- AH, QUE ÓTIMO KAULITZ, DETENÇÃO. - eu gritei muito nervosa, no caminho para a sala da detenção depois do fim da aula.



    Bill não respondeu, ele parecia estar nervoso com a situação também. Passou andando, enquanto os alunos das outras salas nos observavam. Até que eu não aguentei mais vê-lo me ignorando, então me virei, o segurei pelo pulso e disse:


                       
    - Já chega! Pare de me ignorar! Diga algo, seu idiota!



    Bill me fitou por alguns segundos, se soltou facilmente da minha mão que segurava seu pulso e continuou andando, abrindo um sorriso de lado. Parei por um segundo, e o cutuquei:


                   
    - Por que não diz nada?


               
    Bill sorriu para mim, e disse:


                           
    - Eu gosto de te irritar, gosto de vê-la brava. Você fica tão linda.



    Corei com suas palavras, mas respondi, sarcástica:



    - Ah, com certeza irá gostar mais ainda quando eu te acertar com um tapa na cara.



     Bill riu do que eu havia dito, enquanto eu resmungava baixinho:



    - Te odeio, seu peste.


   
    - Silêncio! Os dois! - disse o velho senhor, virando-se para nós - Vou levá-los até a sala de detenção, espero que aprendam a lição! Que vergonha... Segundo dia de aula, e já são mandados para o castigo.



    Bill sorriu, e entrelaçou seus braços em volta da minha cintura, sorrindo. Não reagi. Apenas deixei que ele andasse colado ao meu corpo. Até que finalmente chegamos até uma sala, onde não havia ninguém apenas eu e ele.



    - Irão ficar aqui, para cumprir a detenção. Logo, chegará um professor para ficar de olho em vocês. Comportem-se. - disse o senhor barbudo, enquanto nos deixava na sala e saía pela porta.



    A sala nem parecia ser de castigo, parecia mais uma área de lazer para os alunos. Havia apenas uma lousa, e várias carteiras espalhadas pela sala. Era bem melhor que a sala de aula. Observei a sala, e depois cruzei os braços.



    - É, a detenção não é tão ruim assim. - eu disse, enquanto ria de leve.



    - O que esperava? Objetos de tortura e tochas de fogo na parede? - disse Bill, dando risada.



    - Tochas de fogo não. - eu disse, rindo da minha própria piada. Bill também riu.



       Nos sentamos nas duas primeiras carteiras, e esperamos o professor chegar. Esperamos, esperamos e esperamos. Passaram-se 30 minutos e nem sinal de alguém naquela sala além de Bill e eu.



    - Mas o que está acontecendo? Ninguém virá? - eu perguntei, confusa.



    Bill olhou ao redor, e respondeu dando os ombros:



    - Parece que não.



    - Vamos embora, então. - eu disse, me levantando.



    Bill me segurou pelo braço, impedindo que eu me levantasse. E depois falou:



    - Não, é melhor ficarmos. Teremos que cumprir 2 horas, segundo o diretor.



    - Mas o que adianta? - eu perguntei, confusa - Se não há ninguém, não há sentido para ficarmos aqui. E também não haverá provas de que cumprimos mesmo a detenção.



    - Haverá provas sim. - afirmou Bill - O zelador nos trouxe até aqui,  já falamos com o diretor e eles sabem que estamos nesta sala. E não poderão nos obrigar a ficar na detenção novamente, já que, tecnicamente, estamos a cumprindo neste exato momento e mandar-nos cumprí-la de novo seria injustiça. - disse Kaulitz, cruzando os braços e arqueando uma das sombrancelhas.



    - Tenho que admitir, você é um gênio. - eu disse, sorrindo.



    - Mais uma qualidade para mim, então. - disse Bill, enquanto abria um sorriso largo.



    - Você é muito metido. Abaixe seu ego, Kaulitz. - eu respondi, dando risada.



    Bill riu comigo, e depois ficamos por alguns minutos nos encarando. Até que finalmente, eu quebrei o silêncio dizendo:



    - Então, já que estamos aqui sem fazer nada e temos mais uma hora e trinta minutos longos pela frente, vamos aproveitar para conversar. Falar um sobre o outro, em outras palavras, nos conhecer de verdade.



    Bill sorriu e disse:



    - Eu começo.



    - Pode ser! - eu respondi, entusiasmada.