Friends By Fate 2 - Enemies By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 20
Taxi, siga o mapa!


Notas iniciais do capítulo

Ok... Mais um capítulo!



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- O que foi mesmo que ele disse para nós fazermos? – Perguntou Mariana.

Elas já estavam paradas em um beco da Flórida, onde nenhum mortal poderia vê-las. Não tinha ninguém por perto, mesmo assim elas não tinham certeza se aquilo funcionaria.

- Disse para nós chamarmos a “Carruagem da danação”. – Lembrou Bia um pouco tensa – Eu não gosto nada disso...

- Ninguém gosta, mas... Ele foi educado em nos ajudar. Não pensei que Hermes fosse fazer isso, depois de toda essa história de cisão, mas ele fez. – Falou Natália olhando para as amigas – Acho que nada vai dar errado.

- Humpf. – Fez Mariana revirando os olhos – Vamos logo com isso. Bia, joga a droga da moeda no chão e chame a carruagem da danação.

- Eu?! Por que eu?! – Perguntou Bia tensa.

- Porque você é a filha boladona de Atena, não é? Vai nessa então. – Falou Mariana incentivando e apressando ela.

- Eu não quero! – Choramingou Bia.

- Então eu faço isso. – Falou Natália pegando a moeda da mão de Bia – Vocês não fazem nada também!

- Como é que é?! – Perguntou Mariana irritada.

- Fica quieta, Mariana. Nem vem. – Disse Natália se concentrando. Ela jogou a moeda no chão e falou “Pare! Carruagem da danação!” em grego, o que deixou todas elas de olhos abertos.

- Nossa! Você... Falou em grego mesmo! – Exclamou Bia.

- Sim. – Concordou Natália – Nem eu estou acreditando nisso!

- Olha para o chão! – Exclamou Mariana apontando para onde a moeda estava.

Sim. “Estava”.

Segundos depois de a moeda ter tocado o chão, um tipo de fumaça negra começou a emergir do chão. Primeiro não tinha uma forma certa, mas depois foi crescendo e crescendo... Até que ficou da altura de um carro.

Bia, Natália e Mariana chegaram para trás com os olhos fixos na fumaça.

Além de ter o tamanho de um carro, ela começou a tomar a forma de um carro. Elas não acreditavam no que estavam vendo, muito menos quando uma mão saiu da janela do passageiro na frente do carro e chamou ela com o dedo indicador.

- Venham... – Disse uma voz sombria.

Bia abraçou Natália com força e arregalou os olhos para o carro.

- Se essa é a carruagem da danação, eu acho que prefiro procurar os meio-sangues á pé. – Disse Bia com uma voz chorosa.

- De-Deixa de ser fresca. – Disse Mariana, mas nem mesmo a filha de Ares parecia confiante naquele momento.

- Deixa nada! Olha para esse carro! – Exclamou Natália arregalando os olhos.

- Vocês não vêm...? – Perguntou a voz sombria novamente – É a última chamada.

Bia olhou para Natália, que olhou para Mariana, que desviou o olhar. Nenhuma delas gostaria de entrar ali, mas se um Deus tinha indicado o carro para elas e entregado o mapa... Aquilo devia significar alguma coisa.

Natália foi a primeira a dar um passo na direção do carro. Bia soltou ela, e esperou até que Mariana fosse atrás. A porta de fumaça da parte de trás do carro se abriu e elas entraram hesitantes.

Assim que Bia, a última a entrar, se sentou, a porta fechou sozinha.

- Para onde vão? – Perguntou a voz sombria novamente.

Elas olharam para o banco do motorista e se assustaram ao verem que ele estava sendo dividido por três senhoras. Todas elas tinham cabelos pretos oleosos jogados na frente dos rostos.

O carro, por dentro, era completamente normal. Diferente do lado de fora, ele era bem sólido. O banco era de couro preto, os vidros estavam um pouco embaçados, e os cintos de segurança davam lugar á corrente de metal bem pesadas.

- Nós... Nós não sabemos. – Respondeu Natália, e depois olhou para Bia – Bia... Olhe no mapa e veja se ele diz alguma coisa.

Bia assentiu.

A filha de Atena abriu o mapa “H”, e assim que o fez uma luz azul neon brilhou. Ela estreitou os olhos, mas a luz logo diminuiu. Lá estava o desenho de todo o país. Um “X” marcava exatamente o ponto onde eles estavam na Flórida.

Na rosa dos ventos, a seta “Oeste” brilhava em vermelho. Bia observou bem e viu uma fina linha vermelha apontar para um provável destino.

- Uhm... Nós vamos para a Califórnia. – Respondeu Bia.

- Califórnia? – Perguntou uma das três senhoras – Nossos serviços não cobrem um rumo tão distante!

- De jeito nenhum! – Protestou outra senhora.

- Mas...! – Bia não sabia o que dizer para elas.

Mariana viu que era melhor ela mesma cuidar do caso, antes que elas fossem expulsas do carro.

- Escutem aqui! Não venham com essa palhaçada de “nossos serviços não cobrem áreas tão distantes” não, sacaram? Tão pensando o que?! Que viraram donas de empresas de celulares?! – Reclamou Mariana – Vocês tem ordens diretas de Hermes para nos levar para Califórnia, e é melhor cumprirem isso, entenderam?

- Não venha nos dar ordens, criança de Ares! – Resmungou uma delas.

- Não me chame de criança de Ares! – Reclamou Mariana – Sigam logo para Califórnia, ou eu vou chamar Hermes agora mesmo e ele vai dar um jeito de vocês nunca mais trabalharem em lugar nenhum!

As três senhoras chegaram perto umas das outras e debateram o assunto. Hermes era o Deus das estradas, o que poderia mesmo causar algumas complicações em seus trabalhos. Por fim elas voltaram ao normal.

- Levaremos com uma condição. – Disse uma delas.

- Não vem com essa porra de uma condição! – Reclamou Mariana.

- Sem pagamento, sem transporte. – Insistiu a que estava no volante.

Bia segurou o saco de moedas mostrou no ar para elas.

- Hermes disse que poderiam ficar com todas essas moedas aqui, se nos levassem para o rumo marcado no mapa. – Sorriu Bia triunfante.

- Feito! – Exclamaram as três juntas.

Bia entregou o saco para elas, e as velhas senhoras começaram a brigar por eles. A que estava no volante afundou o pé no acelerador, e o carro foi ganhando velocidade.

Bia resolveu que seria melhor colocar o sinto de segurança, mesmo que ele pesasse mais do que duas dela. Natália agarrou-se á porta do seu lado, e Mariana prendia as mãos com força no sofá do veículo.

- Carruagem da danação... – Comentou Natália tensa – Hermes não podia escolher um transporte melhor? Ou pelo menos que não fosse tão tenso...

- Bem... Como você disse... Ele foi gentil em nos ajudar. – Lembrou Bia – Em cavalo dado, não se olha os dentes.

- Podem confiar! Nós somos o melhor transporte de todos! – Disse uma das senhoras do banco de frente.

- Não se importem com esse nome, crianças. – Disse a senhora que estava dirigindo – Podem usar: “Taxi das Irmãs Cinzentas” ao invés disso.

- Taxi... Das Irmãs Cinzentas? – Repetiu Bia franzindo o cenho.

- Ira! Vire a direita! Direita! – Exclamou a senhora do meio de repente.

O carro virou violentamente para a direita, e Mariana e Natália foram lançadas violentamente para cima de Bia. Quando voltaram ao normal, a filha de Atena estava sentindo o seu corpo inteiro doer.

- Você não viu que era para virar para a direita?! – Reclamou Mariana com a motorista.

- Não! Tempestade roubou o meu olho! – Protestou a senhora que estava no volante do carro.

-... O que?! – Perguntou Mariana sem acreditar que tinha ouvido aquilo.

- Não vou devolver, enquanto você não me der os dentes! – Reclamou a Tempestade.

- Mas eu estou dirigindo, sua louca! – Reclamou a senhora do volante.

- Então não vai precisar dos dentes, Vespa! – Reclamou Tempestade.

- Vocês duas, parem de brigar! – Pediu Bia – Vamos bater!

- Me dá aqui esse olho! – A terceira senhora arrancou o olho de Tempestade e olhou para frente – Caminhão! Vire a direita!

- Ela arrancou o olho?! – Gritou Natália horrorizada.

O carro virou novamente para a direita, e Bia foi de novo comprenssada contra a janela. A filha de Atena teve um ataque de pânico.

- Eu quero sair daqui! Eu quero sair daqui! – Reclamou ela tentando abrir a porta do carro freneticamente.

- Bia! Não faz isso! Ficou maluca?! – Exclamou Mariana tentando impedi-la – Se você abrir essa porta, estamos ferradas!

- Mas...! – Bia tentou protestar, mas Mariana e Natália a impediram.

- Não! Agora fica quieta, e respira fundo, ok?! – Falou Natália.

Bia fechou os olhos e começou a choramingar pensando que iria morrer por causa do jeito louco com que aquelas senhoras dirigiam.

- Hermes, Deus das estradas... Faça com que nós não sejamos amassadas por um caminhão enquanto passamos pelo lado errado da rua, ok? – Pediu Bia em forma de oração.

Natália e Mariana se entreolharam tentando não rir, mas assim que elas começaram a ver que as coisas do lado de fora passavam cada vez mais rápido por elas, as duas pensaram que talvez Bia não estivesse exagerando tanto.

- Então é... Vespa, Tempestade e... – Natália olhou para as senhoras – E... Quem é a terceira?

- Ira. – Respondeu a outra senhora – Meu nome é Ira!

- Ira... Certo. – Assentiu Natália pensando – Vocês são aquelas senhoras que só tem um olho, e vêem o futuro ou coisa parecida?

- Sim! Somos as parcas! – Respondeu Vespa.

- As parcas... – Repetiu Natália tensa – Que legal.

- Espera! As parcas não são aquelas velhinhas que cortam o fio da vida das pessoas? – Perguntou Bia de repente.

- Somos nós. – Respondeu Ira – Mas também fazemos outras coisas.

- Nós sabemos de tudo! – Complementou Vespa.

- E vemos tudo! – Riu Tempestade em um tom sombrio.

- Sabem de tudo?! – Repetiu Bia – Então podem nos dizer onde os meio-sangues perdidos estão!

- É! Ou até mesmo... O que Cronos está armando! – Lembrou-se Natália.

- Sim, e não. – Disse Vespa.

- Sim e não?! – Repetiu Mariana impaciente – Explica isso!

- Nós podemos contar, sim. – Confirmou Vespa.

- Mas não vamos! – Riu Tempestade.

- Por que não?! Nós pagamos se for o caso! – Insistiu Natália.

- Não, não e não! Da última vez, foi um desastre! – Reclamou Vespa – Contamos o que iria acontecer, e aquele herói acabou morrendo.

- Ele ia morrer de qualquer jeito, sua velha! – Comentou Ira.

- Mas nós contamos! – Resmungou Tempestade – Não faremos isso de novo!

- Ahm... Nem se a filha da Deusa da sabedoria pedir com muito jeitinho? – Perguntou Bia sorrindo para elas.

As três senhoras se viraram, e elas tiveram a pior visão de todas. Todas elas tinham órbitas oculares vazias, completamente fundas e negras como um buraco sem fundo. Só uma delas tinha um olho. Um olho verde acinzentado que olhava para todos os lugares ao mesmo tempo.

- Não! – Reponderam juntas, e depois viraram-se para frente novamente.

Bia gelou. Nunca tinha visto algo tão grotesco e estranho. Dividir um único olho para o resto da vida devia ser terrível.

Aquelas senhoras podiam cortar a linha da vida de qualquer pessoa, por isso elas três preferiram não falar mais com elas. Somente o necessário.

- Quero sair desse taxi viva. – Comentou Bia – Mas a cada segundo que passa eu acho que isso é meio impossível.

- Ah... Nós... Vamos sair sim. – Confirmou Mariana tentando parecer confiante – Olha só para elas. Devem dirigir á anos, e...

- Carro!- Gritou Vespa com o olho – Vire a esquerda!

O carro foi jogado violentamente para a esquerda, desviando por muito pouco do outro carro que vinha logo na frente. As três heroínas viram suas vidas passarem diante de seus olhos como um flash.

- O que você estava dizendo, Mariana?! – Berrou Bia – O que?! Vai! Termina a frase!

- Bia... Calma. – Pediu Mariana tentando voltar a respirar novamente.

- Não! Eu não vou ficar calma! – Berrou Bia tendo uma crise histérica – A gente vai morrer! Vamos todas morrer!

- Para com isso! – Pediu Natália se ajeitando novamente.

- Para esse carro! – Gritou Bia – Nós vamos morrer, não vamos achar os meio-sangues, o Acampamento vai ser destruído, nunca mais vamos falar com o resto do grupo, Cronos vai dominar o mundo e a culpa é toda desse carro!

Natália arregalou os olhos para Mariana, e a filha de Ares tomou uma atitude. Ela segurou Bia pela gola da camisa e começou a sacudi-la violentamente.

- Acorda! Não morrermos ainda, e não vamos morrer! – Gritou Mariana, e depois deu um tapa no rosto de Bia – Pare com isso, ouviu filha de Atena?!

- Mas...! – Bia estava tentando não chorar.

- Mas, nada! Cala a boca, e respira fundo! – Cortou Mariana.

Bia fungou um pouco, mas acabou assentindo, e voltando ao estado normal. Ela se encolheu no canto do carro e fechou os olhos tentando relaxar.

Seria uma longa viagem até a Califórnia...


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Notas finais do capítulo

Ok... Quem gostaria de pegar esse taxi?

*Sons de grilos*

Enfim... Espero que tenham gostado. Quero reviews como sempre, ok?

Até o próximo!