Scorpius narrando:

         Ás vezes as situações fogem do nosso controle, e não sabemos mais o que fazer, mas sempre temos que ter esperança, bem eu esperava que isso fosse verdade, porque se não estaríamos bem ferrados.

         Desde aquele momento com Rose que eu senti algo diferente acontecendo, nós parecíamos estar sendo conduzidos por algo, era como se tudo fosse se resolver. Apesar de Hogwarts estar um caos, e as casas começarem a discutir sobre o que estava acontecendo, nós precisávamos da Sonserina. E meu pai podia ajudar, de algum jeito.

         Eu estava sentando na beira do lago, daqui há pouco começaria as aulas, eu só estava esperando o sol nascer pra voltar ao castelo. Eu queria pensar em tudo o que tinha acontecido comigo, e como seria encarar meu pai, mesmo estando tudo bem, eu ainda tinha receio que tudo pudesse voltar a ser como era antes, ele e a vaca de sua mulher, que dizia ser minha mãe, fazendo da minha vida um inferno.

         -Scorpius – eu ouvi alguém sussurrar meu nome, eu nem precisava olhar pra saber quem era. Aquela voz eu reconheceria longe, era Rose, eu a olhei, ela estava linda como sempre. Seu rosto não parecia com sono, só cansado, e assustado. Eu sorri pra ela, que mordeu o lábio, e piscou se aproximando de mim – O que você tá fazendo aqui a esta hora? – ela pediu sentando do meu lado, eu passei meu braço em volta dela e a puxei para perto. Rose me trazia paz.

         -Pensando um pouco em tudo... E você? – ela recostou a cabeça em meu ombro, e sorriu, ela tinha descoberto algo, com certeza.

         -Eu estava só dando uma volta pelo colégio, e acho que logo tudo vai fazer sentindo. Sobre seu pai vir pra cá, esse feitiço, e tudo... Acho que tem algo que não sabemos... Mas acho que tudo vai ter sentido Scorp... – ela falou isso com um brilho no olhar, mas eu notei um tom confuso em sua voz – Eu só não sei se isso vai nos tirar dessa encrenca, e deixar tudo bem, ou vai nos colocar em problemas maiores ainda – bem, vindo da gente, acho que a segunda opção é mais fácil. Eu dei um sorriso pra Rose, e passei a mão em seus cabelos.

         -Bem Rose, escuta, não importa o que acontecer, nós sempre estaremos juntos, eu, você, o Al e a Sophie, nós estaremos com você e um com o outro. Então que venha tudo e todos contra nós, porque juntos ninguém pode nos derrotar – ela sorriu e olhou pra mim, eu pisquei.

         -Mas Scorp, eu tô confusa e com medo. Isso não tem lógica – ela sussurrou, olhando pro céu, onde o sol começava a se erguer preguiçoso. Eu a abracei, mas forte, e a puxei pra que ela olhasse nos meus olhos.

         -Não precisa ter lógica Rose, não temos lógica quando amamos, mas amamos, não tem lógica matar outras pessoa, mas matam, não tem lógica na fé, mas ela move montanhas. Então se tudo isso não tem lógica, isso não tem problema, vai ter alguma hora, mas quando essa hora chegar, precisamos estar prontos pra enfrentar tudo, como der, e não só com lógica – eu falei, não sei de onde tirei essas palavras, mas elas fluíram, Rose abaixou o olhar, mas depois voltou a olhar pra mim sorrindo, e com um brilho muito diferente no olhar.

         -É isso Scorp, você é um gênio – ela sussurrou, eu revirei os olhos, e a beijei.

         Não tínhamos nos tocado, mas a próxima prova seria em duas semanas, e não tínhamos conseguido unir todas as casas, mas assim que eu beijei Rose, eu me esqueci disso. Naquele instante era ela que importava, só ela.

         Rose narrando:

         Como eu não tinha pensando antes? Eu sempre imaginei que assim como a Câmara Secreta, os Fundadores tivessem feito salas diferentes e escondido seus manuscritos lá, isso séria a lógica moderna de como Hogwarts funcionava, mas se a ideia era unir, então o porque eles não teriam feito um livro, e deixado em uma única sala?

         O único problema era, achar a sala, mas isso aconteceria na hora certa. Agora nós tínhamos uma prova pra se preocupar, e mais duas provas, que aconteceriam, em menos de dois meses. Eu sentia que tínhamos que estar unidos praquela prova, não importava mais quem fosse ganhar, só tínhamos que sair vivos daquilo tudo.

         Eu e Scorp ficamos vendo o sol nascer, até umas seis e meia, então eu beijei ele mais uma vez, e saí dali, eu precisava pensar, e fazer mais umas coisas.

         Eu fui direto pra sala precisa, amarrei o meu cabelo, e comecei a folhar os livros a esmo, foi quando eu parei em um capítulo interessante, era sobre uma magia. O problema era que por mais que eu lesse menos eu entendia, era como se tivesse uma magia de proteção ali. Desisti de procurar, e me joguei em um dos pufes ali.

         Eu ainda estava tentando achar respostas pra tudo, talvez esse fosse o problema, eu querer saber tudo antes, e ter puxado isso da minha mãe. Eu tinha coragem e sabia fazer as coisas, o problema era, eu parar de me preocupar tanto.

         Saí da sala precisa, e quase trombei em meu irmão Hugo, ele estava sorrindo feito um bobo, e pelo vermelhão, eu diria que o problema era uma garota.

         -Hugo? – eu chamei o olhando, e ele virou pra mim e sorriu – Como anda? – eu sei, é meio estranho pedir isso, mas eu e meu irmão, não estávamos conversando muito ultimamente, com tanta coisa acontecendo, e meu irmão sendo ele, tímido, e um aluno até que normal em Hogwarts, se comparar a mim.

         -Bem mana, e você? Finalmente você e o Scorp, né? – ele falou sorrindo, eu assenti e pisquei – Bem, finalmente, vocês ficam bem juntos, mas se ele te magoar me chama tá? – eu dei uma risadinha e assenti,

         -E você, alguma namorada? – ele revirou os olhos, e deu uma risadinha, que combinando com o vermelhão, tinha sim alguma garota envolvida.

         -Bem mana, não tem nada, então, a gente se vê, e boa sorte no campeonato – ele disse piscando, e me deixando no corredor, eu suspirei, e soltei meu cabelo, deixando ele cair pesado em minhas costas.

         Meu irmão não era mais uma criança, nem eu... Bem, eu suspirei, e continuei andando, até que eu tropeço em Lilly que tá berrando com alguém, só pra não varia nem um pouco, eu a olhei confusa, e ela virou as costas pro quadro, sim ela tava discutindo com um quadro! Vai entender? Eu quero saber quem ela puxou da família...

         Eu não a cumprimentei, já que logo depois o namorado dela chegou, e eles começaram a conversar, eu suspirei e continuei a andar, cheguei ao Salão Principal, até que no horário, Al e Sophi tinham acabado de chegar, e Scorp não estava ali.

         -Hey Rose, não vá ficar brava com o Scorp, ele só tá confuso, com o pai, e tudo o mais – sussurrou Al pra mim, eu sorri e assenti. Eu sabia disso, eu sentia tudo o que ele estava sentindo.

         Olhei pra mesa dos professores, e lá estava o Sr Malfoy comendo, e parecia procurar Scorp, ele conversava com o Sr Collet, e com o Tio Nevil de vez em quando.

         Tomei apenas uma xícara de café e fui achar Scorp, ele já tava na frente da Sala de Poções, e sorriu assim que me viu. Eu fui até ele e o abracei, o mais engraçando é que entre nós não precisava de palavras, eu sabia que ele estava com medo, e ele sabia que eu estava confusa. Então, nós nos beijamos, foi um beijo cheio de amor, conflitos, e de desejo. Eu estava com o meu corpo em chamas, e Scorp apertava a minha cocha, foi quando nós dois ouvimos um pigarro. Eu empurrei Scorp, e ele ficou super vermelho com o que viu.

         -Bem, Scorpius, Rose, não sei porque fui chamado aqui, mas me disseram que tinha algo a  ver com a sonserina – falou a voz do meu sogro, atrás de mim, eu me virei, tão vermelha quanto o meu loiro.

         -Precisamos de ajuda professor Malfoy – isso não fui eu que falei, o resto dos Herdeiros tinham seguido Al e Sophie que tinham acabado de chegar, assim que eles descobriram que teríamos Poções, quem falou isso foi Jaden, eu estava vermelha, e constrangida, sem contar porque meu sogro tinha acabado de pegar eu e Scorp na maior pegação.

         -Ajuda com o que? – ele perguntou nos olhando, o Sr Malfoy estava velho, não muito, mas se percebia que não era mais o mesmo rapaz da juventude, não era o melhor cara do mundo, mas não era um cretino que era na sua época de escola.

         E então começamos a contar toda a nossa história, ele ouvia atentamente, e nos olhou, mais especificamente, pra mim, pro Scorp, pro Al, e pra Sophi, parecendo nos analisar e evitando sorrir.

         -Bem acho que eu posso ajudar, mas acho que vocês vão precisar esperar um pouco, sabe, esperar a oportunidade certa pra falar com os Sonserinos, o pessoal deles, não são pessoas fáceis de lidar, eu não era, mas no fundo, eles sabem o que devem fazer, Slytherin era um grande bruxo e melhor amigo de Griffyndor, sabemos que eram todos amigos, então acho que Vocês conseguem, vou ver o que posso ajudar, mas sabem que só depende deles, e de vocês mesmos, cabe a vocês aceitarem a Sonserina como ela é, e ela aceitar vocês, como vocês são – o Sr Malfoy falou isso, e nos deixou um pouco perplexos, ele entrou na sala, e nos deixou sozinhos.

         -Hoje na sala precisa as sete? – eu, William, e Jenny perguntamos, o pessoal assentiu, e então o sinal bateu, eu e Scorp entramos de mãos dadas na sala de Poções.

         A aula foi incrível, Draco Malfoy não era um mestre de poções, mas ele sabia muita coisa, e deu a aula de um jeito bem bom, um pouco arrogante, mas divertido.

         Bem, apesar das aulas, e de tudo, as palavras de Draco Malfoy ficaram martelando na moinha cabeça, será que nós também tínhamos um preconceito contra a Sonserina? E será que a Grifinória e a Sonserina, iriam conseguir permanecer juntos, aceitando os defeitos e qualidades?

         Bem, isso nós saberíamos em breve.