_ _ (15h27min) _ _ Padaria

Magali não perdeu tempo foi até a padaria novamente encontrar com o Quinzinho. Quando ela entrou ele estava varrendo o chão, pois o movimento estava fraco, já que era de tarde. Ao ver sua amada, Quim abriu um grande sorriso e foi abraça-la.

– Princesa! Você já esta melhor?

– Já sim... Quim, eu preciso terminar aquela conversa com você... Você tem um minuto?

– Claro, alias meu turno já acabou...

O garoto tira o avental e ela sugere que os dois vá para um lugar mais calmo, tipo a praça. Magali caminhava suando nas mãos. Iria ser agora, já não tinha mais nenhuma desculpa pra deixar aquela conversa para depois. Já sabia que ia ser difícil, mas era o único jeito.

Se sentaram no banco, e depois de um longo e demorado suspiro, ela começa...

– Lembra do que eu te falei ontem?

– Lembro, você ia me contar alguma coisa. Falar nisso você recebeu a cesta que eu mandei?

– Recebi...

– E você gostou? – perguntou sorrindo.

– Adorei Quim... Mas eu preciso dizer logo o que eu preciso dizer, senão eu vou mais conseguir!

Quinzinho começou a ficar preocupado e fixou seu olhar na comilona.

– Eu queria falar que... Depois de uns acontecimentos ai que não valem lembrar... E-eu... Eu...

– Você...?

– Eu acabei gostando...

– Acabou gostando de que, Magali? Eu não estou entendendo...

A garota apertou os lábios e fechou os olhos, aquela era a hora.

– Eu acabei gostando de outro, Quim. É isso – disse abaixando a cabeça.

Quim ficou olhando pra ela com a boca entreaberta, sem conseguir dizer uma palavra. Magali também olhava pra ele, assustada, como se quisesse uma resposta.

Até que ele resolveu dizer alguma coisa.

– Vo-você ta o que?

– Eu... To gostando... De outra pessoa...

–D-de quem?

– Isso não importa, Quim! – diz segurando em suas mãos. – Por isso eu vim aqui, pra te contar isso antes que você descobrisse sozinho por outras pessoas.

– Desculpa er... - diz rindo nervoso. – Ainda não caiu a ficha...

Magali engoliu em seco, tentando se segurar pra não voltar a trás com a sua decisão.

– Eu... Não tô conseguindo acreditar nisso... – disse olhando pra frente.

A comilona ficou sem ter o que dizer. A reação dele era a mesma que ela tinha imaginado.

– Eu te chamei aqui, porque eu não acho justo... Você continuar comigo, sabendo que eu gosto de outro – disse se segurando pra não chorar.

– V-você tá terminando comigo?

– Na verdade... Eu quero que você termine comigo, Quim. Você não merece ter uma namorada feito eu... Que só te faz sofrer – disse limpando uma das lagrimas que Quim tinha acabado de deixar cair.

– N-não Magali! – começou a se desesperar. – E-eu não quero terminar com você!

– Mas Quim...

–Eu sei que vai ser difícil pra mim aceitar, mas olha só! Eu te perdoou – disse segurando o rosto de Magali, ainda chorando.

– Quinzinho, me escuta...

– Isso já aconteceu uma vez, lembra? Ele só te fez sofrer, você sabe que comigo não é assim! Nunca vai ser!

Magali respirou fundo, e deixando uma lagrima cair. Era muito difícil pra ele aceitar. Ele não queria enxergar os fatos.

– Magali, eu prometo que eu vou te fazer feliz pra sempre e nós...

– Quim! – diz interrompendo o garoto, aumentando o volume da voz. – Eu NÃO POSSO ficar com você!

– P-por que não?

– Porque... – ela olhou para o garoto com pena. – Eu não te amo...

O padeiro ficou sem palavras. Nunca poderia imaginar que uma simples frase fosse doer mais que uma facada em seu peito.

– V-você não... – custava a acreditar no que tinha escutado. – Me ama...?

– Quim eu já te amei sim, muito. Mas esse sentimento que eu sentia por você acabou. Virou amor de irmão. Eu amo você sim... Mas de outra forma. Eu não posso e eu não quero viver em um relacionamento onde só um ama. Eu vou sofrer, e você também vai.

– Eu só vou sofrer se você me deixar, Magali – disse entre lagrimas.

A garota deu um meio sorriso e abraçou o garoto.

– Eu não vou te deixar, Quim. Nós vamos sempre ser amigos se você quiser...

Ele se afastou de Magali, limpando as lagrimas.

– Eu não quero ser seu amigo... – dizendo isso se levantou e começou a ir embora.

– Quim, não faz isso... Espera! – diz Magali se levantando.

O garoto não dá ouvidos, e continua andando.

Ela suspira e coloca as duas mãos no rosto, culpada.

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Chegando em casa, Magali ainda com os olhos vermelhos por ter chorado, fecha a porta e começa a caminhar lentamente até seu quarto.

Dona Lili estava na cozinha e quando ouviu um som de porta bater, viu a sua filha subindo as escadas com uma carinha triste.

Limpou suas mãos no pano de prato, e foi atrás dela.

Ela entrou no quarto, porque desta vez Magali não havia trancando e encontrou a filha deitada na cama abraçada com Mingau, lhe fazendo carinho no pelo.

– Filha...? O que aconteceu querida?

– Acabou mãe... Acabou, tudo.