UMA SEMANA DEPOIS

Faz uma semana que Bella saiu de casa e não tenho nem noção de onde ela possa estar.

Tentei falar com a sua família, mas nem com eles eu consegui.

Nossos filhos estão com os meus pais e disseram que não sairão de lá até termos alguma coisa concreta, ou seja, a nossa volta permanente.

Eu ainda não tinha entendido o que eu tinha feito de errado, ela não deixou tempo para explicar o que aconteceu e nem que eu me explicasse.

As garotas, Rose e Alice, também não falam comigo sobre esse assunto, disseram que não revelam o paradeiro de Bella nem que as vacas tussam voando.

Os garotos, Emmett e Jazz, só pedem que eu tenha calma que tudo logo vai se resolver.

Nem com a ajuda de um detetive especializado em pessoas desaparecidas conseguiu achar Bella.

Eu sabia de toda a sua agenda, fui a todos os lugares que ela deveria ir, mas ela já tinha feito tudo o que ela tinha que fazer.

Saiu em algumas revistas com o ar feliz, de repleta felicidade.

– Onde você está? – perguntei a uma foto dela que estava em cima da lareira. Ela parecia feliz, com Renesmee nas suas costas e sorrindo amavelmente, como se realmente não existisse coisa melhor.

Mal consegui fazer o que tinha que fazer. Remarquei todos os meus compromissos, fiquei apenas na “Operação Bella”.

Eu apenas tomava banho porque a senhorita Madison, a nossa empregada de 50 anos, dizia que eu tinha que fazer pelo menos algumas exigências de higiene pessoal.

Eu realmente esqueci-me de mim, do que era melhor pra mim. Eu só consigo pensar que eu perdi a minha vida, a mulher dos meus sonhos, o meu tudo.

Se eu me levantada todos os dias de manhã com um sorriso no rosto, era por causa da Bella.

Se eu cantava no chuveiro, mesmo mal, completamente porcamente, era por causa da Bella.

Se eu assoviava enquanto vestia uma gravata – que é uma coisa que eu repugno, eu me sinto preso -, era por causa da Bella.

Se eu comecei a adorar ler revistas femininas, foi por causa das entrevistas de Bella. Eu só lia as que ela era capa, é claro. Comprava dezenas.

Se um dia eu briguei de quase parar na delegacia, foi por causa da Bella também. Quando ela foi convidada a posar nua para a revista Playboy. Nada que é meu vai ser visto por outro homem.

Estremeci com esse pensamento.

Como será que ela está?

Ela era minha, eu sabia. Sentia toda vez a sua entrega quando fazíamos amor, dava para ver no seu sorriso todas as noites, mesmo depois de um dia cansativo de trabalho, depois de tantas fotos, poses, desfiles que ela tinha que participar.

Eu não dei valor a isso.

Eu tinha a melhor mulher do mundo, na minha cama, no meu sofá, na banheira, no meu coração, na minha vida e eu desprezei isso por não me achar conveniente para ela.

Que se foda isso. Ela me amava e eu sentia isso.

Tinha fé que mesmo eu sendo esse idiota que sou ela me amasse para sempre.

Pelo menos eu tenho certeza que ela me amou até semana passada.

Ela foi embora e todas as fibras, gotículas de sangue. Cada fio do cabelo de minha cabeça dizia que a culpa era minha e eu sabia que isso era verdade.

– Não vai comer nada, senhor Cullen? – senhora Madison apareceu na sala.

Ela fez com que eu pulasse de susto.

– Não, obrigado. – disse tentando sorrir, mas não fui convincente. Deu para perceber por causa da careta que ela fez.

– Coisa que eu aprendi em toda a minha vida, é que o amor se transforma. Ele nunca acaba apenas sofre uma determinada mudança, mas nunca tem fim. Ele é e sempre vai ser... Infinito. – ela disse sorrindo e então finalmente saiu da sala, novamente me deixando sozinho.

E então se deu um clique na minha cabeça.

“Eu vou te amar até você dizer chega, mas mesmo assim, isso vai ficar no meu interior. Eu vou esperar até você me querer de novo e não tenha dúvidas, eu sempre vou querer você por perto. Até quando eu fugir de você. Eu vou te amar pra sempre, por mais que digam que pra sempre não existe, por mais que provem que o conto de fadas não tem final feliz. Eu vou te amar até estarmos velhinhos. Prometo sorrir e te fazer sorrir todos os dias, até o final da minha vida. E se eu não conseguir cumprir isso, peço-te sempre mais uma chance para começar do zero e provar pra você que eu te amo muito além de tudo.“

Os votos de Bella, no nosso casamento fervilhavam na minha mente.

Eu sabia que ela me perdoaria por mais que meu erro tivesse sido desprezível e ela não conseguiria me ver de novo.

Eu sabia que ela me amaria para sempre.

E não importa onde ela estivesse... Eu iria atrás. Imploraria o seu perdão e pediria apenas uma nova chance para permitir vivermos o nosso final feliz, agora até a eternidade.

Fui até o meu quarto correndo, eu ia encontrá-la ainda hoje, tinha que estar no mínimo apresentável. Hoje eu iria correr, ia bater de porta em porta até encontrá-la.

– Edward? – papai me ligou.

– Sim? Eu não estava esperando a sua ligação, eu tenho que fazer algumas coisas. Mas, pode falar. – eu disse descendo as escadas correndo.

Fiz um aceno para a senhora Madison que apareceu. Eu não iria comer nada. Ela entendeu e voltou para a cozinha.

– A Bella veio até aqui e pegou Renesmee e Paolo. – ele disse de forma hesitante demais.

– Nós vamos nos acertar, nem que eu precise revirar toda essa cidade, mas eu vou encontrá-la, pedir perdão e fazer o que ela quiser para voltarmos a ficar bem novamente. – eu disse.

– Isso é ótimo filho. – ele disse novamente hesitante. Tinha acontecido algo.

– O que foi Carlisle? – perguntei agora um pouco preocupado e nisso cheguei até a sala.

– Nada... Eu tenho que desligar. Tchau filho. – e então desligou o telefone.

Achei estranho.

Guardei o telefone no bolso, peguei as chaves do carro.

Até que tocaram a campainha.

– Senhor Cullen? – o cara disse assim que atendi a porta.

– Sim, sou eu. – respondi confuso, não entendia nada.

– Eu sou Jacob Black, advogado de Isabella Swan. Ela entrou com um pedido de divórcio. – ele disse e então estendeu o papel.

Então eu gelei, paralisei e senti que não tinha mais controle dos movimentos do meu corpo.

– Você disse o que? – Gritei