Fahrenheit e Absinto escrita por Aleksa


Capítulo 10
Capítulo 10




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Não estava prestando atenção em sequer uma palavra que seu professor de filosofia antiga dizia, estava ocupada demais pensando que teria a última prova de sua camisa... E que novamente teria de tirar a camisa pra experimentar a peça que estava sendo confeccionada.

Mas agora a equação era outra...

Ela e Alexis não eram mais apenas alegres desconhecidos, eram alegres desconhecidos que haviam se beijado numa casa enorme no meio da noite, e que teria feito mais alguma coisa se não houvesse ocorrido a interrupção do rapaz loiro de olhos dourados brilhantes.

E afinal, quem seria esse cara? Ele e Alexis pareciam se conhecer... Serem inimigos definitivamente... Mas se conhecerem.

Quando o sinal toca ela pula na cadeira, arrancada de seus pensamentos pelo som da sineta estridente, então, ela levanta e caminha para a porta, indo encontrar com o carro de sua mãe parado na escola.

Assim que a vê, Emma acena alegremente, com sua roupa azul piscina cheia de penas de tons mais escuros de azul, uma roupa de linho com botões e penas, muitos, muitos botões e penas.

Absinthe suspira e entra no carro, indo em direção ao enorme salão onde teria sua última prova.

- Posso ir primeiro dessa vez? – pede, saindo do carro com sua mãe.

- Oh... Claro filha. – um sorriso de entendimento passa pelo rosto de Emma.

- Que sorriso é esse...?

- O costureiro realmente lhe agradou, não?

- N-Não é nada disso mãe...!

- Oh, claro que não é. – ela da uma leve risadinha.

- Eu-

- Senhorita Cardelian?

Absinthe volta seu olhar para a atendente.

- É a primeira?

- Erm... Sou sim.

- Queira me acompanhar. – a mulher se vira e volta a caminhar.

- Boa sorte com o garoto filha. – sua mãe fica lá, acenando e sorrindo como se fosse a coisa mais fantástica que já houvesse visto.

Absinthe suspira e vai até o cômodo no fim do salão, deparando-se com Alexis, recostado a uma mesa... E um rapaz de longos cabelos louros, levemente ondulados e sedosos, com olhos da mesma cor profunda que os de Alexis.

- Oh, desculpe, não sabia que estava atendendo alguém. – ela se justificou encabulada e sem jeito.

- Não estou. – Alexis disse, quase que de imediato.

- Mas então...

- Esse é meu irmão, Luka. Ele é o dono oficial da casa. – explicou.

- Ah... Prazer em conhecê-lo. – ela sorri.

O olhar de Luka era diferente do de Alexis, ferino e de uma incandescência que chegava a deixar você envergonhado se o observasse demais.

Um sorriso igualmente ferino se abriu no rosto fino e harmonioso do jovem de idade similar a de Alexis.

- O prazer é todo meu... – ele a observou com os olhos curiosos.

Ele dirige um olhar inquisitivo a Alexis, que simplesmente assente vagarosamente com a cabeça, numa conversa muda. Luka solta uma risada leve, de eco divertido, parecendo muito interessado.

- Entendo... – seu sorriso se curva no canto. – Absinthe, certo?

- Eu mesma... Como me conhece?

- Meu irmão me disse algumas coisas a seu respeito. – ele inclina a cabeça pro lado, seu cabelo se espalha pelo rosto e pelos ombros.

- Ah... – ela não se atreve a perguntar o que.

Através do sorriso de Luka, Absinthe pode ver as pontas de caninos, assim como as de Alexis, são brancos, longos e afiados.

E tal como Alexis, ele parece pressentir o seu desconforto...

- Os caninos a incomodam? – ele pergunta, recostando-se calmamente a parede.

- N-Não! De forma alguma! Mas...

- Mas?

- É tão raro ver pessoas com caninos afiados assim...

- Digamos que... É a genética da família. – uma risada leve se manifesta, seguida por um sorriso de Alexis, que balança a cabeça, divertindo-se com o comentário, como se fosse alguma piada interna.

- Eu... Perdi alguma coisa? – ela pergunta.

- De maneira alguma jovem senhorita Cardelian. – Luka diz, num ar muito cortes e suave. – Eu me vou. Terminamos a conversa outra hora Alexis, quanto a ligação, pode deixar... Eu me comprometo a ligar pra todos que são necessários.

Luka desencosta na parede, caminhando lentamente para a porta, seu cabelo o acompanha, voejando conforme ele se locomove, e como se nunca estivesse sequer estado lá, ele sai.

Absinthe fica encarando estaticamente a porta.

Alexis, silencioso como era, se aproximou lentamente por trás dela e sussurrou lentamente em seus ouvidos.

- Gosta dele?

Ela pula no lugar, assustada com a aproximação repentina.

- Fo-Foi ele que levou um tiro?

- Quatro, na verdade.

Ela parece atônita.

- Não parece...

- Eu disse. Pessoas como ele, são muito difíceis de colocar no chão.

- Posso perguntar... Como ele levou um tiro?

- Hm... Nós não somos muito queridos por um grupo de pessoas...

- “Muito queridos”?

- É eufemismo pra “querem nosso sangue numa taça de cristal”. – ele diz, pegando a camisa quase pronta.

Um arrepio gelado corre a espinha dela.

- A-Ah...

- Você está tremendo. – ele olha pra ela.

- Não sabia que você era mafioso...

- Eu sou muitas coisas além de mafioso... – um sorrisinho.

Ela fica em silêncio, tinha medo de dizer alguma coisa idiota numa hora assim.

- Tire a camisa. – ele instrui.

Ela engole seco e faz como lhe foi dito.

Alexis não parece prestar muita atenção no fato, e simplesmente procura por todas as partes da blusa pra saber se esqueceu algum alfinete ou fio puxado.

Claro que isso não aconteceu. Mas ele precisava se distrair com alguma coisa, ou a situação ficaria um pouco problemática...

Alexis estende a camisa a ela, ela a coloca e fecha os botões.

Alexis a observa fechar a camisa, seus olhos acompanham o movimento de suas mãos, os olhos prateados e friamente analíticos dele, esboçavam um sorrisinho maldoso.

- Tu-Tudo bem Alexis?

- Está abotoando errado de novo. – ele abre um sorrisinho.

Ela cora imediatamente.

- Minha presença está te distraindo? – ele inclina a cabeça pro lado.

- D-De forma alguma...

- Hm, então eu vou ter que começar a me esforçar mais...

Ele atravessa a sala na direção dela, de novo, dentro dela existe um enorme conflito, que a faz querer sumir pela porta, mas ela não pode, seus pés não se mexem, e ela também não tem certeza se quer fugir, aliás está mais próxima do “quero me jogar nele”.

- A-Alexis, minha mãe está lá fora...

Ele está diante dela, parecendo rasgar sua vontade de dizer qualquer coisa.

- Eu sei. – seu sorriso aumenta um pouco. – Se quiser que eu me afaste, é só pedir. – ele diz.

Ela engole seco.

- E então?


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas leitoras o/
Bem, primeiramente quero me desculpar por demorar mais que o normal.
E segundo eu quero me desculpar pq tenho uma má notícia...
Eu só vou poder postar um capítulo por semana, estou cheia de trabalho pra fazer e não consigo escrever nada durante a semana, sorry >.
Mas vou continuar a postar, e logo logo muita coisa importante vai acontecer... Interpretem importante como o coraçãozinho d vcs mandar XD
De qualquer modo, me digam o que acharam do capítulo, ok gente? :D
Beijinhos :*