O Amor não Tem Fronteiras escrita por bibi_di_angelo


Capítulo 12
Coisas que eu não sabia


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente...
cap fresquinho pra vocês
beijos
:*



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POV Renesmee

Acordei bem cedo naquele dia, Jake já havia saído para trabalhar e tinha deixado o café pronto para mim, comi as panquecas que ele havia feito e fui tomar um banho, depois procurei uma roupa de inverno para vestir, uma camiseta rosa clara, com uma calça jeans, um casaco verde água por cima e sapatos combinando. Peguei minha bolsa e as chaves da moto e fui para o café de Forks, entrei e avistei meu avô com minha mãe, olhei bem ao redor do local e inspirei bem fundo procurando o cheiro do meu pai, mas ele não estava lá, o que já me deixou bem aliviada.

- Oi vovô, oi mamãe. – Eu os cumprimentei, minha mãe se levantou para me abraçar e eu retribuí, abracei o vovô também e me sentei com eles à mesa.

A garçonete chegou para nos atender, eles pediram um café simples e eu pedi um chococcino com um pedaço de torta holandesa, enquanto esperávamos o pedido chegar um silêncio se instalou no ar.

- Então querida, o que você quer saber? – Carlisle perguntou, eu inspirei bem fundo e disse:

- Eu vi uma clareira perto da floresta ontem, ela me pareceu bem familiar, também tive uns sonhos estranhos que me vieram à cabeça quando eu vi o lugar. – Eu segurei suas mãos frias e mostrei a eles tudo o que vi e a clareira, eles se olharam e minha mãe suspirou.

- Minha filha, você já esteve naquele lugar uma vez. – Ela começou e eu assenti para que ela continuasse.

- Meu bem, um dia nós estávamos caçando com você e uma vampira conhecida de nossa família nos viu de longe, Jacob havia matado o namorado dela que veio me atacar enquanto eu era humana, ela não gostava dos lobos, quando ela viu você, achou que você era uma criança imortal. – Ela disse, eu olhei confusa para os dois.

- Crianças imortais são crianças que foram transformadas em vampiros, é muito perigoso transformar uma, elas são proibidas e todas as pessoas que transformam uma criança têm que responder aos Volturi. – Vovô disse e eu assenti.

- Ela não sabia da verdade e foi direto falar com os Volturi que queriam um motivo para acabar com o nosso clã. – Mamãe disse e eu assenti novamente. – Você era muito inteligente naquela época, mas ainda não havia decifrado tudo o que estava acontecendo, por isso fica difícil para você lembrar.

- Ok, eu entendi isso. Mas por que vocês esconderam isso de mim? – Eu perguntei um pouco magoada.

- Querida, apesar de não ter acontecido um combate, aquilo foi traumatizante para todos nós, principalmente para mim e para seu pai. – Minha mãe disse.

- Achamos que não valia a pena lembrar. – Vovô completou e eu assenti. Continuei fazendo várias perguntas a eles até que me senti satisfeita e percebi que teria que ir embora para não me atrasar.

- Eu preciso ir agora, vejo vocês depois. – Eu disse e os abracei e beijei de novo, mandei lembranças a Alice, Rose, Emmet, Jasper e vovó Esme. Ainda não queria saber do meu pai, nem se ele estivesse banhado em ouro. Peguei meu casaco e fui para a moto, dirigi até o restaurante, minha roupa estava apresentável, por isso não vi motivos para ir trocar, coloquei meus pertences no armário e fui ajudar Leah a arrumar as coisas, colocamos as cadeiras do lugar, limpamos as mesas, colocamos toalhas e talheres, distribuímos temperos e saleiros, dobramos os guardanapos, limpamos os vidros das janelas e da porta, trocamos as cortinas, Emily levaria as outras para lavar, espanamos os objetos decorativos, arrumamos os quadros e ligamos a televisão no canal local.

Fizemos a nossa típica divisão de mesas e depois entramos na cozinha para almoçar, eu comi um pouco só, não estava com muito apetite, algumas coisas continuavam a martelar na minha cabeça e eu tinha algumas dúvidas para tirar com Jake, aquilo me deixava mais ansiosa para o final do dia. Terminamos de almoçar bem rápido e abrimos o restaurante, muitos fregueses chegaram cedo hoje, o lugar estava ficando famoso, mesmo para uma cidade pequena como Forks.

Eu comecei a atender o meu lado das mesas e Leah, o dela, anotava os pedidos, entregava os pratos e bebidas, recebia contas e guardava as gorjetas. Claire apareceu junto com Rachel para almoçar, notei algo diferente na irmã de Jacob hoje, ela parecia mais...radiante.

Com certeza alguma coisa boa havia acontecido, resolvi continuar o meu trabalho, depois que o restaurante fechou, nós arrumamos quase tudo, limpamos a comida e as mesas, colocamos as cadeiras em cima das mesas, fechamos as cortinas das janelas, desligamos a televisão, e esperamos Sue e Emily saírem, cada uma foi para seus respectivos veículos, eu peguei a minha moto e fui direto para a cabana de Jake, ainda faltavam algumas horas para que ele chegasse e eu resolvi passar o tempo.

Peguei meu caderno de rascunhos que ainda estava dentro da minha caixa de mudança, eu nem o tinha tirado na casa de Charlie, ele estava junto com alguns pertences na caixa de “guardo vocês mais tarde”, peguei também meu estojo com os meus lápis de desenho.

Quando se mora em uma casa com vampiros, você aprende a passar o tempo de várias formas, eu aprendi a tocar piano e violão com meu pai, gostava de ler livros com minha mãe, jogar vídeo games com tio Emmet, jogar xadrez e jogos de lógica com tio Jasper, fazer compras e ler revistas de moda com tia Alice, fazer hidratações e limpezas de pele com a tia Rose, cozinhar diversos pratos com a vovó Esme, brincar de médica com o vovô, claro que quando eu cresci mais, eu o ajudava com os casos que ele trazia para casa, era como um jogo pra mim. Enfim, eu sabia fazer muitas coisas diferentes, uma delas era desenhar, isso funcionava como um calmante para mim, às vezes, eu ficava horas desenhando sem perceber o tempo passando.

As coisas que eu mais gostava de desenhar eram pessoas e roupas, fazia desenhos de pessoas e criava roupas para elas, cada uma de acordo com o que eu sentia no momento, minha família adorava meu interesse por arte e me comprou um estojo de lápis normais e coloridos especiais para desenho e um grande bloco de papel para desenhar, as folhas eram de tamanho A3, eu me divertia criando vários figurinos ao meu redor.

Comecei a folhear o meu caderno, eu também desenhava o que eu sonhava, gostava de fazer isso para nunca esquecer os meus sonhos, sempre dava certo, parei nas figuras que desenhei dos Volturi, eu acho. Atrás deles um grupo de vampiros, todos com uma expressão de pura maldade, algo que sempre me deixava arrepiada quando lembrava. Um desenho que me perturbou por algum tempo, mas que depois de me convencerem que era apenas um sonho era um desenho de Jake, ele olhava fixamente para frente, os punhos cerrados e uma expressão mista entre mágoa, raiva e tristeza, no sonho, ele vinha pra cima de mim, mas, de repente parou, e eu sempre acordava nessa parte assustada, o rosto dele era diferente, não era o Jacob que eu conhecia e amava.

- Nessie? Está aí? – Ouvi a voz dele perguntando e a porta se fechando.

- Estou aqui Jake. – Eu respondi, demorou alguns segundos para que ele aparecesse no quarto.

- Arrumando suas coisas? – Ele perguntou apontando para a caixa e sorrindo pra mim.

- Lembrei-me dessa caixa hoje. – Eu disse distraída ainda com a página do desenho aberta.

- O que é isso? – Ele perguntou apontando para o caderno e depois vindo na minha direção, eu fechei o caderno rapidamente.

- Nada Jake. – Eu disse sem graça.

- Renesmee, pode me mostrar. – Ele disse suavemente. – Não sabia que você gostava de desenhar. – Ele completou e eu assenti, Jake pegou o caderno das minhas mãos sendo o mais delicado possível e se sentou na cama observando.

- São lindos desenhos Ness. – Ele disse enquanto folheava, foi quando ele viu os desenhos dos sonhos e ele parou no meu último desenho sobre um sonho meu, o desenho dele.

- Jake, eu preciso te contar. – Eu comecei e ele continuou observando o desenho. – Eu conversei hoje com a minha mãe e meu avô, ontem eu visitei uma clareira e tive uns relances na minha mente, era algo com que eu sonhava muito e me diziam que eram apenas sonhos, bem, eu descobri que não eram só sonhos, eles me contaram tudo sobre mim.

- Então esse desenho... – Ele disse meio com medo na sua voz.

- Foi de um sonho que eu tive com você. – Eu disse e ele baixou a cabeça. – Jake, isso foi verdade?

- Nessie, você sabe que eu já fui apaixonado por sua mãe, não é? Eu mesmo lhe contei isso. – Eu assenti. – Quando você ainda estava na barriga dela, você a machucava bastante, Bella ficou debilitada e eu odiava vampiros naquela época, mesmo que eu não tenha contado, eu odiava você também, odiava o que você fazia com a mulher que eu amava, mas odiava ainda mais o fato de eu não poder fazer nada. – Ele disse e eu elevei as mãos à boca. – Quando você nasceu, Edward precisou transformar Bella em vampira para que ela sobrevivesse, no começo, ele concordava comigo, mas depois aprendeu a amar você. Essa lembrança foi logo depois que você nasceu, estava no colo de Rosalie e eu estava determinado a matar você, mas então você apareceu atrás do ombro dela e me olhou com seus grandes e lindos olhos cor de chocolate e eu parei tudo o que estava fazendo, meus pensamentos fugiram da minha cabeça e eu senti tudo Renesmee. – Ele disse.

- Jake. – Eu disse meio pasma, é uma notícia e tanto para eu digerir.

- Eu vou entender se você quiser ficar brava comigo, gostaria que você nunca lembrasse de mim assim. – Ele apontou para o desenho.

- Não era você aí Jake. Não o meu Jake. – Eu disse e peguei o desenho da mão dele, amassei e joguei no lixo. – Não me importa o que aconteceu no passado, eu não posso mudar e nem quero mudar nada do que aconteceu, nossa vida é a partir do agora. – Eu disse e levantei sua cabeça, seus olhos tristes me fitaram. – Eu nunca vou conseguir ficar brava com você, isso é um fato, mas cuidado Jacob Black. – Eu disse o final brincando e ele sorriu, aquele sorriso de lobo que eu amava ver estampado em seu rosto.

- Eu amo você Renesmee. – Ele disse e eu o beijei.

- Eu também amo você Jacob. – Eu respondi, depois disso, as coisas esquentaram entre a gente, decidimos ir tomar banho juntos antes de irmos jantar na casa de Sue. Jacob, como sempre, causava um efeito em mim que eu nunca sabia explicar, mas que me fazia desejá-lo ainda mais, saímos do banheiro e nos trocamos, fechamos a casa e caminhamos de mãos dadas para a casa de Sue.

- Vocês demoraram, pensamos que tinham morrido. – Embry disse e depois piscou malicioso para nós, eu fiquei vermelha e todos começaram a rir, mas Jake os olhou com uma cara repreendedora que fez com que os meninos se calassem no mesmo instante.

- Agora que vocês chegaram nós podemos servir o jantar, venham comer meninos. – Sue disse e eles quase voaram para a mesa, eu ri com a cena, esses meninos são mesmo uns esfomeados.

Jantamos juntos como uma grande família, depois eu fiquei conversando com o vovô Charlie na varanda enquanto o pessoal conversava na cozinha.

- Então, como você está pequenina? – Ele começou sorrindo levemente pra mim. – Sinto sua falta lá em casa.

- Eu sei vovô, também sinto a sua, mas enquanto eu estiver lá sozinha, meu pai vai ficar tentando arrumar um jeito de ir falar comigo, aqui na reserva eu me sinto segura. – Eu disse e ele assentiu.

- Bella me disse que ele está arrasado, ela estava chateada também da última vez que eu a vi, você deixou de falar com ela também? – Ele perguntou.

- Por uns dias, mas eu tomei café da manhã com ela hoje e com Carlisle também. – Eu disse e o vovô assentiu. Logo depois ele pareceu se lembrar de algo e sua face tomou uma expressão de preocupação. – O que foi vovô?

- Acho que não posso falar isso só com você querida, sua mãe precisa estar junto. – Ele disse. Peça para ela vir aqui amanhã, nós precisamos conversar urgentemente. – Ele disse calmo, apesar de seus olhos estarem em pânico.

Vovô Charlie nunca me esconde as coisas, eu tenho total confiança nele, disse a ele que iria ligar para minha mãe assim que voltasse para a cabana pois eu havia esquecido o meu celular lá, vovô assentiu e eu mudei o rumo da conversa para a pescaria, era muito engraçado como os olhos dele brilhavam ao ouvir essa palavra, ele logo se empolgou e começou a falar sobre os novos materiais que ele comprou e como o kit que eu dera a ele era bom e versátil.

Ficamos conversando por horas, apesar de parecerem apenas minutos, era muito fácil conversar com ele, nós nos entendíamos muito bem, apesar de Charlie não saber tudo sobre mim, ele sempre procurava entender meus problemas não tão normais.

Estava ficando tarde e todos nós decidimos ir embora, agradecemos à Sue pelo jantar e eu voltei com Jacob para a cabana, assim que cheguei liguei para minha mãe e passei o recado de Charlie, ela disse que viria no final da tarde com a permissão de Jake, meu namorado disse que sim e ela confirmou a presença, liguei depois para o vovô e avisei que minha mãe iria, ele pareceu um pouco mais aliviado e me desejou uma boa noite, fui tomar um banho, colocar a camisola e depois me deitei com Jake na cama, ele me abraçou de um jeito que ficamos deitados em forma de conchinha, logo depois eu o ouvi roncar baixinho e ri sozinha.

Fiquei olhando ao redor do quarto para deixar meus pensamentos fluírem agora, ali, sozinha no quarto, eu poderia realmente processar todas as informações que me passaram hoje.

Primeiro, sobre a clareira que eu tanto quis saber, duas guerras haviam sido travadas ali, mesmo que não tenha tido combate corpo a corpo com os Volturi, eu acreditava que fora uma guerra. Mas aquilo era passado para mim, os Volturi ficaram com medo e foram embora, na verdade, eles nunca mais deram sinal de vida para a minha família.

Segundo, sobre Jacob, era chocante saber que um dia ele quis me matar, vê-lo da forma como eu vi em meu sonho, não era o Jake que eu conheci, mas penso que ele viveu assim por um longo tempo. Quanto sofrimento ele teve que passar? Porque era isso o que eu via estampado em sua face naquele sonho: sofrimento.

Isso fez com que eu ficasse ainda mais brava com meu pai, ele conhecia todo esse sofrimento que Jake passou, sabia tudo o que ele escondia dos outros e, mesmo assim, não teve a mínima consideração. Eu fiquei com raiva por saber disso, meu pai não mudou, ele sempre será este homem egoísta, era assim que eu o via, um egoísta. Sem perceber, meus devaneios me levaram à um estado de inconsciência e logo eu me entreguei ao sono que me consumia.

Enquanto dormia comecei a sonhar, eu me encontrava naquela mesma clareira, mas não era mais um bebê, eu era uma adulta, à minha frente os Volturi me observaram, atrás de mim estava a minha família. Eu olhei ao redor, os lobos olhavam para a frente tristes, eu olhei para o mesmo lugar que eles fitavam vendo um lobo castanho avermelhado no chão, ele estava fraco, tentava se levantar, mas não conseguia.

Também vi meus pais presos sob os braços da guarda dos Volturi, um deles olhou-me sorrindo sarcasticamente e tirou as luvas de seda que usava, olhou com nojo para o lobo no chão e arrancou sua cabeça, eu não conseguia gritar, tentava correr ao seu encontro, mas me sentia presa, eu chorava e chorava, depois vi meus pais morrerem do mesmo jeito frio que Jake e continuava chorando, estava desesperada, acordei em meio a gritos na cabana, mas Jacob não estava lá, ele já havia saído, eu estava sozinha naquela cabana. Levantei da cama e troquei de roupa decidindo dar um passeio pela praia, sentei-me em um tronco perto do mar e desabei em prantos.

Estava me sentindo horrível, as imagens do sonho vinham à minha mente todo tempo, eu estava agonizando com aquilo, Emily me dispensou do trabalho hoje e eu passei o dia na praia chorando, eu estava apavorada, nunca tinha sentido tanto medo na minha vida, aqueles olhos vermelhos penetrantes e malvados me fitando eram assustadores, tudo no sonho me assustava, eu me senti como uma criança indefesa de novo e eu não podia falar com ninguém no momento, então decidi pegar a moto e dar um passeio, fui para onde o vento me levou, não me preocupava com o meu destino, apenas sentia o vento batendo em minha face.

Aquilo me acalmou um pouco, mas não o bastante para acabar com meus soluços sem som, sem perceber, me peguei passando perto da minha casa, aquilo fez meu coração se apertar ainda mais e eu comecei a chorar, parei a moto perto da calçada para me acalmar e evitar um acidente até que senti um cheiro adocicado familiar e me virei para trás dando de encontro com meu pai, seu rosto estava em choque, provavelmente por ter visto o meu sonho, eu apenas olhei para ele e corri para seus braços.

Ele me abraçou fortemente e acariciou meus cabelos devagar, sempre que algo me perturbava, era com ele que eu ia conversar, percebi que tinha dirigido para lá por causa disso, sentia falta do meu pai, mesmo com o orgulho ferido, eu sabia que precisava dele.

- Renesmee, me desculpe meu anjo, eu nunca quis magoar você. Você e sua mãe são as razões da minha existência, eu não vivo sem vocês. – Ele disse arrependido.

- Eu senti a sua falta pai. – Eu disse entre os soluços, ele me abraçou mais forte e nós nos sentamos em um banco perto da moto. Ainda me sentia transtornada pelos sonhos, tudo estava embaraçado em minha mente e eu não conseguia pensar direito.

- Acalme-se querida, vamos resolver uma coisa de cada vez. Primeiro, eu peço desculpas pelo modo como agi com você. Jacob e você se amam e eu respeito isso, eu só quero que você seja feliz, não estou pedindo para deixar a cabana dele, pelo visto, você gosta de lá. Mas não precisa evitar a sua família por um erro meu, eles estão sofrendo com isso, eu sei mais do que ninguém disso. – Eu assenti enquanto ele limpava as lágrimas dos meus olhos. – Segundo, pegue seu carro e suas coisas de volta, quero sempre o melhor para você filha, quero participar da sua vida sempre que puder, quero estar perto de você.

- Eu sei pai, eu também quero que você esteja perto, mas vai precisar aceitar o Jake. – Eu disse devagar.

- Eu sei querida, nesses últimos dias eu pude refletir bastante sobre isso, eu conhecia um pouco sobre a história de Jake, mas quando ele conversou com você, eu percebi novas coisas sobre ele, esse ciúmes que eu tenho é sem causa e eu prometo trabalhar isso, mas, por favor, não fique assim querida. – Ele disse suplicante.

- Pai... – Eu disse, mas ele me interrompeu.

- Jacob veio aqui ontem conversar comigo, eu pedi desculpas a ele. – Ele me pegou de surpresa nessa, bem que percebi que Jake estava defendendo muito o meu pai nesses últimos dias. – Ele não me defendeu porque eu pedi, ele fez isso por conta própria, Jacob sabe que você não gosta de estar longe de nós. – Ele disse e eu assenti.

- Pai, quer saber? Vamos deixar isso para trás. Todo mundo erra, até os vampiros. – Eu disse e nós rimos baixinho juntos. – Mas quero que você seja paciente com Jake, que aceite minha relação com ele e que esteja sempre presente na minha vida. – Eu disse e seu rosto de iluminou.

- Sempre que você precisar querida. – Ele disse. Nós passamos horas conversando, depois entramos na casa do vovô e da vovó, falei com todo mundo rapidamente, meu pai me entregou as minhas coisas e colocou tudo no meu carro, ele me entregou as chaves e colocamos a moto lá por último, tio Emmet ajudou muito, minha família ficou muito feliz em me ver de novo, eu conversei bastante com todos e depois voltei para a reserva, eram quase oito da noite, com certeza, todos estavam jantando, parei o carro na garagem e levei as minhas coisas para a cabana, troquei de roupa e fui para a casa de Emily, sabia que eles estariam por lá hoje, fui caminhando calmamente pelo atalho que Jake me mostrara um dia até que ouvi um rosnado ao longe.

Olhei ao redor, mas não notei nada de diferente, dei de ombros e continuei andando por aí, ouvi um outro rosnado, mais perto dessa vez, fiquei nervosa e resolvi acelerar o passo, estava quase chegando à casa de Sam quando um vulto pulou na minha frente e eu entrei em posição de defesa, era um lobo, mas nenhum que eu conhecia aparentemente, era um lobo negro de olhos extremamente azuis, ele me fitava feroz, olhei em volta e não notei a presença de mais ninguém, comecei a ficar nervosa de verdade.

- Calma, eu não sou perigosa. – Tentei dar um passo, mas o lobo rosnou mais alto. – Está tudo bem. – Eu disse ao perceber um vacilo no rosto do lobo que mostrava medo também. – Eu não vou te fazer mal. – Eu disse calma e gentil, mas o medo pareceu ir embora do rosto do lobo e eu dei um passo para trás, rapidamente, ele pulou por cima de mim e me fitou agressivo, olhei para os lados novamente e comecei a correr, o lobo era tão rápido quanto eu e logo me alcançou, mais alguns metros e eu estaria na casa de Emily, tinha que conseguir, mas uma pontada me pegou de surpresa, senti meu corpo ficar fraco e me lembrei que não comia nada desde ontem e que também não caçava desde a semana passada, isso faria uma grande diferença para mim, eu me forcei a correr mais rápido, mas o grande esforço acabava comigo.

Logo, vi as luzes da casa de Emily, queria gritar, mas não conseguia, o lobo me alcançou e bateu com suas grandes patas em mim, eu voei até a árvore mais próxima e soltei um grito de dor, a árvore esfolara as minhas costas, as patas do lobo me arranharam profundamente fazendo três grandes cortes em minha pele, sangue jorrava das minhas costas.

- PARE AGORA! – Jake ordenou em seu tom de Alfa para o lobo que se recolheu. – Sam, vá ajudá-lo, não sabemos quem é. – Sam assentiu e se transformou seguindo o lobo. Jake olhou ao redor e me viu, seu rosto agonizou e ele correu para mim. – Ness...

- Jake. – Eu disse sem forças, lutava para ficar acordada. – Jake. – Repeti ao contemplar seu lindo rosto masculino, ele agora estava aos prantos.

- Leah, busque sangue para ela, agora mesmo. – Ele disse e ela assentiu correndo o mais rápido que podia como uma loba cinzenta. – Seth, pegue um cobertor e alguma coisa para limparmos esse sangue dela. – Ele assentiu e entrou com Claire na casa. – Emily, traga um copo pra mim. – Ele disse e Emily correu para pegar um copo, Seth também voltava correndo e trouxe uma toalha, Jake a envolveu em minhas costas, cada toque doía muito.

- Jake. – Eu arfei de dor.

- Eu sei, vai ficar tudo bem. – Ele dizia entre as lágrimas. – Eu preciso de uma faca. – Ele gritou e Claire veio com uma rapidamente, Jake pousou o copo no chão, pegou a faca e fez um grande corte nela, sangue jorrava de sua mão para dentro do copo, ele repetia o processo de se cortar até encher o copo. – Beba isso.

- Não posso. – Eu disse com medo de não poder me controlar depois.

- Eu confio em você. – Ele disse e pousou o copo na minha boca, as primeiras gotas de sangue entraram em contato com minha boca e eu logo comecei a tomar mais com vontade, terminei o copo ofegante e me senti um pouco mais forte, senti meus ferimentos começarem a se cicatrizar.

Jake me pegou no colo e me levou para dentro da casa de Emily, ele me deitou no sofá de bruços e pegou algodão e água para limpar os ferimentos, ajudando a cicatrização rápida. Leah veio depois de uns cinco minutos com uma garrafa cheia de sangue animal que eu logo me pus a tomar, aquilo me fortalecia, não era tão bom quanto o sangue de Jake, mas fazia um ótimo efeito em mim.

- Quil, Embry. Vão atrás de Sam para ajudá-lo, tenho certeza de que ele precisará. – Os dois assentiram e saíram pela porta.

- Vamos fazer uma ronda para ajudar. – Leah disse e Jake assentiu, os outros lobos se foram, sobraram apenas eu, Jake, Emily, Claire, Kim, Sue e Rachel. Agradeci mentalmente por vovô Charlie não ter ido jantar conosco hoje. Jake encheu outro copo de sangue dele quando a garrafa de sangue animal acabou e eu tomei desesperadamente, aquilo aliviava a minha imensa dor.

- Os cortes ainda estão profundos, vai precisar de mais sangue. – Ele já estava pronto para se cortar quando eu o parei.

- Não. Comida. – Eu disse com a voz rouca e ele assentiu, Emily foi até a cozinha e trouxe um pouco de sopa para mim, Jake deu a sopa para mim e isso me ajudou um pouco, eu pedi mais, dessa vez algo mais sólido e ela preparou alguns ovos para mim, eu comi tudo e bebi um pouco de suco.

- Vamos deixar vocês sozinhos um pouco. – Emily disse quando viu que as coisas haviam amenizado. – Vamos ficar esperando os outros voltar. – Ela disse e Jake assentiu, seu rosto ainda estava preenchido de lágrimas, ele fez mais um copo com seu sangue e o deu para mim, eu tomei meio relutante e depois relaxei o corpo deixando a escuridão tomar conta de mim.


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Notas finais do capítulo

e aí...gostaram?
aceito críticas, elogios, sugestões, apenas se manifestem gente...por favor
beijos
:*



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