Fahrenheit e Absinto escrita por Aleksa


Capítulo 44
Capítulo 44




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Dilian e os outros Eternos agora estavam todos de cama, com febre, Absinthe cuidava deles, enquanto Dilian repetia diversar vezes que estava tudo bem e que ela não precisava se preocupar.

Absinthe o mandava ficar calado e dormir, como um bom doente.

Alexis às vezes vinha visita-los, o que a deixava muito zangada, pois Dilian queria levantar e ser um bom afintrião, sendo arrastado de volta para o próprio quarto, para dormir, como um bom doente.

Alexis apenas ria enquanto a humana gritava com ele, e o colocava para fora.

Luka ainda estava inconsciente, situação na qual estaria por algum tempo, mas não para sempre, pois semanas mais tarde...

***

Luka acorda pelo meio da tarde, sentando-se na cama, não acostumado ao vazio.

Alexis estava sentado ao lado, lendo... Na verdade, dormindo.

Luka conseguia ouví-lo respirar.

Ele tateou até a cômoda, pegando um objeto redondo, o despertador, e atirando-o na direção do irmão.

- Alexis!

- Ai!

Ivan entra no aposento, olhando para o irmão e para o despertador.

- Boa mira Luka, direto na cabeça.

- Ivan?

- Olá. – ele agacha em frente ao irmão, que coloca as mãos em seu rosto.

- Ah, olá. Como chegue aqui?

- Lud o carregou.

- Lud?

- Sim, eu vou chama-lo, ele está um tanto inquieto e-

- Ele acordou?! – Lud estava na porta.

- ... Ansioso pra te ver. – Ivan suspira, saindo da frente.

Lud se atira no irmão.

- Ah, graças a Deus! Eu estava tão preocupado eu... – então ele sai de cima, limpando a garganta. – Fico feliz que esteja bem, Luka.

- Tarde de mais Lud. – Ivan ri.

- Ora cale-se Ivan!

- “Ah, graças a Deus! Eu estava tão preocupado!”. – Ivan ri, imitando o tom de voz, de Lud.

Alexis levanta, ajoelhando em frente a Luka, com as mãos em seus joelhos.

- Como se sente?

- Horrível, esmagado pelo Lud, e CEGO.

Alexis o abraça, apertando o irmão.

- Eu fiquei tão preocupado... Tão, tão preocupado... – lágrimas prateadas escorriam pelos olhos de Alexis.

Ivan pegou Lud pelos ombros, arrastando-o pra fora, enquanto Lud encarava a cena em choque, Ivan fecha a porta atrás de si.

- Está tudo bem Alexis, por que está chorando?

- Como sabe que eu estou chorando?

- Por que está pingando em mim. – Luka ri.

- Droga... – Alexis ri, com algum esforço.

- Vai precisar se esforçar muito pra conseguir me matar, mano.

- Fico feliz em ouvir isso. – ele sorri, triste.

Luka o abraça de novo, afagando o cabelo castanho do irmão, sorrindo amigavelmente.

- Me arrume uma venda mano, o vazio dos meus olhos me incomoda.

- Pode deixar...

***

Cain bate na porta da casa dos Lavoisier, Absinthe atende, zangada, com o cabelo preso num rabo de cavalo apertado.

- Escute Alexis! Eu não posso falar com você agora! Têm doentes aqui e eu-... Cain?... – ela pisca diversas vezes.

- Erm... Desculpe decepcionar humana, mas não vou me demorar.

- O que foi? Quer que eu dê algum recado para Dilian?

- Não, eu não vim falar com o Lorde Lavoisier. Vim falar com você.

- Comigo?

- Com você.

- Comigo... – ela diz digerindo a informação.

- Devo dizer “com você” novamente?

- Não! Digo, não... Diga.

- Bem... Eu venho me sentindo muito culpado ultimamente...

- Culpado? Sobre o que? Seu irmão?

- Não! Não... Ele mereceu o destino dele... Meu problema é... De outra ordem.

- Sobre o que é? Tem a ver com Alexis?

- De certo modo... Tem a ver com o irmão dele.

- Qual deles?

- Luka.

- Oh... Entre.

Cain entra na casa, sentando num dos sofás, varias caixas com livros estão espalhadas por todos os cantos, e produtos de limpeza estão em baldes por vários lugares.

- Desculpe a bagunça, estou fazendo uma limpeza e o lugar é maior do que parece... – ela diz, sem graça.

- Não tem problema.

- Então... Luka...

- Isso.

- Posso te perguntar uma coisa? – ela pergunta, servindo uma xícara de chá a ele.

- Claro.

- Você gosta dele?

- Gosto sim. – ele diz, um tanto confuso.

- Não, quero dizer, GOSTA dele.

- Erm... Eu creio que não peguei o seu raciocínio, humana.

Ele beberica o próprio chá educadamente.

- Cain, você é gay? Pronto, falei.

Cain engasga com o chá, deixando a xícara sobre a mesa para tossir.

- Oh céus! – ela levanta, dando tapinhas nas costas dele. – Desculpe perguntar assim, mas... Eu só estive curiosa...

- Eu não me considero “gay” humana... – ele diz, ainda desengasgando.

- Bem, é que você e Luka têm... uma “coisa” que eu não sei definir...

- “Coisa”?

- Sim, “coisa”... Bom, não sei como é para vocês imortais, mas pela forma como você o trata, qualquer ser humano chamaria isso de interesse romântico.

- A questão toda, humana, é que eu não saberia descrever a “coisa” que eu e Luka temos, ele é um amigo muito agradável e o único da espécie dele com quem me importo sinceramente, mas... Dai a dizer que tenho interesse nele... Eu não saberia dizer. Mas não é por isso que eu vim.

- Oh... Então...

- Você acha que todos merecem uma segunda chance?

- Eu... Acredito que se eles quiserem realmente mudar... Por que não?

- Era só isso que eu queria saber. Agradeço a gentileza.

- Hum... De nada.

Cain some pela porta, e Absinthe volta a limpar.


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo, o próximo será o último
/o/



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