– Temos que sair daqui... – murmurou o loiro. O mesmo ainda estava irritado, tanto pelo fato de que a rosada desapareceu, como pelo fato de que ele reconhecera o símbolo do demônio que estava marcado na azulada. – Aquele demônio é perigoso demais e ainda tem a Rey que sumiu.... tsc, desgraça....

O rapaz apenas andava de um lado para o outro enquanto Zero, cujo se encontrava encostado em uma parede próxima, apenas o observava. O rapaz suspirou logo passando a mão por seus cabelos. Estava cansado, não podia negar, mas deveria ajudar o caçador se queria sair dali com vida.

– Vamos para a sala – murmurou-o por fim desencostando-se da parede enquanto recebia um olhar irritado do mais velho. – Estamos na parte um da cozinha, a parte dois da direto na sala – informou-o caminhando para o portal aberto. Assim que chegou frente a este um mau pressentimento o fez parar, mas ignorou este logo continuando seu caminho.

Zero continuou seu percurso logo parando na porta que dava a sala.

– Não aconteceu nada vi..... – antes que a frase pudesse sido completa uma flecha grande atingiu o ombro do jovem fazendo-o cair de joelhos. – D-Droga...

Em menos de segundos o loiro cruzou a distancia entre ambos e puxou zero para dentro da cozinha novamente.

*

O moreno apenas encarava o teto do aposento. Estava entediado, isso era um fato, mas o mesmo também encontrava-se irritado apenas ao pensar na sua amada nos braços daquele reles humano.

Bufou virando-se sobre o leito enquanto tentava ignorar sua imaginação que teimava em irritá-lo mais.

Virou-se novamente, este mal via a hora em que estivesse tudo terminado, ao menos depois dessa pequena caçada ele e Elesis poderia se casar, de novo, e enfim curtir uma lua de mel em Las Vegas, de novo.

Virou-se novamente voltando a encarar o teto.

Pelo menos, dessa vez, teriam cento e cinqüenta anos de sossego.

Sorriu pequeno. Mal podia esperar para o momento em que estivessem às sós em um luxuoso quarto de hotel. Ah ele com certeza faria muito mais que apenas beijá-la.

Fechou os olhos deixando-se vagar entre as lembranças da primeira vez que a viu.

~~

Ela calçava botas grandes e pesadas de couro de búfalo, sua saia e camisa igualmente grandes e grossas mal deixavam suas curvas visíveis, devido ao couro do animal ser extremamente grosso, seu cabelo era longo e decaia em uma trança desarrumada por suas costas.

Ela carregava consigo preso em suas costas duas espadas, uma menor, aparentemente delicada produzida apenas para manejo entre as mulheres, e outra maior menos detalhada e com um cabo de entalhes brutos, era uma arma própria para manejo masculino, mais especificadamente, devido a certos símbolos na lamina, para manejo especial do chefe de um grupo especial de caçadas.

Naquele dia ela estava caçando sozinha e queria um desafio, assim o achando ao deparar-se com um grande dente de sabre. Aquele escolha fora a ruína da jovem, e a mesmo encontrar-se-ia morta se seu protetor, Sieghart, não a estivesse salvo quando a fera a atacara.

Naquele momento a jovem sentira seu orgulho ferido, afinal, sempre negara-se com afinco de que jamais precisaria de um homem para proteger a si, mas ali estava caída no chão enquanto seu salvador decapitara SUA presa.

– O que pensa que esta fazendo? – indagou-a aos berros enquanto o rapaz apenas arregalava seus olhos. – Imbecil! – berrou-a novamente partindo em busca de outra presa. – E não me siga – disse em um murmuro ameaçador, o mesmo fora ouvido pelo rapaz que apenas encolheu os ombros virando-se e partindo para a direção oposta.

Mas ao invés de cada um seguir seu rumo, este a seguira as espreitas, afinal, não podia negar, sempre fora apaixonado por ela, assim como ela fora por ele, mas era orgulhosa demais para admitir fraqueza por um viking qualquer.

E assim seguiram-se ambos, amando as escuras ate uma tragédia vir a acontecer...