- Nessie, Carmen está te chamando. Ela disse que vai buscar Tanya no aeroporto e perguntou se você quer ir com ela. – Minha mãe foi me chamar. Eu estava sentada no telhado da mansão. Algo que eu sempre fazia quando queria um tempo pra mim, um tempo pra pensar no que tinha acontecido em minha vida até hoje, em como estariam os lobos, Emily, Claire e nele.

- Diga a Carmen que agradeço o convite, mas não, obrigada.

- Tem certeza?

- Uhum.

- Então tá. Ahn.. Eu e seu pai vamos estar lá fora, no quintal. Qualquer coisa é só nos chamar.

- Ok, mãe. Pode ir...

Às vezes eu olhava o amor de meu pai e minha mãe e ficava imaginando se eu teria um amor assim. Tão... Tão... Intenso, tão lindo, tão... Irreal! Hmf! Um desejo quase impossível, eu acho... Já que quem eu mais amo provavelmente me vê como irmã mais nova, ou até mesmo como uma filha! Seria irônico se não fosse tão obvio...

Desci do telhado e fui para meu quarto. Escutaria um pouco de música antes de Tanya chegar. Peguei meu Mp4 e selecionei a opção aleatória.

Péssima idéia.

Qual música começou a tocar? Acertou se disse You and Me. Pra mim agora era impossível escutar essa música sem pensar em Jake. Sério, por que meu pai insiste em me manter nesse inferno, longe de todo mundo?! Longe do resto da minha família, dos Quileutes, da Claire - minha melhor amiga - e longe dele?

- Renesmee, desça aqui! – Meu pai me gritou do quintal. Ah, droga! Eu esqueci que ele lê pensamentos! Uma coisa muito difícil de se fazer quando se é vigiada 25 horas por dia... E agora vamos aquele blá blá blá de sempre...

Desci.

- Fala pai.

- Isso não é um simples "blá blá blá" como você pensa, filha! Quantas vezes eu vou te dizer que é pra sua própria segurança, por Deus!

- E o que você acha, pai? Que os Volturi vão me atacar quando eu puser os pés em Forks? Que se eu decidir ficar aqui no Alaska pra sempre eles nunca vão descobrir e vir conferir se eu ando matando alguém ou se eu não sou um monstro que põe o segredo dos vampiros em risco?

- Não fale assim com o seu pai, Renesmee!

- Ma... - Respirei fundo e contei até 70, como Claire me disse pra fazer uma vez. – Certo, desculpe pai. Mas vocês também têm que entender que eu estou longe de todos os meus amigos por quase 3 anos e isso não é a coisa mais fácil do mundo!

- Eu sei, Nessie. Mas seu pai só quer o nosso bem e se ele acha mais seguro ficar aqui, então vamos ficar.

- E eu nunca mais vou poder ver el..., quer dizer, ver o Seth, Embry, Jared, Claire, meus tios, meus avós e muito menos conhecer o filho do Sam e da Emily? Eu ia ser madrinha dele se vocês não tivessem me feito vir pro Alaska, sabiam?

- Seus tios e avós vem nos visitar todo mês, Nessie... – Minha mãe respondeu calma.

- Sim, mas e os outros? E o vô Charlie? Você não o vê faz quase 3 anos também! Isso não te incomoda?

- Agora chega, Renesmee! – Disse meu pai me olhando com raiva. Ele sabia que falar em Charlie com minha mãe não era a melhor escolha de assunto. E eu também sabia disso, mas foi impulso! Eu ando estressada ultimamente e eles devem ter percebido isso...

- Eu percebi, Renesmee, mas essa não é nenhuma explicação aceitável pras suas ultimas atitudes, mocinha!

"Que droga, pai! Saia da minha cabeça!"

- Você não sabe o quanto eu queria poder fazer isso! Com todas as pessoas!

Eu ia dizer alguma coisa, mas ouvimos o portão da frente se abrir e Carmen chegar com Tanya atrás.

- Nessieeeeee!! – Tanya gritou jogando as malas no chão e abrindo os braços pra mim.

- Tanya!! – Gritei indo em sua direção a abraçando. - Commentétaitsesvoyage*? (*Como foi sua viagem?) – Perguntei mostrando à ela que havia aprendido francês nos dias em que ela estava viajando. Na verdade, vovô Carlisle havia me ensinado muitas línguas, inclusive o latim porque a maioria dos livros que eu queria ler na biblioteca da mansão Cullen estava em línguas diferentes. Apenas o francês eu não sabia muito bem, e a viagem de Tanya à Paris me fez ter mais vontade de aprender a língua francesa.

- Monvoyagea été magnifique!Pariscontinue aussi bellequeladernière foisje suis allé! Jevoisque vous avez apprisàparlerun peu de françaispendant j'étais en Voyage...* (*Minha viagem foi magnífica! Paris continua tão bela quanto da ultima vez em que fui la! Eu vejo que você aprendeu a falar um pouco de francês enquanto eu estive viajando...)

- Mon père m'aenseigné.Sonvoyagem'a volonté enviede apprender parlerfrançais.* (*Meu pai me ensinou. Sua vontade me deu mais vontade de aprender a falar francês.)

- Bom travail, Edward!* (*Bom trabalho, Edward!)

- Merci, Tanya!* (*Obrigado, Tanya!)

- Lamento atrapalhar essa linda conversa frncesa, mas eu não falo francês. Podemos voltar ao inglês... Ahn... S'il vous plaît?* (*Por favor?) – Mamãe reclamou nos fazendo rir.

- De cette manière, vousapprendrezvite! Ops, desculpe-me, Bella. Desse jeito você vai aprender rápido!

- Oui, ma mère va même,si poursuit!* (*Sim, minha mãe vai mesmo se continuar!) Opa...

Tanya riu e continuou:

- Ok, ok, vamos parar com a brincadeira. Eu trouxe vários presentes para vocês!

- Sério?! Não brinca! Eu amo as coisas de Paris!

- Da próxima vez eu te levo junto! E não vai ter Edward que me segure! - Ela falou baixo para mim, o que me fez soltar uma risadinha.

- Eu ouvi isso, Tanya

- E era pra ouvir mesmo! Você prende muito essa garota, Edward!

"Ela tem razão, sabe?" – Pensei.

Meu pai revirou os olhos para Tanya e para mim.

- Então, como eu dizia antes de alguém – Olhou ameaçadoramente para papai. – me interromper... Estes para vocês, Edward e Bella...

- Obrigado, Tanya. Não precisava se preocupar.

- Ah, que isso, Edward! O que são alguns presentinhos? E este é para você, querida. - Disse me entregando um enorme embrulho rosa com uma fita de cetim preta.

- Merci, Tanya!* (*Obrigada, Tanya!)

- Pour rien, Le miel!* (*Por nada, minha querida)

Sorri e abri o pacote. No mesmo instante pude sentir minha visão ser embaçada pelas lagrimas que já ameaçavam cair. Não porque eu não havia gostado do presente. Era lindo. Um lobo de pelúcia com os pêlos castanhos avermelhados, que me fizeram lembrar imediatamente de quem eu menos queria lembrar naquela hora: Jake. A semelhança entre o lobo de pelúcia em minhas mãos e o lobo de verdade que eu tanto amava era totalmente visível e obvia. Mas a única diferença era que o de pelúcia estava comigo naquele momento. Mas o de verdade não estava. Ele não estava comigo. E isso só fez com que as lagrimas caíssem mais rápido e fortemente.

- O que foi, meu anjo? Não gostou do presente, é isso?

- Não, Tanya. Eu amei, mas é que... Ah, desculpa! Licença, gente... – E subi correndo as escadas com meu lobo nas mãos.

Cheguei em meu quarto, fechei a porta, deitei na cama e chorei. Chorei muito e a cada vez em que pensava em Jake, as lágrimas aumentavam. Enquanto tentava dormir fiquei pensando ainda mais em Jake. O que só fez piorar as coisas... 

PDV Edward

Renesmee subiu correndo para o quarto e as duas vampiras à minha frente começaram a discutir comigo:

- Edward, é melhor vocês voltarem para Forks. Nessie está destruída!

- Eu sei o que é melhor para ela, Tanya. – Respondi já sabendo qual seria o fim da conversa.

- Querido, Tanya está certa! Nessie ama Jake e está morrendo de saudades dele...

- Bella, é melhor ficarmos e você sabe!

- Não, Edward. Não é melhor! Renesmee está sofrendo e você sabe disso melhor que ninguém!

- Vou pensar, Bella. Mas você também, hein Tanya? Não podia ter sido mais discreta?

- Edward, não é culpa de Tanya!

- Edward, escolhi esse lobo achando que iria melhorar o humor de Nessie! Não sou Alice! Não posso prever o futuro ou o que aconteceria com Nessie!

- Tanya tem razão, ela não é Alice. Alice não está aqui! Aceite que voltar seria melhor para Nessie...

- Eu sei, Bella! Eu sei! Mas não posso simplesmente levá-la para Washington de novo, e correr o risco de os Volt...

- Edward, você sabe que eles não vão voltar instantaneamente para Forks quando Nessie pisar lá.

- Bella, não vou discutir isso com você e nem com Tanya. Boa noite à vocês duas.

Disse e sai da sala. Subi as escadas da mansão e fui para meu quarto. Logo, Bella chegou e me perguntou encostada na porta:

- Edward, me responda com a verdade. Isso tudo é medo dos Volturis ou é medo de Jacob?

- De Jacob?

- É. Porque te conhecendo bem eu não duvidaria nada se isso tudo fosse medo de Nessie se envolver com Jake antes do que você queira.

- Ora, por favor, Bella!

- Edward, me responda.

Respirei fundo e a respondi sem olhá-la:

- Um pouco dos dois... Eu acho.

Ela riu e veio se sentar do meu lado, na cama.

- Você sabe que não precisa ter medo. Uma hora isso vai acontecer, nós sabemos disso. E Jake nunca vai a magoar, de forma alguma.

- Como você sabe, Bella?

- Eu simplesmente sei. Jake a ama muito! E além disso, se ela vai ter que se envolver com alguém, eu prefiro que seja com Jake do que com qualquer outro.

- Tudo bem, você está certa.

- Então... Voltamos para Forks?

- Não amanhã. Vamos esperar uns dias e ai... Para Forks.

Ela sorriu. O sorriso mais lindo que eu já vira e me beijou. Digamos que nós terminamos aquela noite de um jeito ótimo.