A noite, quando fui jantar, os campistas do chalé de Apolo estavam me encarando. Peguei uma torta de chocolate, um bombom e um mousse de chocolate. Estava meio deprimida (obs: sou chocólatra). Não queria ter um deus como inimigo. Peguei um petit gateau de chocolate com sorvete para oferecer para ele.

                   Joguei o petit gateau e disse:

                   -Para Zeus e Apolo.

                   “Apolo, não queria pedir perdão e engolir o meu ego, mas também não queria ter o deus da medicina e também das pragas com inimigo” pensei.

                   Não sabia o que ia acontecer. Jantei e fui para o meu chalé. Amanhã seria aniversário do Percy. Eu tinha feito dois colares de prata, nas forjas. Um com um pingente de um garoto e um com um pingente de uma garota. Era um para ele e um para Annabeth. Coloque os dois colares numa caixa. Embrulhei num pacote azul mar e fiz um belo laço. Peguei um baú, lá coloquei minha coleção de livros do Percy Jackson, ia ser o presente dele.

                   Coloquei meu pijama e passei um perfume com cheiro floral. Eu me deitei e comecei a chorar. Aconteceram muitas coisas nesses dias. Minha mente estava tão confusa. Coisas que podiam ser evitadas se eu não tivesse explodido.

                   Estava chorando muito, meus olhos estavam ardendo. Quando senti uma presença. Peguei Mysteriódis e me levantei. Olhei para o lado e o vi. Ele estava com uma calça jeans e uma camiseta branca. Ele estava sorrindo. Seu sorriso me deixou sem fôlego.

                   -A-Apolo?

                   -Que foi?

                   Eu corei. Eu estava com uma camisola bem curta.

                   -Desculpe-me.

                   -A culpa foi minha. Eu achei que você estava me usando.

                   -...

                   -Outra coisa. Quem deixou você entrar aqui?

                   -Eu entrei porque eu quis.

                   -Zeus vai gostar de saber que você entrou aqui para me ver de pijama.

                   -O que? Eu nunca disse isso!

                   -Acabou de falar que entrou porque quis.

                   -É verdade.

                   -Você veio fazer o que aqui?

                   -Eu sei que meu filho gosta de você.

                   -...

                   -E sei que não corresponde o amor dele.

                   -Espera. Como você sabe disso?

                   -Os deuses podem ler os pensamentos dos mortais e semideuses.

                   -Adivinha o que eu estou pensando.

                   -Você está pensando por que meu sorriso te deixou sem ar.

                   -Na verdade era...

                   -O aniversário do Percy.

                   -Mas então...

                   -Você estava tentado evitar pensar no meu sorriso.

                   -É.

                   Ele abriu um sorriso.

                   -Como você faz isso?

                   -Isso o que?

                   -De me deixar sem ar.

                   -Você admitiu que fica sem ar com o meu sorriso!

                   Joguei o travesseiro na cara dele. Peguei um pouco de chocolate branco do meu estoque secreto e ia começar a comer quando ele disse:

                   -Isso é chocolate?

                   -Sim.

                   -Eu...

                   -Você gosta de chocolate. Eu percebi.

                   Eu dei a barra de chocolate para ele. Ele sorriu, mas eu o ignorei e fui dormir. Ele sentou na minha cama.

                   -Você vai contar uma história?- perguntei com uma voz infantil.

                   -Vou.

                   -Não, eu vou. Era uma vez uma semideusa que estava tentando dormir e um deus do Sol a atrapalhou e ela deu um choque tão forte que o cabelo dele que antes era encaracolado ficaram espetados e lisos.

                   -...

                   -Boa noite.

                   Eu me cobri e fingi que dormia. Ele se aproximou e me deu um beijo na bochecha.

                   -Bons sonhos, Juliet.

                   Meu sonho começou assim.

                   Era eu, mas não era. Eu estava mais alta, meu cabelo estava cortado que nem o da Alice Cullen no filme Crepúsculo. Tinha dezesseis anos. Eu usava um vestido grego, branco com um decote em V que me deixava com vergonha. Havia uma coroa de louros. Apolo estava ao meu lado sorrindo.

                   Havia uma bela colina verde e um pouco a frente um palácio de ouro, reluzente como o sol. Nós nos olhamos e ele me beijou. Eu sorri.

                   Acordei sorrindo. Tomara que Apolo não tenha visto isso.

                   Coloquei um vestido azul, um colar que tinha um pingente de uma concha feita de prata.  Hoje meu cabelo estava encaracolado. De vez em quando eu acordo e meu cabelo está liso, outras vezes encaracolado.

                   Saí para o café da manhã, quando notei que o chalé de Démeter estava murchando, quer dizer, as plantas estavam murchando. Estavam marrons, doentes. O chalé de Perséfone, preto com flores e romãs, estava com todas as flores caídas. Os filhos de Démeter e Perséfone estavam tentando salvar as plantas. A plantação de morangos estava murchando. Dionísio estava tentando salvar a plantação ficando sentado perto da plantação bebendo Diet Coke e lendo uma revista de vinhos.

                   Fui para o refeitório, notei que não havia muita comida. Havia poucos cereais, poucas frutas. Quando saí, vi dois sátiros conversando. Eu me escondi atrás de uma planta, que estava murchando.

                   -Você soube, ela desapareceu!

                   -Sim, coitada dela, deve estar tão triste.

                   -Agora não vamos ter mais plantas saudáveis.

                   -Agora que Pã morreu, só resta Perséfone e Démeter, e bem, ela sumiu...

                   Fui para minha aula de arco e flecha, quando os vi, aos beijos. Nico e Isabella, eles estavam em frente ao meu chalé. Quando Isabella me viu, mostrou um sorriso de vitória. Passei entre eles, pois estavam bloqueando a porta. Tranquei a porta, me deitei e fiquei lá.

                   Fiquei contando as horas, lendo romances até que dormi.Meu sonho começou assim.

                   A imagem ainda estava um pouco embaçada, havia uma mulher de longos cabelos. Eu não consegui definir a cor deles e nem de seus olhos. Mas ela era a mulher mais bonita. Até que percebi que seus cabelos eram ruivos, seus olhos verdes e suas bochechas com sardas. Acho que a imagem dela se assimila a nossa visão de perfeição.

                   -Afrodite.

                   -Olá querida.

                   -Hum, sem querer ofender, mas o que você está fazendo aqui?

                   -O amor não é fácil. Mas não é por isso.

                   -O que é?

                   -Bem eu estava fazendo minhas unhas, quando Hades apareceu.

                   -E?

                   -Eu levei um susto e borrei minhas unhas- disse ela fazendo um biquinho enquanto me mostrava as unhas.

                   -O que você tem com o filho de Hades?

                   -...

                   Eu corei.

                   -Hein? Você está surda?

                   -Hum... Ah! É Afrodite?

                   -Sim! Eu adorei essa cor que os mortais criaram em minha homenagem- disse ela piscando os olhos- Ei! Você está mudando de assunto!

                   -...

                   -Então, mas Hades foi lá todo choroso, não é legal encontrar um deus emo enquanto está pintando as unhas! Ele chegou todo triste. Caham. “Você viu Perséfone?”-disse Afrodite com a voz um pouco mais grossa.

                   -Hades, emo, o que?

                   E eu acordei.

                   Era tarde! Quase na hora da janta! Coloquei um biquíni preto com um salto alto preto. Por cima um vestido branco e peguei uma bolsa e coloquei o presente do Percy.

                   Jantei sozinha, como sempre. Vi Nico, na mesa de Hades. Sozinho. Percy na mesa de Poseidon. Sozinho. Ser filha de Zeus é difícil. Percy estava meio triste. Acho que ele não percebeu que todos estavam fingindo.

                   Acabei de jantar e fui correndo para o meu chalé, peguei o baú e corri para o chalé de Poseidon. Vi Nico, ele já estava de bermuda e bem, seu tanquinho... Uau! Caham! Todo o chalé de Afrodite estava lá. Travis, Connor, e até Clarisse!

                   -Ele está vindo! Rápido!- disse Connor- Se abaixem logo!

                   Nós nos abaixamos, Percy abriu a porta.

                   -Mas o que?

                   -SURPRESA!- gritamos.

                   -O que?

                   -Feliz aniversário Cabeça de Alga- disse Annabeth, enquanto dava um beijo em Percy.