Suspirou enquanto levava a xícara de café aos lábios. Tomou um gole e logo depositou a peça de porcelana sobre a mesa.

– Será que foi um sonho? – perguntou-se. – Provavelmente...

Levou novamente a xícara aos lábios e sorveu o liquido a tempo apenas de escutar um riso baixo ao seu lado. Afastou a xícara logo em seguida cuspindo todo o café que estava em sua boca e olhando para trás de si.

– Falando sozinho? – perguntou a loira.

– V-Você q-quer me m-m-matar... errr... – gaguejou o azulado fazendo-a rir mais.

– Lothos – sussurrou com um sorriso brincalhão. – E, não, eu não quero te matar. Preciso de alguém vigiando a casa enquanto viajo.

– Você vai viajar e me deixar sozinho nesse lugar? – gritou ele erguendo-se bruscamente.

Ela pensou por um instante.

– É... – disse com a mão na cintura.

– Imperdoável – falou ele. – Quando minha mãe souber disso ela vai...

– Fazer nada... – comentou a loira jogando seus cabelos por sobre os ombros – foi ela quem disse que eu estava de folga.

– O-O-O q-q-que? Mas... você... ela... não... você não pode fazer isso – resmungou ele cruzando os braços.

– Já esta feito... – falou ela. Seu sorriso alargando-se cada vem mais enquanto afastava-se para indicar as malas já prontas atrás de si.

– Mas o que eu vou comer? – disse ele.

– Comida... – disse Lothos virando-se e seguindo para fora da cozinha, levando suas malas consigo.

– Quem vai fazer a comida? – gritou ele erguendo as mãos. Já estava deseperado.

– Você...

– Eu não sei cozinhar...

– Aprende... – disse ela com um riso baixo.

– E onde eu vou arranja dinheiro? – perguntou parando de caminhar enquanto a loira virava-se para ele.

E mulher bufou.

– Você é rico... deve ter pelo menos uma meia dúzia de cartões de credito em sua carteira – comentou ela já virando-se e saindo de casa. – Até o fim do mês – gritou ela já do lado de fora, logo em seguida pode-se ouvir apenas o som de pneus de carro cantando no asfalto.

O rapaz suspirou enquanto tirava sua carteira do bolso. Uma idéia surgiu em sua mente enquanto seu olhar dançava entre todos os seus quatorze cartões de credito. Uma ideia mais que brilhante.

– Já que estarei sozinho em casa... – ele sorriu ao pegar seu celular – aposto que meus amigos vão adorar dar uma festa sem supervisão de adultos.

Desligou o celular após termina a ligação. Já estava tudo combinado, quando chegasse na manha seguinte ele iria buscar seus amigos no aeroporto.

O rapaz sorriu logo após espreguiçar-se.

– Espero que o dia passe logo... – comentou enquanto caminhava rumo a cozinha, mas no momento em que passou frente a escada algo, ou alguém, o fez tropeçar logo indo de encontro ao chão.

– Mas o que...? – perguntou-se enquanto erguia-se bruscamente e olhava ao seu redor não encontrando nada que pudesse fazê-lo tropeçar.

Um riso quase que inaudível ecoou baixo fazendo o garoto arregalar suas orbes azuladas.

– T-Tem alguém a-ai? – perguntou e logo em seguida engoliu em seco.

– Sim... – disse uma voz feminina em um sussurro no ouvido do garoto. Logo uma brisa gelada balançou os cabelos do rapaz que ergueu-se rapidamente e correu para a cozinha com o coração mais que acelerado.

– É apenas sua imaginação Ronan – disse a si mesmo por tantas vezes assim que chegou a cozinha.

Suspirou, mais uma vez, enquanto sentava-se na cozinha e colocava as mãos na cabeça. Logo a frase que estava por detrás daquele portal de madeira veio a sua mente.

– Vá embora... – uma sussurrou voz doce sussurrou a frase em sua mente.

O rapaz apenas balançou a cabeça afastando o pensamento.

– Isso é só minha imaginação... – repetiu mais uma vez para si mesmo.