Friends By Fate 2 - Enemies By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 24
Passada para trás


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem novamente...



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- Ele estava realmente perto. Poucos metros de distância, mas nós conseguimos atingi-lo com as flechas. – Contou uma das caçadoras – Foi bem fácil.

As caçadoras estavam conversando ao redor da fogueira. Rita e Vinícius sorriam eventualmente, fingindo entender tudo o que elas estavam dizendo, embora no fundo eles não tivessem a mínima idéia.

Bruna, por outro lado, estava entendendo tudo, e conversava fervorosamente sobre caçadas com suas companheiras.

Rita imaginou que ela devesse estar morrendo de saudades delas, mas não conseguia entender como Bruna poderia gostar de ficar cercada por garotas tão... Frias como elas.

Imaginou-se passando uns 50 anos perto delas, e fez uma leve careta ao encarar a possibilidade. Rita olhou para Vinícius, que observava desinteressado as outras conversando. Ártemis olhou para os dois e resolveu puxar assunto.

- Creio que vocês dois não estejam entendendo muita coisa. – Disse a Deusa, fazendo com os dois olhassem para ela, e que as caçadoras olhassem para os dois – Por que não contam de suas próprias aventuras.

Vinícius pode notar algumas garotas comentando baixinho: “Como se eles tivessem feito algo de tão bom...”, e resolveu que iria fazê-las engolir a frase.

- Nós lutamos contra vários monstros quando estávamos procurando o objeto perdido na última missão. – Disse Vinícius estufando levemente o peito – Nós enfrentamos a... Ahm... Rita... Qual era o nome daquela garota? A da loja de sapatos?

Algumas caçadoras riram debochando. Loja de sapatos? Humpf. Que aventura...

- Foi uma Empousai. – Disse Rita incentivando o plano de Vinícius. Ela também queria mostrar para elas que era útil e lutava contra monstros também – Nós tivemos uma luta violenta.

- É. Eu viz umas videiras nascerem e segurarem ela. – Contou Vinícius fazendo pose de “fuck yeah” – E a Rita hipnotizou os balconistas para que ninguém chamasse a polícia.

- Era só manipular a Névoa. Era muito mais fácil. – Comentou uma caçadora.

- Uhm... Névoa? – Perguntou Rita franzindo o cenho.

- Não sabe o que é a Névoa? – Perguntou June olhando para ela – Como assim?

- Explica, já que você sabe. – Disse Rita cruzando os braços.

- Névoa é o que impede que os mortais vejam os monstros, ou coisas do nosso mundo. Todo meio-sangue sabe disso. – Contou June.

- Ah! Eu sabia. Tinha me esquecido. – Falou Rita se lembrando.

- Aham... Claro... – Concordou June, mas ela notou que no fundo a caçadora não tinha acreditado.

- Bem... Depois veio aquele bicho com umas quatro cabeças. – Continuou Vinícius.

- Bicho com umas quatro cabeças?! – Repetiu uma caçadora incrédula – Tinha que vir de um garoto idiota...

- O que que tem? – Perguntou Vinícius sem entender.

- É uma hidra. O nome do monstro é hidra. – Respondeu Ártemis – Mas tudo bem... Como venceram a hidra?

- Nós lutamos muito contra aquele monstro. Um de nossos amigos quase morreu, na verdade. Mas ele conseguiu matar o monstro. – Contou Rita – Mateus é um verdadeiro herói.

- Um... Garoto. – Comentou uma das caçadoras.

- Pode ser... Tanto faz. – Respondeu outra.

Rita revirou os olhos, incomodada. Será que era tão difícil assim elas acharem que um garoto podia ser um herói?! Mateus tinha salvo a vida dela, e a de Vinícius também. Sem falar que ele foi um dos 4 meio-sangues indeterminados que conseguiu levar o elmo de Hades de volta para o dono.

- Quanto tempo vai levar para que nós cheguemos ao Arizona? – Perguntou Rita um pouco desconfortável – Acho que... Não devemos dar muito trabalho para você, Ártemis.

A Deusa da Lua olhou para cima. O céu estava escurecendo.

- São oito da noite. – Contou Ártemis – Nós provavelmente vamos levar mais algumas horas se continuarmos andando.

- Mas... Está escuro. – Disse Vinícius – Andar no meio do mato no escuro... Isso não é muito bom, não é?

- Tem razão. Acho que é perigoso. – Confirmou Rita – Se nós encontrarmos um monstro, nós...

- Vocês não precisam se preocupar. Nós protegemos vocês. – Disse June com um leve tom esnobe e superior.

- Não preciso que você me proteja. – Comentou Rita mal humorada – Posso me virar sozinha.

- Está mais que aparente que vocês ainda são... Principiantes como semideuses. Não há nada de errado em aceitar ajuda, filha de Afrodite. – Disse June – As caçadoras de Ártemis podem dar um jeito nisso.

- Meu nome é Rita. – Corrigiu ela – Não precisa me chamar de “filha de Afrodite”. E para a sua informação, eu posso muito bem cuidar de um monstro.

- Rita... Calma. – Disse Bruna olhando para ela – Nós só estamos tentando ajudar...

- Nós? – Perguntou Vinícius olhando para Bruna – Você está com a gente, ou com elas? Pensei que fosse do nosso grupo.

- É, mas eu sou uma caçadora. – Dise Bruna – Estou com vocês e com elas.

- Não pode estar com os dois, Bruna. – Disse Rita olhando para ela – Nós somos os doze da profecia. Ou você é um deles, ou é uma caçadora.

- Acho que está na cara o que ela prefere ser. – Respondeu June – Bruna é uma caçadora há mais tempo do que conhece vocês.

- Ótimo. Então fique com elas. – Respondeu Rita levantando-se – Ou você segue com elas, ou eu e Vinícius vamos partir nessa missão sem você.

As caçadoras começaram a rir histericamente. Rita chegou a fica surpresa. Nunca viu aquelas garotas sérias e frias rindo tanto.

- Qual é a graça? – Perguntou ela sem entender.

- Um filho de Dionísio, e uma filha de Afrodite?! Vocês acham que vão conseguir achar os meio-sangues perdidos antes de todas as caçadoras de Ártemis?! E ainda por cima... Sozinhos?! Há Há! – Riu June – Vocês não teriam chances!

O queixo de Rita caiu. Vinícius se levantou irritado.

- Somos mais capazes que vocês. Um bando de garotas revoltadas que anda pelo mato caçando! – Rebateu ele. Todas se calaram e fuzilaram ele com um olhar selvagem e furioso.

- Olhe a língua, rapaz. – Advertiu Ártemis levantando-se – Creio que seus modos não são aceitos no meio de minhas caçadoras. Embora queira transformá-lo em um coelho... Sinto que isso tornaria as chances do grupo de minha caçadora ganhar baixas. Bruna... Escolha. Está livre para decidir se quer partir com eles, ou continuar conosco.

Bruna olhou para Rita e Vinícius, e depois para suas companheiras.

- Ah, gente... Por favor. – Pediu Bruna – Para que arrumar confusão? As caçadoras são tão legais! Elas podem nos ajudar á...

- Não, elas não são legais! – Interrompeu Rita revoltada – Elas só são legais com você, ou será que ainda não notou isso?!

- Admita, Bruna... Essas garotas nos odeiam! – Exclamou Vinícius gesticulando com os braços.

- Não é verdade! – Protestou Bruna, mas depois notou que sim – Ahm... Mas...

- Mas, nada! – Reclamou Rita – Escolhe logo. Vem conosco, ou fica com elas.

Bruna não queria escolher. Quando concluiu a missão do objeto perdido, ela também teve que fazer uma escolha. Ficar com seus amigos, ou largar as caçadoras. Mas por sorte ela conseguiu negociar com Ártemis.

Porém... Estava mais do que claro que dessa vez ela não teria a mesma oportunidade. Não tinha um meio termo, e não tinha negociação.

Não deixaria de ser uma caçadora, é claro. Mas... Não seria legal abandonar suas companheiras. Muito menos os seus amigos.

Foi aí que ela se lembrou da profecia. A parte que dizia dos traidores. Se ela deixasse os amigos e fosse com as companheiras... Aquilo seria uma traição?!

- Gente... Com as caçadoras nós temos mais chances de encontrá-los. Nós podemos procurar nas florestas do Arizona, e... – Bruna estava tentando convencer seus amigos de ficarem também, mas não deu certo.

- Ih... Já vi o que você escolheu. – Disse Vinícius.

- Vamos embora, Vinícius. – Disse Rita virando-se.

- Não! Não façam isso! – Pediu Bruna – Nós temos que ficar juntos, gente! Não se lembram?! Ficamos juntos desde que entraram no colégio interno, e...!

- Aliás, você que quis ficar com a gente, ou só fez isso por que eram ordens da Ártemis?! – Perguntou Rita irritada com Bruna.

Ela engoliu em seco. Bruna não estava gostando nada daquela discução.

- É claro que... Bem... A Ártemis me deu a missão de proteger vocês, mas... – Bruna foi interrompida.

- Claro. Nós entendemos. – Confirmou Rita pegando sua mochila – Se achá-los no Arizona, mande uma mensagem de Íris para nós.

Com isso, Rita e Vinícius foram embora, sumindo no meio da mata. Os olhos de Bruna se arregalaram olhando os dois desaparecerem na escuridão.

- Calma... Você está melhor com a gente. – Disse uma das caçadoras dando tapinhas no ombro de Bruna.

O céu estava escuro. Provavelmente oito horas da noite. O relógio do carro devia estar marcando, mas á velocidade insana que as três irmãs cinzentas dirigiam era completamente impossível verificar a hora.

Quando elas finalmente pararam o carro, Bia, Mariana e Natália sentiram vontade de abrirem as portas correndo e beijarem o doce chão da Califórnia, mas mudaram de idéia assim que viram que ele era um pouco sujo. Claro... Todo chão de rua é.

- Chamem sempre, heroínas. – Riu uma das irmãs mordendo os dracmas que elas haviam entregado como pagamento.

- Ah, tá... Espere sentada. – Respondeu Mariana revirando os olhos – Nem morta eu volto nesse maldito carro.

O taxi sumiu na escuridão, e Bia suspirou feliz.

- Eu... Eu estou viva. – Sorriu ela para as amigas – Eu... Amo Hermes. Obrigado, Deus das estradas!

- Tá bom. Não exagera. – Cortou Mariana – Pega logo o mapa, e vamos ver onde temos que procurar agora.

- Uhm... De acordo com o mapa... – Bia  abriu, e a luz vermelha das setas desenhadas iluminou seu rosto em meio da escuridão da noite – Ele está apontando... Para lá.

Bia apontou a direção, e Natália virou-se para ler a placa que estava no caminho. Demorou um pouco, mas por fim conseguiu.

- São Francisco. – Leu Natália – É... Para lá que temos que ir?

- Sim. Tem um círculo vermelho no meio de São Francisco, então... É para lá. – Disse Bia dobrando o mapa novamente – Vamos nessa.

Elas decidiram seguir o rumo. Não estavam nem um pouco a fim de andar até São Francisco, por isso resolveram pegar um ônibus. Bia usou algumas poucas notas que tinham no seu bolso para pagar a passagem delas.

As três garotas sentaram-se no final do ônibus e esperaram até que o ponto chegasse.

- Nossa... Que diferença. – Comentou Natália – Digo... Entre um transporte normal e o taxi da danação.

- É mesmo... Doce transporte comunitário. – Sorriu Bia aliviada.

- Espero que nós encontremos aqueles manés logo! Cara... Que idiotas. Como podem se perder assim tão fácil?! – Falou Mariana.

- Mariana, nós nos perderíamos também se não tivéssemos ajuda dos Deuses. – Comentou Natália – Tipo... Não íamos ter idéia de onde era o Acampamento Meio-Sangue e muito menos de como se chegava lá.

A filha de Ares abriu a boca, mas viu que Natália estava certa.

- Ok... Você tem razão. – Comentou Mariana – Mas ainda assim... Quero que eles apareçam logo.

Depois de alguns minutos no ônibus, elas desceram em um ponto onde ficava o começo de São Francisco. Uma rua comprida e cheia de pequenos estabelecimentos. Todos abertos.

Bia, Natália e Mariana começaram a andar seguindo em frente. Não tinham um rumo certo, por isso teriam que seguir a primeira direção que aparecesse.

Não demorou muito, elas passavam na frente de uma loja de colchões quando ouviram um ronco muito alto. As três olharam para trás e viram uma moto passar extremamente rápido por elas.

A moto parou á uns metros na frente delas, e dela desceu o motoqueiro que a dirigia. Mariana sorriu assim que notou quem era.

- Papai! – Exclamou ela feliz – Oh, paaaai! Olha aqui!

Ares olhou na direção delas e foi andando até lá. Bia e Natália sentiram um pouco de medo ao ver aquele homem enorme e forte andando no escuro até elas. Se fosse um cara comum, elas sairiam correndo. Mas não podiam fazer isso naquele momento...

- Não venha com esse sorrizinho ridículo! – Rosnou Ares para ela – Acha que isso é hora de ficar feliz?!

Mariana franziu o cenho para ele, e depois cruzou os braços.

- Como é que é?! – Perguntou ela irritada com a grosseria de seu pai.

- Você me ouviu muito bem. – Rebateu ele com um olhar furioso, mas depois olhou para as outras duas – E vocês duas... Não pensem que estão fora da minha mira!

Bia e Natália arregalaram os olhos sem entender do que ele estava falando.

- Onde estava com a cabeça quando pensei que vocês três fedelhas poderiam cuidar dessa missão, sozinhas?!  Nunca vi garotas mais idiotas e com péssimo senso de direção antes! Eu devia dar uma bela surra nas três por serem tão retardadas! – Ares cerrou os punhos e estendeu a mão para cima. As três se encolheram, mas ele não atacou.

Mariana olhou para ele sem entender, mas logo começou a gritar.

- Por que você está gritando comigo?! Ficou maluco?! Para com isso, ouviu?! – Berrou ela com raiva e ainda sem entender.

- Por que?! – Rugiu Ares – Você ainda não sabe o por quê?!

- Não! – Respondeu Mariana.

- Sua burra! – Rugiu ele novamente. Com agressividade, ele tomou o mapa da mão de Bia – Você também! Uma filha de Atena, uma sabe-tudo de marca maior não sabe nem reconhecer algo tão óbvio?!

- O que...?! Ei! O meu mapa de pirata! – Choramingou Bia com medo.

Em um acesso de fúria, Ares rasgou o mapa de Hermes em mil pedacinhos. Depois ele assoprou tudo na direção de Bia, e a filha de Atena fechou os olhos triste.

- Por que fez isso?! Era o mapa que Hermes nos deu para ajudar na...! – Mariana foi interrompida.

- Ajudar em porra nenhuma! Vocês foram enganadas, suas antas! – Berrou Ares.


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Notas finais do capítulo

Tam tam tam taaaaam!

Final dramático, não?

Vamos ver o que vai acontecer no próximo.

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