_ _ (20h26min) _ _ Festa

Os amigos assim que chegaram na tal festa de São João, perceberam o quanto estava animada.

– Nem lembrava mais como era uma... – diz Magali sorrindo.

– Podem si divertirem a vontade – diz Chico, sumindo com Rosinha em seguida.

– E ai, o que vamos fazer? – perguntou Cebola.

– Não sei vocês, mas eu vou comer... – diz Magali indo até uma barraca de paçocas.

– E eu vou... Passear por ai – diz Cascão cantarolando e sorrindo.

– Sobrou nós dois... – sorriu Cebola.

– O que você quer fazer...?

– Quer dançar?

– E você lá sabe dançar forró? – perguntou Mônica rindo.

– Ah vem que eu te mostro! – Cebola puxou a namorada, e os dois começaram a dançar no meio dos outros.

Magali saboreava a cada quitute que tinha naquela festa, como já estava curada do seu problema, sua fome voltou ao normal.

Enquanto comia, decidiu se sentar em algum lugar, foi quando viu Cascão na barraca do beijo prestes a beijar alguém. Ela se engasga com aquela cena e se levanta as pressas, morrendo de ciúmes.

– P-posso saber o que o senhor está fazendo?

– Beijando oras... – diz surpreso ao vê-la.

– Se quiser beijo também fofinha, vai ter que esperar o meu turno acabar e esperar o Zé.

Magali se irritou tanto que com aquela garota, que fez a primeira coisa que veio a sua mente.

– Você quer beijo é?! – virou-se para Cascão.

– Quero – ele fez o bico para a moça de trás da barraca, e Magali sem pensar duas vezes, invadiu, empurrando a garota e dando ela mesma o beijo no sujinho.

Ela agarra o garoto com força, dando um dos beijos mais violentos que havia dado em sua vida. Beijo misturado com ciúmes, acaba saindo um beijo agressivo.

Cascão se assustou, mas gostou demais da atitude da garota, retribuindo com todo prazer.

As pessoas olharam em volta, pois eles só viam aquele tipo de beijo nas novelas que assistiam.

A moça da barraca que iria ser a quem dava o beijo no sujinho ficou indignada, colocando as mãos na cintura.

Finalmente Magali solta o garoto, respirando furiosa.

– Uau... – diz ele saindo do transe.

– Taí o seu beijo! Agora vamos! – Magali o puxa pelo braço, ainda irritada.

– V-vamos... – diz ele sorrindo.

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Magali e Cascão saíram da festa, e foram para um lugar afastado. Ela não havia dito nenhuma palavra até então.

Chegando em frente a uma enorme cerca, os dois se apoiam em cima e ficam olhando pro céu que estava carregadinha de estrelas.

– Lindo né?

– Muito... – diz ela sorrindo.

– Pena que não se pode ver isso lá na cidade, por causa da poluição.

– Eu sei...

Os dois ficam em silêncio durante um tempo, até Cascão resolver perguntar...

– Por que fez aquilo? – perguntou ainda olhando pro céu.

– Aquilo o que?

– Você sabe... O beijo...

– Não sei... – diz baixando o olhar, envergonhada.

– Eu fiquei confuso...

– Por quê?

– Achei que você tinha dito que não gostava mais de mim...

Magali suspira. Ele ainda acreditava naquela besteira.

– Você realmente acreditou né?

– E tinha como não acreditar, Magali?

– Cascão… - ela se virou para ele. – Eu nunca deixei de gostar de você nem por um minuto... Você acha mesmo que eu teria feito aquilo em um cara que não era mais afim?

O garoto abre um sorriso, mas não dura muito até se fechar novamente.

Ela volta a se virar pra frente, fechando os olhos.

De repente surge uma estrela cadente e Cascão aponta pra cima.

– Olha Magali...

– Uma estrela.

– Cadente.

– Faz um pedido! – sorriu.

– Eu já fiz...

Ele se virou para o sujinho surpresa, e perguntou...

– O que você pediu?

– Não vale a pena contar...

– Ah deixa de ser bobo! Me conta...

– Tudo bem... Eu pedi pra ficar com a garota que eu amo... – diz lhe dando as costas e começando a dar os primeiros passos para ir embora.

Magali continuava com aquela cara de espanto... Teria ouvido direito? Ele falou ‘a garota que eu amo’?

– Q-que... Você... Ama?

Ele volta a olhar pra Magali, parando de andar.

– Você acha que os meus sentimentos por você não são sérios?

– V-você não pode estar falando sério... – negou com a cabeça

– Magali, o que eu sinto por você é forte demais pra não ser amor...

– Cascão... Para com isso... Você não me ama!

– Eu amo sim!

– Não ama!

– Amo sim!

Magali começou a chorar. Não podia ser verdade, ela não queria que ele se sentisse assim, pois tinha prometido pra si mesma que nunca ia ficar com ele.

– Agora você já sabe o meu pedido... E eu sei que isso nunca vai acontecer... – novamente ele se vira, enquanto Magali chorava.

A partir daquele momento ela percebeu que os sentimentos do Cascão por ela, eram exatamente iguais. Se quisesse ser feliz, teria que decidir naquele segundo. Porque depois de confessar o seu amor, o garoto não iria nunca mais insistir.

[FLASHBACKS]

– O amor é assim, pega agente de surpresa, pela pessoa mais inesperada possível.

[...]

– Se você quiser ser feliz ao lado do seu amigo, pra isso vai ter que passar por todas as barreiras. Vai ser difícil? Vai. Vai ser estranho? No começo, vai. Mas é assim mesmo filha, o amor é assim... Complicado.

[...]

– Você só vai conseguir provar que não é fraca, ficando com o Cascão e não ligando pra o que as outras pessoas vão achar ou vão sentir.

[...]

– Você tem medo de ser feliz.

[FIM DOS FLASHBACKS]

– CASCÃO! – gritou o seu nome, com os olhos fechados.

O sujinho parou, mas não olhou pra trás.

– Eu... Eu... Eu quero ficar com você!

Ao ouvir aquilo, ele se vira para ela com os olhos esgazeados. Teria mesmo ouvido aquelas palavras?

– O que... Você disse?

Ela abre os olhos e dá alguns passos para frente, já que estava um pouco longe dela.

– Que eu quero ficar com você...

Era isso mesmo, ele não estava ficando maluco, nem surdo. Abaixou a cabeça meio zonzo, sem ter mais o que dizer.

– Só agora lhe vendo ir embora outra vez… Que eu percebi que eu preciso, e que… Eu quero ser feliz…

Ela caminhou até mais perto dele e pegou em seu rosto, fazendo ele olhar pra ela.

– E eu só vou conseguir isso se você estiver comigo...

Cascão mordeu o lábio inferior ainda sem acreditar.

– Você... Vai ficar ai parando me olhando? Não vai dizer nada? – começou a se preocupar já achando que ele tinha desistido de ficar com ela.

– É que... – coçou a cabeça, abrindo um sorriso. – Eu acho que estou sonhando...

Ela suspirou aliviada, e começou a rir, nervosa.

– Eu acho que só vou acordar, se você disser aquilo que quero ouvir...

– O que você... Quer ouvir?

Ele afirma com a cabeça.

– Que eu te amo? – perguntou sorrindo.

Ouvindo aquelas palavras, o sorriso de Cascão se abriu ainda mais, ele pegou a garota no colo, rodopiando que nem um maluco.

– AHHHHHH! – gritou assustada, mas sem parar de rir. – Me põe no chão!

Ele não obedece e continua girando a garota, até se cansar, pois já ficando tonto.

– Cascão, você ficou doi...

O garoto agarra a comilona pela cintura e lhe beija com tanta vontade, que até a surpreende.

– Repete de novo! – pediu.

– Repetir o que?!

– Repete que você me ama!

Magali não conseguia parar de rir nem por um segundo, Cascão estava feliz de mais da conta, o que a fazia feliz também.

– Eu te amo! – gritou, com a cabeça pra cima.

Eles aproximam outra vez, e dão aquele famoso beijo, pós declaração de amor. Se beijavam com urgência, com ardência, com intensidade, com excitação. Aquele beijo era especial pela seguinte razão de estarem felizes.

Magali finalmente expressou o que estava sentindo naquele beijo. Tomou coragem, se declarou, e graças a Deus resolveu ficar com o garoto que aprendeu a amar.

Cascão não estava acreditando que enfim poderia viver o tão esperado romance com a sua amada. Era a primeira vez que sentia uma coisa tão forte, e tão devastadora por alguém. Não sabia até então que aquilo se chamava amor... E que ele era o culpado por lhe fazer sofrer, e ao mesmo tempo lhe fazer tão bem.

Ele a beijava como se fosse à primeira vez, mas tomava cuidado por causa do braço que continuava enfaixado, devido ao machucado.

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– Não achei eles não, Mônica. – diz Cebola se aproximando da namorada que estava em frente à barraca da pipoca.

– Mas será possível? Esses dois estavam aqui neste estante! – diz ela batendo o pé no chão.

– Será que eles se perderam?

– Como eles iam se perder aqui?

– Sei lá, só acho que... – Cebola olha pro lado e ver os dois chegando. – Ah! Olha eles ali.

– Graças... – Mônica caminhou até os amigos nervosa, por ter a feito ficar preocupada. – Posso saber onde vocês estavam? Eu fiquei que nem uma maluca procurando por vocês! Magali, você sabe que não pode se afastar assim, afinal você está machucada, já pensou se você é sequestrada de novo? E você Cascão, aposto que foi salvar ela de novo…

Mônica continuava tagarelando, sem perceber que Magali e Cascão estavam de mãos dadas, sorrindo.

– E tem mais, eu fiquei de ser a sua responsável, depois da minha mãe, por isso é melhor me avisar da próxima vez onde você... – a dentuça percebeu que eles não paravam de sorrir e que olhavam pra ela achando a maior graça naquele discurso. Até Cebola já tinha percebido o que estava rolando por isso começou a rir baixinho da namorada.

Ela olhou para baixo, e viu os dois com as mãos dadas e abriu a boca. Olhou para Cebola, em seguida para eles de novo, diversas vezes.

– P-perai... S-se v-vocês estão com essa cara... S-significa que... – Mônica nem precisou continuar a frase, eles afirmaram com a cabeça sorrindo.

– Essa magrela finalmente decidiu ficar comigo... – diz o sujinho dando um selinho na sua então, namorada.

– Para.O.Mundo.Que.Eu.Quero.Descer! – A garota estava tão contente que nem conseguiu se expressar direito. – Vocês estão juntos?!

– Precisa de mais pistas? – perguntou Cebola.

– AHHHH! – gritou em quanto abraçava os dois. – Finalmente! Finalmente!

– Calma amiga... – diz Magali rindo.

– Calma?! Que calma o que?! Estou feliz demais com essa noticia!

– Como conseguiu convencer essa teimosa? – diz Cebola batendo nas costas do amigo.

– Só foi dizer as três palavras magicas…

– Que palavras? – perguntaram os dois.

– Eu te amo... – diz o sujinho olhando apaixonado pra garota, que retribuiu com um beijo.

Ao ouvir aquilo Mônica fez uma cara de choro.

– Isso foi a coisa mais linda que eu já ouvi... – diz abraçando os dois novamente.

– Ei! Como assim? – protestou Cebola. – Eu falo eu te amo pra você toda hora.

Os três começaram a rir do careca, e foram festejar o relacionamento dos amigos.

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_ _ (23h32min) _ _ Sitio

Cascão e Magali estavam deitados na grama olhando para as estrelas novamente, enquanto ouviam o barulho dos grilos.

– Que presente você quer? – perguntou o sujinho do nada.

– Que presente?

– Ué, 28 de junho, seu aniversário. Pensa que eu esqueci?

– Ah... – diz abrindo um sorriso.

– E ai, o que você quer?

– Nada – disse simplesmente.

– Como assim nada?

– Você não precisa me dar nada...

– Mas eu quero te dar alguma coisa – diz com voz de choro.

– Eu já ganhei...

– Que dia?

– Hoje.

Cascão não entendeu durante uns segundos, mas em seguida sacou do qual presente ela estava falando e sorriu.

– Quer melhor presente que esse?

– Nem tem né?

– Convencido... – riu.

Eles se beijaram por uns estantes e Magali se afastou para dizer uma coisa...

– Sabe no que eu tava pensando?

– O que? – fez carinho em seu cabelo.

– Que o nosso amor foi tipo... Inesperado.

– É, eu sei… - sorriu.

– Não foi esperado por mim... Não foi esperado por você. E fico pensando se é sempre assim... Será que é deste jeito que o amor aparece pra todo mundo? Inesperadamente?

– Pode ser, mas tem uma coisa que foi realmente esperada por mim...

– Hm?

– Que foi chegar aqui e te encher de beijos!

Magali se levantou rindo. – Então, vai ter que me alcançar primeiro!

– Ah é?! - diz se levantando e correndo atrás dela. – Pois corra mesmo!

Os dois ficaram naquele pega-pega durante um bom tempo, até Cascão finalmente conseguir pegar a comilona e eles caírem na grama.

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Ai, ai... Nada como um amor inesperado...

E o seu?

Já chegou?