Friends By Fate 2 - Enemies By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 29
Salve Nina Castro!


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo. He he.



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Flávia estava tendo um sonho ruim.

Sombras se moviam com grande velocidade pelo meio de Boston, atravessando ruas, virando esquinas, até por fim pararem na frente de um lugar que ela conhecia. O galpão dos artistas de rua.

- Vamos entrar? – Perguntou uma das sombras com grande ansiedade e animação – Posso sentir o cheiro deles daqui.

- Sim. Quatro meio-sangues... – Disse outra sombra igualmente ansiosa – Vai ser uma ótima refeição.

- Vamos entrar. – Decidiu a terceira sombra, provavelmente a chefe – Entrem e peguem a cabeça deles.

A escuridão aumentou. Os números se repetiram na mente de Flávia.

12, 6, 3... O que eles queriam dizer?!

Em um rápido flash, Flávia viu Vinícius e Rita andando pelo meio de uma floresta. Depois viu Bruna junto de um bando de garotas, com arcos e flechas, guiadas por uma criança. Ártemis e as caçadoras, provavelmente. De algum modo Flávia sentia que Bruna fora para uma direção oposta aos seus dois amigos. Só não sabia por quê.

 Após mais um flash, ela viu o grupo de Bia, que entrara em um ônibus de viagem. Ela sabia que eles estavam partindo para Phoenix, e que não tinham nenhuma idéia de onde os perdidos estavam.

Por último, veio outro flash. Esse mostrava Rodrigo e Amanda enfrentando cães infernais em uma fábrica de sardinhas em Chicago. Flávia não via a Nina, mas sabia que ela estava lá, e tinha a estranha sensação de que ela era um hamster.

Um grito fez com que Flávia acordasse.

- Estamos com problemas! – Anunciou Daniel atirando flechas contra monstros estranhos que tentavam pegá-lo – São telquines!

- Telquines?! – Repetiu Rhamon segurando sua foice – Que monstro estranho é esse?!

- Não tenho tempo para explicar! – Disse Daniel acertando os monstros facilmente – Eu cuido deles. Vocês têm que sair daqui logo!

- Não vamos deixar você sozinho! – Exclamou Flávia se levantando e procurando seu arco e flechas – Depois de toda ajuda que você deu, nós...

- Esqueçam isso! – Disse ele voltando a lutar contra os monstros – Vocês são os caras da profecia. Pelo que disseram, devem achar os meio-sangues perdidos. Não poderão fazer isso se estiverem mortos!

Alguns outros telquines entraram no galpão, e isso tornou mais difícil que Daniel cuidasse de todos ao mesmo tempo.

Mateus não quis nem saber. Com um sorriso torto, ele pegou suas 9mms e começou a atirar nos monstros. Assim que a bala os atingia, eles viravam uns montes de poeira dourada.

- E você não vai poder ajudar os artistas de rua, se estiver morto. – Retrucou Mateus olhando para Daniel – Eu dou um jeito neles. Sejam lá quantos forem.

Daniel arregalou os olhos para as armas de Mateus, mas acabou assentindo. O filho de Apolo só teve que chegar para trás, pois Mateus fazia os monstros sumirem com a maior facilidade do mundo.

Depois de mais ou menos dez minutos, os telquines pararam de aparecer. Flávia olhou para Daniel e teve uma sensação estranha.

- Eles vão voltar. Muitos outros vão voltar. – Disse Flávia quase que prevendo isso.

Rhamon olhou para Daniel.

- Você tem que sair daqui. Se eles chegarem...! – Rhamon foi interrompido.

- Não. Eles não vêm atrás do Daniel. – Disse Flávia com certeza – Eles só estão vindo, pois somos muitos meio-sangues em um lugar só. E... Querem acabar com os doze da profecia. Se formos embora, eles deixarão o Daniel em paz.

Mateus pôs as 9mms em um tipo de cinto que tinha pego no Acampamento Meio-Sangue e colocou sua mochila nas costas.

- Então vamos dar o fora daqui. – Disse ele naturalmente – Obrigado por tudo, Daniel. Foi legal viver como um artista de rua por um dia.

- De nada. – Disse Daniel, mas depois parou para pensar em uma questão – Espera... Como vocês vão sair de Boston? Á pé eles vão alcançá-los.

Rhamon olhou para Flávia esperando que ela tivesse a resposta para a questão, mas a filha de Apolo encolheu os ombros sem saber. Ele pensou um pouco...

- Ah! Apolo. Ele disse que se precisássemos de carona, ele viria, lembram? – Disse ele indo para a porta – Só... Não sei como vamos chamar sua atenção.

Mateus sorriu.

- Ei! Ei! Eu tenho um plano! – Pulou ele animado. O filho de Hefesto correu para fora do galpão, e os outros o seguiram. O Sol já nascera em Boston, mas quase não tinha ninguém na rua. O que era ótimo, pois Mateus começou a atirar para o céu.

- Ficou louco?! – Berrou Rhamon – Para de atirar!

- Apolo! – Chamou Mateus ignorando Rhamon – Apolo! Aqui! Carona! Iiiiha!

- Mateus! – Exclamaram Flávia e Rhamon juntos.

Como se Apolo estivesse ouvindo, um carro caiu do céu e foi deslizando pelo asfalto da rua até a frente deles. O motorista freiou o carro encima da hora. Ele derrapou, mas parou com perfeição na frente dos quatro meio-sangues.

A porta do carona e de trás se abriram. Apolo tirou os óculos escuros e sorriu para eles.

- Alguém chamou? – Perguntou ele, e então viu Daniel – Filho! Como vai?

- Ahm... Oi, pai. – Disse Daniel ainda assustado com a cena – Tudo bem.

- Gostando de ajudar os artistas de rua? – Perguntou ele.

- Sim. É... Bem legal. – Confirmou Daniel.

- Ei! Quer vir com a gente? Eu posso aumentar o carro, e...! – Apolo estava animado com a idéia, mas Daniel o cortou.

- Eu não! Eles são um bando de malucos! – Disse ele. Daniel virou-se para os três novos amigos e sorriu – Boa sorte, mas... Eu fico aqui. A gente se vê.

- Ok... – Assentiu Rhamon – Valeu por tudo.

- Não foi nada. A gente se vê.- Daniel deu tchau para eles e entrou novamente no galpão, trancando a porta atrás de si.

Mateus coçou o queixo e sorriu para a porta.

- Sabem... Ele é um cara legal. – Comentou ele pensativo – Mas alguma coisa me diz que ele tem medo da gente.

- Jura?! – Falou Rhamon – Com você atirando para o céu e chamando os artistas de rua de mendigos, também não é difícil.

- Ei! Eu... Ah. Faz sentido. – Concordou Mateus – Vamos entrar logo.

Rhamon entrou na parte de trás do carro, e Mateus correu para o banco do carona. Apolo olhou para ele quando o filho de Hefesto abriu um largo sorriso.

- Ei, Apolo! Posso sentar do seu ladinho? – Perguntou ele animado – Eu fico bem quieto! Deixa?

Apolo achou aquilo um pouco estranho, mas Flávia correu na frente de Mateus e sentou-se no banco da frente.

- Ei! Porra, Flávia! – Reclamou Mateus – Eu que ia sentar aí na frente!

- Ninguém senta do lado do meu papai lindão sem a minha autorização! Humpf. – Disse ela cruzando os braços. Mateus revirou os olhos, mas então decidiu fazer uma brincadeira.

- Puxa... Mas ele é tão lindão... Fiquei triste agora. – Disse ele. Apolo assentiu para o nada, fingindo não ter ouvido aquilo.

- Ok... Acho que entre você e a Flávia, eu prefiro a Flávia. Nada pessoal. – Comentou Apolo tentando não rir.

Mateus apontou para ele.

- Você me rejeitou, hein? Vou contar tudo para o meu pai. – Disse ele sentando-se no banco de trás. Apolo não agüentou e começou a rir.

O carro deu partida, e em poucos segundos eles já estavam em alta velocidade e bem longe de Boston.

- Para onde vamos agora? – Perguntou Rhamon.

- Não sei. Isso é uma questão que vocês devem resolver. – Falou Apolo.

- Podemos ir para o Alabama. – Sugeriu Flávia.

- O que tem lá? – Perguntou Mateus.

- Nada. É que eu gosto do nome “Alabama”. E também tem aquela música da Suzana! – Sorrju Flávia docemente.

- Mas lá não é nenhum centro urbano. – Comentou Rhamon – Não vamos conseguir achá-los lá, eu acho.

- Vamos pensar um pouco, certo? – Disse Apolo – Para onde vocês acham que devemos ir?

Todos ficaram em silêncio. Eles realmente não tinham idéia. Demoraram vários minutos pensando, até que Mateus quebrou o silêncio.

- Porra! É muito difícil de pensar desse jeito, cacete! – Xingou ele – Não sabemos nem onde estão os meio-sangues, e nem como eles são. Vamos fazer o que? Procurar em todo o maldito país, merda?!

- É uma merda mesmo... – Concordou Rhamon.

- Pois é... – Confirmou Apolo sem ligar para os palavrões.

- É. Que missão boboca! – Disse Flávia.

- Flávia! – Exclamou Apolo chocado.

- O que? – Perguntou ela.

- Não xingue! – Repreendeu ele – Que coisa feia!

Rhamon e Mateus se entreolharam sem acreditar que Apolo tinha levado aquilo realmente como um xingamento. Flávia abaixou a cabeça triste.

- Mas eu queria entrar na conversa... – Murmurou ela.

- Não precisa xingar para ser especial. – Repreendeu ele – Peça desculpas por isso, e não faça de novo.

- Desculpa. – Disse ela olhando chorosa para Apolo – Você me perdoa, papai?

- Aaaaw, tudo bem. – Apolo apertou a bochecha dela e depois voltou a dirigir com as duas mãos.

 Quando eles estavam prestes a decidir o local para onde deviam ir, o carro foi atingido por algo. Eles olharam para trás sem saber o que era, e se depararam com telquines. Eles os seguiam em impressionante velocidade.

- Wow! Cuidado! Eu uso esse carro para trabalhar! – Exclamou Apolo – Idiotas...

- Estava precisando mesmo de alvos novos. – Sorriu Mateus pegando as 9mms de novo – Vocês já eram!

- Acerta! Acerta! Acerta! – Incentivou Flávia virando-se para trás.

Rhamon se encolheu no banco, enquanto Mateus começou a atirar.

- Esse foi o último? – Perguntou Amanda.

- Não. Ainda tem outros... – Resmungou Rodrigo.

Os dois estavam um de costas para o outro, e tentavam acabar com todos os cães infernais que apareciam, mas estava difícil. Eles apareciam de novo, ou outros voltavam para atacá-los novamente.

- Será que isso nunca vai acabar?! – Exclamou Amanda.

- Vai. – Confirmou Ares – Quando vocês morrerem.

- Ok... Acho melhor continuar lutando. – Comentou ela olhando para os monstros. Rodrigo e ela estavam no meio da fábrica. O filho de Hades olhou para cima tentando pensar em algo, e acabou tendo uma ótima idéia.

- Amanda... Está vendo ali encima? – Perguntou ele apontando rapidamente para o lugar – É um tipo de caldeira. Ela deve estar pendurada por cabos de aço. Se cortar eles...

- Já entendi. – Disse Amanda correndo para longe, onde ficava a escada que dava acesso ás plataformas de metal dos andares.

- Você só quis aproveitar para sair e me deixar aqui sozinho, né?! – Berrou Rodrigo com raiva.

- Eu enfrentei o Ares! Você está só com cães infernais. - Disse ela subindo as escadas correndo – Mas mesmo assim... Sim. Isso é a minha doce vingança.

- Ah, sua...! Uou! – Rodrigo virou-se para enfrentar mais alguns cães que apareceram.

Amanda correu o máximo que pode, e assim que subiu todos os andares, ela parou em uma plataforma de metal que dava de cara para a tal caldeira. Os cabos de ferro estavam lá, e como pareciam fracos e enferrujados, Amanda pensou que seria fácil corta-los.

- Vai á algum lugar? – Perguntou Ares atrás dela. Ela se virou já sacando sua espada, e defendendo-se a tempo de um ataque de Ares. Ela foi recuando cada vez mais, enquanto o Deus da guerra continuava atacando – Vocês não sairão daqui com vida, traidores!

- Não somos traidores! – Protestou ela virando-se e correndo em direção ao fim da plataforma, mas Ares foi mais esperto. Ele cortou um dos cabos que seguravam a própria plataforma – Uou!

A plataforma rangeu e se inclinou para a frente. Amanda escorregou, mas conseguiu se segurar no chão. Nina tinha ficado para trás. O hamster correu em direção á amiga, mas Ares o pegou antes disso.

- Depois de tudo isso... Você voltou a estar em perigo, hein? – Riu Ares, mas Nina mordeu a sua mão com seus pequenos dentes de roedores – Ah! – Ares apertou-a em sua mão com força – Você atrapalhou os meus planos pelo última vez, Nina.

O Deus da guerra lançou Nina para fora da plataforma, e os olhos de Amanda se arregalaram. Ela tentou correr para pegá-la, mas não conseguiu.

- Nina! – Amanda gritou, e depois virou-se para Ares com raiva. Ela ergueu sua espada e avançou contra ele – Seu monstro!

- Você é a próxima! – Disse ele bloqueando com facilidade todos os seus golpes. Ares estava prestes a cortar a cabeça de Amanda fora, quando algo parou bem na frente de seu rosto. Um hamster – O que?!

Amanda olhou para o hamster que flutuava no ar.

- Rodrigo? – Perguntou ela.

- Ah, tinha que ser o intrometido do esquizofrênico de novo... – Resmungou Ares furando o espaço onde Rodrigo devia estar, mas não havia ninguém. Ele parou os olhos em Nina, e franziu o cenho – Você está voando?!

Houve um momento de silêncio.

- Salve Nina Castro! O hamster voador! – Riu Amanda levantando os braços. Amanda começou a rir, enquanto Nina voava em torno de Ares como uma mosca. O Deus tentava corta-la com a espada, mas não conseguia, o que o deixava cada vez mais irritado.

Amanda virou-se e notou que conseguiria cortar os cabos, se Nina continuasse daquele jeito. Ela correu até a caldeira e pulou em suas cordas. Com sua espada ela cortou os cabos de metal, fazendo a caldeira se soltar e cair no chão da fábrica. Rodrigo desviou por pouco, e todos os cães infernais acabaram sendo esmagados. Muita sorte.

- Não! – Rugiu Ares com raiva – Malditos pirralhos!

Nina voou até o bolso de Amanda novamente, que estava pendurada nos cabos de ferro. A filha de Hermes se soltou e gritou “Maia”, poucos metros do chão, impedindo que morresse com a queda.

- O que foi, Ares? Está irritadinho? – Zombou Rodrigo – Ui! Que medo!

- Acho... Melhor você não fazer muitos comentários... – Disse Amanda para ele.

- Vou me lembrar de vocês, pestes. Estão ferrados. – Rosnou ele do topo da fábrica – Se acham que virar um hamster é ruim, não vão nem querer saber o que aguarda vocês.

Com isso ele sumiu, deixando os três sozinhos em uma fábrica de sardinhas destruída.  


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?

Vamos ver agora para onde o grupo da Flávia vai...

Até o próximo capítulo!

Beijos...