Eu abri os olhos e vi a criatura mais feia do mundo. Era um misto de porco com um ser humano. Seus cabelos eram compridos, despenteados e oleosos. Seu rosto estava encharcado de suor. Ele estava com uma camisa do estilo hippie.

                -Ora ora. Mais heróis enxeridos, huh?

                Saquei minha espada e peguei meu escudo. Aquele monstro me deixou enjoada. Ele avançou, para um porco ele era rápido. Ele chutava, socava, suava e grunhia. Aquilo já estava me cansando. Desferi um golpe no braço dele, mas nada aconteceu. Tentei de novo, porém na cabeça. Não aconteceu nada.

                Annabeth chegou por trás e atacou a nuca dele. Não aconteceu nada. Ele deu um chute na canela de Annabeth, que saiu mancando.

                -AAAAAAH! SEU MONTE DE BACON FRITO! SUA FEIJOADA! SEU MONSTRO INÚTIL E GORDUROSOOOO!- gritou Percy.

                Ele ficou atacando, de novo e de novo. Nos braços, na nuca, na barriga. Percy parecia uma máquina de matar. Ele desviava toda vez que o porco atacava, mas ele não se machucava, só suava mais.

                -BWAHAHA! RENDAM- SE HERÓIS! EU SOU INVENCÍVEL! EU SOU O TEMÍVEL, O PODEROSO, O INVENCÍVEL... – ele fez uma pausa dramática-...  BOB, O PORCO!

                -Bob, o porco?- disse Nico.

                -Algum problema?

                -Não, nenhum problema Senhor Presunto- disse Becky.

                -Do que me chamou?

                -De nada, senhor Presunto.

                Ele avançou, e deu uma voadora. Quase acertou o rosto dela, mas aí, ela fez uma coisa muito estranha. Num momento ela estava se protegendo do ataque, no outro estava fazendo um movimento com as mãos, fazendo o porco congelar. Depois ela deu um chute no porco e ele se desintegrou.

                -Como você fez isso?

                -Eu... Eu... Não sei! Ele veio, aí eu, aí ele. Puf!

                -Vamos, nós temos que continuar, temos que ir até a Flórida. Annabeth, você consegue ligar o carro?

                -Não sei, ele está muito destruído, mas pior não fica.

                O carro explodiu.

                -Nunca repita isso Annabeth- disse Percy.

                -Ah meu deus! É um Uno! Ele é tão bonitinho!- disse Becky.

                -Sim! Ele é preto! Annabeth pegue aquele carro. Por favor?

                -Está bem...

                Annabeth foi para perto do carro, o dono não estava por perto. Ela estava atrás do carro. De repente, não tenho a mínima ideia de como ela fez isso, o motor ligou. Ouvi Annabeth gritando para entrarmos.

                -Cadê a menina inocente e certinha de antes?- Percy perguntou.

                Annabeth fez uma careta.

                -Posso dirigir?- perguntei.

                -Você tem treze anos!

                -E?

                -E? E? E se formos presos?

                Dei ombros.

                -Está bem- fiquei brava. Por que não posso dirigir? Minha mãe me ensinou como dirigir!

                Percy dirigiu o carro. Ele tem muita sorte.

                -Então, Becky, aonde você mora?- perguntei.

                -Eu moro em Hollywood.

                -Sabe, seu sobrenome me é familiar.

                -Ah, é meu pai. Ele era pesquisador, ele que fez aquele artigo sobre o aquecimento, que estava em todo lugar, aí ele ganhou bastante dinheiro.

                Ela pegou uma mochila ( eu nem tinha notado que ela estava com uma mochila), ela tirou um globo de neve.

                -É personalizado- ela disse. E de fato era. Haviam dois bonequinhos, um coma foto de um homem, acho que era o pai dela, e outro com uma foto de uma criança. Ela estava sorrindo.

                -É você?

                -Sim.

                Ela olhou para Nico. Ele estava dormindo.

                -Já que ele não está acordado... Você gosta dele?

                -...

                -Ele é bem bonitinho.

                -...

                -Você já beijou ele?

                Fiquei vermelha.

                -Já. Então, você já se declarou para ele?

                -Eu não disse que gosto dele.

                -A-hã, sei.

                -Mas...

                -Mas nada. Qual é o nome da sua melhor amiga?

                -Anne, ela está numa missão, está tão distante. Parece que nem me conhece mais.

                -Hum, que pena.

                -Ai que tédio, aqui está muito chato.

                -É.

                -PERCY, PERCY, PERCY!- gritei.