Amor Inesperado escrita por Bruninha


Capítulo 6
6° Capítulo: Na Árvore




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_ _ (15h14min) _ _ Casa do Cascão

– Oi dona Lurdes! O Cascão está?

– Está sim querida, pode entrar! Ele está no quarto! Quer que eu chame?

– Não, não precisa eu mesmo vou!

– Aceita um pedaço de bolo? Acabei de fazer!

– Não obrigado, mas eu já almocei!

– Tudo bem... — Dona Lurdes ficou assustada com a resposta, afinal não esperava ouvir aquilo da Magali.

Ela abriu a porta do quarto do sujinho e encontrou ele deitado na cama lendo umas revistas de esporte e ouvindo o iPod no ultimo volume! O quarto estava um chiqueiro e ela tinha consciência que nunca poderia estudar ali.

– Cascão? – Ela foi chegando mais perto, mas ele ainda não tinha percebido sua presença – Cascão!... CASCÃO!!!! — Ela sacudiu a sua perna e ele tirou o fone de ouvido falando:

– Ah garota que susto!

– Culpa sua de ouvir musica no ultimo volume.

– Foi mal, não te vi… - diz ele se sentando na cama.

– Então... Vamos estudar na sala?

– Por quê?

– Preciso responder? – diz cruzando os braços.

– Ah Magali, nem ta tão bagunçado assim, vai.

– Não ta mesmo! Ta pior! Além de bagunçado, ta sujo! Como você consegue dormir aqui?

– Eu gosto!

– Eu pensei que você tomasse banho agora!

– Eu tomo ué, mas eu sou meio preguiçoso pra essas coisas!

– É... Eu percebi. – dizia tentando não pisar nas mil coisas que estavam no chão.

– Se é assim... Fica ai!

– O que vai fazer?

– Espera... – Cascão sumiu do quarto e foi até a sala.

Quando voltou, estava carregando duas cadeiras em suas mãos.

– Pra que isso? – apontou pra elas.

– Pra subir em cima que que não é.

— Aff, tanto faz – diz ela pegando uma das cadeiras da mão dele. – A gente vai estudar os assuntos que possivelmente vão cair na prova. Como eu já sei mais sobre o assunto, vai ser fácil de te explicar.

– Ok, ”professora”! – diz rindo.

– Página 34... Abre ai!

Magali começou a ler, e durante a explicação, Cascão não só não estava entendendo nada do que ela dizia, mas também não parava de olhar pra comilona. De um jeito estranho... como se nunca tivesse visto ela na vida.

Ela percebeu que ele não parava de olha-la e parou imediatamente de ler.

– Que foi, Cascão?

– N-nada... Continua ai... – diz envergonhado.

– Dá pra focar no que eu to dizendo e não na minha cara?

Ele assentiu e ela continuou.

Mais tarde, Magali passou umas atividades pro sujinho responder, e por incrível que pareça... Ele acertou quase todas.

– Nossa, Cas... Você acertou a metade das perguntas – diz sorrindo.

– É.. né... – Cascão passou a mão atrás da cabeça e voltou a olhar para Magali com aquele mesmo olhar, enquanto a garota continuava olhando para o livro. – Uau... Nunca notei o quanto a Magali era tão linda...

Negou com a cabeça em seguida, tentado afastar aquela frase inesperada de seu pensamento, já que estava ficando envergonhado, começa a falar de outro assunto...

– Como será que está indo na casa da Mônica com o Cebola?

– Não sei – responde olhando pra ele. – Mas queria muito saber.

– Queria?

– Claro!

– Então vamos ver...

– Como assim?

– Vem comigo!

– Pra onde? — Ela perguntou sorrindo!

– Vem! – Cascão largou os livros no meio do quarto e o mesmo fez Magali ao ser puxada por ele.

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Enquanto isso...

Os dois amigos estavam sentados no chão do quarto de Mônica, um de frente para o outro. Depois de tantas discursões naquela tarde, eles finamente decidiram dar bandeira branca e resolveram estudar de verdade. Mônica estava deitada de bruços escrevendo no caderno e Cebola lendo uns assuntos no livro. Após diversos minutos, Cebola inventa algo para quebrar aquele silêncio constrangedor.

– Onde é mesmo que fala sobre o absolutismo?

– Página 20. – responde Mônica, sem olhar para ele.

– Valeu... – responde Cebola foleando o livro.

Mônica olhou para o careca e ele estava meio suado. Ela odiava ficar brigada com ele, mas depois das coisas que ele aprontou com ela, ficava difícil desculpar. Ela percebe que ele estava nervoso, o que fez com que ela quisesse se aproximar.

– Er... Cebola? – diz Mônica se sentando.

– Que?

– E-eu queria perguntar se você...

– Eu?

– P-poderia me emprestar sua caneta? – desiste em imediato, abaixando o olhar.

– Ah... Toma... – responde ele meio desapontado.

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Enquanto isso do lado de fora...

Cascão e Magali estavam de frente para uma grande arvore que dava vista para o quarto de Mônica.

– A gente vai subir ai?

– Por onde mais?

– Não, to fora! – diz Magali já se virando para ir embora, mas é impedida por Cascão que segura seu braço.

– Perai! Por quê?

– Cascão, eu achei que você tinha me trago aqui pra nós verificamos se o Cebola estava aqui com a Mônica, não ficar espionando eles.

– Deixa de frescura, vai. É só subir, ver se eles estão se dando bem, e descer sem notarem. Simples assim.

– Simples só se for pra você.

– Por quê?

– É que... eu...eu... – diz ela começando a ficar constrangida com a resposta que teria que dar.

Cascão sacou tudo e começou a rir.

– Não me diga que você não sabe subir em árvore?

– Cala a boca! – diz batendo em seu braço. – É claro que eu sei. Só tenho medo de altura.

– Ah é? Então sobe ai. – diz ele cruzando os braços e sorrindo maliciosamente.

– Não vou subir só pra te provar que eu sei. – diz cruzando-os também.

– Tudo bem Magá. Eu te ajudo a subir...

– Eu não preciso de ajuda! – diz ela se virando para arvore, colocando o pé em cima. – Deixa que eu subo sozinha.

Magali começou a colocar os pés em cima do primeiro galho, ela tava quase conseguindo, para a surpresa de Cascão, mas acabou escorregando e foi parar no mesmo lugar. Em pé no chão.

Cascão que já não estava mais conseguindo segurar a risada, já ia abrir a boca quando...

– Se você rir, eu juro que vou embora.

– Tá bom, tá bom... Vai querer ajuda ou não?

Magali achando que Cascão ia subir primeiro, tomou um baita de um susto quando foi suspendida pela cintura pelo sujinho.

– Cascão, ta maluco, me põe no chão! – diz balançando os pés.

Ele não deu ouvidos aos gritos e conseguiu coloca-la em cima de um grande gralho em cima da arvore. Ela se acalmou, mas ainda continuava com medo, e se apoiava nas folhas.

– Vai me deixar aqui em cima?

– Calma! – Ele subiu até onde ela estava em um piscar de olho. Pegou em sua mão e subiu mais um pouco, chegando enfim, a janela de Mônica. Avistando sua amiga, um pouco de longe, abriu um sorriso e tentou se sentar em um dos galhos, mas ao notar que seu pé não se mexia, entrou em desespero.

– Cascão? O que aconteceu?

Cascão olhou pra baixo, e viu que não só Magali, mas ele também tinha prendido o pé em um pequeno buraco, mas fundo o suficiente para não conseguir sair.

– Eu... Eu acho que nossos pés ficaram preso.

– Que?! – diz ela começando a entrar em pânico. Primeiro pelo fato de poder ser vista por Mônica, e segundo por estar praticamente colada em seu amigo, sujinho, que estava de frente para ela. Felizmente as folhas das arvores impediam que Mônica e Cebola conseguissem os ver.

A árvore estava alta o suficiente para o medo de Magali ser ainda maior. Ela já havia subido em varias arvores quando era criança, mas naquela época, ela ainda não havia adquirido aquele medo por altura.

– Cascão... Dá pra você se afastar um pouquinho? – diz empurrando o garoto.

– Se eu pudesse já teria feito!

Cascão tentou tirar o pé do buraco, mas mesmo que conseguisse, o estrago iria ser ainda maior, pois, os dois iriam acabar caindo no chão. Ele sabia desta consequência e resolveu não dizer nada para a comilona para não piorar a situação.

Eles dois naquela posição, estava ficando cada vez mais constrangedor para ambas as partes.

– O jeito é chamar a Mônica pra vim tirar agente daqui! – diz Magali já se sentindo sufocada com tanta aproximação, que tentava de todas as formas não olhar para ele por motivos óbvios.

– Ta maluca? Se a gente chamar eles você sabe que ela vai descobrir que nós viemos aqui espionar ela com o Cebola né cabeçudona?

– Ah é eu não sabia, que cabeça a minha! – diz ela com irônia.

– O único jeito é esperar eu conseguir tirar o pé daqui!

– A culpa disso tudo é sua. Eu sabia que não devia ter vindo aqui com você!

– Epa, você mesmo disse que queria saber o que eles estavam fazendo!

– Mas a idéia de vim aqui foi sua! – diz alterando o volume da voz.

– Não tinha aceitado!

– Agora é tarde demais! Olha só pra gente... Você e eu presos nesta maldita arvore, e pior... estamos praticamente colados! Ai meu Deus... É o fim. – diz olhando pra cima suspirando.

– Eu tenho culpa que você não saiba subir em árvore? O que foi? Desaprendeu?

– Que?!

– Se você soubesse mesmo subir não estaríamos desse jeito. – diz olhando para o lado.

– Ah, agora a culpa é minha senhor esperto?

– É sim!

– E eu tenho culpa que você seja cego? Não ter visto esse buraquinho ai?

– Há, olha quem fala, você também está presa! E outra, eu não teria ficado preso aqui se não estivesse te ajudando a subir, sua mal-agradecida!

– Ora, seu...seu... Porco!

– Ei, eu tomo banho sabia?

– Tô vendo, ou melhor... Sentindo! – diz tapando o nariz.

– E você que é uma esganada! Não pode ver uma comida pela frente que sai esvaziando tudo.

– Você sabe muito bem que eu mudei, sou cheia de nutrientes.

– Cheia de gorduras você quer dizer! – diz rindo.

– Idiota... Nem sei por que eu resolvi te ajudar.

– Você me pediu ajuda para juntar o Cebola com a Mônica. Troca de favores minha querida, agora vai ter que me aguentar.

– Eu só espero que eles se resolvam logo, pra eu me livrar de você, palerma!

– Eu também não vejo a hora... – diz abaixando o tom.

Os dois começam a perceber o clima que ficou, por isso ficam calados um olhando para o lado aposto. Cascão tentou não demostrar o seu incômodo de estar tão perto assim de sua amiga, aquele aroma que a garota tinha o fazia despertar coisas desconhecidas em sua cabeça. Magali que permanecia com os cabelos molhados, por ter lavado-os antes de sair, gerava ainda mais uma onda de calor em Cascão que ele nunca tinha sentido antes. Atração, talvez? O sujinho nunca havia reparado em quão Magali era bonita até aquele dia. Ainda mais de cabelos totalmente soltos voando ao vento.

Após passarem algum tempo, Magali já estava começando a ficar com câimbra no pé, e olhou para Cascão.

– Será que você pode continuar tentando tirar o seu pé daqui pra nós podemos sair?

– Talvez se você pedisse com jeitinho. – diz ele tentando irrita-la.

– Anda logo!

Cascão obedece sem discutir, e mais uma vez, sua tentativa não dar certo, ai foi a vez da comilona de perder a paciência. Mexeu o seu pé bruscamente como uma forma de se soltar, suas tentativas ficavam mais complicadas para os dois ali. Tirando o fato de que a cada movimento que ela fazia, seus corpos se grudavam mais e mais, para o desespero de Cascão que ficava cada vez mais nervoso, aquele perfume de Magali estava lhe matando aos poucos.

– Droga! Eu quero sair daqui! – diz ela aos gritos já não aguentando mais aquela situação embaraçosa.

Cascão se desespera com a atitude da amiga e tapa sua boca o mais rápido, olhando pela janela do quarto de Mônica.

– Cala boca, sua maluca, eles vão te ouvir!

– Hummmm!!!

Cebola e Monica apareceram na janela! Mas não viram nada suspeito e voltaram para o quarto, fechando a janela em seguida.

Cascão ainda estava tapando a boca da Magali. Que não percebeu que ficou admirando seus olhos por um estante, até sentir uma dor incontrolável vindo de sua mão.

– Ahhhhhh! – Cascão tentava gritar em silêncio.

Magali tinha acabado de lhe dar uma bela mordida.

– Sai de cima! – diz empurrando-o.

– Sua doida! A fome é tanta né? – diz gemendo e massageando a sua mão.

– Desculpa, vai.

– Vê se si acalma, garota! Esperai eu tenho uma idéia.

Cascão tirou o tênis, e por fim desceu da arvore.

– Consegui! Yes! – Cascão já estava pronto para dar o primeiro passo para cair fora dali, quando...

– Caham!

– Er... to brincando, você acha que eu esqueci de você?

– ACHO!

– É só fazer o que eu fiz… tira a sua sapatilha.

Magali obedeceu o sujinho e estava livre... até então.

– Como eu vou descer agora?

– Pula, ué. - diz ele como se fosse obvio.

– Mas...

Cascão percebeu o medo da garota olhando pra baixo e suspirou.

– Vem! – diz estendendo a duas mãos para cima.

– Não! De jeito nenhum! Se você não conseguir me pegar.

– Magali, deixa de frescura!

– Não é frescura!

– É medo então?

– NÃO!

– Shhhhh!! – diz olhando para os lados.

– Opa desculpa! – Magali tapa a boca com um das mãos.

– Vem logo!

– Não!

– Olha, pensa o seguinte! Que você vai cair na piscina!

Magali se agarrou ainda mais no tronco da arvore, deixando Cascão sem paciência.

– Vai quebrar... – diz ela referindo-se ao galho que estava em cima.

– Tá ai mais um motivo pra você pular! Você prefere sair por bem ou por mal?

– EU NÃO...

– Shhh, fala baixo! – “grita” ele.

– Eu não posso pular! – responde sussurrando

– Por que não?

– P-porque... você vai me deixar cair...

– Eu juro pela minha mãe que não.

– Eu não senti firmeza nas suas palavras...

– Ah quer saber? Desisto! Tchau!

– Ei, perai aonde você vai?

– Pra casa, já perdi tempo de mais aqui!

– Cascão!!

O sujinho se vira de volta sorrindo e Magali respira fundo.

– Ta bom, eu desço!

– Aleluia!

– Não me deixa cair, hein?

– Anda logo, Magali.

Respirando fundo mais uma vez, Magali se joga e Cascão consegue pega-la como prometido. Mas, a queda foi tão alta que Cascão acabou caindo pra trás, e Magali ficou em cima dele.

Os dois que ainda estavam de olhos fechados, começaram a abrir devagar e...

– Ahhhhhhhhh!! – Magali levantou depressa ao notar que sua boca havia tocado na do sujinho.

– Magali! Para de gritar! – Cascão empurrou Magali para debaixo da arvore quando ouviu um barulho vindo de cima.

– Vo-vo-você... m-me...

– Eu? Eu não! Pirou?

– M-mas... – Magali estava em pânico, tudo que bem que rolou um beijinho de nada, mas foi um acidente, nem Cascão estava entendendo o motivo do seu nervosismo todo.

– Relaxa... foi sem querer.

– Sem querer?!

– Claro que foi sem querer, você acha que eu ia te beijar de proposito?

Magali parou pra pensar e viu que aquilo tinha realmente acontecido por acidente e tentou se acalmar.

– T-tudo bem...foi sem querer mesmo...

– Por pouco eles não pegam a gente de novo, viu só sua doida! – Cascão subiu novamente e pegou o seu tênis, juntamente com a sapatilha de Magali que tinha ficado presos.

– É... Foi mal... Eu acho que ainda estava em transe por ter caído de um altura dessas. – diz ela enquanto suas mãos tremiam.

– De boa! Esquece isso. Pelo menos eu te peguei né? Mesmo que tenha rolado um...

– Eu vou pra casa! – diz ela pegando a sua sapatilha na mão dele, e se virando.

– Quer que eu te leve?

– Não, eu sei o caminho! – diz irritada.

– Cê ta brava comigo? – diz ele fazendo ela parar.

– Estou!

– Por quê?

– Por tudo! E principalmente por você ter me xingado de gorda! !

– Magali, eu estava brincando! E você sabe que não é verdade, você é uma vassoura.

Magali abriu a boca se sentindo ofendida, e saiu na frente dele andando em passos acelerados, fula da vida.

Cascão começou a rir, mas se sentiu mal por um segundo.

– Desculpa... – diz meio triste.


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Notas finais do capítulo

Beijinhos



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