Por Layla              Eu e Strify acabamos comprando alguns doces para animar um pouco a nossa parada embaixo da sombra daquela grande árvore. Ele estava lindo comendo aquele monte de jujubas coloridas e alguns chicletes sabor uva. Eu cheguei a amar Bill desde a primeira vez que vi seus olhos, mas eu não sei o que Strify tinha... Eu fiquei perdidamente apaixonada por ele.        - Posso lhe perguntar uma coisa? - ele disse colocando uma jujuba em minha mão.        - Claro. - respondia mordendo lentamente o doce.        - O que você vai fazer agora? Bill disse que te ama. Vai voltar para ele? Pode ser que ele tenha sido verdadeiro, pelo menos nisso.        - Não. Eu não quero mais saber de nada sobre ele e Hillit. Quero que fiquem lá juntos. Eu te coloquei no meio disso tudo e não devia. Me desculpe, mas você ainda pode me dar um chance de mostrar que devemos continuar?        Strify tirou os olhos de mim e ficou revirando o saquinho de docas. Ficou um silêncio durante algum tempo. Eu me deitei na grama e tomei um ar bem fundo. Eu senti as mãos dele subindo pelo meu corpo e rapidamente aqueles olhos azuis me cercaram. Ele parou ali durante poucos segundos que pareciam uma eternidade para mim. Encostou seus lábios no meu bem sutilmente. Estavam doces e com um pouco de açúcar, por causa das balas. Beijo-me.        Depois daquela tarde maravilhosa, com alguns momentos tristes, mas que foram melhorados com aqueles carinhos e beijos, Strify disse que me levaria até a casa dele. Pegamos um táxi e para lá que fomos.        Chegando lá, vi uma casa baixa, de um único andar. Tinha um portãozinho e um jardim muito bem cuidado na entrada. Strify pegou na minha mão e fomos entrando.        - É bem simples. Não repare. - ele disse abrindo a porta.        Entrando, tinha uma sala com um sofá cama que estava montado e na frente dele tinha uma TV. Perguntei se ele morava sozinho e ele disse que sim. Passamos pela cozinha. A casa era bem pequena mesmo, mas dava para ficar ali durante vários dias sem sair que você não se cansava.        O quarto dele tinha uma casa de casal com um lençol azul bem claro e dois travesseiros. Na parede, uma foto bem grande de um garotinho. Era ele mais novo com seus lindos olhos bem azuis. Strify sentou-se na cama e eu fui ao seu lado.       - Sei que é cedo e sei também que o dia não está sendo um dos melhores, mas não volte para Paris. Você não tem uma casa nova lá. More comigo. Fique comigo para sempre.       Eu não esperava ouvir aquilo, não naquela hora. E meu trabalho? Eu iria ter que arrumar outro lá. Pensando bem, era isso que eu iria fazer se gostasse de L.A. Peguei na mão de Strify. Dei-lhe um abraço e fiquei pensando durante aqueles segundos.       - E então? - ele perguntou querendo uma resposta rápida.       - Eu...Eu...Tudo bem.       Um sorriso enorme abriu-se no rosto dele. Ele estava lindo. Os olhos claros, o cabelo um pouco bagunçado e aquele sorriso que parecia estar iluminando o cômodo da casa. Eu estava feliz com aquele homem lindo que eu tinha conseguido. Ele sabia falar o que eu queria ouvir e sentir o que eu queria sentir.       Deitamos na cama e eram umas 19h. Ficamos ali juntos, dividindo o nosso calor. Uma música linda e calma tocava no rádio que ficava numa mesinha. Dormímos.       Acordei assustada com um sonho que eu tive e não me lembrava o que era. Acabei acordando Strify com o meu movimento. Pedi para que ele me levasse até o hotel para pegar tudo o que é meu.       Umas 23h, eu estava batendo na porta do quarto, porque eu não fazia a menor ideia de onde eu tinha deixado a minha chave. Ouvi alguns passos fortes vindo de dentro do quarto e alguém rodou de leve a fechadura.       Bill estava com uma camiseta preta bem largada e uma calça bem apertada. Sua maquiagem borrada e com uma marca de travesseiro no rosto. Eu entrei sem pensar e Strify veio comigo. Ficamos no silêncio e eu fui jogando tudo na minha mala.      - Layla...eu - Hillit foi falando enquanto saia da cama.      - Não gaste suas palavras comigo. Eu não vim para conversar. Eu vim para pegar as minhas coisas e falar. Falar, só eu falo.      Eu estava sendo grosseira com ela, mas não queria ouvir aqueles milhões de desculpas e um monte de explicações desnecessárias.      - Esse é Strify, meu namorado. Dormimos juntos em Paris e foi ótimo. Eu deixei a carta e tenho certeza de que Bill não leu. Não iria fazer muita diferença mesmo, mas seria bom se tivesse alguma consideração por mim.      Percebi que as minhas palavras incomodavam Bill. Eu não conseguia pegar qual era a dele. Ele estava com Hillit e mesmo assim, saber a verdade doía nele?      - Eu vou ir morar com ele, aqui em L.A. mesmo porque eu vendi meu apartamento em Paris. Só quero uma resposta aqui: desde quando vocês estão me enganando?     Hillit olhou para Bill e ele continuava sentado na cama de cabeça baixa. Ela percebeu que teria que responder:     - No dia da festa, quando eu estava passando mal no carro. Eu o beijei, mas não sabia o que estava acontecendo entro vocês. Me perdoe. Eu...     - Chega. Só queria essa resposta. Não preciso das suas desculpas.     Comecei a pegar as minhas coisas e Bill ia se levantando para ajudar quando eu segurei no braço dele e ele desviou os olhos nos meus. Estava assustado e com uma cara de choro ao mesmo tempo. Ele sabia que estava errado e que eu não iria ficar bem com ele durante algum tempo.     Bill tentou pegar a mala novamente e eu o empurrei. Não precisa que ele fizesse mais nada por mim, ou melhor, que não fizesse nada novamente.     Peguei algumas malas e Strify pegou as outras. Hillit não parava de chorar. Ela era importante para mim, mas eu não conseguia entender como ela podia ter feito aquilo comigo. Eu lhe contei tudo o que eu sentia por Bill e tinha certeza que ela e Tom iam se dar muito bem.     Saí do quarto batendo a porta bem forte. Strify apertou o botão do elevador e chegamos no térreo sem nenhuma palavra. Colocamos as coisas no carro dele e fomos embora.