(Capítulo anterior)

“Se isso te faz feliz, pronto: eu sonho com você, seu bobo. Agora me deixa dormir!”

Apaguei a luz e voltei meu corpo de novo pra debaixo do cobertor.

“Promessa é dívida ;)”

Mandou e eu ri, deixei meu celular de lado e enfim, dormi."

– - -

“- Espera, estamos quase chegando. – Ele falou ainda tapando meus olhos. – Calma, cuidado. – Falou e me segurou forte com uma mão, ficando com a outra ainda tapando meus olhos, com todo cuidado.

Logo senti algo macio nos pés. Areia?

– Onde você me trouxe, hein senhor Swag? – Ele riu.

– Estamos quase chegand... Chegamos! – Falou e tirou a mão dos meus olhos, sorrindo. Esperei minha visão voltar ao normal e... Uau!

– Que lindo, amor! – Falei abobada olhando para aquela praia linda, cheia de pétalas de rosas jogadas na areia, com uma fogueira fraquinha logo para frente e com aquele mar de fundo, deixando tudo ainda mais perfeito.

– Tem coisa melhor do que ver o pôr-do-sol com a namorada mais linda do mundo do seu lado? – Falou e veio chegando perto de mim, passando as mãos sobre minha cintura, me puxando pra mais perto.

– Sabia que eu te amo, Justin? – Joguei meus braços no seu pescoço, ficando na pontinha dos pés.

– É, acho que eu sei disso. – Colou nossas testas.

– Bobo. – Lhe dei um selinho e sorri.

– Eu também te amo, e muito. – Falou, eu não pude evitar sorrir e o beijei.”

- - -

– Nicolle? – Ouvi a voz de Jessica me chamando e fui acordando.

– Ahn.. Que horas são? – Fui abrindo os olhos, acordando do meu sonho. E que droga de sonho foi aquele?!

– Oito em ponto. – Jess abriu a janela e eu fechei os olhos com força.

– Ainda? – Forcei os olhos pra vê-la. – Não tá muito cedo pra você me acordar num domingo? – Ela riu.

– Eu tava subindo pra arrumar os quartos, aí seu pai tava descendo com a Mary e ele me pediu para ter avisar que eles só voltariam à noite porque iria resolver um assunto muito importante.

Franzi o cenho.

– Meu pai, acordando cedo, em domingo? – A encarei. – Tem certeza que estamos falando da mesma pessoa? - Franzi o cenho.

– Absoluta. - Riu.

– Deve ser importante mesmo. – A olhei com as sobrancelhas levantadas, me levantando da cama indo pro banheiro.

– Preciso te contar uma coisa. – Falou lá do quarto.

– Então conte. – Voltei pro quarto, curiosa, a ajudando a arrumar a cama.

– O Christopher me pediu em casamento. – Falou com os olhos brilhando.

Minha boca se entreabriu.

– E você aceitou? – Perguntei ansiosa pela resposta, pulando na cama.

– Claro! – Pulei nela, a abraçando bem forte.

– Minha melhor amiga vai casar! – A apertei mais forte. – Que linda! – Ela riu, estava toda apaixonada.

– Também né, nós namoramos desde os meus 17 anos e eu já to indo pros 23, bem que na hora, né! – Ri, me soltando dela.

– E sua mãe?

– Tá super feliz pela gente. – Falou de novo com os olhos brilhantes.

– E a Mad? – Perguntei indo pegar uma roupa.

– Não falei com ela ainda, ela não dormiu em casa ontem. – A encarei surpresa. – Falou que ia dormir na casa de uma amiga.

MADDI KRISTIE JANE! SUA AMIGA POR ACASO SE CHAMA MATHEUS?

– Sério? – Perguntei dando uma de desentendida, fingindo não saber de nada.

– Aham, e falou que voltava hoje à tarde.

– Porra, Maddi Jane! – Murmurei.

– Falou alguma coisa? – Ela perguntou me olhando.

– Nada não, Jess. – Sorri fraca. – Vou ir tomar banho, tá futura esposa do Chris? – Riu, concordando com a cabeça e eu entrei no banheiro, com meu celular.

Liguei o chuveiro pra abafar o som, disquei o número dela e chamou uma vez, duas vezes, três vezes... Na quarta vez eu tava quase tacando o celular na parede.

– Alô? – Uma voz sonolenta falou lá.

– MATHEUS? – Quase gritei, tentando me acalmar. – Deixa eu falar com a Maddi, agora! – Pedi mandando, com uma voz bem brava.

– Oi Niccccc! – Maddi deve ter tomado o celular de suas mãos, delicada como sempre e falou toda feliz.

– Pode me explicar o que tá fazendo dormindo na casa do Matheus?

– Bom dia pra você também, mãe. – Debochou. – Enão posso mais dormir na casa do meu namorado? – Perguntou sínica.

Em um dia de “namoro” já tá indo pra cama com o cara, isso Maddi, continue assim!

– No primeiro dia que ficaram e ele já te pediu em namoro? – Perguntei sínica também, ela não respondeu. – Foi o que eu imaginei.

Ela murmurou alguma coisa pra ele, que não deu pra entender.

– Pronto, agora eu tô longe dele. – Falou meio baixo.

– Usaram preservativo pelo menos? – Perguntei séria.

– NICOLLE! – Gritou, me fazendo rir.

– Ah tá que eu vou acreditar que você dormiu na casa dele e não aconteceu nada. – Tava rindo, só pra deixar ela envergonhada. – Mas tenham responsabilidades pelo menos. – Falei bem mais séria agora.

– Em casa nós conversamos, beijos. – A little bitch desligou na minha cara.

Eu nem ia tomar banho, não agora. Só falei que ia pra poder ligar pra Mad, sem a Jess saber, já que ela falou que dormiu na casa de uma "amiga", provavelmente não era pra ninguém saber. Tsc, tsc.

Coloquei as mãos na água correndo do chuveiro e tava uma delicia, não iria resistir. Prendi meu cabelo, terminei de me despir e entrei no chuveiro.

Justin's POV

– Mas cara, se você tivesse visto ela, você ia ter comprovado. - Falei me jogando no sofá. – Aqueles olhos, aquele sorriso, aquele corpo, nossa, aquele corpo... – Fechei meus olhos, imaginando, ou melhor, lembrando da Nicolle.

– Falando de mim? – Ouvi a voz da Selena vindo do além. Me sentei no sofá em um pulo e olhei para Kenny.

– O que você tá fazendo aqui? – Falei sério, me levantando quando ela se sentou do meu lado.

– Nossa amor, é assim que você trata sua namorada? – A encarei.

– EX namorada. – Fiz questão de dar bastante ênfase no ex.

– Terminar por uma coisa boba daquelas? – Se levantou vindo perto, tentando me beijar. Virei o rosto e dei um sinal pro Kenny sair.

– BOBA? AQUELAS FOTOS COM O DAVID TÃO BOBAS? – Gritei me irritando, saindo de perto dela.

– Justin – Veio chegando perto de novo. – Mas quem eu amo é você! – Chegou perto de mim novamente e eu fechei os olhos.

Eu ainda era apaixonado por ela, só que já aconteceu uma vez, e agora outra. Tolero tudo, menos traição.

– Pensasse nisso antes de sair com aquele filho da... Mãe. – Falei bravo, saindo de perto dela.

– Não aconteceu nada. – Agora ela confessou!

Percebi que ela estava ficando nervosa e se perdendo nas palavras. Ela estava mentindo.

– Então olhe nos meus olhos e fale isso. – Cheguei perto dela, a olhando intensamente. Ela começou a falar e gaguejou, se perdendo nas palavras de novo. - Tá vendo? – Sai de perto dela, socando o sofá.

– Mas Justin, eu...

– Saia daqui Selena, por favor. – Fechei meus olhos e apontei pra porta.

– Amor, calma.. – Chegou perto de mim, passando as mãos no meu rosto.

– Selena, por favor. – Tirei suas mãos do meu rosto e a olhei sério. – Não tô afim de ser mais grosso com você.

Suas feições mudaram, pegou sua bolsa no sofá com raiva e me encarou.

– Quer saber? O David é muito melhor de cama do que você. Você é um pivete, ele é um homem! – Me olhou com desprezo, virando e me dando as costas.

A encarei até fechar a porta.

– DROGA! – Soquei o sofá de ódio.

Eu não acredito que eu passei por cima das minhas fãs, da minha mãe, dos meus amigos, de todo mundo, por causa dessa...

– E aí Justin, você e a Selena se acertaram? – Kenny chegou com uma sacola cheia de coisas.

– Claro, na maior maravilha! – Ironizei. – Não tem volta. E a escolha foi minha. – O encarei e ele me olhou.

– Mas cara, você não é louco por ela? – Perguntou tirando um doce da sacola.

– Era. – Encarei o nada. Kenny parecia não entender, mas resolveu ficar na dele.

Nicolle's POV

– Mas eu quero saber! – Falei e saímos do carro, em direção ao shopping.

– Nicolle, dá um tempo! – Maddi bufou. – Tá pior que a minha mãe, sabia? – Me encarou e eu fui a abraçar carinhosamente.

– Você sabe que eu só quero o seu bem, não é? – Me olhou e sorriu.

– É né, eu sei! – Me soltou. – Tudo que você precisa saber eu já falei. Usei preservativo, foi porque eu quis, foi perfeito e foi minha primeira vez. Pronto!

– O importante que pra você foi perfeito. – Sorri fraco, eu me importava de verdade com ela, porque não é fácil passar pelo o que eu passei. Isso eu te garanto.

Ela sacou minha mudança de feições e sorriu fraco, passando as mãos no meu braço e se encostando neles.

– Sabia que hoje tá fazendo 4 meses? – Minha voz falhou e fui baixando a cabeça.

Passou se quatro meses, mas a ausência da minha mãe parecia de anos, anos e anos.

– Xô tristeza! – Ela levantou meu rosto, sorrindo. – Já te falei que ela não ia gostar de te ver assim, né? E muito menos eu! – Ri fraco, mesmo ela não se dando tão bem com isso, ela conseguia me por pra cima.

– O que seria da minha vida sem você, né? – Sorri e já estávamos dentro do shopping, lotado como sempre. Mas que droga, não gosto de multidões.

– Nada, né querida. – Jogou seu cabelo pra trás, toda metida. Blé. - CARACA, QUE SAPATOS LIIINDOOOOOOS! – Praticamente berrou quando passamos em frente a uma loja, entrando na mesma.

– Na-na-ni-na-não! – A puxei. – Primeiro nós vamos almoçar, depois gastamos. – Ela me olhou com uma carinha fofa, mas eu não me deixo levar por isso. – Não adianta, bonequinha. – Ela revirou os olhos e fomos até o restaurante. Comer é sempre mais importante, pelo menos nos meus conceitos.

– - -

– Qual deles? – Maddi apontou para os 13 pares de sapatos que estavam na sua frente.

– Ah Maddi, escolhe qualquer um e vamos! - Falei entediada. Quanto drama por um par de sapato, meu Deus.

– Nãããão! – Fez manha, revirei os olhos.

– Então fique aí que eu vou ir tomar sorvete. – Falei dando as coisas, qualquer coisa tô no celular. – Ela ia falar qualquer coisa, mas eu saí da loja antes.

Fui indo em direção ao Mc mais próximo, peguei meu sorvete depois de muito tempo na fila, eu voltei na loja onde a Maddi estava e adivinhem? Ela ainda estava se decidindo.

– Mas moça, esse aqui parece tão mais lindo! – Falou e vi a vendedora revirando os olhos, depois rindo cansada.

– Não se decidiu ainda? – Perguntei e Maddi virou me olhando com uma cara fora. – Tá, táaaa, eu ajudo. Mas para de fazer essa cara! – Ela abriu um sorrisão. – Eu acho que esse azul aqui tá perfeito. – Apontei para ele. - Agora vamos? – Dei as costas indo pro caixa.

– Certeza? – Perguntou em duvida.

– Absoluta! Agora vamos. – Voltei e a puxei, indo pagar o sapato.

Saímos da loja e passamos olhando cada vitrine, uma coisa mais bonita que a outra, mas não estava com muita vontade de comprar nada. Não vou dizer que eu não ligo pra essas coisas, porque eu ligo, afinal, sou mulher. Mas sabe quando não é tipo "ai meu deus, compras!!!"? Então.

– Nic, seu celular! – Maddi falou estralando os dedos na minha cara.

– Ahn?

– SEU CELULAR TÁ TOCANDO! – Gritou, a olhei assustada e atendi.

– Alô? – Silêncio reinou do outro lado da linha. – Alooooô! – Chamei mais uma vez e estava dando pra ouvir a respiração forte do outro lado da linha. – Caramba, fala alguma coi...

– Nicolle? – Ouvi uma voz de homem fraca, me interrompendo, do outro lado da linha.

– Justin? – Perguntei surpresa.

– Errr... você pode vir aqui em casa? – Olhei estranha pra Maddi, que franziu o cenho querendo saber o que era.

– Por quê? Aconteceu alguma coisa? – Perguntei preocupada.

– Por favor, só venha. – Sua voz estava muito rouca, quase falhando, e meio chorona.

– Justin, eu não sei. – Falei meio desconfiada e com medo, depois daquelas sms’s, eu nem sei.

– Nic, por favor... – Pediu fraco ainda e eu me surpreendi por ele ter me chamado pelo apelido. - Não tem ninguém aqui em casa, tô precisando conversar com alguém. - Ai mais que fiquei desconfiada, mas ele não parecia mesmo estar bem. Não costumo errar com essas coisas.

– Tudo bem. – Suspirei por vencida. – Só vou levar minha amiga pra casa.

– Mas não demora. – Tentou falar num tom autoritário, mas aquilo saiu mais como uma pequena imploração.

Ele não tava bem e acho que tenho sexto sentido para essas coisas. Às vezes é melhor arriscar do que não fazer, mas se ele fizer qualquer coisa comigo eu não volto olhar pra cara dele nunca mais, eu juro.

– Até daqui a pouco. – Desliguei e puxei a Maddi rápido pra carro.

– Calma né, minhas pernas são menores que a sua se você ainda não percebeu. – Me olhou brava e eu diminui os passos.

– Vem logo que deve ser sério.

– Sério o que? – Me olhou confusa e entramos no carro.

– Um amigo me ligou com a voz toda triste, fraca, sei lá... Pediu pra eu ir pra casa dele.

Ela me lançou um olhar bem sem vergonha e eu revirei os olhos, ligando o carro.

– Não tem nada disso do que você tá pesando não, sua idiota. – A olhei e ela continuou me olhando daquele jeito. - Dá pra você parar de me olhar assim? – Ri, sem querer. Odeio quando quero ficar séria e começo a rir, sério. Ela riu. - Ele não parecia estar bem,

mesmo. – Falei séria e ela entendeu e parou, acho que ela me conhece nessas partes.

– - -

– Justin! – Fechei a porta e corri até ele, quando o vi quase caindo em cima de uma mesa de vidro, com uma garrafa - vazia por sinal - de whisky na mão. – Tá louco, garoto? – O segurei, que soltou todo o peso do seu corpo em mim, me fazendo cair no sofá junto com ele.

– Eu to bem, eu to bem. – Falou todo grogue, tentando se levantar e quase caindo de novo.

Não sei por que, mas eu senti uma necessidade imensa de cuidar dele, de estar perto dele, de... Eu não sei.

– Vem, vou te levar pro seu quarto. – Me levantei, o segurando.

– Vou adorar isso.. – Mordeu os lábios, chegando perto de mim. Aquele bafo de bebida tava insuportável, e me fez lembrar o Marcos ainda por cima.

– Justin, se toca, você não tá conseguindo nem parar em pé de tão bebado. - Ele me repreendeu com o olhar e quis dar um de "não estou bêbado", e provavelmente pensou na possibilidade de fazer um 4 com o corpo, mas ficou na dele, já que percebeu que nem em pé mesmo ele tava ficando.

Fui caminhando bem devagar, já que de magro ele só tem aparência, porque aquele menino é mais gordo que não sei o quê.

– Pronto, agora deita aí que eu já volto.

– Só se você vier aqui também. – Tentou se levantar pra chegar em mim, tentando fazer uma cara sedutora, o que me fez rir, mas ele voltou a cair na cama. Revirei os olhos e fui ao seu banheiro encher a banheira.

Ouvi ele falando alguma coisa e pensei que estava me chamando, quando apareci na porta do banheiro ele estava falando sozinho, colocando a mão na frente do olho, acho que pra tentar contar os dedos. Eu ri fraca comigo mesma e fiquei o olhando sem ele perceber enquanto a banheira enxia. Como pode ser tão atrapalhado e bobão?

Olhei pra banheira e ela tava quase cheia.

– Agora você vai vir aqui e tomar um banho beeeem gelado. – Fui até ele, ajudando ele a se levantar.

– Eu não quero. – Retrucou, parando o peso no meio do quarto, feito aquelas crianças mimadas de 5 anos.

– Ah, mas você vai! – Passei as mãos nas suas costas o levando, praticamente empurrado, pro banheiro.

Consegui trazer ele até o banheiro, que foi mais difícil do que fazer ele subir aqui. O joguei na parede, definitivamente, pra ele parar de fazer graça.

– Vai tirar a roupa ou eu que vou ter que fazer? – Fiz uma voz autoritária o encarando e ele só lançou um olhar malicioso, com um sorriso de canto. – Para de ser idiota, senão eu te deixo sozinho aqui.

– Eu não preciso da sua ajuda. - O olhei indignada. Que menino mais folgado! Além de ajudar, ainda fica fazendo pouco caso?!

– Cala a boca que eu tô tentando te ajudar. - O olhei séria e ele ficou quieto. - Não vai tirar? - Desvirou o olhar, cruzou os braços e não falou nada. Aff, criança. - Pelo menos perguntei.

Fui tirando sua camisa mesmo ele não querendo e cara... Ele tinha um tanquinho e um corpo bem definido. Foco Nicolle, foco. Tirei sua calça e a situação tava mais desconfortável pra mim do que pra ele, acreditem. Na real ele estava adorando só pela cara dele, mas ignorei. Deixei ele só de box e eu tava me perdendo em meus devaneios. Ele pensou pra cima de mim, me fazendo acordar.

– Tá muito gelada? – Perguntou antes de entrar.

– O suficiente. – Falei e ele ficou parado e não quis entrar.

– Faça me o favor, Justin! – O encarei, tentando o fazer entrar e ele me ignorou. – JUSTIN BIEBER, ENTRE AGORA NESSA MERDA DE BANHEIRA ANTES QUE EU PERCA A CABEÇA!! – Gritei e ele me olhou assustado, entrando na banheira.

– Ai, puta que pariu! – Reclamou hora que sentiu a água.

– Cala a boca que eu já perdi a paciência.

– Então para de me mandar calar a boca. - Tentou se ajeitar na banheira e eu fiquei com um pouco de dó, tinha pegado pesado com ele. Mas ele pediu.

– Não paro. - O encarei, me sentando ao seu lado. – Afunda aí. – Abaixei sua cabeça e ri.

– Ei! – Ele levantou ofegante. Parei de rir e fingi que nem estava, e fiquei o encarando brava. – Tá, tudo bem, não tá mais aqui quem falou. - Me olhou com um pouco de medo, ficando quieto. Ri para mim mesma, assim que eu gosto.

– Você vai ficar por alguns minutos aí. – Ele tentou retrucar, enquanto eu me levantava. – E ai de você se falar alguma coisa.

– Coisa! – O fuzilei e ele riu.

– Tô falando sério. – O olhei séria. – Qualquer coisa eu to assistindo TV. – Ele bufou inconformado. – Pensasse nisso antes de beber feito um idiota. – Virei as costas e entrei no quarto.

Cheguei no quarto e comecei a rir sozinha, o Justin tava parecendo o quê? Um bebê? É, provavelmente ele era um mesmo. Era melhor ele ficar lá e aprender que tem que pensar mais antes de sair fazendo as merdas dele, sei lá o que teria acontecido se eu não tivesse chegado.

Liguei a TV e fiquei vendo uns vídeos clipes. Beyoncé, Lady Gaga, Bruno Mars, Black Eyed Peas, Chris Brown, Usher, Rihanna... Estavam me enjoando, sem nada contra eles, claro.

Fui passando canal por canal, até que um me surpreendeu.

“Parece que o casal Jelena acabou mesmo! Olhem essas fotos da Selena com David no maior love! Seria então um novo casal? Como podemos chamar, Savid ou Delena? E Justin, como será que está? Será que ele reagiu bem a essa separação repentina? É, porque até pouco tempo quem estava a acompanhado em várias fotos fofas e românticas era ele!”

Não quis terminar de ver a reportagem, estava aí a explicação para o Justin ter bebido assim.

Nem tinha percebido que ele fechou a porta, cheguei perto para abri-la, mas ouvi o som do chuveiro. Acho que ele já estava melhor.

Voltei pra cama e voltei a ver o canal, mas não estava passando mais nada sobre eles. Estranho, será que ele gostava tanto dela a ponto de beber daquele jeito? Homens apaixonados é uma coisa de louco.

– Err... – Justin abriu a porta meio envergonhado, acho que deve ter pensado bastante na burrada que fez, e estava só de toalha, mordendo os lábios levemente, pra piorar. Ou melhorar. Não sei, acho que seria pra melhorar, mas ao mesmo tempo piorar. Depende do ponto de vista, mas acho que era para melhor, porque a vista tava boa. - Preciso me trocar. - Falou e eu meio que acordei daquilo, parando de o secar como eu estava.

– Já to saindo. – Me levantei da cama, saindo e encostando a porta, rindo meio envergonhada.

Eu não entendia, mesmo ele ter me irritado pra caramba, eu não conseguia ficar com raiva dele. E outra coisa que eu não entendi foi aquela minha vontade louca de querer cuidar dele. Nicolle, Nicolle...

– Pronto. – Ele abriu a porta, ainda me olhando meio sem graça. Ele tava com uma regata branca e uma bermuda jeans, com o cabelo bagunçado.

– Melhor? – Entrei no quarto, me sentando na cama.

– Tô começando a ficar com uma dor de cabeça do caralho. – Riu, bagunçando o cabelo. Ri, acho que ele nunca tinha bebido tanto na vida dele.

– Ninguém mandou beber. – Ele riu fraco, abaixando a cabeça.

– Eu te chamei aqui pra...

– Eu já sei o que aconteceu, Justin. – O interrompi.

– Já? – Perguntou surpreso, arqueando as sobrancelhas.

– Vi na TV umas fotos da Selena com o David e a moça de lá falou de você.

– Merda. – Bufou.

– Só que não precisava me esperar chegar antes de beber? – O repreendi. – Evitaria muitas coisas constrangedoras. – Ele riu.

– Foi mais forte que eu. Era uma dor ruim, eu estava com raiva e ao mesmo tempo magoado... Eu não sou de fazer isso, juro. Eu nunca nem bebi, foi impulso. – Estava se perdendo nas falas.

– Só que nem tudo se cura pulando as responsabilidades ou se enterrando na bebida. – O olhei e ele abaixou a cabeça. – Eu já sofri muito na mão dessa porcaria. - Suspirei.

– Você bebia? – Perguntou surpreso.

– Não! – Ri surpresa também. – Mas não tira o fato dela ter destruído minha vida. – Ele me olhou estranho e eu virei meu rosto pra evitar que ele perguntasse qualquer coisa que fosse, olhando pro nada.

– É horrível ser trocado. Principalmente quando você é trocado por um cara mais velho e mais forte que você. – Me olhou com um olhar fraco. Percebi que ele estava querendo chorar, mas por puro orgulho masculino ele não iria chorar na frente de ninguém, muito menos na frente de uma menina.

A Selena não sabe o cara que ela perdeu.

– Minha mãe sempre me dizia: “Às vezes nós precisamos derramar algumas lágrimas aqui e ali, para achar o sentido dos nossos sorrisos verdadeiros.” – Olhei para minhas mãos e depois olhei para ele, que veio se aproximando de mim.

– E talvez eu esteja olhando para o meu. – Veio chegando mais perto.

– Justin, eu... Eu já volto. – Levantei da cama e fui andando em passos grandes, inventei qualquer assunto pra fugir daquilo.

Sai na porta e respirei fundo, bem fundo. Eu não poderia deixar isso acontecer, ele é apaixonado por outra e... É assim que tem que ser, eu não iria beijar ele.

– Não adiantar tentar me evitar. – Justin surgiu na porta, passando pra minha frente, sem deixar chances deu sequer tentar sair dali.

Começou olhando nos meus olhos, juntando nossas testas, sorrindo e depois mordendo os lábios levemente. Justin...