(Capítulo Anterior)

“– Não adiantar tentar me evitar. – Justin surgiu na porta, passando pra minha frente, sem deixar chances deu sequer tentar sair dali.

Começou olhando nos meus olhos, juntando nossas testas, sorrindo e depois mordendo os lábios levemente. Justin..."

Eu não conseguia esboçar qualquer reação, aquele garoto tinha algum tipo de poder sobre mim, mas não sei o que era e muito menos o porquê. Que droga, Justin Bieber!

Estava um pouco insegura e ainda com um pouco de medo, só fiquei com dois garotos na minha vida.

É, isso mesmo. Dei meu primeiro beijo com 15 anos e foi com meu primeiro namorado, depois de praticamente um mês de namoro; eu contei a ele que uma vez fui abusada, mas não contei toda a verdade que aquilo acontecia praticamente todo dia ou muito menos quem era e mesmo assim ele soube me respeitar. Foi bem difícil no começo eu conseguir me envolver com qualquer menino que fosse, depois de tudo o que aquele cara fazia comigo, mas o Kauê me passava segurança. Eu não cheguei a amar ele, na verdade, eu mal sei o que é isso. Mas eu gostava muito dele. Infelizmente ele teve que mudar de cidade porque sua mãe tinha uma doença grave e eles teriam que ir para facilitar o tratamento.

Depois de alguns meses sem ele, o garoto pelo qual eu tive uma paixonite boba quando tinha 11 anos voltou para o colégio depois de quase cinco anos. Ele era incrivelmente lindo quando menino, agora mais velho, estava mais ainda. A paixonite voltou fraca, mas voltou. Por ironia do destino, ele caiu na minha classe. Todas as garotas morriam por ele, ele foi do tipo “novato popular” e ele sempre ficava em cima de mim. Depois de longas tentativas, eu resolvi bater de frente com meu medo e ficar com ele. Eu tava saindo da escola e ele pegou o carro do pai dele só pra ir me buscar. Ficamos no carro mesmo e no primeiro beijo ele já foi beijando meu pescoço, colocando as mãos nas minhas pernas e foi subindo tentando colocá-las nos meus seios. Fui ficando em choque, não podia imaginar qualquer cara tocando em mim que todo o pavor que o Marcos me botava, voltava. Eu sai correndo do carro, chorando feito louca. No dia seguinte na escola ele espalhou para todo mundo que eu era a “virgem medrosa”, a “babacona”, tornando minha vida ainda mais um inferno.

– Você é tão linda... – Justin falou ainda sorrindo e fechei os olhos.

O senti colando nossos lábios, fazendo com que um choque estranho percorresse sobre meu corpo, aquele mesmo de quando ele tocou minha mão no carro, só que dessa vez mais forte. Ele estava com as mãos proximas ao meu rosto, e eu calma fui levando as minhas para suas costas. O beijo começou fofo e degavar, e só pelo modo como ele me segurava eu sentia segurança. Eu parecia uma boba em seus braços, totalmente entregue à aquele beijo delicioso.

Nos separamos e eu voltei a mim o olhando, e me tocando do que estava acontecendo.

– Você beija melhor que a Selena. – Ele soltou um riso alto, mordendo levemente seus lábios. Ele fica extremamente sexy fazendo isso.

– Justin! – Lhe dei um tapa. – Odeio comparações, ouviu? – O olhei séria, me segurando pra não rir. O empurrei pra entrar no quarto.

– E nem tem como, você é muito melhor que ela. – Ele me puxou pelo braço, me fazendo voltar para ele e ficamos nos encarando.

– Não faz isso... – Pedi, abaixando a cabeça, tentando resistir.

– Isso? – Levantou meu rosto com o dedo indicador, e ficou me olhando com aquele sorriso fofo e aquele olhar, daquele jeito, voltando a me beijar.

Descansei minhas mãos no seu pescoço e ele na minha cintura, tentando um pouco mais, escorregando para meu bumbum. Lhe dei um tapa na mão o fazendo rir durante o beijo.

– É melhor pararmos. – Falei quando quebramos o beijo me afastando dele, entrando na sacada.

– Por quê? – Chegou logo me abraçando por trás.

Isso já era sacanagem, na boa.

– Já falei pra não fazer isso. – Fiz uma voz fofa, mas na verdade eu queria que ele continuasse, era muito bom ficar ali com ele.

– Isso? – Perguntou de novo com um ar travesso, logo depois beijou meu pescoço, me fazendo arrepiar.

– Justin... – O repreendi rindo, me virando. Ele soltou um riso rouco, me olhando. – Para, sério. – O olhei e continuei com a voz fofa, depois me soltei e voltei pro quarto em direção à minha bolsa. Eu estava parecendo uma destronada sem saber pra onde ir. Mas acho que o melhor que eu fazia agora era ir embora, para as coisas não piorarem e se expandissem.

– Onde pensa que vai? – Passou pra minha frente e por todos os lados que eu tentava ir, ele entrava na frente. O encarei rindo.

– Quer sair da minha frente ou tá difícil? – Fiquei o olhando não me deixar passar.

– Hmmm...  Acho que tá difícil! – Tentei desviar mais uma vez e ele me segurou.

– Vou te empurrar. – O ameacei, morrendo de vontade de rir e ele riu alto demais. Ouviram um tom de deboche nessa risada? Pois eu ouvi!

O empurrei bem forte, tão forte que até eu mesma me surpreendi quando o vi caindo na cama. Do instante que ele caiu ele me lançou um olhar safado, olhando para a cama e para mim, me fazendo revirar os olhos.

– Cresce. – Ri e fui em direção a porta, fazendo ele dar um pulo e correr até a porta, chegando primeiro que eu.

– Vai onde mesmo? – Perguntou e eu fiquei o encarando.

– Pra minha casa. – Falei num tom mais brava, esperando ele sair da minha frente.

– Ah, não vai não! – Sorriu maroto.

– Tem certeza? – Perguntei e ele concordou. – Meu joelho tá bem nessa direção – Olhei para suas partes, levantando meu joelho devagar. Ele colocou as mãos rápidas, tapando. Gargalhei. – Foi o que eu imaginei. – Dei as costas, saindo do quarto.

– Já falei que você não vai a lugar nenhum. – Falou autoritário, me pegando no colo.

– BEBEU? – Perguntei gritando e rindo, lhe dando tapas pra me soltar. 

– É... - Pigarreou. - Preciso responder? – Rimos e ele me colocou na cama.

- Justin, agora é sério. – Me levantei o olhando. – Meu pai saiu cedo de casa, acho que ele foi fazer alguma coisa séria e eu tô preocupada.

– Fica mais, por favor.. – Se levantou pigarreando, vindo até mim. Ele tentou me beijar, mas eu virei o rosto.

Por mais que eu quisesse, eu não podia. Ele gostava de outra.

– Agora é melhor mesmo eu ir. – Dei as coisas, saindo do quarto. Ele demorou, mas logo veio atrás. Tava com um bicão. – Tira esse bico da cara. – Apertei seu nariz, enquanto descíamos a escada, o fazendo rir fraco.

– Eu não quero que você vá. – Fez uma voz manhosa, passando pra minha frente, já no chão.

Olhei para cima e fechei os olhos, depois voltando o olhar para ele, passando as mãos carinhosamente sobre seu rosto.

– Acredite, é melhor pra você. – Sorri lhe dando um beijo no rosto, dando as costas.

– Você é o melhor pra mim. – Me arrepiei levemente com aquilo, me virando para ele.

– Você ainda gosta dela e não é comigo que você vai esquecê-la.– Fui sincera, sabia que era isso que ele estava tentando fazer. – O melhor que você faz agora é subir, refletir e dormir. – Sorri. Ele pareceu não gostar muito, mas na verdade ele sabia que era isso mesmo que ele estava fazendo, tentando me usar para esquecê-la. – Se precisar de uma amiga, vou estar no celular. – Dei uma piscadinha, sorri e sai.

Ele foi à porta e ficou me olhando até eu entrar no carro. Ainda com os vidros fechados eu o vi lá, olhando para mim, com uma cara bem triste.

Liguei o carro e segui em casa.