Meu Namorado Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 17
Alice no país dos pesadelos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo!

Queria agradecer a todos que estão mandando reviews! Valeu mesmo gente! Eu vou responder todos eles, ok?

Aqui vai o novo capítulo...



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POV Ares.

Nós quatro nos sentamos á uma mesa perto do lago Holly Lake para descansarmos do jogo de basquete. A temperatura começava a cair a cada hora que passava, mas eu estava morrendo de calor.

“Você me enganou.” Comentou Apolo depois de alguns minutos de silêncio. Nossa! Será que ele não ia esquecer aquilo nunca?!

“Você também me enganou. Estamos quites.” Comentou Alice de volta. Ela riu quando Apolo fez uma careta infantil.

“Desculpe por não perguntar a vocês se teria problema jogar basquete com o Apolo. Não sei se vocês já se resolveram com toda essa coisa de namoro.” Disse Poseidon olhando para Alice e depois para mim.

“Estamos bem. Não guardamos mágoas nem nada parecido.” Respondeu Alice sorrindo. Ela (como todos nós) estava suando de tanto jogar. De hora em hora ela respirava fundo para poder recuperar o fôlego perdido na partida, mas em geral estava bem.

Lembrei-me do tamanho da lista de desculpas que Afrodite dava quando eu a convidava para participar de qualquer esporte ou jogo. Bagunça o cabelo, o cheiro do perfume importado iria passar, ia ficar suada, e mais um milhão de outras que me deixavam cansado só de ouvir.

Olhei para Apolo e ri triunfante.

“Está cansado porque nós dois chutamos o seu traseiro?” Perguntei rindo.

“Estou repousando as minhas energias, só isso. E você só ganhou porque a filha de Hermes trapaceou!” Comentou ele olhando agora para Alice. “Você me passou a perna!”

“Esperava algo diferente?” Eu ri.

“Ei! Só porque sou filha de Hermes não quer dizer que eu seja trapaceira!” Protestou ela um pouco ofendida.

“Ah, claro que não, benzinho. Você é a minha arma secreta contra o Apolo, só isso.” Sorri implicando com ela. “Tem a minha permissão para implicar com ele quando quiser, certo?”

Segurei o queixo dela de brincadeira, e Kelly desviou discretamente a minha mão. Senti vontade de rir, pois tinha certeza que ela estava com raiva de mim. Como era bom irritar ela...

Poseidon começou a conversar sobre alguma coisa a ver com lagos, mas eu não quis prestar atenção em todo aquele papo inútil. Olhei em volta tentando me distrair, mas o que encontrei acabou me deixando tenso.

“Alice... Por que você não volta para o quarto?” Perguntei olhando para ela.

Ao ouvir a odiosa palavra “Alice”, ela arregalou levemente os olhos. Sem entender muito bem, ela acabou me perguntando.

“Po-Por quê?” Perguntou sem enteder.

“Porque você está cansada. E também... Eu e Apolo vamos ter uma revanche de homem para homem. Volta e dorme.” Insisti.

Apolo franziu o cenho para mim, também sem entender. Será que ninguém entende quando eu quero me livrar de Poseidon para discutir um assunto sério?!

Na verdade... Alice entendeu. Ou... Meio entendeu.

“Ok. Você disse para eu dormir.” Enfatizou ela com um sorriso. “Divirta-se, e tente não acabar com o Apolo no seu jogo de macho.”

Ela deu tchau para Poseidon e foi embora. Garota chata...

“Bem... Acho que eu vou indo. Tenho certeza que vocês dois querem jogar sozinhos. Até mais, Ares. Até mais, Apolo.” Falou Poseidon acenando e indo embora também.

Quando todos foram embora, eu me virei para Apolo e me levantei da cadeira.

“O que deu em você?” Perguntou ele sem entender. “Quer jogar de novo?! Eu nem descansei ainda!”

“Não, idiota!” Exclamei. Apontei discretamente para o campo á distância. “Ali.”

Apolo, imbecil, olhou diretamente para lá. Eu o puxei violentamente para o outro lado, antes que ele estragasse tudo.

“Ei?! Não queria que eu visse?!” Reclamou ele.

“Não assim, sua anta! Seja discreto!” Reclamei. Apolo olhou novamente, só de dessa vez mais discreto. Ele fingiu que estava ajeitando o cabelo e quando viu o que eu queria mostrar, ficou sem palavras. “Você viu?”

“É... É o...”

“Eros.” Completei a frase.

“Maldito...” Resmungou Apolo. “Ah, como eu odeio esse cara! Fica se achando com aquele arco e flecha, como se ele fosse o Deus disso! Argh!”

“É. É. Agora escuta.” Falei. “Ele está longe, mas mesmo assim pode causar problemas. Se ele acertar a Filhinha de Hermes, ou pior... Me acertar, o plano vai por água abaixo.”

“Temos que mandar ele ir embora, então.” Disse Apolo concordando, mas então parou e olhou para mim. “Espera... Como ele sabe que vocês estão aqui? E para que iria querer causa essa confusão?”

“Afrodite.” Respondi simplesmente, e Apolo arregalou os olhos para mim. Em seu rosto surgiu um maldito sorriso, e eu tive vontade de socar ele.

“Uuuuh... Você se deu muito mal.” Riu ele.

“Quem foi que te perguntou?!” Exclamei irritado. “Escuta aqui... Vamos ter que cuidar dele, mas ele não pode nos ver.”

“Então vamos chegar por trás. Aquele cara não é tão inteligente assim.” Comentou Apolo.

“Vocês realmente se odeiam, não é?” Eu ri.

“A culpa é toda dele!” Reclamou Apolo irritado. “Aquele idiota fica jogando na minha cara que ele é muito bom em arco e flecha! Idiota exibido...”

“Te lembra alguém?” Perguntei tentando não rir.

Por incrível que pareça Apolo parou para pensar se realmente lembrava alguém. Só depois é que ele parou e olhou para mim franzindo o cenho.

“Ei... Espera. Isso foi um indireta por acaso?” Perguntou ele.

“Não. Que isso. Imagina.” Respondi revirando os olhos. “Agora vamos.”

“Mas...! E a Alice?! E se ele acertar ela?!” Perguntou ele nervoso.

“Por isso eu a mandei para o quarto.” Disse mostrando o quão inteligente eu era. “Ela vai ficar longe dele tempo o suficiente para nós acabarmos com aquele cara. Ou pelo menos colocarmos ele para correr.”

“É isso aí.” Concordou Apolo fazendo surgir seu arco e flechas. “Dessa vez ele me paga!”

Com isso nós fomos em direção á Eros.

POV Alice.

Não tinha a mínima idéia do que estava acontecendo com Ares, mas gostei muito da idéia de poder dormir em uma cama só para mim sem ter que me preocupar em acordar com ele puxando o meu pé.

Eu tinha pego um tipo de atalho para o quarto. Nesse caminho eu não teria que passar perto da piscina, o que poupava tempo. Mas antes que eu pudesse chegar ao quarto, algo me chamou atenção.

Uma placa indicava que tinha um labirinto feito de arbustos altos. Eles tinham mais ou menos uns dois metros e meio, o que tornava impossível olhar por cima para ver o caminho certo a tomar. Aquele era o tipo de armadilha que prenderia qualquer pessoa desajeitada, ou azarada (leia-se Alice Kelly), por isso eu resolvi passar bem longe da entrada.

Mesmo assim... Não pude evitar de entrar, pois quando tentei dar meia volta, ouvi um grito vindo do labirinto. Não era um grito feminino. Na verdade, parecia um garoto, que pelo jeito estava em perigo.

Não estava nem um pouco afim de entrar ali para descobrir o que estava havendo. Não mesmo. Eu fiquei repetindo para mim mesma: “Esquece, Alice. Esquece, Alice. Esquece, Alice...” , mas cinco minutos depois... Eu já estava andando pelo labirinto, com meu arco e flecha na mão, e completamente perdida.

Legal. Boa, Alice.

“Uhm... Alguém aqui?” Perguntei em voz alta. O silêncio respondeu, ou seja... Nada. “Oi! Tem alguém aí?”

Um vulto rápido passou na minha frente. Não tinha idéia do que aquilo era, mas não ia ficar para descobrir.

Virei as costas e resolvei pegar o outro caminho, porém acabei tropeçando em algo no chão.

Olhei para ver o que era, e notei que se tratava de um... Arco. Tipo o arco que eu usava com as flechas, só que aquele era dourado. Assim que o toquei, o arco diminuiu em minhas mãos até se transformar em um pequeno arco de cabelo.

O vulto passou novamente, e com eu estava no chão dessa vez, pude senti-lo tremer. Aquilo não era nada bom.

Sem pensar duas vezes, eu coloquei o arco na cabeça e saí correndo para a primeira direção que vi.

Não sei dizer ao certo o que aconteceu, mas eu virei algumas direitas, outras esquerdas, e finalmente parei em um corredor reto que dava a uma segunda bifurcação. No meio do corredor tinha um monstro enorme. Mas... Enorme mesmo.

Naquele minuto eu tive certeza que se Ares tivesse usado aquilo contra mim quando eu estava amaldiçoada, eu teria morrido na certa.

Era um monstro que eu conhecia muito bem pelos livros de mitologia da minha infância. Eu sempre tive medo dele, mas nunca pensei que existisse. Assim como nunca pensei que eu era uma meio-sangue, e que o meu pai era o Deus dos ladrões.

Não mesmo.

Mas lá estava ele. Com seus dois metros de altura, músculos enormes, dois chifres pontudos e afiados, e um olhar canibal que mirava em mim. Um touro/homem gigante que estava parecendo extremamente faminto.

Um minotauro.

Acho que por eu me chamar Alice, sempre fui muito curiosa. Como a Alice do País das Maravilhas, que seguiu aquele coelho e acabou caindo em um buraco. Eu segui um grito, e acabei me perdendo em um labirinto. A vida não é bela?

O monstro bateu o pé no chão. Eu teria corrido, atirado nele, ou feito qualquer coisa, se não estivesse congelada de medo. A única coisa que eu consegui fazer foi gritar. O mais alto que eu consegui.

“Aaaaaah!” Gritei.

O monstro avançou contra mim, e eu comecei a correr. Tentei atirar algumas flechas, mas elas de nada adiantavam contra a pele dura e resistente dele.

Me joguei no chão justo quando ele pulou para mim, errando por pouco. Levantei e saí correndo. Ao mesmo tempo que eu corria, eu gritava com medo. Podia sentir o chão tremer a cada passo daquele bicho, e a cada direção que eu virava, eu me sentia mais e mais perdida e desesperada.

A sensação de que nunca sairia dali era enorme. Tomava conta de mim e mexia com a minha cabeça.

Eu cheguei até um beco sem saída. Virei para ver se o monstro havia me seguido, mas ele não estava lá. O problema era que ele poderia estar em qualquer outro lugar do labirinto. Eu não queria sair para arriscar se conseguia achar a saída. Queria sentar no chão, me encolher e gritar por socorro.

Mas... Para quem eu gritaria?

Apolo e Ares estavam naquele jogo estúpido. Poseidon não ia prestar atenção. Hera? Nem pensar. Atena? Devia estar feliz por me ver ferrada. Afrodite? Há! Jogaria tempero em mim para assistir o minotauro me devorar viva. Talve fizesse um pouco de pipoca para assistir a cena, ou instalaria setas de neon escritas: “Alice está aqui! Venha pegar!”.

Não sobrou ninguém!

Senti algo passar por mim novamente. Eu larguei o meu arco e flecha e fiz surgir a minha espada. Não era muito boa com ela, mas tinha que servir. Dei alguns passos cautelosos para frente, ficando de costas para a parte sem saída.

Do nada... Silêncio.

Pensei que estava salva, mas de última hora... Duas mãos se esticaram do arbusto ao meu lado esquerdo e me puxaram para o túnel do lado.

“Aaaah! Me solta!” Gritei. “Não!”

Me debati, tentei cortar os braços da fera, mas não consegui. Quando estava do outro lado do arbusto, fui jogada no chão. Peguei a minha espada, e virei com toda a minha força. Consegui cortar algo, porém não vi direito o que era.

“Ah! Filha da...!” Alguém engoliu um xingamento.

Ahm... Minotauros não xingam... Ou xingam?

Olhei para o que tinha cortado, e vi que quem tinham me puxado foi Ares, e não o monstro. Arregalei os olhos ao vê-lo.

“Ares?!” Exclamei surpresa. “Mas o que você...?!”

Me interrompi ao ver seu braço direito sangrando. Tinha feito um corte nele, só que... O sangue era dourado.

Eu me levantei ainda tremendo um pouco de medo, e cheguei perto.

“De-Desculpa... Eu não queria...! Eu pensei que fosse o...!” Estava me sentindo culpada. Ares tinha me salvado, e eu acabei fazendo um corte no braço dele.

“Ah, você pensou?! E desde quando uma lesada que nem você pensa em alguma coisa que preste, Filhinha de Hermes?!” Ele voltara a ser grosso.

Por incrível que pareça eu trinquei os dentes, respirei fundo, e resolvi que não iria me irritar com aquilo. Eu tinha que ajudá-lo, infelizmente. Estava devendo uma á ele, mas Ares agindo desse jeito grosso.

“Eu disse... Me desculpe.” Falei devagar. “Como você me achou?”

“Não foi difícil! Era só seguir o som de uma pirralha berrando como uma garotinha assustada: “Ah! Socorro! Socorro!”.” Imitiu ele só para me irritar. “Qual é o seu problema, Filhinha de Hermes?! Tá com medo da sua sombra agora?!”

“Não é da sua...!” Engoli o resto da frase. “Vou me lembrar disso depois. Agora... Acho melhor cuidar do seu braço. Não vai parar de sangrar se você continuar apertando ele!”

“O braço é meu e eu faço o que eu quiser, Kelly! Não venha me dar ordens como se fosse inteligente ou coisa parecida!” Rebateu ele.

Fiquei em silêncio por alguns instantes e esperei ele descarregar toda a raiva em mim. Quando acabou, ele seguiu o meu conselho e parou de apertar o braço.

“Ótimo. Sabe como voltar?” Perguntei.

“Claro.” Respondeu ele. “Vamos logo para o maldito quarto.”

“Se Apolo estiver aqui, ele pode...”

“Apolo foi embora.” Cortou ele.

“Ah, legal... Então... Eu vejo o seu braço quando chegarmos ao quarto.” Murmurei. Senti um vulto passar novamente, e virei-me para trás. “Você viu?!”

“Vi o que?” Perguntou Ares. “Ah. O minotauro não está mais aqui. Não precisa ficar com medinho das sombras, pirralha.”

“Mas...!” Não disse mais nada. Mesmoa qua falasse, Ares não prestaria atenção.

“Estou ferrado... Ter que confiar o meu braço á uma musa de Apolo que não sabe nem mesmo desenhar... Ninguém merece... – Resmungou ele. “Vamos logo, Kelly! Apresse o passo!”

Quando nós finalmente saímos do labirinto, eu senti um enorme vontade de cantar “What a wonderful world” novamente.


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Notas finais do capítulo

E então?

O que será que aconteceu com Eros?

E... Que arco era aquele no chão do labirinto?

Mas a melhor pergunta é... Será que a Alice consegue fazer um curativo no braço do Ares, ou ele vai ter que amputar? Haha!

Quero reviews!

Beijos