Friends By Fate 2 - Enemies By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 28
Diversão na fábrica de sardinhas


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!



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Rodrigo olhou para Amanda, e ela soube exatamente o que ele queria.

- Ainda em Chicago. – Disse Amanda em um tom sussurrante – Perto da Chinatown.

- Calada, Freitas. – Disse Ares dirigindo o carro – A não ser que queira que eu esmague a sua amiga roedora.

Amanda se calou e virou para frente de novo. Ela e Rodrigo ocupavam o banco de trás do carro de Ares, e estavam indo em direção á algum lugar desconhecido. A única coisa que o Deus da guerra tinha dito era que ele assistiria á uma “luta sangrenta”.

Seja lá o que isso significasse... Não ia ser nada bom.

- Chinatown... Mas que droga é essa? Para que ele está nos levando para lá?! – Pensou Rodrigo sem entender. Ele olhou para Ares, mas duvidava que ele iria responder alguma coisa, por isso nem abriu a boca.

Nina fazia alguns sons estranhos que todo hamster faz, mas Ares continuava segurando ela com força. Caso Amanda e Rodrigo protestassem, ele esmagaria ela. Esse era o doce acordo que tinha feito.

Quando Ares finalmente parou o carro, os dois meio-sangues do banco de trás ficaram confusos. Eles olharam sem entender que lugar era aquele. Não estavam na Chinatown. Bem... Estavam na frente da Chinatown, mas o carro estava parado na frente de uma construção enorme, com uma placa enferrujada e velha que dizia: “Fábrica de sardinhas de Chicago”.

- Sardinhas? – Perguntou Rodrigo – Vai nos obrigar a comer peixe até passar mal?

- Não, idiota. – Respondeu Ares revirando os olhos – Fábrica de sardinha é só um título para enganar os mortais.

- Ou seja... O que quer que esteja aí dentro, não é nada bom. – Concluiu Amanda. Ares virou-se para trás e sorriu maldosamente.

- Puxa... Como foi que você adivinhou? – Riu ele – Desçam do carro.

Rodrigo abriu a porta e saiu. Amanda fez o mesmo. Dois motoqueiros que estavam no bar, os seguraram pelo braço e arrastaram até lá dentro. Era uma fábrica de sardinhas desativada. Tinham escadas, andares, esteiras, e todo o tipo de máquinas, mas nada parecia ser usado desde 1960.

- Por que nos trouxe até aqui? – Perguntou Amanda.

- Porque ninguém vem aqui desde o “Grande Incêndio de Chicago”. A fábrica foi destruída. – Contou Ares – Mas deu para remontar. Só que os mortais a deixaram de lado pouco tempo depois.

- Que interessante. Agora que já deu uma aula de história, nós podemos ir, certo? – Resmungou Rodrigo. Ares acertou um soco na barriga dele.

- Cala essa boca, rabugento. – Disse ele, e depois sorriu – Bem melhor. Voc~es dois, levem esses pirralhos para aquela sala ali.

Os motoqueiros assentiram e levaram os dois para uma pequena cela, que parecia pertencer á uma prisão. Depois de jogarem os dois ali, eles trancaram a porta.

- Não tranca. Nós não sabemos se tem uma chave que abra a porta. – Advertiu um dos motoqueiros, só que era tarde demais.

- O que?! Seus putos! – Xingou Rodrigo querendo arrebentar os dois motoqueiros, mas as grades o impediam – Você é um covarde, Ares! Tá com medo de nos enfrentar, é? Vem cá e...!

- Ah, você quer mesmo?! – Perguntou Ares dando um passo forte na direção da sela, mas Rodrigo se encolheu.

- Não! Não... Fica aí mesmo. – Disse ele indo para o fim da sela.

 Amanda chegou perto da porta e tentou abri-la, mas estava mesmo trancada. Ela analisou o cadeado por alguns segundos, e soube exatamente como abri-lo, mas antes que pudesse...

- Isso. Abra o cadeado. – Incentivou Ares – Como filha de Hermes, você deve saber arrombar portas e tudo mais. Provavelmente vai querer pegar a sua amiga de volta, não é mesmo?

- Não entendi aonde você quer chegar. – Falou ela em dúvida.

- Simples. – Sorriu Ares. O Deus da guerra estalou os dedos e alguns cães infernais apareceram no local. Eles eram enormes latiam ferozmente para a cela – Você abre essa sela e tenta salvar a sua amiga. Só que ela está comigo. Pobre hamster fedido...

Ares lançou Nina para o ar, e pegou novamente com a mão. Estava usando ela como moedinha. Jogando e pegando, só para deixá-la com medo.

- Pare com isso! – Falou Amanda, mas de nada funcionou.

- Pare com isso! – Imitou Ares em deboche – Venha até aqui e me faça parar!

A filha de Hermes quis realmente fazer isso, mas por fim preferiu não ir.

- Se vocês saírem dessa cela e tentarem roubar ela de mim... Terão que lutar. E se lutarem contra mim, um Deus... – Ares falava tudo bem devagar e com um sorriso maligno. Amanda não estava entendendo onde ele queria chegar, mas Rodrigo sim.

- Seremos traidores. – Completou Rodrigo com raiva – Desgraçado!

- Pois é. Que pena, não? Todos vocês vão morrer. Que triste... – Ares fingiu estar sentido, mas depois soltou uma gargalhada maligna.

- E se nós continuarmos aqui? – Perguntou Amanda cruzando os braços.

- Vocês não vão. Acreditem. – Sorriu ele segurando Nina – Eu vou dar um incentivo á vocês... Traidores.

Ares assoviou e os cães infernais olharam para ele. O Deus da guerra soltou o hamster no chão, e Nina começou a correr em direção á cela. Só que... Os cães foram atrás.

- Nina! – Gritou Amanda – Cuidado! Volte para perto dele!

Nina não conseguia. Ela estava no meio da fábrica de sardinha, e os cães a perseguiam cada vez mais. Uma hora ela seria pega, e esse seria o fim deles.

- Entra em algum buraco de rato, Nina! – Exclamou Rodrigo – Lá eles não te alcançam!

Nina tentou, mas quase foi pisada por um dos cães. Amanda pôs a mão sobre seu canivete e pensou em uma ferramenta que serviria para arrombar a cela.

- Você vai abrir a porta?! – Perguntou Rodrigo – Se fizer isso...!

- Se eu não fizer isso, a Nina vai morrer! – Exclamou Amanda usando a ferramenta na porta, mas ela se deteve ao ver Ares pegar sua espada novamente. O Deus da guerra andou calmamente até o centro da fábrica, ficando entre Nina e os cães infernais, e a cela onde eles estavam.

- Estou esperando. – Sorriu ele cheio de vontade de matá-los.

Estavam encrencados. Mesmo que abrissem a porta da cela, eles teriam que lutar contra Ares para pegar a Nina. Isso se já não fosse tarde demais. Amanda olhou para Rodrigo.

- Ótima hora para você ter um plano. – Disse ela – E rápido!

Rodrigo parou para pensar. Ele olhou para Nina, e depois para Amanda.

- Abre a porta. – Disse ele – Agora.

- Mas... O que vamos fazer?! – Perguntou ela.

- Só abre, e você vai ver! – Insistiu Rodrigo – Anda logo, Amanda!

Ela não discutiu. A filha de Hermes arrombou o cadeado da cela, e eles saíram. Sem hesitar, Amanda fez a ferramenta do canivete virar sua espada, e preparou-se para um possível ataque de Ares. Só que o Deus da guerra começou a rir.

- Você está ferrada. – Riu ele – Muito mesmo!

- É, eu acho que percebi. – Comentou ela.

- Eu acho que ainda não. – Discordou ele. Amanda franziu o cenho e olhou em volta. Rodrigo não estava mais lá do seu lado. Ela estava sozinha em frente ao Deus da guerra.

- Rodrigo! – Exclamou ela – Seu plano é sumir e me ferrar?! Seu idiota! Espera só eu te pegar!

- Acho melhor você pegar outra pessoa antes, não é? – Perguntou Ares.

Ele tinha razão. Nina estava em ar puros. Amanda podia espancar Rodrigo mais tarde, de qualquer jeito.

A filha de Hermes correu na direção de Ares, e no último segundo disse “Maia”, fazendo seus sapatos ganharem asas. Ela voou o mais alto que pode, na tentativa de escapar de Ares, mas não conseguiu.

Ele esticou a mão na direção dela e começou a movimentá-la. Os tênis de Amanda começaram a obedecer os movimentos da mão de Ares. Ziguezagueando no ar, Amanda deixou a sua espada cair.

- Para! – Pediu ela tonta – Estou sentindo o gosto do meu café da manhã!

Ares apontou sua mão na direção da parede perto da cela, e Amanda chocou-se contra ela, e caiu no chão.

- Ai... O chão está... Tremendo... – Gemeu Amanda tentando se levantar. Ela estava completamente tonta. Olhou para o lugar onde Ares estava, mas viu quatro Deuses da guerra no lugar de um só – Droga...

- Ainda acha que vai conseguir salvá-la? Cadê o seu amigo retardado? – Perguntou Ares olhando em volta – Aquele esquizofrênico deve estar se escondendo. Medroso.

- Rodrigo... Faz alguma coisa... A Nina vai... – Amanda não conseguia falar muito bem. Ela se levantou apoiando-se na parede, e quando ficou de pé, viu que não tinha mais a sua espada.

- Procurando isso? – Perguntou Ares pisando na espada. Ele chutou-a na direção dela, e Amanda franziu o cenho – Pega. Eu vou te dar essa chance, mesmo sabendo que você não vai durar muito.

Amanda abaixou-se para pegá-la, mas acabou caindo no chão por causa da tontura. Ares riu. Atrás dele Nina continuava sendo perseguida pelos cães infernais.

Eles latiam, mordiam o ar, e tentavam esmagá-la, mas por sorte ela escapava. Só que não faria aquilo para sempre. Era um cena horrível de se ver, pois estava mais que na cara que eles iriam morrer.

Porém... Quando tudo estava perdido... O hamster começou a flutuar. Os cães infernais olharam para ele incrédulo, sem saber que, na verdade, era Rodrigo que a estava segurando.

O filho de Hades estava invisível, e conseguiu escapar sorrateiramente para trás de Ares e pegar a Nina.

- Cuidado! Eu sou um hamster fantasma! – Falou ele em uma voz sombria de fantasma – Tentem me comer e eu assombrarei vocês até o inferno!

Os cães, por incrível que pareça, ficarem tensos ao verem o hamster flutuante. Rodrigo foi chegando cada vez mais para trás, até que estava novamente do lado da Amanda.

Ares parou e olhou para o hamster.

- Mas que droga é...?! Ah! Você! – Rosnou ele ao perceber que era Rodrigo – Peguem ele.

- Amanda, cuida da Nina. Eu distraio eles. – Disse Rodrigo, entregando o hamster para a filha de Hermes. Ele se tornou visível novamente e fez surgir sua foice. Rodrigo correu na direção dos cães infernais, enquanto Amanda se recuperou aos poucos e se pôs de pé.

- AH, Nina... Você vai ficar bem. – Disse ela sorrindo para o hamster – Vou te por no meu bolso, e... Ei!

- Você quer isso, garotinha? – Riu um dos motoqueiros. Ele pegara a Nina da mão dela, e a levantava alto demais para Amanda pegar.

- Jogue para mim. – Disse Ares. O motoqueiro jogou, e Amanda arregalou os olhos pensando que ela cairia no chão, mas Ares a pegou – Há! Isso vai ser divertido.

- Devolva! – Exclamou Amanda, mas assim que ela chegou perto de Ares ele lançou Nina para outro motoqueiro – Ei! Cuidado!

- Não quer que ela caia no chão? – Riu um deles – Ops!

Ele soltou a Nina, mas quando estava prestes a tocar o chão, segurou de novo. Amanda quase gritou de medo, mas quando o viu pegar suspirou aliviada. Ela tentava sempre pegar o hamster, mas eles ou jogavam para os outros, ou seguravam alto demais para que ela não alcançasse.

- Isso não é justo! Nós pegamos a Nina, agora devolvam ela! - Pediu Amanda irritada com aquele jogo infantil.

- Aaw, pede “por favor”. – Zombou um dos motoqueiros – Ei, Paul! Pega!

Paul pegou a Nina no última segundo, e a levantou bem alto.

- Vem aqui pegar, vem. – Riu ele.

Amanda trincou os dentes. Ares começou a rir junto com eles, e isso provocou mais raiva ainda. Se ela fosse mais forte, ou mais alta que eles, ela é que estaria rindo naquele momento.

- Opa. Idéia! – Pensou ela.

A filha de Hermes sentou no chão, bem no meio da rodinha que eles tinham feito. Os três pararam e olharam para ela rindo.

- Que foi? Vai chorar é? Pena que seu amigo não pode te salvar, cabeça de vento! – Zombou Ares.

- Acho que o Paul é que vai chorar. – Comentou Amanda. Ela levantou-se rápido e esticou o braço esquerdo na direção de Paul – Não se mova.

Paul arregalou os olhos. Enrolado em todo o braço esquerdo de Amanda, estava uma cobra verde de mais ou menos um metro de largura. A cabeça da cobra encarava Paul com bastante atenção. Sua língua sibilou para ele.

- O que... O que é isso?! – Perguntou Paul com medo.

- Isso é uma Opheodrys aestivus, vulgarmente chamada de cobra verde. – Respondeu Amanda com um sorriso triunfante – Uma cobra que pode medir até um metro e quinze centímetros. Se ameaçada ou irritada, ela morde sem pensar duas vezes.

- Ahm... – Paul ia chegar para trás.

- Não se mexa! Ela pode atacar. – Alertou Amanda – Atacam também se filhas de Hermes que tem poderes especiais falarem com elas.

- Maldita. – Resmungou Ares não achando mais graça da situação – Como você vai falar com a cobra?!

- Quer ver? – Amanda olhou rapidamente para Ares, e depois para Paul – Felix, me diga... Você quer morder esse cara que está segurando o hamster?

- Pode ter certeza. Adoraria vê-lo chorando de medo! – Concordou a cobra, mas como sabia que eles não a ouviriam, ele assentiu com a cabeça.

Paul e o outro motoqueiro arregalaram os olhos com medo.

- A-Aqui... Pode pegar a sua amiga hamster. Boazinha. Viu? – Gaguejou Paul estendendo a mão devagar – E-Eu sinto muito. Desculpa.

- Acho bom pedir desculpa mesmo. – Sorriu Amanda simpática. Ela pegou a Nina com ele, e lançou o braço para frente. Felix esticou-se e fingiu que ia morder ele, o que fez Paul sair correndo para fora da fábrica – E quanto á você? Quer ver o Felix de perto?

- Não! – Gritou o outro motoqueiro – Eu... Estou vendo bem daqui.

- Mesmo? – Perguntou Amanda andando na direção dele. O cara saiu correndo com medo, e deixou a fábrica. A filha de Hermes começou a rir da cara dos idiotas. Finalmente pôs Nina no bolso, e olhou para Ares – Acho que a sua brincadeirinha já acabou, não é?

O Deus da guerra rosnou para a cobra e para ela.

- Ela nem começou. Acha que eu vou deixar vocês, inúteis, saírem daqui?! Vou arrancar o coro de vocês e usar para estofar a minha moto. – Rugiu ele avançando com a espada.

- Lá vamos nós... – Pensou Amanda vendo que ainda teria mais lutas pela frente.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?

Eu, particularmente, adoraria ver a cara daqueles motoqueiros assustados por causa da cobra! Ha ha!

Espero que tenham gostado!

Beijos e até o próximo!