Amor Inesperado escrita por Bruninha


Capítulo 51
51° Capítulo: Sítio




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Os dias de provas passaram como uma corrida. Já estavam no mês de junho, e teriam duas semanas de férias.

No intervalo, Mônica apareceu na mesa onde Cebola e Cascão estavam lanchando.

– Meninos! Meninos! Façam o favor de calarem a boca, pois tenho uma novidade! – a dentuça sorria contente, pois sabiam que eles também iriam adorar a noticia.

– Conta ai – pediu Cascão.

– O meu pai recebeu uma ligação do Seu Bento ontem à noite!

– Quem é Seu Bento? – perguntou Cebola, confuso.

– O pai do Chico, bocó! – respondeu Cascão.

– Isso mesmo! Ele ligou para o meu pai nos convidando para passar o São João na casa deles.

Os garotos sorriram animados com a idéia.

– Mas perai... Ele não convidou agente... – diz Cebola.

– Claro que convidou, ele conhece vocês e pediu pra eu chama-los também.

– Uau, que sorte!

– E ai, vocês querem ir?

– Se queremos – responderam os dois.

– Então otimo, agora só falta falar com a Magali e…

– Perai! A Magali também vai? – perguntou Cascão.

– Claro né, você acha que ia convidar vocês e não ela?

– Ah então eu não vou não – diz Cascão cruzando os braços.

– Cascão, deixa de criancice!

– Não estou sendo criança, estou sendo pratico, prefiro passar esses dias de férias, sem olhar pra cara daquela comilona.

– Cascão, vocês já estão sem se falar já faz uma semana! Para de bobagem, e faz as pazes com ela...

– É inútil tentar alguma coisa com ela...

– Deixa de ser fresco! Eu fiz o convite e você aceitou, pois agora vai nem que eu te leve pelos poucos cabelos que você tem – Mônica deu umas leves batinhas em sua cabeça e voltou pra mesa.

– Ai... – suspirou o garoto. – Era só o que faltava... E eu achando que iria me livrar dessa... Dessa...

– Dessa...? – Cebola ergueu uma sobrancelha.

– Magrela! – diz com a cara emburrada.

O careca começa a rir do amigo, negando com a cabeça. Ele ainda gostava daquela, “magrela”, só continuava muito chateado.

Magali respeitou o tempo e o espaço do sujinho, ela sentia muita falta dele, não podia negar, mas sempre ficava repetindo para si mesma que ‘aquilo era o melhor’.

Mônica por sua vez, desistiu definitivamente de dar conselhos a comilona, ela não iria ouvi-la de qualquer jeito. Estava acreditando mesmo que aquilo que estava fazendo era o certo.

Cascão não voltou com Cascuda, pois quando tentou conversar, ela não quis ouvir. E ele até achou melhor, porque já tinha desistido da idéia de voltaram a namorar.

Quim voltou à escola. Depois de três dias de falta, devido ao sofrimento com seu término, ele resolveu voltar aos estudos. Algumas vezes cruzava com Magali, mas ele fingia que não tinha a visto e passa reto, deixando a coitada mais triste do que já estava.

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Enfim férias! Alguns alunos da Escola Limoeiro se preparavam para viajar, outros para receber os familiares, e alguns marcando para sair com os amigos.

Mônica convenceu Magali a ir no sitio de Seu Bento com sua família e seus amigos, mas não estava muito contente, pois sabia que Cascão NÃO estava contente em ter ela na viagem.

– Sei não... Pra mim não foi uma boa ter aceitado ir... – diz Magali enquanto dobrava suas roupas para colocar na mala.

– Nem vem que finalmente conseguimos fazer com que seus pais deixassem você ir. Por isso nem pense em desistir – diz Mônica enquanto estava deitada na cama da comilona lendo uma revista. Sua mala já tinha ficado pronta dias antes.

– Eu sei, mas não pense que eu estou gostando dessa idéia.

– Gostando ou não você vai... – diz ficando de bruços.

– Sabe... Eu queria pelo menos que eu e o Cascão voltássemos a ser amigos... Mas nem isso ele quer...

– Claro né Magali? Você acha que? Que depois de tantas e tantas patadas, ele vai correndo de volta pra você querendo ser seu amigo, ah, por favor.

– Você tem razão… Mas poxa, ele devia entender o meu lado.

– Ele não entende, ninguém entende alias...

– Você entende.

– Eu?

– É, você.

– Tudo bem, você pode até um motivo, mas acontece que o que ficou no passado, FICOU no passado, porque você não vive o presente?

– Eu não quero discutir com você de novo sobre esse assunto.

– Foi você quem começou – diz dando de ombros.

Magali continuou arrumando a mala e enfim pôs tudo que precisava para duas semanas em uma roça.

– Será que lá tem cavalo? Eu adoro cavalos... – diz Magali sorrindo.

– Magali lá um sitio, é obvio que tem cavalos, não só cavalos, como vacas, bois, porcos, galinhas, etc – diz Mônica como se ela fosse uma criança de dois anos.

– Faz tanto tempo que eu não ando de cavalo... – diz ignorando completamente o comentário da dentuça. – Tomara que eu não tenha esquecido.

– Não sabia dessa sua paixão, achei que só gostasse de gatos...

– Quem disse? Eu gosto de todos os tipos de animas – Magali apanhou Mingau no colo quando ele havia passando. – Não somente dos gatos.

– Pois eu me lembro de você ter criticado o meu Monicão varias vezes.

– Também né, tendo um cachorro daqueles em casa...

– O que está insinuando?

Magali não responde, e começa a rir.

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_ _ (07h29min) _ _ Carro

No dia seguinte, todos acordaram muito cedo.

Magali já estava pronta, e o carro de Seu Sousa passou para busca-la. Mônica estava mais animada do que nunca, pois finalmente iria poder passear com seus amigos depois tanto tempo. Ela torcia que naquela viagem as coisas voltassem ao normal, porque Magali e Cascão já não eram mais os mesmos depois daquela briga de antes das provas.

Mônica e Magali estavam sentadas no banco de trás, enquanto Seu Sousa e Dona Luiza nos da frente. Em seguida passaram na casa de Cascão, onde Cebola também estava lá os aguardando, Mônica esperta, saiu do carro quando eles chegaram e deu passagem para Cascão entrar primeiro, ele não entendeu o motivo, mas quando viu Magali sentada na janela entendeu o porquê, hesitou, mas não tinham tempo pra isso. Ele infelizmente ficou do lado dela, e Mônica e Cebola entraram em seguida.

Quando seus ombros se tocaram foi como um choque, e até eles se assustaram.

– Não esqueçam do cinto, crianças – avisou Luiza.

A viagem toda se passou com Magali quieta, lendo seu livro de romance, e Cascão no seu videogame. Cebola e Mônica dormiam um em cima do outro, enquanto Sousa e Luiza conversavam sobre o sitio.

O sujinho deu olhada para o lado, e viu o titulo do livro e começou a rir baixo.

– Nem sabia que ainda existiam livros desse gênero...

– Achei que não estivesse falando comigo – respondeu sem tirar os olhos do livro.

– Foi apenas uma observação… E não estou falando com você.

– Pois está agora.

– Não estou e... – Magali virou o rosto para o garoto sorrindo, e ele para de falar. Tinha se esquecido do quão lindo era aquele sorriso.

Virou a cabeça para não corar, mas ela continuou olhando pra ele.

– Quer fazer o favor de parar de olhar pra mim?

– Você que começou… - diz olhando para o livro novamente.

– Então sou eu que vou terminar – irritou-se, voltando a jogar.

Magali revira os olhos ainda sorrindo. Com uma ponta de esperança que eles iam acabar se resolvendo ao longo da viagem.

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Meia hora se passou ainda na estrada. Magali e Seu Sousa eram os únicos ainda acordados. Cascão tinha pegado no sono logo depois da discussãozinha que teve com a comilona.

Ele dormia com a cabeça pra cima, mas aos poucos foi descendo e descendo até... Parar no ombro da garota.

Ela se assustou na hora, e tentou tirar lentamente sua cabeça dali, mas ele parecia estar no terceiro sono.

A garota então deixou que ele ficasse, sorrindo em seguida.

Seguindo viagem... Magali também pegou no sono, e ficaram os dois dormindo, a viagem inteira.

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Mais uma hora se passou e finalmente chegaram ao tal sitio do Bento.

A estrada que era meio esburacada fizeram todos ali presentes acordarem assustados. O carro parou e começaram a bocejar de sono. Cascão percebeu que passou toda a viagem dormindo no ombro de Magali, ficou envergonhado na hora, mas logo tratou de disfarçar fazendo de conta que não tinha se dado conta.

Saíram do automóvel e ficaram deslumbrados com a vista. O sitio era imenso, com muito verde, muitas flores, muitas arvores e cachoeiras.

Podia ouvir-se não só o canto dos pássaros, mas também de todos os outros animais que haviam perto.

Magali ficou encantada, ela sempre quis morar no lugar desses desde pequena. Não só por haver animais, mas porque tinham sempre uma árvore carregadinha de frutas, e foi a primeira coisa que ela viu quando chegou. Um pé de goiabas.

– Sousa! – gritou um homem de chapéu de palha e barba.

– Bento! – o pai de Mônica se aproximou dele o abraçou.

– Quanto tempo, meu amigo!

– Desde que a Mônica tinha doze anos, eu acho.

– Verdade – ele caminhou até a dentuça e se surpreendeu. – Nossa, já tá uma moça linda.

Mônica sorriu com o elogio, envergonhada.

– Venham, Cotinha está louca para revê-los!

Os seis seguiram Bento até dentro da casa que viviam.

– E ai? Tá arrependida de ter vindo? – cochichou Mônica para a comilona, sorrindo.

– Começando a mudar de idéia… - riu.


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