Chegamos rápido ao Beco Diagonal, e fiquei feliz, em encontrar Scorpius bem, quer dizer, ele só estava mais pálido que o normal, com olheiras enormes, o cabelo super bagunçado, e a roupa bagunçada.

         -Scorp – eu chamei, e ele olhou para mim e sorriu, eu não pude evitar sorrir de volta, e ir correr abraçar ele, que me abraçou de volta.

         -Rose, o que está fazendo aqui? – ele perguntou assustado, eu sorri para ele, e tentei ajeitar o seu cabelo, enquanto ele ainda estava me abraçando.

         -Vim levar você pra’Toca – eu falei  casualmente e ele me olhou assustado, se afastando, e com as mãos, em meus ombros, para ver se eu não estava louca.

         -Rose, como assim? – ele perguntou assustado, e eu revirei os olhos, nessa altura do campeonato, Tio Harry e meu lindo primo Al, já tinham chegado para me ajudar a sequestrar o meu único Malfoy predileto.

         -Scorpius, você fugiu de casa, e está encrencado, porque não tem dinheiro o suficiente – falou Al sério para Scorp – Seu orgulho não aceitou nem o meu dinheiro, nem o da Rose, e agora, já que você não que ajuda, você vem com agente pra’ Toca.

         -Mas... – Scorp tinha receio, já que como nós, conhecia toda a história de ódio entre os nossos pais, ele olhou para Tio Harry um pouco envergonhado, ele soltou a mão dos meus ombros, e as colocou no bolso – Eu não posso... Quer dizer...

         -Scorpius – foi a vez do Tio Harry falar – Não importa quem seja seus pais, meu filho, e minha sobrinha acreditam em você, então você é bem vindo na’Toca – Scorp ergueu o olhar para o Tio Harry e piscou envergonhado.

         -Obrigado Sr. Potter, eu sei que se eu não for a Rose vai me matar – ele falou e me deu um beijo na bochecha, deixando meu rosto super vermelho e quente, ele sabia que isso sempre acontecia, quando ele ou Al, me beijavam na bochecha de surpresa.

         -Deixe disso Scorpius pode me chamar de Tio, se quiser – Tio Harry disse sorrindo, e Scorpius deu ombro, esse garoto estava estranho, cadê toda aquela pose de metido, agora?

         -Obrigado mesmo Sr. Potter – ele falou ignorando totalmente Tio Harry que só revirou os olhos, e pegou as coisas de Scorpius, que na verdade era apenas o malão dele.

         -E a sua vassoura? – eu perguntei pra ele, porque assim como o Al, o James, e eu, Scorp estava no time de quadribol também.

         -Minha mãe confiscou no início do verão – ele falou colocando as mãos no bolso, eu o olhei preocupada, e peguei um de seus braços, o obrigando a olhar pra mim.

         -Relaxa Scorp, agente não morde - eu falei baixinho, e ele sorriu, me abraçando, e eu descansei minha cabeça em seu peito.

         -Se os dois aí não se importarem, nós já podemos ir, quando quiserem – falou Al, implicando com agente, eu sei que ele só não falou “pombinhos” por que o pai dele lançou um olhar curioso sobre nós três.

         Scorpius e eu nos soltamos, e Scorp foi cumprimentar Al. Os dois começaram a brincar de lutinha, e eu os observava rindo.

         -Já podemos ir crianças – falou Tio Harry subindo em sua vassoura, e erguendo voo. Al foi logo atrás, e Scorpius subiu em minha vassoura, e me puxou para sentar em sua garupa, eu tive que me conformar com isso.

         -A vassoura é minha, lembra? – eu falei sorrindo para ele, e Scorpius deu ombros.

         -É, mas eu voo melhor que você – ele disse “modestamente”, e eu dei um tapa nele e eu só ouvi Scorpius rir.

         -Convencido, vamos siga o Tio Harry antes que agente se perca – eu falei rindo, e nós voamos de volta pra’Toca.

         Eu sei que seria mais fácil nós termos ido comprar os materiais, mas vovó Molly tinha planejado desde que chegaram as nossas cartas o dia das compras, se quebrássemos o protocolo, ela teria um ataque. Não me pergunte o porque, mas ela teria.

         Bem, e eu ainda estava pensando em o que Scorp tinha feito, ter fugido de casa, eu sei que as situação na casa dele, era muito ruim, isso era meio óbvio já que ele não chamava os pais de “mãe” ou “pai”.

         -Chegamos – eu ouvi Tio Harry anunciar com um sorriso encorajador para Scorp, que assim que pousamos no jardim, colocou ás mãos nos bolsos, e olhou apreensivo À Toca.

         -É... – ele murmurou envergonhado, e eu revirei os olhos, segurei seu braço, e ele me olhou com uma expressão estranha, e eu sabia qual expressão que era. Scorp estava nervoso.

         -Scorp – eu murmurei o olhando nos olhos, quase me perdendo em seus olhos azul-esverdeados. Ele estava com medo – Calma, nós vamos dar um jeito, sempre damos o nosso jeitinho, certo?

         -Ah... Rose – ele murmurou apreensivo – Seu pai me odeia, e digamos que Harry Potter não vai com a cara do meu pai... – era sempre o mesmo discurso, tanto com ele tanto com meu pai, mas que droga, era dele que estávamos falando, não do pai dele, ou da família.

         -Que droga Scorpius, agente tá falando de você, de Scorpius Hyperion Malfoy, um grifinório brilhante, e meu melhor amigo – eu falei com a voz séria, e um pouco irritada, droga, eu não queria que Scorp ficasse se menosprezando por ser um Malfoy.

         -Ah... Rose – ele falou de volta, e eu dei um tapa na cara dele, certo, eu dei, não muito forte, mas que o fez olhar para mim, com um sorriso maroto, quando eu fazia isso, tanto com ele, tanto com Scorp, significava que eles tinham que voltar pro mundo, e me escutar.

         -Não venha com “Ah... Rose”, você vai entrar lá, e vai fazer todo mundo gostar de você, eu sei que você consegue fazer isso. Você pertence à grifinória, você é um leão, e leões não são covardes – eu murmurei, querendo gritar, mas me controlando, pra não chamar atenção de ninguém. Scorp me olhou nervoso, e me abraçou. Depois que nos separamos, ele olhou pra Al, que nos olhava com um sorriso maroto nos lábios, e fez sinal de positivo para Scorp, em outras palavras “Relaxa cara, vai dar tudo certo”, e Scorp Sorriu.

         -Scorpius Hyperion Malfoy, é esse mesmo o seu nome? – perguntou Tio Harry nos surpreendendo. Scorp olhou para o chão, e eu segurei seu braço, acho que foi o suficiente pra ele olhar nos olhos de Tio Harry.

         -É, sou eu sim Sr. Potter – ele respondeu com uma voz baixa, mas até que normal, considerando que ele estava envergonhado. E, acho que Scorp ignorou o que Tio Harry havia falado sobre Sr Potter.

         -É tão estranho ser chamado de senhor, parece que sou um velho... – Tio Harry falou passando ás mãos no cabelo, e sorrindo para Scorp.

         -Pai, você é velho – falou Al, fazendo Harry e eu rir, mas Scorp não riu, limitou-se a um sorriso.

         -Não seja tão injusto com seu pai, Draco está bem mais acabado que ele – falou Scorpius, ficando com o rosto um pouco sombrio. E foi aí que eu vi, ele estava com o olho inchado, quer dizer, eu sei, eu deveria ter percebido antes, mas só parecia que Scorp estava cansado.

         -Ah... Scorp – eu falei colocando a mão em seu rosto, ele a segurou e tirou de seu rosto, mas não a largou – O que aconteceu? – eu perguntei enquanto ele ainda segurava a minha mão.

         -Astoria... Ela me acertou com alguma coisa antes de eu fugir de casa – ele falou como se não fosse nada e eu suspirei, Tio Harry o olhava atento, como se já tivesse visto essa história acontecer antes.

         -Bem, Scorpius, você é bem vindo na’ Toca, então podemos entrar crianças – falou Tio Harry, e saiu dali com uma expressão preocupada, entrando na casa, e indo falar, com meu pai, e minha mãe.

         -E aí, como foram as férias? – perguntou Al, olhando para Scorp, ele não queria saber se foram boas ou ruins, mas o que aconteceram nelas.

         -Foram péssimas – ele falou e nós começamos a anda para dentro da casa, detalhe: eu e Scorp ainda estávamos de mãos dadas, e eu sentia pequenos choques elétricos percorrendo o meu corpo – Draco e Astoria estão cada vez mais chatos, piraram quando eu pintei meu quarto com as cores da grifinória. Será que eles ainda não entenderam que eu sou um grifinório? Eu não posso mais ser da Sonserina, e me orgulho da minha Casa – ele falou reclamando, e eu apertei sua mão em sinal de apoio.

         -Calma cara, podia ser pior – falou Al tentando ser positivo, e Scorp sorriu irônico.

         -A é? Al, um pai e uma mãe normais e não ser um Malfoy – ele falou praticamente bufando, Al o olhou preocupado, e eu sorri para Scorp.

         -Bem Scorp, nossos pais não são normais, relaxa, você é do time – eu falei fazendo piada, ele sorriu – Não se preocupe com seus pais, dê um tempo pra eles, acho que depois melhora, e se não melhorar, nós somos seus amigos, certo? Estamos aqui sempre que precisar – eu o abracei, e eu ouvi Al conter uma risada.

         -O que foi? – Scorp perguntou me soltando, e eu olhei séria para Al, que só sorriu, e deu ombros.

         -Nada – ele murmurou, mas ainda tinha um sorriso muito maroto nos lábios – Vamos entrar? – ele falou fugindo do assunto, e eu levantei uma sobrancelha, Al deu ombros, e eu suspirei, meus primos tendiam a ser muito bons mentirosos quando queriam aprontar alguma coisa. Eu e Scorp reviramos os olhos.

         E Albus, Scorpius e eu, entramos na’ Toca, onde estavam nos esperando, James, pronto pra aprontar alguma coisa, Lilly rindo de uma carta que estava lendo, vovó e vovô, fingindo estar tudo normal. Tia Gina e mamãe conversando, e Tio Harry, segurando meu pai, que estava praticamente roxo de raiva.

         -Droga – eu ouvi Scorpius murmurar, junto comigo, e com Al.