Uma semana depois...

         Scorpius narrando:

         Tirando o fato que eu estava me controlando pra não matar o hauck em cada treino de quadribol, tudo estava indo bem. O almoço com a família de Rose havia sido simplesmente divertido. Ninguém estava me tratando como um Malfoy, nem o Sr Weasley, apesar de ainda estar sendo super protetor com a filha dele.

         Era véspera do jogo Grifinória versus Lufa-Lufa. Estávamos indo pro treino, e Rose, parecia muito quieta do meu lado, estávamos de mãos dadas, e eu sabia que ela queria falar alguma coisa.

         -Rose, fale logo, eu sei que você não é quieta assim – eu murmurei pra ela, que deu um leve sorriso, e olhou pra mim.

         -Scorp, você sabe que amanhã, se você e o Hauck continuarem a brigar desse jeito, eu estarei em perigo, certo? – eu suspirei e assenti. Nos treinos, ela teve que se desviar de dois balaços, por culpa minha e do Daniel, que estávamos brigando – Então tenta agir como equipe com ele – Rose falou e sorriu pra mim. Eu suspirei e assenti, afinal de contas, ela estava certa. Rose sorriu e me deu um selinho. Indo até o vestiário feminino, ir se trocar.

         Eu segui pro vestiário masculino, onde o desgraçado do Hauck estava. Eu o olhei e bufei, eu tinha que falar pra ele, pra esquecermos todas as nossas diferenças dentro do campo e agirmos que nem uma equipe.

         -Daniel, eu sei que nenhum de nós dois vai com a cara um do outro, mas simplesmente precisamos agir que nem uma equipe – eu falei o olhando sério, ele olhou pra mim e assentiu.

         -Então, amanhã no jogo, e nos treinos, simplesmente esquecemos quem nós somos, e vamos jogar – ele completou e eu assenti. Nós dois demos um aperto de mão, e eu olhei pras mãos de Daniel, uma delas estava com um corte. Ele tirou rapidamente as mãos, e foi pro campo.

         Eu me troquei ainda estranhando o fato, peguei a minha vassoura e subi pra treinar.

         A Rose já estava lá. E como sempre, o cabelo estava amarrado, pra não cair nos olhos. Mesmo assim, o rosto corado que ela tinha, e os lábios carnudos, ficavam ainda mais lindos quando ela voava.

         -Certo seus manés, temos um jogo difícil amanhã, vamos repassar as jogadas, e irmos descansar – berrou o James, começando a repassar todas as jogadas.

         Rose narrando:

         O meu plano tinha dado certo, eles simplesmente estavam jogando com uma sincronia perfeita. Scorp e Daniel. NA última semana de treinos, eles tinham brigado, e sempre por minha causa. Pelo amor de Deus! Tínhamos um jogo importante amanhã. E eu sabia que quando o treino acabasse, eu estaria super nervosa, e iria direto pro dormitório descansar, no máximo ficar um pouco com o Scorp.

         -Você conseguiu – murmurou James voando até onde eu estava – Esses dois são fantásticos, tem uma sincronia perfeita, são ótimos batedores – ele falou – Rose, eu sei que você não vai com a cara do Daniel...

         -E não vou mesmo James, e eu tenho motivos – eu falei lembrando de todas as cenas que ele esteve comigo, e lembrando só de uma onde ele fora gentil, e legal.

         -Eu sei que tem Rose, eu só quero que você saiba que o Daniel que eu conheço não é desse jeito, arrogante e idiota. Tem alguma coisa errada com ele, então não julgue ele por essas atitudes, tá? – o James falou isso sério e preocupado, eu fitei Daniel, e depois olhei pra James e suspirei. Eu sabia que tinha algo errado com aquele garoto, e é claro que tinha, tinha algo na aura dele que me dava medo, como se uma magia muito poderosa o tivesse dominado.

         -O que você quer que eu faça? – eu perguntei olhando pro James, que deu ombros e bufou.

         -Apanhe o pomo amanhã e ganhe o jogo – e nisso ele simplesmente voou pro outro lado do campo. Eu suspirei, e procurei o pomo de ouro. Achei em alguns minutos, e o peguei com facilidade.

         Albus narrando:

         Simplesmente eu tinha que tirar os olhos de Sophie, ela era perfeita jogando quadribol. Por Merlin, e ela jogava bem, ou eu jogava muito mal.

         -Quer um balde Al? – perguntou Rose olhando pra mim com um sorriso maroto, eu a encarei bravo e ela sorriu – Preste mais atenção no jogo, e menos em Sophie, se não amanhã, você vai ser ridicularizado por toda a Grifinória, e nós podemos perder – que Inferno! A Rose tava pior que o James, talvez só porque ela não estava treinando tanto. Ela estava correndo atrás do pomo, e observando agente jogar. Sem contar de estar secando o Scorp, se bem que ele também ficava a secando...

         Mas de qualquer jeito, eu acatei a sugestão da minha prima nem um pouco descarada (eu estou sendo irônico), e meio que ignorei a Sophie, no jogo, ou melhor, eu ignorei a beleza dela, e usei a nossa ligação, pra melhorar o desenvolvimento das estratégias,

         -Finalmente o Al voltou – eu ouvi o James gritar em comemoração, depois eu mato o meu irmão, agora eu vou treinar porque é o melhor que se tem a fazer.

         Quer dizer, a Rose já estava treinando a gente, com vários feitiços diferentes, e nós estávamos quase no mesmo nível que alguém que iria prestar os NIEM’s porque além de tudo ela fazia agente estudar tipo, tudo. E além dos trabalhos da escola, tínhamos que lidar com os trabalhos que ela propunha. A Tia Herms estava corrigindo todos pra nós.

         Não que aquilo não fosse nos ajudar, e não que Rose só pensasse nisso, só que eu estava cansado. Ou talvez, fosse porque o James tinha resolvido fazer um treino intensivo com o time. Acho que e a última coisa é que vale.

         -Bem, cambada, o treino acabou, vocês tão liberados! Vão descansar! – berrou o James pousando e indo pro vestiário.

         Eu vi Scorp e Daniel se cumprimentarem e descerem pra se trocar. E Rose fazer o mesmo. Eu desci, tomei um banho no vestiário, e assim que eu saí, eu encontrei Scorp.

         -Esperando a Rose? – eu perguntei bocejando, ele assentiu. Estávamos cansados demais com o treino. Eu tinha que perguntar pro James, como ele tinha conseguido o campo de quadribol tantas vezes naquela semana.

         Rose e Sophie saíram do vestiário rindo. Sophi, estava linda, claro, ela era linda. Peraí, eu não sou confiável pra falar nada, segundo a Rose isso.

         -Eu sei que agente tá cansado, mas eu preciso falar uma coisa pra vocês – Rose falou preocupada, nós a olhamos, tipo: “Pode falar, e tudo o mais...”, ela olhou pros lados, e fez sinal que seria depois.

         Sophie narrando:

         A Rose tava estranha, tipo, ela ficou quieta depois do treino, e eu sabia que não era só o seu nervosismo de antes do jogo, ou algo assim, tinha alguma coisa errada, eu sabia disso.

         -Rose, você não vai nos contar? – eu perguntei observando o comportamento furtivo da Rose, que engoliu em seco, e saiu andando rápido pra Sala Precisa.

         Entramos na biblioteca que a Rose sempre gostava de usar, e eu, Al e o Scorp olhamos pra ela, um pouco confusos, ela suspirou e convocou alguns livros. Abriu cada um em páginas diferentes, e eu sabia que livros que eram, ela tinha lido eles, nas última semana. Eram livros grossos, e de feitiços avançados. Ela suspirou e prendeu o cabelo, isso significava que ela precisava pensar.

         -Rose, o que você quer nos falar, eu sei que ainda é cedo, mas temos que jantar, e ir descansar – falou Al bocejando novamente, nós ainda não tínhamos jantando, as aulas tinham terminado, e o nosso amigo James, nos mandou pro campo de quadribol, ainda era sete horas, estava anoitecendo.

         -Eu sei disso – ela falou, soltando o cabelo, e lançando um olhar preocupado pra todos nós – Acontece que quando começaram a querer trazer de volta do Torneio esqueceram de quatro coisas fundamentais pra ele – ela falou sentando na mesa e nos encarando séria.

         -Quais coisas sérias? – Scorp perguntou indo até o livro, e então soltando uma exclamação de entendimento e preocupação – Você acha que o Hauck...? – que merda! Do que Diabos eles estavam falando.

         -O quê? – eu perguntei olhando Rose, já um pouco estressada e super curiosa, ela suspirou e olhou pra mim, e depois pra Al.

         -É simples – começou a explicar Scorp – Vocês não leram esses livros, eu e a Rose lemos. Estávamos pesquisando a história, enquanto vocês procuravam feitiços. Eu e Rose achamos que isso não seria importante, por isso não tá no resumo de vocês – ele parou pra respirar e olhou pra Rose, que piscou, fazendo sinal pra que ele prosseguisse – Quando o Torneio das Casas foi criado, ele reunia os Herdeiros de cada casa. Ou seja, os que mereciam estar ali, os que tinham talento suficiente. E esses recebiam treinamento especial, de cada diretor da sua casa, que no caso naquela época ainda eram os fundadores de Hogwarts – ele prosseguiu – Eles ficaram preocupados quando começaram a ficar velhos, e cada um escreveu um livro, que seria herdado pela casa, e só os herdeiros deveriam saber, assim, fazendo com que a magia durasse pra sempre, e acrescentando informações através dos tempos. Os livros foram escondidos na Sala Comunal de cada um, até Slytherin esconder o dele na Câmara Secreta, e acabar com o Torneio até os dias atuais – eu continuava sem entender onde eles queriam chegar.

         -Sim e onde tudo isso nos leva? – eu perguntei olhando pra Rose que suspirou e olhou pra Scorp.  Ela estava ou muito cansada, ou muito perturbada, ou os dois.

         -Todo ano que ocorria o Torneio das Casas, quatro alunos, um de cada casa, sofria a influência de um demônio, não um demônio de verdade, mas é um feitiço, que era feito pra dificultar as casas a prosseguirem no Torneio, e em tudo que estivesse participando. Quando havia conhecimento desses feitiços, raramente os alunos sofriam essa influência. Ou só os que eram fracos, e não tinham consciência do que estavam fazendo – murmurou Scorp. E então eu entendi, aqueles feitiços faziam as pessoas serem do mal, isso explicava a atitude de Hauck, e daquela lufana que a Rose me contou.

         -Os feitiços caíram no esquecimento – murmurou Rose– Mas ganharam força, Daniel sabe que está sob um feitiço, por isso ele nos chamou pra um terceiro jogo. Alguém está influenciando esse feitiço que faz parte do campeonato a ficar cada vez mais forte. E atacar ao invés de alunos, vários – eu engoli em seco, e vi a expressão de preocupação de rose.

         -Rose eu não cheguei a ler os livros até o fim, então quais são as quatro questões fundamentais que foram esquecidas Rose? – perguntou Scorp olhando pra Rose que assumiu um semblante sério e preocupado.

         -Os livros das Casas, todos os herdeiros deveriam ter o livro da própria Casa, assim como todos os alunos deveriam poder vê-li. A união das equipes. Apenas Grifinória e Corvinal seguem os passos de Griffyndor e Ravenclew, unidos, com seus companheiros de casas. A História de Hogwarts, e o mais importante o Feitiço que está sob esse campeonato – Rose murmurou fechando os olhos – A escola corre perigo, alguém, que quer acabar com a reputação dessa escola está agindo contra nós. Não é nenhum professor, eu posso sentir – ela respirou fundo e abriu os olhos – Só tem um jeito de resolver isso.

         -O que é? – perguntou Al olhando pra mim, e sorrindo, e depois voltando seu olhar pra Rose preocupado.

         -Um contra feitiço – ela sussurrou, como se estivesse perdendo as forças – Mas ele só pode ser feito depois que os sintomas da perda do controle do Feitiço comece. E isso não vai demorar pra acontecer.

         -E onde está esse feitiço? – perguntou Scorp a olhando curioso, e ao mesmo tempo preocupado.

         -Cada um dos trechos está em cada um dos Livros das Casas. E o trecho final, está no Livro de Hogwarts – murmurou Rose, claro o Livro  de Hogwarts, era o livro que estava na sala da diretora, sempre aberto em páginas diferentes.

         -Mas como vamos fazer isso? – eu me ouvi perguntar, e Rose dar um sorriso fraco.

         -Primeiro temos que arrasar no jogo amanhã, isso dará um tempo de imunidade do feitiço pra nossa casa, a alegria afasta isso. Segundo precisamos esperar o Feitiço começar a agir. Terceiro precisamos falar com a McGonagall, ou roubar o Livro de Hogwarts. Quarto precisamos que os Herdeiros, ou seja, os vencedores, tragam o livro de suas Casas. Só um Corvinal pode achar o Livro da Corvinal, só um Sonserino pode achar o Livro da Sonserina, e assim por diante. Vamos precisar de todas as casas juntas pra fazer esse feitiço – Rose murmurou.  

         -E o Torneio? – eu perguntei novamente, ela deu um sorriso sádico.

         -Se esse Feitiço ficar fora do controle, e não for detido na última prova, vários alunos irão morrer Sophie, e eu juro por Merlin e Morgana, que eu não quero estar aqui quando isso acontecer – ela jogou a cabeça pra trás e respirou fundo.

         -Então, amanhã, quando entrarmos em campo, nós precisamos ganhar, não é isso Rose? – Al perguntou a olhando, e ela assentiu, com os olhos fechados. Scorp foi do lado dela e a abraçou – Quando entrarmos amanhã em campo temos que esquecer tudo isso, ou melhor lembrar de tudo isso, e lutarmos, porque precisamos de vantagem pra lutar contra essas coisas – Al falou, Rose sorriu e assentiu.

         -E se não ganharmos? – eu perguntei indo até Al que me abraçou e sorriu confiante, eu sempre era pessimista.

         -Não tem não ganharmos Sophi, a Grifinória tem mais influência sobre esse Feitiço do que os outros – Scorp falou – Foi Griffyndor que teve o processo mais importante no momento da criação.

         Depois dessa eu engoli em seco, e pisquei forte, eu vi Al sorrir pra Scorp e Rose, e ele me tirou dali.

         -Vai ficar tudo bem Sophi, nós estamos ferrados, mas nós conseguimos – ele falou confiante em meu ouvido, e antes que eu pudesse protestar, ele me puxou pra perto de si. E nós nos beijamos.