Achei que a aula de química seria monótona como as das outras matérias, mas me enganei. A professora pediu para formarmos duplas, e ela as escolheu aleatoriamente. Por ironia do destino fui selecionada para formar dupla com o Bill, que sorriu quando a professora pronunciou:



    - A próxima dupla é Anna e... Bill!



    Além de Bil sorrir, a classe também riu de nós, ao perceberem que já estava rolando algo a mais entre eu e o Kaulitz.



    Depois de todas as duplas formadas, nos encaminhamos para o laboratório de química, que ficava duas sala a esquerda da nossa. No caminho, senti uma respiração quente na minha nuca, e me virei assustada.



    - Ah, é você. - eu disse, virando-me para ele e me aproximando de seu rosto.



    - Senti decepção na sua voz. - ele respondeu, num tom de desagrado, mas tocando meu rosto com suas mãos, e dedos frios.



    Não respondi, apenas fechei os olhos. O toque dele foi bom, mesmo sendo tão simples e bobo.



    O puxei pela mão e indiquei um lugar para nós nos sentarmos, no fundo de preferência, já que poderíamos conversar sem sermos muito notados.



    Havia um microscópio para cada dupla, assim, Bill e eu dividiríamos um. Sentei-me e fiquei um pouco constrangida, já que ele me olhava, como se quisesse entender, desvendar algo... Pigarreei, já que me senti incomodada. Odeio atrair olhares, principalmente indiscretos, como o do Bill.



    - Ah, me desculpe. - disse Bill, abrindo um sorriso de lado.



    - Tudo bem.


   
    - Seus olhos são castanho escuro, lindos mesmo.



    - Ahn, obrigada. - respondi, um pouco envergonhada.



    - Sabe Anna, no primeiro dia de aula... - ele sussurrou - fiquei encantado com você, quer dizer, seus olhos são extremamente negros, quase hipnotizantes, e claro, é impossível não notar a maneira quase angelical que seus cachos percorrem seu rosto e caem delicadamente por seus ombros... quando te vi, tive certeza que você era diferente das outras. - disse Bill, arrancando um suspiro bobo meu, enquanto tocava delicadamente minha mão e entrelaçava seus dedos entre os meus.



    Foi impossível não reagir aquela atitude, me esqueci que estava numa sala de aula, e o beijei, apertando sua nuca com força e sussurrando em seu ouvido:



    - E você é tão estranho... diferente de todos que eu já conheci, mas ao mesmo tempo, tão encantador.



    Bill sorriu com minhas palavras, e disse:



    - Você acredita, então?



    - Em quê?



    - Amor á primeira vista, claro. Não se esqueça de que nos conhecemos ontem.


   
    Parei para refletir um pouco em suas palavras. Ele estava certo, havíamos nos conhecido ontem, e eu não podia estar tão apaixonada. Mas o que eu devo admitir, é que a cada dia que se passava, aquele garoto conseguia arrancar mais e mais suspiros meus, com suas atitudes, ás vezes loucas, ás vezes românticas e ás vezes um tanto estranhas.


     
     - Na verdade - eu ri - nem nos conhecemos direito. Tudo o que eu sei é o seu nome, e idade. E você também não sabe muito sobre mim.



    - Mas... isso não quer dizer que não possamos nos conhecer melhor, não é? - disse Bill, arqueando uma de suas sombrancelhas. Eu odeio quando ele faz isso, fica extremamente sexy.



    - O que quer dizer? - eu perguntei, fingindo-me de boba.



    - Vamos sair, para jantar ou algo assim. Você pode sexta?



    - Eu não sei, talvez eu esteja...



    - Ótimo. Passo para te buscar ás 20:00. - disse Bill, me interrompendo.



    -  Mas eu nem disse se podia ser sexta mesmo! - eu disse, enfurecida com seu jeito dominador.



    Bill riu, e depois disse:



    - Eu sei que você pode. E mesmo se não pudesse, daria um jeitinho para sair comigo. - e piscou para mim, fazendo graça.



    - Argh, seu idiota.



    - Não se esqueça que sou sedutor também. E sexy.



    Não respondi, apenas me virei e vi que todos da classe nos observavam, inclusive a professora de química, que nos olhava de braços cruzados, e disse:



    - Esqueceram que estavam na sala, foi?



    Corei de vergonha, não consegui dizer uma sequer palavra. Cutuquei Bill com o cotovelo, para que ele dissesse algo, mas o Kaulitz apenas piorou a situação dizendo:



    - Ahn, estávamos discutindo sobre a lição.



    - E o beijo foi para animar? - perguntou a professora, ainda nos encarando.



    - Claro! - disse Bill, dando risada.


 
    A professora não se segurou, vi ela ficar praticamente vermelha de raiva e gritar para nós, o que já era esperado:



    - BILL, ANNA. DETENÇÃO.