Rose narrando.

         Acho que a minha sogra deve ter algum vício por berradores, e pelo amor de todas as cuecas de Merlin, será que ela podia fingir que Scorp não existe pelo menor por um dia? Deixar agente assumir o nosso lindo namoro em paz?

         -Se eu não abrir esse drogo vai abrir de qualquer jeito – murmurou Scorp, bocejando e abrindo a carta vermelha, que se abriu e ficou mais ou menos uns dois segundos esperando pra começar a mensagem.

         -SCORPIUS HYPERION MALFOY – a voz gélida e chata que estava berrando em alto e bom tom de costume começou o seu discurso. Eu e Scorp reviramos os olhos ao mesmo tempo – COMO VOCÊ OUSA SER UM DOS VENCEDORES DA GRIFINÓRIA? E AINDA HUMILHAR A CASA QUE DEVERIA TER PERTENCIDO – uma ova sua vaca desprezível – NÃO SEI COMO TEU PAI AINDA NÃO TE DESERDOU – Scorp suspirou e revirou os olhos – VOCÊ É UMA VERGONHA... – e eu já tô de saco cheio de você, eu pensei sorrindo, e queimei o berrador, que parou de falar imediatamente. Scorp me olhou com um tom falso de desaprovação, mas sorrindo marotamente.

         -Você é impossível Rose – eu ouvi ele falar sorrindo – Se minha mãe descobre que o berrador dela não deu a sua mensagem final... – eu suspirei e sorri pra ele.

         -Então ela que escrevesse uma carta normal, sabe? Um berrador é muito chato... Já enjoei dessa tática idiota dela tentar te atingir – eu falei passando meus braços em volta de seu pescoço. Ele olhou pra mim, com os olhos semicerrados, fingindo me analisar, e depois abriu um sorriso lindo, e todo meu.

         -Eu também já cansei desses berradores – ele falou me puxando para perto de si, e de seu rosto. Eu sei nós não íamos conseguir manter um namoro discreto, eu sei disso, tanto eu e o Scorp brilhávamos em qualquer lugar que estivéssemos. Ainda mais acompanhados do mais novo casal assumido de Hogwarts, Al e Sophie, que nos olharam com urgência, mais ou menos querendo falar assim: “ Se esse namoro é um segredo, porque vocês estão quase ficando, na frente de todo mundo?”. Boa pergunta.

         -E então, como foi a noite de vocês? – perguntou James chegando do nosso lado, e começando a devorar toda a comida da mesa, eu suspirei, e jurei querer esganar o James, ele estragou meu quase beijo, que assumiria tudo que eu e Scorp estávamos tentando esconder.

         -Foi boa – respondeu Sophie por nós – Eles não nos contaram nada, se isso te alegra Potter – hein? Desde quando Sophie chamava o James, de Potter? Eles tinham brigado? Quer dizer, não que o James fosse a fim de Sophie, ele não era a fim de ninguém, e sim de todas as criaturas do sexo feminino de Hogwarts, menos a irmã, eu e a Sophie. Mesmo assim, eles eram amigos, ou seja, era meio que estranho ela chamar ele pelo sobrenome. Eu e Scorp, nos entreolhamos e olhamos pra Sophie, meio que pedindo o que tinha acontecido, ela suspirou, e Al, abraçou Sophie, os dois saíram da mesa da Grifinória, eu olhei pra James, que tinha parado de comer, pra olhar o irmão e a cunhada.

         -Eu estava bêbado ontem – ele murmurou olhando pra eles – Contrabandeei Whisky de Fogo ontem de noite, pelo menos pra mim e pros meus amigos. Falei umas besteiras pro Al e pra Sophie, só não me lembro bem o que – murmurou James pra nós, e piscou os olhos, como se estivesse com dor de cabeça – Isso responde as perguntas que vocês iriam me fazer? – James era muito burro, eu tô falando sério. Se o Tio Harry descobre o que esse garoto apronta nessa escola, e que nem os professores desconfiam, eu acho que ele teria um treco. Eu sabia que misturar o nome dos dois marotos que mais aprontavam daria nisso...

         -É acho que é, e vindo de você, com certeza você deve ter falando um monte de merda pra eles.- eu murmurei e suspirei olhando séria pra James – Sério Jay, você é legal e tudo o mais, mas toma cuidado com o quer você tá fazendo, certo? – Jay suspirou e dei ombros. Eu e Scorp nos levantamos e fomos atrás de Sophie e Al, que tinham ido falar com Lilly, que estava na porta sorrindo, e de mãos dadas como primo de Sophie, o que mais eu e Scorp perdemos naquela festa?

         -Sim, nós estamos namorando – eu ouvi Lilly falar pra mim e pro Scorp assim que nós dois chegamos pra falar com Al e Sophie – Depois eu conto a história, mas e vocês? – ela perguntou apontando pra mim e pro Scorp, que estávamos abraçados. Eu olhei pro Scorp, e mordi o lábio.

         A eu sei lá, eu ia matar o meu pai do coração e a vaca da mãe do Scorp de raiva, mas eu queria assumir o namoro, ainda mais depois que aquela Lufana passou, e secou o meu namorado.

         -Estamos namorando – eu e Scorp falamos juntos, e sorrimos um pro outro.

         Scorpius narrando:

         Rose iria me matar, mas eu comecei a achar meio que brega esconder o nosso namoro. Além do mais a vaca da Astoria iria morrer de raiva, e eu teria que me entender como Sr Weasley, mas eu não podia deixar idiotas que nem o Hauck terem esperança com a Rose. Ele tinha acabado de passar, e deu uma secada fenomenal em Rose.

         -Estamos namorando – eu me surpreendi porque Rose falou isso, exatamente no mesmo momento que eu. Nós dois nos olhamos, e sorrimos com ar de cumplicidade. Lilly, estava boquiaberta, e Sophie piscou forte como se estivesse tentando assimilar o que havíamos dito.

         -Eles assumiram o namoro – praticamente berrou o meu lindo e nada discreto amigo Albus Severus Potter que provavelmente será morto por Rose, porque Rose o encarou mortalmente, com aquele olhar que me dava medo.

         -A escola inteira não precisava ficar sabendo assim – falou Rose, quando todos olharam pra nós. Toda a mesa da Grifinória berrou um “Aleluia” acompanhados pela Corvinal e pela Lufa-Lufa. Pelo que eu notei tinha até apostas de quando eu e Rose ficaríamos e começaríamos a namorar.

         -Eu sinto que a minha vida pessoal estava sendo desrespeitada por eles – falou Rose com um sorriso um pouco tímido no rosto, eu ri, e dei ombros.

         -Beija, beija, beija, beija – quem puxou esses gritos foi James que tinha subido em cima da mesa, pra recolher o dinheiro das apostas e agora estava dançando uma dancinha da vitória muito engraçada.

         Eu abracei Rose, e a olhei nos olhos, ela sorriu, e piscou, ficando um pouco corada, como sempre ficava, quando estávamos próximos daquele jeito.

         -Então, você vai me beijar pra calar a boca destes desgraçados, ou eu vou ter que tomar a iniciativa? – Rose perguntou sorrindo pra mim, e passando os braços em volta do meu pescoço. Eu sorri.

         -Já que você pediu com tanto carinho... – Rose me deu um tapa de leve, e eu sorri, a puxando pra perto de mim, e a beijando.

         Agora sim a escola inteira estava berrando: “Aleluia”, menos os professores. Quer dizer, alguns tipo o Neville, estavam batendo palmas, junto com a mesa da Grifinória, outros como a nossa diretora, estavam apenas sorrindo, e outros como o professor de DCAT estavam tentando fazer com que os alunos ficassem em silêncio. Enquanto isso, eu e Rose estávamos nos beijando.

         -Rose e Scorpius – berrou James – Sophie e Al – ele berrou de volta, e todo mundo aplaudiu. A Sophie e o Al, também estavam se beijando – E a Lilly e Thomas – essa última James falou com um pouco menos de energia mais falou, e todo mundo bateu palmas, pelo menos a mesa da Grifinória inteira fez isso, e alguns alunos bardeneiros das outras Casas.

         -Acho que assumimos esse namoro da forma mais discreta possível – eu falei sendo irônico com Rose, assim que nos separamos, ela riu, e olhou pra mim ainda sorrindo.

         -Discretamente pode até não ter sido, mas que foi com estilo, isso foi – ela comentou rindo e piscando pra mim, eu sorri e abracei Rose, nós dois saímos abraçados do Salão Principal fugindo dos urros do pessoal.

         -Espera só até os pais de vocês saberem disso – murmurou Sophie olhando pra nós assim que entramos na sala de DCAT – Vocês são completamente doidos – ela falou indignada, eu e Rose começamos a rir, sinceramente Sophi tinha falado de uma maneira muito engraçada.

         -Como se você e o meu primo não fossem doidos – falou Rose, tirando o pomo de ouro e o pomo de prata de dentro do bolo – Era isso que eu queria mostrar a vocês, o pomo de prata não desapareceu, e parece que ele está em sintonia com o meu pomo de ouro – ela falou abrindo o pomo de ouro dela, e automaticamente o pomo de prata abriu também.

         -Você acha que tem alguma coisa a ver com a próxima prova? – perguntou Al pra Rose, que franziu o cenho. Devo acrescentar que ela ficava muito linda quando estava pensando.

         -Não, eu acho que não – ela murmurou guardando o pomo de ouro e o pomo de prata – Escuta só, nenhum dos outros que fizeram a prova estão com o pomo de prata, estão? – ela mais se perguntou, do que perguntou pra nós, a verdade era que não sabíamos.

         -Eu não faço a menor ideia – eu respondi olhando pra Rose, que sentou no chão com as pernas cruzadas, eu sentei do lado dela e a abracei – Acho que vamos descobrir isso hoje quando chamarem a gente pras instruções – Rose suspirou e apoiou a cabeça em meu ombro.

         -Scorp e Rose – falou Al, que tinha acabado de sentar junto com Sophie, e estava abraçado nela também – Eu estava aqui pensando – eu sei, eu também acho incrível, mas ás vezes Al pensa – E não vá fazer as suas piadinhas que eu penso de vez em quando Scorp ...

         -Eu nem pensei nada – eu fali começando a assobiar, e Al revirou os olhos, enquanto Rose e Sophie riam.

         -Certo, sobre as instruções, é o seguinte, a Corvinal é uma oponente muito forte, mas não é com ela que precisamos tomar cuidado, e sim com a Sonserina e a Lufa-lufa, não que a Lufa-Lufa jogue sujo, mas nós conhecemos a Sonserina, então é melhor que todo mundo aqui, tome cuidado com eles. E quanto a Corvinal, sejam espertos, porque eles também são e muito – falou Al, sério, todos nós assentimos, e ele tinha razão, tínhamos que tomar cuidado.

         Albus Severus narrando:

         Eu sei eu falei muito, e com razão, eu comecei a pensar nisso, depois que Rose mostrou o pomo de ouro, quer dizer, nós tínhamos ganho, na sorte, ou talvez porque éramos bons, mas o mais importante porque éramos unidos. E casa como a Sonserina que tinham o costume de saber como separar grupos, pra ganhar de uma maneira não muito honesta podia querer atacar, se a ambição deles resolvesse que isso era o certo a se fazer pra alcançar a glória eterna.

         Se bem que eu acho que aquele não era o nosso problema, não ainda. Duas corujas super furiosas, estavam vindo em nossa direção na sala de DCAT, era a coruja da mãe do Scorp, e a coruja do Tio Ron.

         -A não, eu não acredito que eles já sabem do nosso namoro – falou Rose, olhando pela janela – Eu vou fugir delas, vem Scorp – a minha prima maluca (Rose), pegou Scorp pela mão, e saiu correndo da sala de DCAT, atropelando o professor e o filho dele que estavam conversando do lado de fora.

         Eu e Sophie resolvemos seguir os dois doidos, porque afinal de contas, eles precisavam de vez em quando de alguém sensato pra ajudar os dois.

         As duas corujas estavam seguindo agente, que tinha acabado de ir até o Salão Principal, onde não tinha mais nenhum aluno. E sim, uma Astoria Malfoy furiosa encarando o filho, com Draco Malfoy tentando acalmá-la, e um Tio Ron roxo de raiva, com a Tia Mione fazendo a mesma coisa que o Draco, tentando acalmar meu tio. Meus pais também estavam lá, e os da Rose também. Assim como os pais dos outros vencedores, eles estavam esperando os filhos. Desde quando eles estavam lá?

         -ROSE WEASLEY – eu ouvi o Tio Ron berrar, fuzilando Scorp, e depois a Rose, que segurou o riso, e mordeu o lábio.

         -SCORPIUS HYPERION MALFOY – berrou Astoria fuzilando Scorp com o olhar e praticamente olhando com nojo pra Rose, que devolveu o olhar pra Astoria.

         -Desde quando vocês estão aqui? – Rose perguntou sorrindo pra mãe, que sorriu um pouco nervosa, e então, todo mundo entendeu. Eles viram a Rose e o Scorp se beijarem. Realmente minha prima, e meu melhor amigo, estavam em apuros.