa ele tinha uma, impressionante – lendo um livro sobre qualquer coisa que não me interessava no momento. Esme estava sentada no banco do piano amador que tinha na sala, enquanto Edward, sentado ao seu lado, explicava os princípios básicos das teclas, sons e sei lá mais o que exista.

         E eu olhava para o teto. Era incrivelmente chato. Tentando contar o inexistente ali, ouvi a porta se abrir num estrondo. Ah, já estava na hora dela mostrar as caras, não é mes..., meu pensamento parou abruptamente ao sentir cheiro de sangue fresco.

         Edward e Esme rapidamente prenderam a respiração, e eu me concentrei em usar o dom de Carl – sim, acredite se quiser, mas o autocontrole era, de fato, um dom – enquanto olhava Rosalie postar um armário em cima da mesa de jantar (só um simples disfarce).

         Não, não era um "armário", óbvio que era uma pessoa – um cara, um mutante – porém, era GIGANTESCO. Maior que papai, maior que Eddie, se quer saber, maior do que tudo que já vi.

- Por favor, Carlisle – implorou Rosalie num tom de voz que nunca ouvi – transforme-o, eu preciso dele!

         Antes mesmo de ela terminar a frase, eu senti seus pensamentos. Rose tinha achado seu parceiro, aquele que curaria suas feridas – o meu, se eu o tivesse, curaria as minhas?

- Não sei, Rosalie... – Carlisle hesitou.

- Eu peço-lhe encarecidamente – nunca vi Rose chegar ao ponto de implorar – eu o encontrei quase morrendo enquanto lutava com um urso, por favor, por favor, transforme-o.

         Vi uma imagem rápida na sua cabeça, meio borrada – lembre-se, era o teor – de um garotinho de covinhas bonitas e sorriso engraçadinho.

- Seu nome é Emmett McCarty – Edward disse baixinho, ainda sem respirar no banco do piano – ele tem vinte anos e lutava contra um urso por diversão, mas acabou... Bom, levando a pior.

         Carlisle respirou fundo, hesitou por breves instantes, curtos, e mordeu o pulso de Emmett, que mal gritou de dor. Na realidade, ele ficou quieto por um curto período de tempo, depois começaram os gritos.

         Suspirei, recostando-me ao sofá. Sim, eram mais três longos dias. Impressionante. Sério.

Três dias após o acontecimento...

         Não, eu não era uma pessoa impulsiva, na maioria das vezes, claro. Porém, agora me parece que foi estupidez minha rosnar para alguém maior que eu não. Não, eu não tinha sido sensata dessa vez.

         Emmett Cullen era alto. Tinha cabelos pretos curtos e de cachinhos, seu sorriso tinha covinha e sua expressão era animada e amigável. Claaaaro, que não era bem assim. Ele tinha, tipo, pelo menos quase dois metros – o que significava que eu era um chaveirinho de Susie perto dele, ok – e era branco, era como um urso. Um urso albino.

         Quando ele "acordou", eu não pude me impedir. Mais ninguém da minha família fez isso. Eu levantei-me do sofá – sim, eu não tinha saído dali, estava incrivelmente entediante – e flexionei um pouco minhas pernas, arregaçando os dentes e rosnando (como se fosse realmente feroz perto do grande urso albino).

         Ele olhou para mim, e, o que seria natural, teria agachado e também rosnado. Mas... Ele riu. Emmett riu como se, eu lutar, fosse motivo de risadas. Não eram risadas zombeteiras, somente divertidas – e senti vontade rir também, mas somente ajeitei minha postura, apertando os olhos ameaçadoramente.

- Sou Emmett – o urso riu para mim –, você é?

- Isabella – eu respondi tranquilamente, enquanto apertava sua mão -, Bella Cullen.

         Emmett (McCarty) Cullen era meu novo irmão – ou cunhado?, pensei, olhando de esguelha para o olhar erótico (Jesus, Maria, José, eita, povinho!) que ela, Rosalie, lançava para o urso albino que era meu irmão-cunhado-parente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!