_ _ (17h57min) _ _ Campinho

Povs. Magali

Estava quase escurecendo, eu estava sentada na grama só olhando pro nada. Não havia uma unica alma viva naquele lugar. O vento estava um pouco forte e os meus cabelo estavam voando e não tinha como pará-los. Mas como não tinha ninguém ali, não estava nem um pouco preocupada com isso.

Eu estava muito mal pela Mônica, não era de hoje que ela e o Cebola se desentediam e ela acabava trancada no quarto chorando como uma louca. Eu já não sabia mais o que fazer para que aqueles dois teimosos ficassem juntos. Mas desta vez o Cebola acabou pegando pesado, tudo para conseguir provocar ciúmes na Mônica. Achei super desnecessário mas... é o Cebolinha né?

Olhei no relógio e vi que já eram seis da noite, estava quase me levantando para ir na casa da Mônica novamente.

– É... acho que já deu tempo suficiente pra ela ficar sozinha.

– Quem ficar sozinha? – ouvi uma voz atrás de mim e olhei para trás.

– Oi Cas – sorri ao vê-lo.

– Tá fazendo o que aqui sozinha?

– Esperando...

– Esperando quem? – perguntou ele se sentando ao meu lado na grama.

– Esperando dá um tempo pra poder ir na casa da Mô de novo.

– Ah saquei... ela ainda tá nervosa por causa de ontem né?

– Pois é... tentei acalma-lá de todo jeito, até levei um livro pra ver se ela esquecia um pouco o assunto, mas não deu muito certo...

– Também né? O careca pegou pesado, tentar fazer ciúmes na Mônica com a Irene? Pô, ele sabe que ela gosta dele, não sei pra que foi inventar isso.

– É, mas vamos esquecer esse assunto, o único jeito agora é fazer com que eles façam as pazes de uma vez. O Cebolinha até tentou pedir desculpas pra ela pelo celular, mas o celular acabou destruído em mil pedaçinhos no chão.

– Hahahaha!! Até imagino a cena.

– Mas eu já imaginava que ela teria esse tipo de reação...

– É a sua amiga Mônica, né? O que você esperava? – disse ele no meio da gargalhada.

– A Mônica pode ser cabeça dura, mas ela tem um coração mole, vai acabar perdoando ele, você vai ver, ela sempre perdoa.

– Tomara... já não aguento mais aquelas briguinhas de casal deles dois. Ao invés de se declarar pra Mônica e pedir ela em namoro, ele faz exatamente o contrario, é um cabeção mesmo.

– Bem que você podia dar uns conselhos a ele, não é? Já que você é o melhor amigo dele.

– Eu já dei sim e muitos.

– Parece que não deram muito certo... – disse brincando.

– Ei! Não vem não tá? Se o Cebola ainda não quis se declarar pra ela, é por puro medo da sua amiguinha.

– É... eu tenho que admitir que a Mônica dá um pouco de medo nas pessoas.

– Tá vendo?

– O jeito é esperar até amanhã...

– Ah falar nisso cara... amanhã é o primeiro dia de aula.

– Ué, você tinha esquecido?

– Quis esquecer, na verdade...

– Hahaha!! Se prepara que o terceiro ano não é nada fácil.

– Passei por sorte, duvido ter esse ano.

– Só estudar.

– É ruim, hein.

Povs Magali Off

Os dois deram risadas e continuaram conversando durante um bom tempo. Escureceu e eles nem perceberam, até que Magali recebeu uma mensagem no celular de sua mãe, querendo saber onde ela estava, só ai que ela notou que já tinha ficado bastante tempo ali sentada, batendo papo com seu amigo sujinho.

Eles se levantaram para ir embora e Cascão fez questão de acompanha-lá até em casa.

–-------------------------------------------------------XXXXX------------------------------------------------

– Valeu por me acompanhar, Cas.

– O que agente não faz pelos amigos...

– Hey!! Eu não pedi pra você vim até aqui não – disse ela rindo e dando uns tapas de leve nele.

– Eu sei, só tava brincando. Bom, vou nessa, agente se vê amanhã naquele inferno chamado, escola.

Magali riu e disse - Tá bom. Até amanhã.

– Até.

Cascão foi embora e Magali entrou em casa. Tomou banho, jantou com os pais, e ficou um tempo na internet. Ela ficou a noite inteira esperando Mônica lhe ligar, para dar noticias, se estava bem... se estava viva, se ia pra escola no dia seguinte (isso ela não tinha a menor duvida), mas nada de Mônica. Ficou preocupa e decidiu ligar ela mesmo.

Ninguém atendia, a sua preocupação aumentou ainda mais e ela resolveu ir pessoalmente à casa dela.

Chegando até lá, tocou a campainha e Dona Luiza atendeu.

– Oi Dona Luiza, a Mônica tá ai?

– Oi Magali, a Mônica tá sim, mas não saiu daquele quarto nem pra comer. To começando a ficar preocupada, você sabe o motivo?

– Ahm... homens... – dizendo isso, Magali percebeu que havia dito uma tremenda besteira q-quero dizer...

– Ah eu já entendi... foi o Cebolinha não foi?

Magali soltou um suspiro e disse – É. Foi ele sim.

– Já imaginava, não é primeira vez que ela fica assim por causa dele, mas já que você está aqui, tenta pelo menos fazer ela comer o jantar que eu fiz, ela não comeu desde que você saiu naquela hora.

– Tudo bem, ela vai comer tudinho ou eu não me chamo Magali.

Dona Luiza deu uma risadinha e foi até a cozinha, entregou o prato, e ela subiu.

Magali deu umas batidas na porta, mas não houve resposta, ela foi abrindo devagar e percebeu que o quarto estava completamente escuro. Foi entrando lentamente, e fechou a porta, como não deu pra enxergar nada, ela acendeu o abajur que estava no criado mudo.

Mônica estava entre os cobertores com os olhos fechados, mas não estava dormindo, pois, ela viu uma lagrima escorrendo no rosto da amiga. Magali se sentiu tão mal, que quase começa a chorar ali mesmo.

– Amiga... – disse ela baxinho – eu trouxe alguma coisa pra você comer, levanta daí vai.

– Eu não quero comer nada, Magali, me deixa...

– Mô, você não pode ficar sem comer, vai te fazer mal sabia? Como você vai conseguir ir pra escola amanhã? É o primeiro dia de aula esqueceu?

– Não, mas preferia ter esquecido – disse virando o rosto para o outro lado.

– Mônica, o Cebola não merece que você fique neste estado por causa dele, ele já aprontou tanto com você, dês de que vocês eram moleques, e você sempre tomava iniciativa, tudo bem que agora você não tem mais idade pra bater nele, mas você pode encarar isso como uma travessura.

– O que ele não foi travessura, foi pirraça. Ele quer que fique me mordendo de ciúmes por ele, eu só não sei o que ele ganha com isso.

– Exatamente Mônica, ele quer que você sofra por causa dele, e ele está conseguindo, olha só pra você. Enfurnada neste quarto dês da hora em que sai daqui. Você me pediu um tempo pra ficar sozinha e pra pensar, mas eu não imaginava que você iria ficar aqui o dia inteiro chorando por causa dele.

– Tudo bem! – ela disse sentando na cama. – Você tem razão, eu preciso ser mais madura, o que ele fez foi apenas uma provocação, eu não vou deixar que aquele careca me deixe pra baixo.

– É assim que se fala amiga, bola pra frente e cabeça erguida – disse Magali entregando o prato para ela.

– Você vai ver, eu ainda vou virar esse jogo – disse e em seguida piscou para a comilona.