Minha visão ficou turva e eu desmaiei.

                Eu tive um sonho muito estranho.  Esqueletos me atacavam e cortinas de janelas me salvaram.

                Eu acordei numa espreguiçadeira numa enorme varanda, olhando ao longo de uma campina para colinas verdes a distância. A brisa tinha cheiro de morango. Havia um travesseiro atrás da minha cabeça. Sobre a mesa ao lado havia um copo com algo que parecia ser suo de maçã.

                Eu tentei pegar, mas minha mão estava fraca e o copo quase caiu.

                -Cuidado – disse um garoto. Ele tinha cabelos pretos, ondulados e sedosos. Seus olhos eram de um castanho escuro quase preto. Ele devia ter minha idade. Ele usava uma camiseta laranja e uma calça jeans preta.

                Peguei o copo. Eu me assustei com o sabor, porque esperava o sabor de suco de maçã. O sabor era totalmente diferente. Tinha gosto de torta de maçã feita em casa, minha preferida. Quando percebi já havia acabado. Eu me sentia muito melhor.

                -O que é isso?

                -Isso é néctar dos deuses.

                -Tipo, deuses da mitologia grega?

                -É.

                -Qual é o seu nome?

                -Meu nome é Nico, e o seu?

                -Meu nome é Juliet.

                -Aqui, coma um pouco de ambrosia, vai te ajudar também.

                Eu peguei uma colher e peguei um pedaço da coisa que parecia um pudim, eu esperava que tivesse gosto de pudim, mas tinha gosto de pipoca com manteiga.

                -Já que está acordada vou te levar para ver Quíron. Você consegue andar?

                -Acho que sim.

                Tive dificuldade para me levantar, Nico me ajudou. Ele pegou minha mochila. Do lugar em que eu estava até o tal lugar. A paisagem era pontilhada de construções que lembravam a arquitetura grega antiga. Em uma quadra de areia próxima, algumas crianças em idade escolar jogavam vôlei.

                Vi uma pessoa sentada em uma cadeira de rodas motorizada, usando um casaco de tweed.

                -Sr. Brunner!

                -Olá criança!

                -Você usou esse nome de novo? – disse um garoto que aparentava ter uns dezessete anos. Seu cabelo era castanho e ondulado. Seus olhos eram verdes, cor de esmeralda.

                -Não fale assim com Quíron! – disse uma garota com cabelos loiros e encaracolados como o de uma princesa, mas seus olhos eram cinza como uma tempestade – Quem é ela?

                -Nova campista – disse Nico.

                -Meu nome é Juliet Thompson e ...

                -Ah, uau, teremos mais uma campista nova.

                -Sr. D – disse Quíron – Na verdade são duas, Juliet e Annie, a outra meio-sangue já esteve aqui.

                -Sr. D significa alguma coisa? – perguntei.

                -Vou te dar uma dica, deuses gregos existem.

                - Ah tá, se deuses gregos existem eu sou Zeus– um trovão ribombou, embora o céu estivesse sem nuvens.

                -Menina, tome cuidado com nomes, eles são poderosos – disse Quíron.

                Ele fez um movimento e uma garrafa de vinho apareceu.

                Roupa roxa, estampa de tigre, vinho...

                - Você é Dionísio, o deus do vinho!

                -Ah não, eu sou Apolo. – disse o Sr. D.

                -Continue Juliet – disse Quíron.

                -Meu nome é Juliet, tenho doze anos.

                -Ótimo, Percy, Annabeth, Nico, levem-na para o chalé de Hermes. Ela ficará lá até essa noite.

                Começamos a conversar, descobri que Percy é filho de Poseidon, Annabeth é filha de Atena e Nico é filho de Hades. Eles me contaram as histórias do passado. Grover foi o sátiro que levou Annabeth, depois Percy e por último Nico. Nico me contou sobre sua irmã, Bianca. Ele ficou triste.

                Eles me contaram sobre a missão para salvar o raio de Zeus, a de salvar o Velocino, a de salvar a deusa Ártemis, a de achar Dédalo e a de salvar o Olimpo.

                Eu falei sobre o dia em que eu quase fritei a Medusa, quando eu acidentalmente derrubei a professora no aquário, quando eu os conheci.

                Nós chegamos no chalé número 11, era um chalé de acampamento normal, velho, com a pintura descascando e um caduceu acima da porta. Lá Nico me entregou a minha mochila e foi embora com Percy. Encontrei minha mãe e Annie lá.

                -Oi amiga! Sabe o Sr. Brunner? Ele se chama Quíron! Aqui é tão legal! Tem uma lojinha, tem umas coisas legais para roub... quer dizer, pegar...

                -Ah! Aqui, camisetas do acampamento de vocês.

                Era uma camiseta laranja, escrito Acampamento Meio-Sangue.

                Percy chegou correndo e disse:

                -Quíron quer todos no pavilhão de refeitório.

                Nós fomos até lá. Chegando lá Quíron, que era na verdade um centauro, ele era meio homem, meio cavalo.

                -Essas são Annie Bell e Juliet Thompson, elas vão ficar no time de Hermes enquanto não forem determinadas. Vocês tem meia hora para se arrumar.

                Percy se aproximou e disse:

                -Por aqui. Esses são Connor e Travis Stoll, filhos de Hermes.

                -Estamos fazendo uma aliança com o chalé de Poseidon, com o de Atena, o de Hades, o de Apolo e o de Afrodite. Aquelas garotas são realmente gatas! – disse Connor.

                -É! Realmente gatas!- completou Travis.

                -Você e Annie ficam de patrulha da fronteira. Vocês duas tem armas, não tem?

                Eu tirei meu colar, eu usava esse anel como pingente. Peguei o anel, o coloquei e o tirei. Uma espada apareceu na minha mão. Annie colocou a pulseira e a adaga apareceu. Depois Percy nos ajudou a colocar a armadura.

                -Onde você arranjou essa espada?- perguntou Percy.

                -Num museu – respondi.

                -Hum, ferro estígio- disse Nico aparecendo do meu lado.

                -AAAAAH! Nico, você quer me matar e susto?- gritei.

                -Hum, Juliet, ele viaja nas sombras- disse Percy.

                -Essa espada estava faltando no arsenal do meu pai, ela foi roubada a pouco tempo atrás.

                -Minha espada é roubada? Como? Eu a peguei num museu!

                -Você roubou a espada? Legal! Ela pode ser uma irmã nossa Connor!

                Um apito, acho que era de concha.

                                                                                                    -O jogo começou- disse Connor com um sorriso bobo na cara.

                      Fiquei lá, esperando. Vi uma filha de Hermes. Ela era bem rápida.

                   Ouvi um barulho, apareceu uma menina alta e forte. Ela estava com uma lança elétrica.

                   -Ora, ora. Deixaram a novata para proteger a bandeira.

                   Ela avançou com sua lança, eu me esquivei. Ela percebeu o que eu ia fazer e me deu uma rasteira. Eu caí, ela me atacou. Ela abriu um talho profundo na minha perna. Ela ma atacou nova mente e novamente. Eu estava cansada. Senti minha mão formigando, um raio atingiu a cabeça dela. Enquanto ela estava caída eu percebi que ela estava desmaiada.

                   Eu peguei alguns cipós e a amarrei numa árvore. Depois saí correndo. Eu ouvi um barulho, e me escondi atrás de uma árvore. Era Nico, ele estava machucado, eu ia me aproximar quando vi um cão infernal enorme. O cão infernal ia atacá-lo, eu tinha que defendê-lo.

                   Eu arranjei coragem e pulei na frente e Nico na hora que o cão infernal ia atingi-lo. Eu ouvi o barulho da minha armadura sendo rasgada. “Eu vou morrer” pensei. “Não, não posso, tenho que proteger Nico”. Minha mão começou a formigar e um raio saiu de minha mão e acertou a cabeça do cão infernal.

                   -Está tudo bem Nico, eles vão chegar logo- Nico estava desmaiado.

                   Eu não queria nem ver meu machucado. Peguei um pote que Quíron entregou a cada campista, era um fogo de artifício, para avisar que alguém tinha se machucado. Eu quebrei o pote e a ajuda logo a pareceu.

                   Ouvi Quíron chegando “A salvo” pensei.  Então desmaiei.