_ _ (15h26min) _ _ Casa da Mônica

–"... E ela se levantou sobre o colchão e caminhou até a janela, olhou para o lado de fora e lá estava ele, colocando as malas dentro de carro. Antes de partir olhou para cima e viu a bela moça na janela com as lagrimas caindo... Logo depois ele..”, ah quer saber – disse Mônica jogando o livro sobre o criado mudo – cansei!

– Ué, não gostou? – perguntou sua amiga comilona que estava sentada em uma cadeira em frente a ela.

– Pra ser sincera, O-DI-EI! Esse romancezinho água com açúcar não tem nada haver comigo.

– Ai Mônica que horror – disse Magali pegando o livro de volta no criado mudo – você sempre gostou desse tipo de livro.

– Não gosto mais – disse simplesmente.

– Bom, eu cansei de te emprestar os meus livros e você pôr defeito em todos.

– Dá próxima vez aparece com algum livro menos... cafona, tá?

– Nossa... então é isso que você acha de mim? Uma pessoa cafona que lê livros cafonas? – perguntou a comilona visivelmente magoada.

– É claro que você não é cafona, Magali. Os seus livros é que são.

– Quer saber também? Eu vou pra casa, porque eu não quero que esse seu mal humor passe pra mim – disse ela se levantando para ir embora.

Antes de Magali sair, o telefone de Mônica recebe uma mensagem e menos de cinco segundos o telefone é arremessado na parede com tanta força que por pouco não faz um buraco enorme.

Magali tomou um susto tão grande, que ficou paralisada por alguns estantes. Olhou para o celular destruído no chão, e em seguida olhou para Mônica que estava braços cruzados saindo fumaça pelas orelhas.

– A-a-amiga, tá tudo bem?

– NÃO! NÃO ESTÁ TUDO BEM!! – Magali tomou outro susto com a resposta da amiga.

Ela ficou preocupada e colocou a sua bolsa e o livro em cima da mesinha de Mônica e se sentou na beira da cama.

– Você... recebeu algum torpedo do...

– É!! Foi exatamente dele!! E você sabe o que ele disse?

– O-o que? – perguntou ela, com um pouco de medo.

Mônica se levantou irritadíssima e respondeu – Aquele cafajeste veio me pedir desculpas por ontem.

– Ufa... – Magali colocou as mãos no peito aliviada, achando que ele tinha dito algo ruim.

– Ufa? Como assim “Ufa”? Depois de tudo que ele me aprontou ontem, você acha que ele tem o direito de mandar POR TORPEDO um pedido de desculpas?!?!

– Calma Mônica... talvez o Cebola só esteja... como posso dizer isso?... Com um pouco de medo de você...

– Ah, mas ele vai ter é agora! – Mônica sem pensar duas vezes, começa a calçar as suas sapatilhas prestes a sair.

– Ei perai! Onde você vai?

– Tirar satisfações com aquele peste!

– Só porque ele te pediu desculpas por telefone? – Magali se levanta da cama e puxa o braço da dentuça – Mônica, não é assim que se resolvem os problemas, você só iria causar confusão indo até ele neste estado, você está muito nervosa, primeiro se acalma...

Magali faz ela se sentar na cama e corre até a cozinha. Na volta trás um copo de água.

– Toma.

Mônica bebe a água e devolve o copo para Magali. Ela se senta novamente perto da amiga e faz um carinho no seu cabelo.

– O Cebolinha não podia ter feito aquilo comigo... só agora eu vi que ele não presta.

– Não fala assim amiga... o Cebola só é um pouco imaturo, ele não tem consciência das coisas que faz, não é a primeira vez que ele apronta, você sabe.

– Mas desta vez foi muito pior... eu não quero nunca mais olhar na cara dele.

– Tá vendo porque eu trouxe este livro de romance pra você? Eu só queria que você esquecesse um pouco deste assunto e pensasse em outra coisa.

– Livro de romance não vai me ajudar a esquecer, só me lembrar cada vez mais. Além disso é livro de drama, e o que eu menos preciso neste momento é drama na minha vida.

– É... confesso que fui meio boba trazendo este livro pra você. Dá próxima eu trago um livro de humor, pra você rir um pouco.

As duas amigas riram por alguns segundos, e depois Mônica começou a ficar séria novamente.

– Eu acho que quero ficar um pouco sozinha agora, amiga... o único jeito de não pensar mais no Cebola e da cachorrada que ele fez comigo, é dormindo.

– Tudo bem... eu vou te deixar sozinha. Mas qualquer coisa que você precisar me liga que eu venho correndo ok?

– Obrigado Magá! Você é melhor amiga do mundo.

Elas se abraçaram, e assim ficaram por um tempo... aos poucos foram se separando e Magali se levantou, pegou suas coisas e saiu.

Mônica deitou-se na cama, acompanhada por uma lagrima...