Amor Inesperado escrita por Bruninha


Capítulo 52
52° Capítulo: Sítio Parte 2




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Chegando lá, todos se abraçaram. Conversaram bastante, até perceberem que já era quase hora do almoço.

– Ixi! – diz a mulher. – Tenho que preparar a comida, ocês deve estar cheios di fome.

Magali era a única que não estava ligando para o almoço. Ela foi até a parte da frente da casa e se sentou na escadinha que havia ali.

– É falta de educação sair assim ser avisar ninguém – diz alguém atrás dela.

– E você por acaso avisou que vinha atrás de mim?

– Quem disse que eu vim atrás de você?! – perguntou ofendido. Mas era verdade.

– Se não, por que está aqui?

– Só você pode admirar essa vista? – perguntou sentando ao seu lado.

– Claro que não... – abriu um meio sorriso. – Sabe que uma vez meus pais quase decidiram vim morar aqui?

– Por quê?

– Disseram que o interior de São Paulo, era o melhor lugar pra viver.

– Verdade... Mas por que desistiram?

– Abandonar a vida que tínhamos lá na cidade iria ser difícil...

– Sei... Bom, que pena né? Assim nós nos livrávamos de você de uma vez – diz rindo.

– Ra-ra – fez careta. – Muito engraçado.

– Tô brincado... – parou de rir, e sorriu olhando pra ela. – Eu iria te buscar pra onde você fosse...

Magali olhou surpresa para o garoto, e ele percebeu que falou uma grande besteira.

– Ahm... Q-quero dizer... A-a Mônica sim iria te buscar pra onde...

– Até quando você ficar assim comigo, hein? – perguntou ficando séria.

Cascão olhou pra ela e engoliu em seco, não se mudava radicalmente de assunto daquele jeito.

Ela continuava encarando-o, e ele suspirou olhando pra frente.

– Você sabe muito bem até quando...

– Você disse que ia voltar com a Cascuda.

– Eu não disse isso.

– Disse.

– Eu disse que estava pensando em voltar com ela.

– E não voltou por quê?

– Você quer que eu volte?

– Eu não disse isso.

– Ah não?

– Não.

– Mas disse que ia ficar feliz.

Magali suspirou, cansando daquela conversa. Ele percebeu e se levantou.

– Mas se você realmente iria ficar contente de me ver com outra garota... Não se surpreenda se eu aparecer com uma aqui – ele nem esperou pra ver a reação da comilona e entrou de volta.

Magali colocou as duas mãos na cabeça e outra pessoa sentou do seu lado. Ela virou o rosto e era sua amiga.

– Ouviu tudo né?

– Ouvi! Ouvi e vi também... Se você não gosta dessa distancia do Cascão, você sabe o que tem que fazer.

– Ai Mônica dá um tempo – se levantou entrando.

Mônica negou a cabeça e entrou também

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_ _ (11h14min) _ _ Sitio

Chico levou os quatro amigos para conhecer o resto do sitio e eles ficaram ainda mais admirados. Magali principalmente quando viu dois cavalos correndo pra lá e pra cá.

Ela correu até a cerca e ficou com os olhos brilhando.

– Gosta de cavalos? – perguntou um garoto se aproximando dela.

– Esses ai são os cavalos do Ricardinho – diz Chico também se aproximando deles com uma cara não muito boa.

– RI-CAR-DÃO! Não tenho mais esse ‘inho’.

– Pra mim continua sendo o mesmo de sempre!

Mônica, Cascão e Cebola se entreolharam confusos. Eles eram inimigos?

– Enfim, não perguntei pra você... – o garoto loiro de olhos claros se virou e voltou a olhar para Magali, que não estava nem prestando atenção por estar hipnotizada com os cavalos.

– Ganhei eles dois no meu aniversario de 15 anos... São belíssimos não são?

– São… - respondeu sorrindo. – São lindos...

Nem Cascão sabia daquela paixão de Magali e ficou surpreso.

– Não quer andar neles?

– E-eu posso?!

– Claro... É só abrir uma exceção para os amigos do Chico... Principalmente pra você que é a mais linda deles... – diz o garoto deixando Magali constrangida, Mônica ofendida, e Cascão enciumando.

– Que linda o que?! E ela não quer não, muito obrigado – Cascão puxou Magali pelo braço, sem dar a chance da garota responder.

– Você é o namorado dela? – perguntou chateado.

– Não lhe interessa!

– Ara, não vamos brigar uma hora dessas! – diz Chico tentando acalma-los. – O dia está tão lindo e...

– Claro que me interessa! Me interessa muito – diz o rapaz irritado.

– Pois fique sabendo que ela é...

– Amiga! – diz Magali se soltando. – Somos amigos, não se preocupe.

Cascão ficou chocado, não só ela como Mônica e Cebola também. Estaria Magali interessada naquele garoto.

Na verdade ela estava interessada nos cavalos, esse é motivo.

– E sim, eu aceito andar neles – respondeu sorrindo.

– Mas Magali...

– Fica quieto Cascão!

O garoto sorriu contente e principalmente... Vitorioso. Pediu para que ela o seguisse até dentro da cerca.

Cascão olhou para Chico como se estivesse pedindo pra ele fazer alguma coisa, mas ele apenas fez uma cara de quem não sabia de nada.

– Chico! Não deixa ele levar a Magali, pode ser perigoso!

– Quanto a isso não se preocupe, eu mesmo já andei uma vez neles quando meu pai...

– Ah mas eu não vou deixar ela ir com aquele cara de jeito nenhum! – Cascão nem quis ouvir a história de Chico e começou a andar em direção a onde eles estavam indo.

Mônica viu que aquilo não ia ser uma boa ideia, por isso o agarrou pela camisa.

– Mônica, me solta!

– Cascão, deixa eles! Ela só vai andar de cavalo, que mal tem isso?

– Você não viu o jeito que aquele cara falou comigo?! Ele estava dando em cima da Magali!

– Eu sei, mas fica calmo!

Cascão cruzou os braços, possuído de ódio.

Depois de poucos minutos, Magali apareceu em cima de um dos cavalos. Ela estava feliz como nunca. Finalmente estava realizando seu sonho de poder outra vez montar em um cavalo. A ultima vez que tinha feito isso, ainda era muito pequena.

Ricardinho estava guiando o animal, enquanto passeavam pela cerca. Estava tão devagar que acabou ficando tedioso pra ela ali, por isso quando o garoto de distraiu ela saiu correndo com o cavalo, fazendo o fazendeiro se desesperar.

Todos que estavam assistindo também ficaram, pois não faziam ideia se Magali sabia ou não andar de cavalo.

O cavalo saltitava em uma velocidade, fazendo Magali rir. Cascão percebeu que ela não estava com medo e sim feliz, começou a abrir um sorriso também. Aquela cena era tão perfeita que o sujinho até se hipnotizou.

– Quem diria que a Magali ia conseguir andar tão bem assim... – diz Mônica admirada.

– Nem eu sabia – respondeu Cebola do mesmo jeito.

Ricardinho notou que não corria nenhum perigo e parou de se preocupar, se encostando à cerca olhando para a garota.

Alguns minutos se passaram, e eles começaram a reparar que tinha alguma coisa fazendo o cavalo se recusar a parar de correr. Ele corria muito mais rápido, e Magali gostou por um tempo, mas já não estava mais controlando o animal, por isso começou a ficar com medo.

O cavalo de repente pula a cerca e sai cavalgando as pressas, deixando todos assustados, principalmente pra quem estava em cima dele.

– Ele fugiu com a Magali! – diz Mônica se desesperando.

– Deve ter se assustado com alguma coisa! – diz Chico também preocupado

Cascão olhou para o fazendeiro que estava parado como uma pedra sem saber o que fazer. Irritou-se tanto com aquela lerdeza que pulou a cerca correndo atrás do outro cavalo que estava ali parado.

O fazendeiro não gostou daquela invasão e já ia conte-lo, mas não foi possível. Cascão subiu em cima do animal sem nem saber por onde começar, pois ele nunca tinha subido em um.

Sem pensar duas vezes, o sujinho dá uma chicotada no cavalo e ele sai correndo, atrás de Magali.

– Cascão! Você ficou maluco?! – gritou Cebola.

– Volta já aqui! – diz Mônica.

– Só quando eu encontrar a Magali! – gritou de volta, indo em direção para onde o cavalo tinha ido.

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O cavalo corria sem parar, sem nenhum destino. Magali estava se desesperando e não conseguia nem pensar direito.

– Calminha garoto... – diz com medo de cair.

Ele não dava ouvidos, afinal, não estava entendendo nada mesmo.

Minutos correndo, Magali já achando que ia morrer, ela escuta um barulho de outro cavalo. Ela olha para trás e era Cascão.

Ela toma um susto, mas sente um alivio incrivelmente grande.

– Cascão! – gritou ela quando ele passou em sua frente.

– Calma Magali eu vou tirar você dai de cima!

Ele tinha que pensar rápido, pois uma ladeira se aproximava.

– Pega na minha mão!

– O que?! – se assustou.

– Vem, agarra! – estendeu pra ela pegar.

– Tá louco?! Vamos cair nos dois juntos!

– Você prefere morrer junto com o cavalo?!

Ela nega com a cabeça imediatamente.

– Então vem logo!!

Magali estava com muito medo, mas segurou a mão do garoto e ele agarrou seu braço, fazendo ela sair do cavalo.

Felizmente chegando na ladeira, o animal para, ele dá um freio e não cai, mas a garota sim iria cair, e cair feio.

Ainda em alta velocidade, eles mudam o caminho, e Magali continuava pendurada em Cascão.

– Cascão para esse cavalo! Agente vai cair!

– E-eu não consigo!

Ela fica ainda mais nervosa com aquela resposta.

– Você não sabe guiar um cavalo, seu idiota?!?!

Magali nem esperou pra ouvir a resposta, e tomou a frente de Cascão, conseguindo sentar na frente. Ela então consegue parar o animal, mas ele empina pra cima e... Infelizmente os dois caem pra trás.

Cascão cai de costas na grama, mas Magali bate com o braço em uma pedra com muita força, fazendo seu braço sangrar bastante.

O sujinho ao abrir os olhos, começa a procurar por Magali e quando a encontra se assusta e corre até ela mancando, pois sua queda também não tinha sido boa, apesar de não ter se machucado que nem ela.

– Magali! – se desesperou ao ver que ela estava sangrando no braço. – Ai não! - diz vendo o estado.

– Calma Cascão... Eu to legal... – diz tentando se sentar.

– Legal? Você não está nada legal!

Magali vendo o tamanho da preocupação do garoto tentou parecer bem o máximo possível.

– Ei, ei... – pegou no rosto. – Eu to bem...

Ele parou uns estantes e ficou olhando nos olhos dela, negando com a cabeça, tentando se recuperar do susto que ele a tinha feito passar.

– Você é louca? – diz enquanto lhe abraçava o mais forte que podia. Ela ficou tão surpresa, que nem conseguiu abraça-lo de volta. – Hein? Responde! Você é louca?! – perguntou se afastando e olhando nos olhos dela.

A comilona pode perceber que além de raiva, o que ele estava sentindo era muito, muito medo.

A garota não sabia o que dizer, ele estava certo em ficar bravo, afinal não era a primeira vez que ela se metia em confusão e ele a salvava.

– Você tem noção do perigo que você correu, Magali?! Poderia ter sido a cabeça, e não o braço!

– Eu... – ela baixou o olhar envergonhada.

– Não faz isso comigo de novo, por favor... – diz abraçando-a outra vez.

Desta vez ela retribui se sentindo culpada.

Três pessoas os avistam e correm até eles.

– Magali! – gritou Mônica indo até ela, chegando lá notou o tanto de sangue que estava nela e começou a entrar pânico.

– O-o q-que aconteceu? – diz quase chorando.

– Calma Mônica, ela bateu o braço na pedra, mas por sorte só foi ai. – diz Cascão tentando acalma-la

– Sua maluca! – deu um tapa em seu rosto de leve. – Se fizer isso de novo desta vez eu que vou te matar! – diz e em seguida a abraça.

– E você tá bem cara? – perguntou Cebola para Cascão ajudando-o a levantar e ele afirma com a cabeça.

– Graças a Deus ocês estão vivos! – diz Chico ajudando Magali. – Agora é mio voltar pra casa, precisamos cuidar desses machucados.

Eles obedecem e Chico leva os cavalos de volta para o dono.

Magali é levada pelo cavalo de Cascão, que desta vez foi guiado até lá.

O loiro fica envergonhado por ter feito Magali passar por aquele tipo de situação e ter feito um estrago maior, e desculpou-se.

– Não precisa pedir desculpas... Eu que fui teimosa...

– Mas eu preciso, afinal se não fosse por mim, você não estaria desse jeito.

– Agora qui já estrago nosso passeio, pru que qui ocê não aproveita pra amansar esses seus cavalos?

Os cinco amigos foram embora deixando o fazendeiro chateado.

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Chegando em casa os adultos se assustaram com o estado que o braço de Magali se encontrava e começaram a se desesperar.

Ela disse que estava tudo bem, mesmo sentindo muita dor, mas eles nem deram ouvidos e a levaram para o hospital, onde colocaram uma atadura do seu cotovelo ao pulso.

Voltando para casa, Magali foi descansar em uma das camas do quarto de hospedes, enquanto Luiza e Cotinha terminavam o almoço.

Mônica pediu para a comilona contar tudo como tinha acontecido, pois ela tinha ficado com rugas de preocupação.

– E foi isso... – suspirou por fim terminando a história,

– E mais uma vez o Cascão salvou a sua vida...

– E eu a dele né? Iriamos morrer se eu não tivesse parado...

– Enfim... Sua paixão por cavalos já deve ter passado, eu suponho.

– Nada disso – negou com a cabeça.

– Como assim Magali? Não me diga que você ainda pensa em andar de novo...

– Tudo bem que depois de tudo eu fiquei com um pouco de medo de voltar a subir em um... Mas isso não significa que parei de gostar, oras.

– Contanto que você fique pelo menos dez metros de distancia daquele bicho, tá valendo.

– Ai Mônica não fala assim, ele apenas se assustou com alguma coisa e saiu correndo...

– Sei...

Naquele momento, Cascão, Cebola entraram no quarto.

– Ei! Não sabem bater não? E se agente estivesse se trocando?

– Ah foi mal – diz o careca. – E ai, Magá? Tá melhor?

– Aham... Foi não foi nada demais...

– Foi tudo demais, você quer dizer! – diz Cascão se sentando na outra cama, ficando de frente pra ela. – Não viu o quanto de sangue você perdeu?

– Não exagera, Cascão…

– Ele não está exagerando, Magali – diz Mônica. – Poderia ter sido grave!

– Ai gente, eu já sei! Será que vocês podem parar um minuto de falar isso? – diz Magali colocando a mão no rosto.

– Tá bom, tá bom... – diz Cascão se rendendo.

Chico bate na porta e pergunta se pode entrar.

– Entra, Chico – responde Mônica sorrindo.

– Vim vê si a Magali estava bem.

– Estou bem sim, obrigada...

– E tamém vim convidar ocês pra irem hoje cá gente na festa de São João...

– Ai Chico não vai dar – diz Mônica. – A Magali não deve estar disposta e vamos ter que...

– Amiga eu machuquei o braço, não as pernas. – dizendo isso se virou pro caipira. – Vamos sim Chico, pode deixar.

– Intão vô avisar o pessoar – diz o garoto contente.

Quando ele fecha a porta, Mônica começa a bronca...

– Magali, vocês caíram do cavalo, é melhor ficar em casa!

– Eu não aceitei vim pra cá pra poder ficar presa aqui dentro, né? – Magali olhou para Cascão para que ele pudesse lhe defender.

– Eu só sei que eu também vou! – diz o garoto se levantando.

– Eu também – diz Cebola.

– Tudo bem então, não vou mais opinar! – diz Mônica

– Não se preocupa amiga, eu to legal...

– Só quero ver – cruzou os braços.

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A noite chegou e Mônica, Magali, Cebola e Cascão estavam se aprontando para a festa.

Magali usava uma calça jeans, blusa xadrez, e uma bota marrom. Mônica usava as mesmas coisas, só que com outras cores.

A comilona estava com o cabelo molhado por ter lavado por isso o deixou solto.

Elas estavam terminando de colocar os brincos quando bateram na porta.

– Meninas, o Chico está chamando vocês lá fora!

– Já estamos indo, mãe – responde Mônica.

– Uau, vocês estão lindas! – diz Luiza sorrindo.

– Valeu – dizem as duas.

As amigas saem do quarto e vão para o lado de fora, ao chegarem lá estava Chico, Rosinha, Cascão e Cebola esperando por elas.

Quando Cascão bateu o olho na comilona, seus olhos brilharam e ele ficou de boca aberta. Não só ele, como Cebola também ficou ao olhar para as duas.

– Estamos prontas... – diz Mônica.

– Estão lindas! – diz Rosinha.

Mônica e Magali descem para cumprimentar a menina, enquanto os garotos ficam babando.

Cascão adorava quando Magali soltava o cabelo, pois ela ficava ainda mais deslumbrante, mas ele não podia demonstrar o quanto ele estava achando ela perfeita, por isso olhou para o lado tentando não mater contato visual.

– E ai? Vamos? – perguntou Magali.

– Vamos... – dizem todos.


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