Entramos no quarto, era enorme, haviam duas televisões de tela plana, uma cama enorme. Segurei o impulso de pular na cama de braços abertos (que nem as mulheres fazem nos filmes). Vi uma figura de cabelos ruivos.

                -Oi Rachel.

                -O que estão fazendo aqui? E por que vocês estão usando vestido? Quem é essa filha de Zeus? Vocês estão numa missão? Você gostou do meu quarto?- disse ela olhando para mim. Parecia uma metralhadora de perguntas.

                -Hum, precisamos de uma profecia, enganamos aquela senhora da entrada, ela se chama Juliet, e hum, sim,e seu quarto é legal não ficou muito a sua cara. Ufa!

                -Você não parece ser uma pessoa que usa vestido e fica tomando chá- falei- e você conseguiu salvar o pica-pau de barriga amarela?

                -Eu sou a Oráculo, mas como você sabe disso?             

                -Li toda a coleção de livros do Percy com orgulho!

                -Ela deu de presente de aniversário pro Percy- disse Annabeth- Mas minha mãe apareceu que nem uma maníaca e pegou os livros para ela...

                Uma fumaça prateada apareceu.

                -Eu não sou maníaca- disse Atena.

                -É por livros- completei- Então quando vai devolver os livros do Percy.

                -É verdade que ele baba?- Atena perguntou.

                -Sim- disse Annabeth.

                -HÁ POSEIDON! EU GANHEI A APOSTA!

                E ela sumiu num puf.

                -Estranho...

                -Está bem.

                -Então você quer saber a profecia ou não?

                -Sim. Qual é o meu destino?

                O olho dela ficou com um brilho verde. Ela ficou num estado de transe.

                “Ao leste quatro hão de ir

                Deverão pegar carona na hora de partir

                O mensageiro encontrar

                A feiticeira derrotar

                O filho de Teosa vencer

                As luzes ou as trevas escolher”

                A última frase me deu um susto. O brilho dos olhos de Rachel desapareceu.

                -Então não vai perguntar?

                -Você acabou de falar.

                -É- eu disse- é só isso?

                -Basicamente, sim.

                -Vamos sair daqui Annabeth. Esse vestido está me deixando desconfortável.

                -Vamos. Até outro dia Rachel.

                Tirei “minha” sandália e coloquei na mochila. Começamos a correr. A senhora não estava lá. Descemos as escadas. Quando saímos da mansão, vimos um Percy com a espada e um Nico com sua espada lutando contra um ser com cabeça e asas de águia e corpo de leão.

                -Um grifo!- exclamou Annabeth.

                -Hã?

                -Grifo é uma criatura lendária com cabeça e asas de águia, e corpo de leão. Fazia seu ninho perto de tesouros e punha ovos de ouro sobre ninhos também de ouro.

                -Quanto ouro!

                -Vamos! Se não os garotos vão virar picadinho!

                Saquei Mysteriódis e corri até os portões. Percy estava com um arranhão no queixo e Nico com um corte no braço. O grifo se aproximou de mim e abaixou a cabeça. Estranho... Ela olhou para mim. Eu fui me aproximando. Annabeth se aproximou com a adaga dela pelo lado. O grifo se virou para atacá-la.

                -Calma aí. Isso. Fique parado.

                Por mais estranho que isso pareça, o bicho me obedeceu.

                -Senta.

                Sentou.

                -Rola.

                -Para! Você só está brincando não?

                Eu me aproximei e fiz um carinho.

                -Olha só que bonitinho! Posso ficar com ele- disse para Annabeth com meus olhos brilhando de animação.

                Ela me olhou como se pensasse que eu era louca. Fui me aproximando e montei no grifo. O grifo saiu voando a toda velocidade. Ele me levou para cima. Dava para ver toda a Academia de Moças de Clarion. Até que me desequilibrei e caí.