Amor Inesperado escrita por Bruninha
_ _ (16h02min) _ Quarto do Cascão
– Mas Cascão, eu... eu posso fazer outra coisa... Er... Eu faço um enorme bolo de chocolate pra você!
– Não obrigado! Ou é isso ou não é nada!
– Chantagista! – diz ela choramingando.
– A idéia foi sua... Você sabe que eu nunca vou conseguir terminar sozinho!
Magali estava dentro do quarto de Cascão.
– Mas por que eu? Por que você não contrata uma empregada?
– Dãã! Pensa né bobona! Se eu contratar uma empregada não daria pra pagar nem a metade dos vinte reais que a gente precisa.
– Imagino! Pra que alguém fosse contratado pra arrumar o seu quarto ela teria duas opções: Correr em quanto a tempo ou cobrar o dobro!
– Há-há-há! Engraçadinha! Então...? Vai me ajudar ou vai sair correndo?
Ela respira bem fundo e resolve aceitar o desafio.
– A-aceito! Mas se esse meu sacrifício for em vão... Eu nunca mais falo com você!
– Fechado, então vamos começar antes que aquela promoção acabe e fique ainda mais caro... O que não seria má idéia! Ficar com vintinho só pra mim! – diz esfregando as mãos.
– Vai sonhando... – diz ela borrifando algum produto em cima dele.
O sujinho começou a rir, achando um exagero todo aquele equipamento que ela estava usando. Magali prendeu o cabelo em um rabo de cavalo, usava mascara, luvas de cozinha, e também segurava uma raquete para o caso de ter algum animal selvagem debaixo daqueles lixos.
Começando então a limpeza fatal, Magali ferve no sangue ao começar a tirar as camisetas de Cascão que estavam no chão.
Ele foi até o computador e ligou o som, para poder deixar a comilona mais tranquila. Mas ela nem percebeu.
Passaram-se alguns minutos e Cascão foi até o banheiro colocar as roupas sujas dentro da cesta, mas voltou correndo ao escutar o grito fino e agudo vindo de seu quarto.
– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH!!!
Ao entrar de volta, se deparou com Magali em cima da cama com as duas mãos na boca.
– Magali o que foi? – pergunta ele espantando segurando um desentupidor nas mãos.
– Um...um...um...
– Um ladrão? Ele entrou aqui? Roubou alguma coisa?
– Não seu idiota!! UM RATO!
– Hein?
Ela afirmou com a cabeça mordendo o lábio inferior, morrendo de medo.
– Ah Magali! Precisa desse drama todo por causa de um ratinho?
– Um ratinho? Um ratão! E era daqueles bem gordos!
– Aff! E cadê ele?
– A-ali... – Magali apontou para debaixo da mesa de Cascão, onde ficava o computador.
Enquanto Cascão tentava pegar o danado, Magali estralava os dedos, apreensiva.
– Perai... acho que eu vi ele!
– Tira ele logo daquiii!!
Cascão conseguiu assustá-lo e ele saiu debaixo da mesa! Cascão então conseguiu pega-lo... Com a mão?
– Consegui pegar você, maldito... – diz ele sorrindo. Magali faz uma careta de nojo, e Cascão vai até ela, que só faltou desmaiar.
– Tira! Tira! Tira!
O sujinho começa a rir ainda segurando o rabo do ratinho na mão, e joga o bicho do lado de fora.
– Depois você volta amigo, a dama aqui não gosta de você.
– Que nojo! Eu não acredito que você não matou aquilo! – diz ela pasma com tanto asco.
– E por que eu faria uma perversidade dessas? É só um ratinho, poxa.
Não acreditando no que tinha acabado de ouvir, Magali ficou de boquiaberta, mas ao mesmo tempo irritada.
– Essa foi a gota d’agua, eu não fico aqui nem mais um segundo! – diz ela descendo da cama!
– Magali, eu já tirei ele, pra que tudo isso?
– E quem garante que não tem mais? Seu quarto é pior que deposito de lixo Cascão! – Ela falou nervosa!
– Calma! Não é pra tanto...
– Calma nada! Não vou correr o risco de ficar e encontrar algo pior! – Magali começou a tirar as luvas de suas mãos, e já ia virar a maçaneta quando Cascão fechou a porta, ainda com ela lá dentro.
Os dois se olharam em silencio durante poucos segundos até ele perguntar...
– E o dinheiro?
– Pensamos em outra coisa, mas no seu quarto eu não fico!
– Ótimo! Faça o que quiser, mas depois não venha chorar no meu ombro! – diz se afastando da porta, deixando-a livre para Magali abrir.
– Pode esperar deitado! Já que sentado iria ser muito cansativo pra você! – diz ela em um tom alto e batendo a porta com força ao sair.
Cascão chuta uma das suas caixas, irritado com a comilona.
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No dia seguinte, Magali não esperou Mônica aparecer, pois continuava irritada o suficiente devido aos acontecimentos com seu amigo sujinho no dia anterior. Ela não queria desabafar com a sua amiga de infância sobre seus problemas porque teria que dizer o motivo, e ela ia acabar descobrindo o seu plano. Mas, na verdade ela nem sabia se poderia continuar contanto com a ajuda de Cascão...
Na escola, Mônica pede para a comilona ir sozinha pra sala pois iria passar no banheiro antes. Chegando na porta, ela não avista o amigo, e fica meio triste por um segundo, se arrependendo do que tinha dito para ele.
Quando já ia dar o primeiro passo para entrar na sala, é puxada pela cintura por alguém. Ela já ia dar um grito, mas ao se virar vê que era ele.
– Cascão... – diz cruzando os braços e olhando para lado tentando parecer revoltada.
Ele não diz nada, apenas tira do bolso, vinte reais.
Os olhos da garota brilham e ela abre um sorriso pegando o dinheiro da mão do garoto.
– Como você...?
– Passei o dia inteiro arrumando o quarto ontem... Taí a recompença.
– Você... Arrumou mesmo? Sem a minha ajuda? – pergunta surpresa.
– Ô… Fazer o que?
– Nossa... Você realmente... – diz abrindo um meio sorriso, ao mesmo tempo se sentindo culpada.
– Não vai me agradecer...? Afinal foi o maior sacrifício que eu fiz esse ano.
Ela então não responde, mas sim o abraça. Estava se sentindo mal por ter deixado o garoto sozinho, e ainda ofende-lo daquela maneira. E tudo que ele havia feito até agora, era ajuda-la.
Cascão estranha. Mas concede, colocando as duas mãos atrás de suas costas, formando um abraço carinhoso e amigável.
– Desculpa Cas...
Ele se afasta para olhar em seus olhos e começa a acaricia-la sem notar que era a primeira vez que fazia isso. Deixando Magali constrangida.
– Er... – diz voltando ao seu eu. – Não precisa se desculpar, bobona! E-eu não fiz por você, fiz pelo Cebola.
– Ahm... Eu sei... – diz olhando para os pés.
– Que tal irmos para a segunda parte do plano antes que eu mude de ideia?
– Claro...
– O que teremos que fazer, agora?
– Nós…
TRIIIIMMMM!
– Depois te explico, vamos voltar pra sala.
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