Friends By Fate 2 - Enemies By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 23
Prazer em conhecer


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai outro!



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Os leões avançaram ferozmente em direção ao pequeno hamster que corria em círculos freneticamente pelo chão. Amanda e Rodrigo correram em direção á ela o mais rápido que conseguiam.

A filha de Hermes sacou sua espada e tentou ferir uma das feras, enquanto o filho de Hades mandou Teisk lutar contra o outro leão. Nina desviava desajeitada de todas as patas que ameaçavam esmagá-la.

- Nina! – Gritou Amanda ao ver que ela seria pisoteada. Por sorte Teisk mordeu um dos leões e rolou para o lado com ele, dando á filha de Hermes a rápida oportunidade de pegá-la – Consegui!

Amanda segurou Nina, e achou aquilo um pouco estranho. Sua amiga era agora um pequeno roedor, que se mexia desesperadamente com suas minúsculas patinhas. Ela olhou novamente para os leões e decidiu que cuidaria de Nina depois, por isso a colocou em um bolso de sua mochila.

- Fique quieta aí, Nina. Vamos cuidar disso... De algum jeito. – Disse Amanda encarando os leões.

- Como ela virou um hamster?!  - Perguntou Rodrigo incrédulo.

- Hera. – Respondeu Amanda – Só pode ter sido.

- Porra! Era só esperar alguns minutos sem irritar ela, até que nós achássemos os perdidos! Que dificuldade tem nisso?! – Rodrigo pegou seu punhal, apertou o botão fazendo sua foice aparecer e começou a ameaçar os leões – Para trás!

- Acho que ela nos enganou. Não tem ninguém aqui! – Exclamou Amanda ameaçando-os com sua espada também.

Teisk recuava cada vez mais, junto dos três heróis, enquanto os leões rugiam e avançavam lentamente. Eles estavam perdendo as esperanças de conseguirem escapar de Wisconsin com vida.

- Já era. – Falou Rodrigo pesadamente – Nunca vamos ganhar com uma deusa contra nós.

- Mas...! – Amanda queria pensar em algo, mas nada lhe vinha á cabeça – Não... Nós temos que dar um jeito.

- Dessa vez não tem jeito. – Insistiu Rodrigo – Vamos encontrar o meu pai logo, logo.

Amanda olhou para ele, e viu que Rodrigo estava em uma mistura de pânico e frustração. Parecia que iria arrancar o cabelo a qualquer momento, mas antes que ele tivesse essa chance... Um som bem alto começou a tocar. Até mesmo os leões pararam o que estavam fazendo para ver o que era aquilo.

- Mas que porra é essa? – Perguntou Rodrigo olhando o que estava vindo na direção deles.

Um caminhão enorme estava passando pela remota estrada de terra que eles estavam. Era todo azul, e tinha um símbolo bem no capô: uma girafa e algumas árvores. Também tinha uma frase escrita na parte superior do vidro. “Zoo”.

- Um caminhão do zoológico?! – Exclamou Rodrigo incrédulo.

- Não. Um presente dos deuses. – Sorriu Amanda ao ter um plano. Ela aproveitou que os leões estavam distraídos, e segurou Rodrigo.

- O que que é isso?! – Berrou ele – Tira a mão de mim!

- Cala essa boca! Estou tentando ajudar! – Reclamou Amanda – Maia!

Os sapatos alados criaram asas novamente e levaram os dois para cima. Não voaram muito, já que o peso era enorme, mas foi o suficiente para que eles estivessem na altura do teto do caminhão.

Com um movimento rápido, Rodrigo pegou a mochila de Nina que estava no chão e a segurou com força. Aqueles raios não poderiam ser desperdiçados tão facilmente, pensou ele. Poderiam vir a ser muito úteis no futuro.

Amanda conseguiu guiar o tênis para o teto do caminhão no exato momento em que ele passou pelo ponto onde estavam. Os leões recuaram com medo de serem atropelados, mas não se deram por vencidos. Começaram a correr atrás do caminhão na esperança de que os dois caíssem. Ou talvez, só o hamster. Isso também servia.

Mas isso não aconteceu. Eles demoraram um pouco para se equilibrarem, mas conseguiram ir até uma pequena clarabóia, que dava para o interior da carga do caminhão. A música alta tocava na parte do motorista, o que eles esperavam que tivesse abafado o som do impacto deles contra o chão da carga.

- Eu nem acredito. – Disse Rodrigo.

- Não mesmo, não é? – Sorriu Amanda, mas estava escuro demais para eles notarem onde estavam – Rodrigo, não precisa ficar com medo. Não vamos morrer agora. Pode soltar o meu braço.

- Eu não estou segurando o seu braço. – Disse Rodrigo sem entender.

Ele tateou no escuro e encontrou em sua mochila uma lanterna. Rodrigo acendeu e olhou em volta. Tinha várias jaulas de animais por ali. A maioria estava pendurada no teto. Alguns pássaros coloridos, e uns morcegos também.

Ignorando-os, ele procurou Amanda no escuro, mas quando a achou acabou deixando um grito escapar.

- Ah! – Berrou ele com medo – Na-Na-Não se mexe!

- O que?! Por que...? Ah! – Amanda olhou para o seu braço e notou o que estava segurando-o – Cobra! Tira ela daqui!

- Eu?! Nem pensar! – Berrou Rodrigo – Fica... Fica parada! Ela pode te morder! Deve ter veneno com certeza!

- Você acha? – Perguntou Amanda com medo e vontade de chorar – Eu vou morrer?!

- Tsc. Ele não sabe nada. ­– Riu uma voz em sua cabeça. Amanda olhou em volta, mas não havia mais ninguém naquele vagão.

- Nina? – Perguntou ela tensa.

- Uhm... Não. Quem é Nina? ­– Perguntou a voz.

- Ahm... Nina é minha amiga, só que agora é um hamster. – Disse Amanda não querendo ignorar a voz.

- Sério? Eu gosto de hamsters! Posssssso fazer um lanchinho? – Perguntou a voz, agora em um tom mais sibilante.

- O que?! Não! Seja lá quem for, você não pode comer a Nina! – Exclamou Amanda – Quem é você, e onde você está?!

- Está falando com quem, sua maluca?! Esqueceu dessa cobra venenosa e medonha no seu braço?! – Berrou Rodrigo sem entender.

- Medonha é a sua cara! E saiba que eu posso ouvir, e que eu tenho sentimentos! – Disse a voz.

- Espera... Você é a cobra?! – Berrou Amanda olhando para o réptil em seu braço.

- Sim. Gosto do seu cheiro. E ao contrário dele, você pode me compreender. – Respondeu a voz – Agora, quanto aquele hamster...

- Já disse que não. Não pode comer a Nina. – Respondeu Amanda, mas depois se tocou do que estava acontecendo – Espera! Você é uma cobra! E está falando... Comigo?! Ah! Você é uma cobra mágica?! Que legal!

- Que porra é essa Amanda?! – Berrou Rodrigo com medo dela – Com quem que você está falando?!

Amanda olhou para ele, e resolveu arriscar. Ela estendeu o braço direito e a cobra deslizou por ele até a ponta de seus dedos. Ela esticou a cabeça e jogou-a levemente de lado. Sua língua bifurcada sibilou para o filho de Hades.

- Com a cobra. Você não consegue ouvi-la falar? – Perguntou ela.

- Que papo é esse?! Claro que não! – Respondeu ele – Como ia falar com um bicho bizarro desses?!

- Não morde ele. – Pediu Amanda ao ver que a cobra tinha avançado um pouco – Se ele morrer, nós vamos nos dar muito mal.

- Como você fala com a cobra?! – Os olhos de Rodrigo se arregalaram – Como?!

- Uhm... Sei lá. Ela é que falou comigo primeiro. – Respondeu Amanda encolhendo os ombros – Espera... Ah! Hermes! Ele tinha dito que eu falava com cobras!

- Hermesss. – Sibilou a voz da cobra em sua mente – Então é filha dele?

- Aham. Esse é o Rodrigo, filho de Hades. A Nina é filha de Zeus, mas por enquanto... É um hamster. De novo... Você não pode comê-la. – Disse Amanda olhando para a cobra – Qual é o seu nome?

- Não faz diferença...! – Rodrigo foi interrompido por um bote da cobra, mas foi só para assustá-lo.

- Você é muito grosso, filho de Hades. Se você fosse um hamster, viraria o meu lanche. – Disse ela, mas depois olhou para Amanda – Meu nome é Felix. Mas seria engraçado se dissesse para o seu amigo que o meu nome é Sanguinário, ou coisa do tipo.

Amanda riu do que a cobra tinha contado, mas Rodrigo ficou olhando para ela com cara de “What the fuck?!”. Ela resolveu contar o nome de verdade para ele. Após alguns minutos, Amanda tirou Nina da mochila, e o pequeno hamster entrou em pânico ao ver a cobra. Rodrigo brincou dizendo que pisaria nela, mas por sorte Amanda o impediu.

- Como vieram parar aqui? – Perguntou Felix.

- Ele perguntou como viemos parar aqui. – Disse Amanda olhando para Rodrigo – Bem, nós estamos em uma missão. Viemos para Wisconsin procurando...

Ela começou a contar a história, e Rodrigo revirou os olhos.

- Vai ser uma longa viagem... – Resmungou ele.

As caçadoras de Ártemis começaram a conversar sobre as caçadas que tinham participado quando Bruna estava no grupo, e contaram piadas sobre monstros e criaturas mitológicas. Bruna, a Deusa, e as caçadoras trocaram algumas risadas, mas Rita e Vinícius ficaram sem entender nada.

Eles tinham percorrido um bom caminho á pé, e já não agüentavam mais andar.

- Ahm... Será que nós não podemos parar? – Perguntou Vinícius que tinha passado um grande percurso em silêncio junto de Rita.

Todas as caçadoras olharam para ele com um olhar de desprezo.

- Tinha que ser um garoto molenga... – Comentou uma delas.

- Fraco. – Comentou outra.

- Ahm... Eu também estou cansada. – Comentou Rita hesitante por entrar na discussão. Os olhares foram de Vinícius para ela, mas não se tornaram nem um pouco mais suaves.

- Tudo bem. Podemos parar. – Confirmou Ártemis – Nós estamos quase chegando ao Arizona. As florestas de lá podem confundir as pessoas. Tenho certeza de que os meio-sangues perdidos estão por lá.

Sem mais nenhuma palavra, todas as caçadoras armaram o acampamento improvisado. Sacos de dormir serviram de sofá, uma pequena fogueira foi montada, e uma barraca também.

Todas elas estavam conversando ou interagindo juntas, mas Rita e Vinícius ficaram um pouco mais distantes.

- Qual o problema dessas malcuas?! – Perguntou Vinícius em um tom sussurrante – Elas estão me odiando, e eu nem contei uma piada!

- Acho que elas não gostam de meninos, mas... Elas também não foram nem um pouco simpáticas comigo. – Comentou Rita olhando de soslaio para elas.

Bruna estava conversando com elas alegremente, sem notar que Vinícius e Rita estavam sendo excluídos. Os dois estavam sentados em um tronco, enquanto observavam de longe as amigas de Bruna.

- Ok... Acho que prefiro ficar aqui. Odeio as suas piadas, Vinícius, mas não entendo nada quando elas começam a falar de monstros com nomes estranhos. – Disse Rita revirando os olhos.

- Nem eu! Tem maluco que entende isso?! – Comentou ele jogando os braços para o alto – Elas são muito estranhas, meu!

Rita concordou em silêncio. Bruna e as caçadoras riram mais um pouco de umas piadas, e a filha de Íris resolveu fazer um pouco de companhia para Rita e Vinícius.

- Oi! – Exclamou ela com um largo sorriso no rosto – E aí? Se divertindo muito?

Rita e Vinícius não responderam. Eles olharam para ela com cara de paisagem, e Bruna entendeu.

- O que foi? – Perguntou ela – Não acham elas legais?

- Legais? Elas nos odeiam! – Exclamou Vinícius apontando para elas.

- Não aponte! Seu mal educado. – Disse Rita dando uma cotovelada nele – Mas... Bruna, ele tem razão. Elas não gostem nem um pouco de nós.

- O que?! Claro que gostam! Elas são tão legais! – Comentou Bruna sorridente – Olha só para elas! Somos como uma família!

- Ei, Bruna! – Chamou uma das caçadoras – Deixe eles aí e venha nos ajudar, rapidinho!

- Já vou, June! – Respondeu Bruna, e depois virou-se para seus amigos. Ela ia dizer que já voltava, mas o olhar deles a impediu – Vocês estão com raiva de mim?

- Não. – Respondeu Vinícius cruzando os braços – Estou com raiva delas.

- Uhm... Talvez estejamos sendo muito sensíveis também. – Comentou Rita tentando amenizar a situação. Ela levantou-se do tronco e parou ao lado de Bruna – Que tal eu ajudar elas também? Talvez assim nós nos demos... Melhor.

- Ótimo! – Sorriu Bruna alegre – Viu só?! A Rita entende que nós podemos nos dar bem. Agora vamos Ritinha.

Elas duas foram para perto da caçadora que as tinha chamado. Uma garota de mais ou menos 20 anos, com cabelos loiros e olhos verdes. Ela olhou para Bruna com um sorriso, mas ao ver Rita... Seu sorriso diminuiu um pouco.

- O que... Veio fazer aqui? – Perguntou ela.

- Vim ajudar vocês. – Sorriu Rita sem jeito – Sabe? Se precisa de ajuda, eu posso...

- Ah, não. – Disse June – Nós precisamos da ajuda da Bruna.

- Eu sei, mas eu posso... – Rita tentou dizer que ela poderia ter habilidades, mas foi interrompida.

- Ahm... O fato é... Filha de Afrodite... – June estava analisando como diria aquilo para ela – Nós precisamos da ajuda de uma caçadora como nós. Mas não se preocupe. Se precisarmos dos seus dons, nós te chamamos. Enquanto isso... Por que não vai pentear o cabelo, ou fazer as unhas? Relaxe um pouco.

O queixo de Rita caiu. Ela olhou para June com raiva e ofendida, e depois para Bruna. Esperava que ela dissesse alguma coisa, mas Bruna só abaixou-se e pegou alguns pedaços de lenha que deveria levar até perto da fogueira.

- Uhm... Não tem problema, Ritinha. Eu ajudo elas rápido, e depois nós conversamos, tá? – Sorriu ela sem ligar.

Rita pôs as mãos na cintura.

- Demore o tempo que você quiser. – Retrucou Rita irritada – Vou ficar longe de vocês para atrapalhar. Humpf.

Rita voltou para o tronco onde estava sentada, batendo forte o pé no chão. Bruna não entendeu muito bem. Só notou que Rita tinha ficado irritada com o que June dissera, mas decidiu que ajeitaria a situação depois.

Talvez ela só precisasse de um tempo para relaxar, pensou Bruna enquanto levava os troncos para perto da fogueira.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?

June já apareceu em outra fic minha. Muahaha! Tenso, não?

E quanto á Nina? Quando será que ela volta ao normal? Isso... Se ela voltar ao normal, é claro.

Espero por reviews!



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