Por Layla      

      Eu acho que nunca irei esquecer essa festa. Eu não sabia como Bill tinha conseguido ser romântico ao me pedir em namoro do meio de tanta gente bêbada, louca e dançando sem parar.       Logo que chegamos, nos separamos de Tom e Hill para tentar deixá-los mais à vontade juntos e claro, achei um ótima idéia, porque eu poderia ficar mais tempo com Bill também.       Sentamos em um local aberto que tinha ali e ele olhou no meus olhos e disse:       - Desde o dia que você começou a pintar os quadros comigo, eu não parei de sonhar com vários momentos em que poderiamos estar juntos, em um futuro próximo, se possível.       - Não posso negar que não parei de pensar em você desde este dia também. - eu disse abaixando a cabeça.       O que eu podia fazer com a vergonha que eu tinha de ficar sozinha com ele? E se eu falasse alguma coisa errada? Ele não mostrava o que pretendia com aquele olhar que dizia tudo o que eu queria ouvir, ou ver.       Bill segurou em meu rosto com um leve toque e me beijou. Não sei a quanto tempo eu não me sentia assim. Consegui sentir tudo, simplesmente tudo o que eu tinha dentro de mim. Foi um beijo lento, mas que durou poucos segundos. Ele começou a acariciar o meu braço me deixando arrepiada.       - Uau! - eu disse tomando um pouco de ar.       - O que foi? Me desculpe. Faço as coisas sem pensar. - Bill disse ficando com as bochechas vermelhas.       - Não. Não se desculpe por nada. Você foi, digamos, fez o que eu esperava, eu acho.       Ele colocou um sorriso meio de lado no rosto, pegou a minha mão e perguntou com uma vóz doce se eu aceitaria namorar com ele.       Rolou um flash back de tudo o que eu passei com Bill, quando vi aqueles olhos que me corroiam por dentro até agora, que senti a testura, o sabor daquela boca que eu desejava dia e noite. Eu aceitei.       Depois de alguns minutos, eu fui ao banheiro e Bill foi procurar os outros, pois já era tarde. Combinamos de nos encontrar no carro.       Quando olhei para dentro do carro, Hillit deitada no banco de trás como uma morta e sua cabeça no colo de Tom. Bill estava calado e nos levou até o hotel.        Chegando lá, eles levaram Hillit no colo até o quarto. Ela estava dormindo mesmo e Tom estava super preocupado. Pedi para que ele se acalmasse, porque ela nunca tinha bebido daquela maneira e logo ficaria bem.       Tom se despediu com um beijo no meu rosto e Bill segurou na minha cintura e disse no meu ouvido:       - Eu te amo e me desculpe por qualquer coisa. Eu não queria que tivesse acontecido.       Fiquei meio sem entender direito o que ele queria dizer e eles foram embora.       Quando Hillit acordou, fui logo contar que eu estava com Bill e depois dessa surpresa, ela até desistiu de me contar algo.       De repente, o telefone tocou e era Margô:       - Layla, você tem que voltar pra casa. Vieram falar que vão demolir o prédio para construir um shopping.       - Como isso? Vou conseguir um avião hoje ainda. Mas o que passa pela cabeça dessas pessoas?       Desliguei o telefone e logo lembrei de um amigo que tinha um jatinho e estava em L.A. para passeio. Nós iremos sair daqui 10h da manhã.       Escrevi uma carta para Bill, contei tudo à Hillit e fui logo para o aeropoto. Em alguma horas chegariamos em Paris.