Fahrenheit e Absinto escrita por Aleksa
Dilian e os outros Eternos agora estavam todos de cama, com febre, Absinthe cuidava deles, enquanto Dilian repetia diversar vezes que estava tudo bem e que ela não precisava se preocupar.
Absinthe o mandava ficar calado e dormir, como um bom doente.
Alexis às vezes vinha visita-los, o que a deixava muito zangada, pois Dilian queria levantar e ser um bom afintrião, sendo arrastado de volta para o próprio quarto, para dormir, como um bom doente.
Alexis apenas ria enquanto a humana gritava com ele, e o colocava para fora.
Luka ainda estava inconsciente, situação na qual estaria por algum tempo, mas não para sempre, pois semanas mais tarde...
***
Luka acorda pelo meio da tarde, sentando-se na cama, não acostumado ao vazio.
Alexis estava sentado ao lado, lendo... Na verdade, dormindo.
Luka conseguia ouví-lo respirar.
Ele tateou até a cômoda, pegando um objeto redondo, o despertador, e atirando-o na direção do irmão.
- Alexis!
- Ai!
Ivan entra no aposento, olhando para o irmão e para o despertador.
- Boa mira Luka, direto na cabeça.
- Ivan?
- Olá. – ele agacha em frente ao irmão, que coloca as mãos em seu rosto.
- Ah, olá. Como chegue aqui?
- Lud o carregou.
- Lud?
- Sim, eu vou chama-lo, ele está um tanto inquieto e-
- Ele acordou?! – Lud estava na porta.
- ... Ansioso pra te ver. – Ivan suspira, saindo da frente.
Lud se atira no irmão.
- Ah, graças a Deus! Eu estava tão preocupado eu... – então ele sai de cima, limpando a garganta. – Fico feliz que esteja bem, Luka.
- Tarde de mais Lud. – Ivan ri.
- Ora cale-se Ivan!
- “Ah, graças a Deus! Eu estava tão preocupado!”. – Ivan ri, imitando o tom de voz, de Lud.
Alexis levanta, ajoelhando em frente a Luka, com as mãos em seus joelhos.
- Como se sente?
- Horrível, esmagado pelo Lud, e CEGO.
Alexis o abraça, apertando o irmão.
- Eu fiquei tão preocupado... Tão, tão preocupado... – lágrimas prateadas escorriam pelos olhos de Alexis.
Ivan pegou Lud pelos ombros, arrastando-o pra fora, enquanto Lud encarava a cena em choque, Ivan fecha a porta atrás de si.
- Está tudo bem Alexis, por que está chorando?
- Como sabe que eu estou chorando?
- Por que está pingando em mim. – Luka ri.
- Droga... – Alexis ri, com algum esforço.
- Vai precisar se esforçar muito pra conseguir me matar, mano.
- Fico feliz em ouvir isso. – ele sorri, triste.
Luka o abraça de novo, afagando o cabelo castanho do irmão, sorrindo amigavelmente.
- Me arrume uma venda mano, o vazio dos meus olhos me incomoda.
- Pode deixar...
***
Cain bate na porta da casa dos Lavoisier, Absinthe atende, zangada, com o cabelo preso num rabo de cavalo apertado.
- Escute Alexis! Eu não posso falar com você agora! Têm doentes aqui e eu-... Cain?... – ela pisca diversas vezes.
- Erm... Desculpe decepcionar humana, mas não vou me demorar.
- O que foi? Quer que eu dê algum recado para Dilian?
- Não, eu não vim falar com o Lorde Lavoisier. Vim falar com você.
- Comigo?
- Com você.
- Comigo... – ela diz digerindo a informação.
- Devo dizer “com você” novamente?
- Não! Digo, não... Diga.
- Bem... Eu venho me sentindo muito culpado ultimamente...
- Culpado? Sobre o que? Seu irmão?
- Não! Não... Ele mereceu o destino dele... Meu problema é... De outra ordem.
- Sobre o que é? Tem a ver com Alexis?
- De certo modo... Tem a ver com o irmão dele.
- Qual deles?
- Luka.
- Oh... Entre.
Cain entra na casa, sentando num dos sofás, varias caixas com livros estão espalhadas por todos os cantos, e produtos de limpeza estão em baldes por vários lugares.
- Desculpe a bagunça, estou fazendo uma limpeza e o lugar é maior do que parece... – ela diz, sem graça.
- Não tem problema.
- Então... Luka...
- Isso.
- Posso te perguntar uma coisa? – ela pergunta, servindo uma xícara de chá a ele.
- Claro.
- Você gosta dele?
- Gosto sim. – ele diz, um tanto confuso.
- Não, quero dizer, GOSTA dele.
- Erm... Eu creio que não peguei o seu raciocínio, humana.
Ele beberica o próprio chá educadamente.
- Cain, você é gay? Pronto, falei.
Cain engasga com o chá, deixando a xícara sobre a mesa para tossir.
- Oh céus! – ela levanta, dando tapinhas nas costas dele. – Desculpe perguntar assim, mas... Eu só estive curiosa...
- Eu não me considero “gay” humana... – ele diz, ainda desengasgando.
- Bem, é que você e Luka têm... uma “coisa” que eu não sei definir...
- “Coisa”?
- Sim, “coisa”... Bom, não sei como é para vocês imortais, mas pela forma como você o trata, qualquer ser humano chamaria isso de interesse romântico.
- A questão toda, humana, é que eu não saberia descrever a “coisa” que eu e Luka temos, ele é um amigo muito agradável e o único da espécie dele com quem me importo sinceramente, mas... Dai a dizer que tenho interesse nele... Eu não saberia dizer. Mas não é por isso que eu vim.
- Oh... Então...
- Você acha que todos merecem uma segunda chance?
- Eu... Acredito que se eles quiserem realmente mudar... Por que não?
- Era só isso que eu queria saber. Agradeço a gentileza.
- Hum... De nada.
Cain some pela porta, e Absinthe volta a limpar.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Mais um capítulo, o próximo será o último
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