Amor Inesperado escrita por Bruninha
Notas iniciais do capítulo
Ai vai outro! :)
— _ (15h41min) _ _ Praça
Mônica e Magali estavam no parque, e enquanto Mônica lia um livro de romance, Magali colocava os seus patins.
— Nem sei como deixei você me convencer a ler esse livro de novo...
— Você tá precisando, amiga... Ler romance relaxa e você não fica pensando só em uma coisa o tempo todo, que é o seu caso agora.
— Pois é exatamente ao contrario. Ler romance vai fazer lembrar mais ainda do Cebola.
— Para de reclamar um minuto? – disse se levantando – Você vai acabar curtindo. Eu tenho certeza.
— Ham... Duvido... Mas vamos lá.
Magali começou a patinar pelo parque, enquanto Mônica tentava achar a graça naquele agua com açúcar.
— “... E ele disse a sua amada, olhando-a nos olhos: Beija-me, pois agora não precisamos esconder o nosso amor .“ – Lê Mônica em voz alta para Magali ouvir,
— O que tem? – diz dando voltas pelos bancos.
— Tem que nenhum garoto é tão romântico, assim! Nem aqui e em lugar nenhum.
— Isso é preconceito, Mônica. Eu ainda acredito que existam tipos assim...
— Então vai continuar iludida... Shakespeare deve ter sido o único homem no mundo a ser romântico.
Magali revira os olhos, patinando para longe, e Mônica começa a rir com cada paragrafo que lia.
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Magali patina pelo parque, sentindo o vento em seu rosto e sorria relaxada. Mas ao fechar os olhos por um momento, acabou trombando em alguém que a faz cair no chão, juntamente com a pessoa.
— Magali?
— Cascão... F-foi mal não te vi ai... – Magali tenta se levantar, mas as rodas a fazem escorregar e ela cai em cima dele de novo. – Opa... – ela sorri sem graça.
— Calma, deixa eu levantar primeiro – diz ele rindo, que pelo visto também estava de patins. Assim que ficou em pé, ajudou a comilona a levantar.
— Resolveu patinar também? – diz olhando para os pés dele.
— Pois é, tava precisando sair um pouco de casa...
Magali começa a rir com a aquele comentário.
— Tá maluco, Cascão? Você ficou as férias todas na rua...
— Todo minuto em casa é muito pra mim.
A comilona negou com a cabeça rindo, e voltou a patinar. O sujinho a acompanhou e os dois foram até o banco que Mônica estava.
— Fala Mô!
— E ai Cascão – diz sem tirar os olhos do livro.
— Ela já esqueceu do acontecido? – cochicha o garoto para Magali.
— Esqueceu nada... Porque acha que eu trouxe ela aqui?
— Melhor deixar ela quieta então – diz Cascão puxando ela para patinarem longe dali.
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— Lendo romance, Môniquinha... – diz alguém se sentando ao lado dela.
Ao virar para o lado, ela vê o careca e revira os olhos.
— O que você está fazendo aqui, garoto?
— A praça é publica não é? Ah esqueci que você continua sendo a dona do bairro.
— Deixa de falar besteira, Cebola! Vem cá, você veio pra me azucrinar é?
— Eu? Imagina... – diz sorrindo irônico. – Só vim procurar o Cascão...
— Ele está lá na frente com a Magali! Agora que já sabe, vaza!
— Como eu disse, Mônica. A praça é publica, eu não vou sair daqui se eu não quiser!
— Ah é?!
— É!
— Então saio eu – Mônica se levantou, mas Cebola puxa sua mão.
— Quem diria, você desistindo assim tão fácil de uma coisa...
— Eu só quero evitar estar perto de você por hoje!
— Por quê? Ficou tão mordida assim de me ver com a Irene?
— Você se acha não é, moleque?
— Quando é por motivos assim… – diz sorrindo.
— A sua sorte é que eu não bato em crianças...
— Criança?!
— É o que você está sendo, agora.
— Melhor ser “criança” do que ser uma ciumenta histérica que nem você! – disse aumentando o volume da voz.
— Quem é histérica aqui?!
De longe Magali e Cascão começam a ouvir uma discussão, e ao chegarem mais perto para ver o que era, estavam Cebola e Mônica, novamente, discutindo no meio da praça.
— Ah não! De novo?! – diz Magali inconformada. – Já é a terceira vez hoje!
— As brigas deles estão cada vez mais frequentes...
— E a culpa é de quem? – pergunta colocando as mãos na cintura.
— Da Mônica, claro… É tão ciumenta que chega dar pena do Cebola...
— Até nessas horas você defende ele, Cascão? Não sei se você se lembra, mas a Mônica estava ali sentada na dela, com certeza o Cebola que começou a provocar...
— É... Você tem razão...
— É bem a cara dele fazer isso... Eu vou lá.
Cascão puxa ela pelo braço.
— Magali, é melhor não se meter. Eu sei do que eu to falando.
— E você vai deixar eles se matarem?
— Vai por mim, deixa eles brigarem sossegados.
— Cascão, agente precisa colocar em pratica o nosso plano… Urgente.
— Tudo bem, mas como vamos começar?
— Mesmo que eles briguem... Precisamos fazer com que eles passem a maior parte do tempo juntos. E dar um jeito de tirar a Irene do caminho, com ela vai ser impossível de fazer qualquer coisa.
— Esperai... Eu concordei em te ajudar... Mas o que eu ganho em troca?
Magali pareceu meio surpresa com aquela pergunta.
— Como assim, em troca?
— Claro que você vai ter que fazer alguma coisa...
— Seus amigos juntos e sem brigas, não é o suficiente?
— Na verdade... Não!
— Ai, Cascão – diz revirando os olhos. – Tudo bem, o que você quer?
— Unm... Sentar perto de você no dias das...
— Ah não Cascão! Nem vem! Não vou te passar cola, você sabe que eu nunca fiz isso, e não vai ser agora que vou fazer!
— O que quê tem, Magali? É só me deixar ver o seu papel e pronto, oras...
— Sem chance... O máximo que eu posso fazer por você é te ajudar.
— Me ajudar... Como?
— Estudando.
— Estudando?! – pergunta assombrado. – M-mas...
— Pegar ou lagar... Cola eu não passo! – diz ela por fim cruzando os braços.
— Ai... Tudo bem... Eu aceito... A sua “ajuda” – fez aspas no ar. – Que pra mim não é grande coisa, mas...
— Deixa de ser bobo, Cascão – diz ela rindo e colocando os braços ao seu redor. – Estudando você tem muito mais chances de tirar notas boas, do que colocando.
— Sei...
— Vai por mim.
— OTIMO!
— OTIMO!
Mônica e Cebola se separam e cada um vai para um canto, após passarem minutos brigando.
A comilona olha para o sujinho e ele assente com a cabeça, como se quisesse dizer que estava dentro.
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No dia seguinte, na aula de história a professora anunciou que a prova seria no dia seguinte, e por isso poderiam formar duplas para começarem a estudar ali mesmo na sala.
Magali na tentativa de fazer Cebola fazer dupla com Mônica, pediu para eles trocarem de lugar, pois ela queria fazer com Cascão.
— Mas Magali... Eu não posso ficar com a Mônica... Agente tá brigado esqueceu?
— Vocês por acaso me deixam esquecer? Vai Cê, só por hoje. A Mônica está mais calma do que ontem, eu tenho certeza que ela não vai implicar com você. Se você fizer a sua parte, claro.
— Séra? Eu to com um pouco de medo… - disse ainda meio inseguro.
— Medo de ficar com a Irene na frente dela, você não teve...
Cebola ficou sem graça e pegou a sua mochila que estava no chão.
— Tá bom, eu vou lá...
— Valeu, Cê! – disse dando um tapinha em suas costas.
O garoto caminhou até a carteira de Magali que já estava virada de frente para Mônica. Ao se sentar, a dentuça levou um susto e olhou espantada para ele.
— O que você está fazendo aqui?
— Eu estudo aqui!
— Não, a pergunta é o que você está fazendo aqui.
— A Magali me pediu pra trocar de lugar com ela... – Mônica olhou para trás e Magali apenas acenou sorrindo, envergonhada.
— P-porque ela fez isso?
— Parece que é pra ajudar o Cascão, sei lá – disse enquanto foleava o livro de história.
— A Magali me paga...— pensou a dentuça.
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— Nenhum barraco até agora... Parece que estamos indo bem – diz Cascão sorrindo.
— Não falei? Eu sei quando a Mônica está no modo smooth.
— Só quero ver até quando vai durar… Você ainda tá com aquela ideia de fazer os dois estudarem juntos?
— Claro né Cascão. E eles vão... Por bem ou por mal.
— Nossa! Você pode ser bem assustadora quando quer – diz rindo.
Magali fez uma careta para o garoto, e resolveu ficar quieta quando a professora passou por eles com uma cara nada boa.
— Estou atrapalhando alguma coisa?
Os dois negam com a cabeça rapidamente.
— Acho bom... – e sai, fazendo os dois começarem a rir em silencio.
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No caminho para casa...
— E ai? Vamos estudar lá em casa? – perguntou Mônica para Magali.
— Er... Não vai dar Mô, como eu te disse, eu preciso ajudar o Cascão, a prova vai ser a amanhã e ninguém aqui quer que o nosso amigo perca né? – diz ela batendo de leve no estomago do sujinho.
— É… Ninguém quer isso… – respondeu ele.
Mônica pareceu meio desconfiada, mas não ligou.
— Porque você não vai estudar com ela, Cê?
— E-e-eu?
— E-ele?
— É sim, por que não? Baixem a guarda pelo menos uma vez... Estudar juntos não vai fazer mal a ninguém, vai?
— E-eu não sei se estou preparada pra perdoar esse troca-letras.
— Pois eu muito menos pra essa dentuça!
— Do que você chamou seu careca?!
Magali e Cascão reviram os olhos.
— Quem aqui falou em perdoar? – pergunta à comilona. – Só estou sugerindo que vocês estudem juntos, só isso.
— Além do mais a professora que mandou estudar em dupla – continuou Cascão.
— Na sala – respondeu Mônica.
— É, mas todo mundo sabe que estudar com alguém é muito mais fácil.
— Ele que vá estudar com a Irene! Aquela repetente! – disse começando a caminhar mais rápido – Aproveita Cebola e vê se aprende alguma coisa com ela, porque pelo visto você vai ser outro que vai perder.
— Como é que é?!
O sujinho e a comilona batem com a mão na testa, cansados daquela briga sem fim.
— Disse alguma mentira? – pergunta ela parando de andar.
— Fique à senhora sabendo que eu nunca tive nenhuma nota vermelha no meu boletim!
— DU-VI-DO!
— Vamos lá em casa pra eu te provar!
— Admite Cebola, você nem sabe por onde começar!
— Pois agora eu faço questão de estudar com você! Você vai engolir cada palavra do que disse hoje!
— Quero só ver!
— Passo na sua casa as três em PONTO!
— OTIMO!
— OTIMO!
Cebola e Mônica saem andando (novamente) cada um para um lado diferente, enraivecidos.
— Viu só? Deu certo sem nem precisar fazer nada… – disse Cascão contente.
— Pois é...
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