Friends By Fate 2 - Enemies By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 21
Everybody hates Nina


Notas iniciais do capítulo

Nina, tente não morrer ao ler esse título, certo?

Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/138364/chapter/21

Quando eles finalmente desceram do ônibus, Rodrigo teve vontade de nunca ter saído do Acampamento Meio-Sangue.

- Isso só acontece com a gente, não é? – Queixou-se ele olhando em volta – Só pode ser! Não vejo ninguém nesse mundo se ferrar tanto!

- É porque não existe ninguém nesse mundo que se ferre tanto quanto a gente. – Comentou Amanda – Mas isso nunca vai mudar, então pare de reclamar.

- Mas olha para isso! – Reclamou ele apontando para a paisagem ao redor.

Elas olharam. Os três estavam parados em um tipo de ponto de ônibus mal feito, porém achavam que devia ser o único ponto de ônibus existente em todo o lugar. Também não importava para qual direção você olhasse, porque todas elas mostravam só a mesma paisagem: várias e várias pastagens.

- É... Para onde agora? – Perguntou Nina para Amanda.

- Como eu vou saber? Sei que estamos em algum lugar de Madison, mas fora isso... Não tenho idéia de para onde ir. – Respondeu ela encolhendo os ombros.

- Vamos para qualquer lugar. Não importa para onde nós vamos, é tudo mato do mesmo jeito! – Decidiu Rodrigo.

Eles começaram a andar seguindo a estrada de chão que tinham pego de ônibus. A cada passo que eles davam, desconfiavam cada vez mais que os meio-sangues estivessem ali. Mesmo assim, já que já tinham pego o ônibus até Madison, eles achavam melhor continuarem andando.

Rodrigo olhou no relógio e viu que eram 3 horas da tarde. Eles já tinham andado por vários quilômetros, e... Nada. Sem sinal de nenhuma forma de vida. A não ser algumas vacas pastando, mas fora isso não tinha nada.

- Por quanto tempo vocês acham que vamos ter que andar por aqui? – Perguntou Nina – Eu estou ficando cansada.

- É mesmo. – Concordou Rodrigo – Mas ainda não achamos os perdidos, então...

- Os perdidos? É assim que está chamando eles? – Riu Amanda.

- O que que tem? Eles estão perdidos não estão? Então são Os Perdidos! – Falou Rodrigo simplesmente.

- É que fica meio engraçado. Dá um tom dramático... – Riu Amanda – O que me lembra... Nina! Nós não pegamos violões!

Nina franziu o cenho sem entender, mas depois sacou o que ela estava falando.

- É mesmo! Estamos colocando o pé na estrada e partindo rumo ao desconhecido! Só falta falar “foda-se” para o mundo e pegar um violão! – Concordou ela sorrindo – Bem... Vou completar um dos itens da lista agora... Foda-se, mundo!

Nina exclamou isso com as mãos fazendo um tipo de concha perto da boca, e o som de sua voz ecoou por aí.

Amanda riu junto com Nina, e Rodrigo ficou sem entender nada.

- Do que vocês estão falando? Eu hein... Parecem duas malucas. – Disse ele continuando a andar.

- Faz parte do sonho da Nina. – Disse Amanda – Por um violão nas costas, ir rumo ao desconhecido e dizer “foda-se” para o mundo.

- Que sonho lindo. – Comentou Rodrigo em sarcasmo.

- Qual é o seu sonho? – Perguntou Amanda de repente.

- Como assim? – Perguntou Rodrigo.

- O seu sonho. Alguma coisa que queira muito fazer. – Disse Amanda – Você sabe o que é um sonho. Qual é o seu?

Rodrigo franziu o cenho. Teve que parar alguns minutos para pensar direito, mas por fim abriu um sorriso largo e respondeu á pergunta.

- Eu quero ser um Deus. – Disse ele – Talvez matar Ares, que nem Kratos fez.

- O que?! – Disse Nina – Que porra de sonho é esse?!

- É o meu sonho, dá licença?! – Exclamou Rodrigo.

- Não digo isso de matar... Ele em voz alta. – Repreendeu Amanda olhando para os lados para ver se algo de ruim estava acontecendo – Não acho que vai melhorar a nossa situação você falar uma coisa dessas.

- Você me perguntou qual era o meu sonho e eu respondi! Queria que eu fizesse o que?! – Reclamou ele.

- Ah... Esquece. – Disse Amanda – Mesmo assim, acho que seu sonho não é possível. Ares é imortal. Não tem como matar ele.

- Ele era imortal no “God of war” e mesmo assim morreu. – Disse Rodrigo.

- É, mas isso é só um videogame! – Retrucou Amanda – Na vida real...

- Na vida real os Deuses também podem morrer, se aquilo que eles representam também morrer. – Explicou Rodrigo – Eles estão ligados aos seus símbolos, ou a suas... Sei lá, áreas.

Amanda parou para pensar naquilo, e sorriu para Rodrigo.

- Aaaaw, que fofo! Você quer acabar com as guerras e tornar o mundo um lugar melhor! Isso é um sonho muito legal. – Disse Amanda.

- O que?! Não! Eu não quero fazer isso! Quero só chutar a bunda de Ares! – Reclamou Rodrigo – É tão difícil de entender?!

Nina começou a rir ao ouvir o que Rodrigo tinha acabado de dizer. Amanda achou levemente engraçado, mas preferiu não rir. Ela tinha a ligeira impressão de que Ares podia ouvir o que eles estavam falando dele.

- Mas acho que isso seria impossível. – Disse Amanda – Ele tem no mínimo o dobro do seu tamanho, o triplo de força, o que elimina um combate corpo á corpo. E também... As guerras nunca vão deixar de existir.

- E qual é o seu sonho, Amandinha? – Quis saber Nina.

- O meu... Sonho? – Repetiu Amanda olhando para ela – Eu... Não sei. Acho que nunca parei para pensar nisso.

- Não tem nenhuma idéia? – Perguntou ela.

- Uhm... Não sei. – Disse ela encolhendo os ombros – Eu ainda vou pensar no assunto.

Eles continuaram a andar. A estrada de terra tinha uma cor bem clara, e dos seus lados tinham cercas de madeira (algumas quebradas) que davam á pastos.

Por incrível que pareça, eles conseguiram andar vários minutos envolvidos por um silêncio mortal. Um pouco na frente estava Amanda, que andava com um passo mais rápido. Atrás dela vinha Nina, que tentava acompanhar o seu passo tranquilamente.

Atrás das duas, vinha Rodrigo, o mais lerdo. Não que ele andasse devagar, mas acabou ficando um pouco mais para trás.

Em certa hora, o cadarço de Nina desamarrou, e ela parou rapidamente para amarrá-lo. Rodrigo passou a sua frente, e Amanda nem mesmo se tocou que ela tinha parado.

Nina abaixou-se e amarrou novamente seu sapato. Ela olhou para o caminho que eles tinham percorrido.

- Ai ai... Madison. Isso é quase um “lugar nenhum” no meio do mapa. Nunca vi tanto pasto junto. E... Olha. Vacas. – Pensou Nina vendo cerca de três vacas paradas no meio da estrada – Uhm... Vaquinhas tem uma vida tranqüila. Elas só ficam comendo pasto, e relaxando... Não tem que se preocupar com missões, e monstros. Só tem que tentar não virar hambúrguer.

Nina voltou a andar. Depois de poucos minutos ela olhou novamente para trás, e notou que dessa vez tinham mais algumas vacas. Cerca de umas 6. Nina pensou que elas tivessem escapado, provavelmente, pelas cercas quebradas, atraídas por alguma coisa no meio da estrada de terra.

- Uhm... Será que tem comida no meio da estrada? Só espero que um ônibus não venha e atropele elas. – Pensou ela.

Eles continuaram andando em silêncio, até que ele foi quebrado por alguns mugidos. Rodrigo e Amanda nem notaram, mas Nina olhou para trás. Antes tinham só umas 6 vacas, mas agora parecia que o rebanho inteiro tinha escapado e ido para o meio da estrada. Cerca de trinta vacas estavam andando lentamente pela estrada.

- Ahm... Pessoal. Acho que estamos sendo seguidos! – Disse Nina tensa.

Rodrigo e Amanda se viraram tensos, pensando que alguém estava no meio da estrada se escondendo atrás de alguma moita ou coisa parecida, mas todos os dois franziram o cenho ao verem que só tinham vacas ali.

- Ahm... Onde? – Perguntou Amanda – Tem alguém atrás das vacas?

- Como essas vacas vieram para o meio da estrada? – Perguntou Rodrigo.

- Acho que as vacas estão nos seguindo. – Disse Nina tensa.

Amanda riu ao ouvir aquilo, e Rodrigo deu um tapa na própria testa.

- Putz! Que idiotice! – Resmungou ele – Para de nos dar susto á toa!

- O que?! Estou falando sério! – Exclamou Nina olhando para as vacas – Acho que elas estão atrás de nós.

- Isso foi engraçado, Nina. – Riu Amanda, mas depois ela parou para pensar melhor – Uhm... Espera. Por que todas elas saíram juntas para o meio da estrada?

- Ah, claro! – Exclamou Rodrigo para Amanda – Que foi agora? Vai dizer que ela está certa, porque você viu um filme ou leu um livro das vacas assassinas do pasto de Madison, ou coisa parecida?! Vai se ferrar, Amanda!

- Cala essa boca! Vai dizer que não achar isso estranho? – Retrucou Amanda olhando para as vacas, que pareciam, de repente, um tanto... Suspeitas.

Rodrigo parou, contra gosto, e olhou para as vacas. Ele tentou pensar em alguma coisa que pudesse revelar que elas realmente eram ruins.

- Acho que... Apolo tem um rebanho de vacas sagradas. – Disse ele se lembrando de alguns livros de mitologia.

- Aaah, são vaquinhas do Apolo! – Sorriu Nina – Olá, vacas! Eu sou Nina, filha de Zeus, e amiga do Apolinho!

Nina deu um passo na direção delas, e algumas vacas fizeram um movimento estranho. Elas abocanharam o ar na direção de Nina. Elas estavam bem longe deles, mas mesmo assim eles puderam notar aquele movimento. Nina parou e estranhou aquilo.

- As vacas do Apolo não gostam de mim? – Perguntou Nina ofendida – Que absurdo!

Amanda riu um pouco, e olhou para a Nina.

- Nina! – Chamou ela, e assim que Nina olhou ela imitou o movimento da vaca – Nhac!

Nina e ela riram um pouco, mas Rodrigo não. Elas olharam para o filho de Hades, e notaram que seus olhos estavam levemente arregalados.

- Não se mexam. – Disse ele.

- Por quê? – Perguntou Amanda – Se lembrou de alguma coisa?

Rodrigo olhou para Nina.

- Elas não gostam de você. São vacas. – Disse ele ligando os pontos. Rodrigo começou a falar em um tom de voz baixo, o que era extremamente raro  – Tem uma pessoa que também não gosta nem um pouco de você. O animal que simboliza ela, são as vacas, os leões e os pavões. Com muita calma, é melhor nós...

- Hera! – Berrou Nina com medo, e isso foi um de seus maiores erros.

Todas as vacas começaram a correr na direção deles ao mesmo tempo. Rodrigo entrou em desespero e começou a correr feito um maluco. Amanda saiu correndo também, e Nina não ficou para trás.

- Porra Nina! – Berrou Rodrigo – Sua babaca! Tinha gritar o nome dela?!

- Porra Nina?! – Repetiu ela – Porra Hera! Essa mulher me odeia tanto que manda vacas atrás de mim!

- Esqueçam isso e corram! – Berrou Amanda.

- Fácil, né Filha de Hermes?! – Berrou Rodrigo, que estava ficando cada vez mais para trás – Você não tem problema nenhum para correr!

- Pois é! – Riu Amanda sem graça.

Se alguém olhasse de longe seria engraçado observar a cena. Amanda estava correndo na frente de todos, atrás dela vinha Nina, depois Rodrigo, e alguns metros depois um rebanho enorme de vacas que aumentava a cada minuto.

- Rodrigo, faz alguma coisa! – Reclamou Nina – Manda elas embora!

- Eu?! – Berrou ele – Como é que eu vou fazer isso?!

- Dá um jeito! – Pediu Nina, mas ela sabia que ele não faria nada – Pai, por favor! Se você estiver fazendo isso, fuzile essas vacas com um raio!

Nina olhou para o céu, mas nada aconteceu.

- Ok... Então fuzile a Hera! – Pediu ela.

Amanda olhou para trás e viu que as vacas começaram ir mais rápido depois de Nina disse aquilo.

- Isso não vai nos ajudar! – Exclamou Amanda – Temos que pensar em alguma outra coisa!

- Pai, faça com que todas essas vacas morram! – Pediu Rodrigo, mas nada aconteceu também – Merda!

- Ele não escreveu nem um bilhete descente para você! Acha mesmo que Hades vai nos ajudar agora?! – Berrou Nina.

- Ahm... Pai, eu sei que o Rodrigo está no nosso grupo, mas mesmo assim... Dê uma ajudinha! – Pediu Amanda, mas nada aconteceu também – Ok! Se morrer, nunca vou mandar presente do dia dos pais!

- Você nunca mandou. – Lembrou Rodrigo.

- E nem vou começar a mandar! – Exclamou Amanda.

- Já sei! – Gritou Rodrigo – Teisk! Teisk!

Os três continuaram correndo por uns minutos, até que o cão infernal pulou de uma das cercas de madeira e parou entre eles e as vacas de Hera. O cão começou a rosnar furiosamente para as vacas, que acabaram parando.

Teisk latiu e elas recuaram alguns passos.

- Há Há! Tomem isso, vacas nojentas! – Berrou Rodrigo com pose de “Fuck yeah” – Dêem um passo e vão virar hambúrguer!

- É! Voltem para a sua dona maldita! – Berrou Nina.

Do nada, um clarão cercou o lugar. Amanda, Nina e Rodrigo tamparam os olhos, e quando abriram tiveram que piscar os olhos um pouco para poderem enxergar novamente.

- Cacete! O que foi isso?! – Berrou Rodrigo – Eu quase fiquei cego!

- Eu também... – Disse Amanda esfregando os olhos – O que aconteceu?

- Não sei! – Respondeu Nina forçando a vista para enxergar melhor.

Ela viu que Teisk ainda estava lá, e que as vacas também. Mas entre as vacas e o cão infernal, tinha uma pessoa. Na verdade... Uma mulher.

Cabelos castanhos presos em um trança bem elaborada, um olhar gélido, um vestido amarelo bem arrumado, e uma energia estranha, pertenciam á ela. A mulher olhou para as vacas, e os animais ficaram completamente imóveis.

- É... Acho que chega dessa brincadeira. Podem ir. – Disse ela fazendo um sinal com a mão. As vacas voltaram normalmente para seus pastos, como se nada tivesse acontecido. A mulher sorriu, um tanto forçadamente, para os três heróis – Como vão vocês... Semideuses?

O jeito que ela falou “semideuses” serviu só para entregar mais ainda a sua identidade. Nina deixou seu queixo cair, e seus olhos se arregalaram.

- Hera?! – Disse ela quase sem voz.

- Sou eu... Filha de Zeus. – Respondeu Hera com repulsa. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ok... Quem acha que a Nina está ferrada, levanta a mão!

Mandem reviews!

Beijos e até o próximo capítulo!