Amor Inesperado escrita por Bruninha


Capítulo 13
13° Capítulo: Os Cartões


Notas iniciais do capítulo

*.*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/137349/chapter/13

_ _ (13h42min) _ Rua

– Hã?!

– Er... Eu...

– V-você gosta de mim?

– Na-não... Quer dizer... Sim eu gosto mas como amigo... Amigo de infância sabe? Não queria perder a sua amizade logo agora... Por favor me perdoa.

– Cascão, eu não - sem deixar a garota terminar de falar, Cascão a abraça forte, fazendo então seu coração voltar a quase mesma velocidade que estava poucos segundos atrás.

– Por favor, Magá...

Ela se afasta do garoto e olha em seus olhos.

– Cascão, parece que você ainda não se deu conta do acaba de acontecer. Você me...

– Eu sei, caramba! – diz colocando as duas mãos na cabeça. – Eu tenho consciência do que eu fiz, Magali... Mas foi impulso, eu não aguentei ver... – ele desiste de continuar a frase, para que Magali não ficasse ainda mais revoltada. –Vamos pelo menos tentar esquecer... Se não der certo... A gente resolve depois.

– Tudo bem vai - diz concedendo.

– Sério? – começa a abrir um sorriso.

– Eu vou tentar Depois passa lá pra fazermos os cartões...

Cascão já ia abraça-la de novo, mas ela se afasta rapidamente e vai embora.

–--------------------------------------------------------XXXXX------------------------------------------------------

Magali chega em sua casa, ainda ofegante. Ela nunca imaginou, nem passou pela sua cabeça que um dia iria viver uma cena daquelas com seu melhor amigo de infância. Bate a porta do quarto se acostando nela em seguida. Ela seguia com a imagem, o perfume, e o gosto ainda em si. Fechou os olhos e foi escorregando no chão lentamente. Como ela poderia esquecer uma cena daquelas? Foi um dos beijos mais inesquecíveis que ela tinha dado. Nem com Quim, seu namorado de anos, ela foi capaz de sentir algo tão forte quando o beijava.

Se preocupou. E se aquilo estivesse começando a ficar sério? E se depois daquele beijo, ela não conseguisse mais agir do mesmo modo que agia antes, perto dele?

Levantou-se do chão, e foi até o banheiro tomar um banho frio.

–--------------------------------------------------------XXXXX------------------------------------------------------

Quando já eram umas sete da noite, Magali via TV na sala, precisava se distrair com outras coisas, pois tinha sido uma tarde bastante cansativa. Não demorou muito até a campainha tocar.

Abriu a porta, e era ele. Ela sentiu uma coisa estranha vindo diretamente de seu estômago, mas disfarçou, sorrindo sem graça.

– Oi Cascão... - diz dando passagem.

– E ai... – responde do mesmo jeito que ela. – Foi mal a demora...

– Sem problemas. – diz sem olhar diretamente para ele.

– Cadê seus pais? – pergunta ao perceber o silêncio na casa.

– Foram jantar fora.

– E-estamos sozinhos?

– Algum problema?

– Não... Nenhum.

– Então? Vamos começar? – diz pegando os matérias necessários que precisariam para fazer o tal bilhete.

– Sim... Mas vem cá por que você me chamou aqui se é só pra escrever um cartão para os dois dizendo que é admirador secreto?

– A Monica gosta de coisas românticas... E não é só um cartãozinho... Tem que ser tipo no máximo uma carta de amor!

– Ai, já vi tudo!

– Deixa de ser chato. – diz ela com o primeiro sorriso de verdade.

Cascão riu percebendo que ela já não demonstrava tanta raiva assim dele.

–--------------------------------------------------------XXXXX------------------------------------------------------

Sentados no sofá da sala, e já terminando de enfeitar o cartão, Magali pergunta...

– O que a gente escreve primeiro?

– Sei lá. Quem sabe dessas coisas é você.

– Eu já fiz a minha parte agora é você!

– O que você quer que eu escreva?

– Que tal um poema?

– E eu sei lá escrever poema...

– Poesia então?

– Qual a diferença?

– Ah Cascão inventa ai qualquer coisa!

O sujinho nega com a cabeça, como uma forma de dizer que não tinha ideia nenhuma sobre romance.

– Então faz um seguinte, faz de conta que é você o admirador secreto da Monica e...

– Nunca!

– Então... Faz de conta que é pra Cascuda!

– Melhorou... Vejamos... Humm... “Posso morrer por amor... Mas prefiro viver para te amar”!

– Hmm – responde surpresa – Bonita a frase...

– A única coisa que eu pensei...

– Eu vou escrever aqui no cartão.

Enquanto escrevia, ela abaixa um pouco o volume da voz, ao perguntar...

– Ela deve te inspirar muito né?

– Quem? A Cascuda...?

Magali continua escrevendo, sem responder a pergunta do sujinho. Mas ele diz assim mesmo.

– Na verdade eu peguei essa frase do livro de português... Não tinha pensado nela diretamente.

– Ah... – responde sem mostrar contato visual – Terminei o cartão da Monica, agora só falta o do Cebola.

– Tá, mas se for pra escrever alguma coisa de amor, me incluía fora dessa.

– Hum, se eu bem que conheço o Cebola, o dele nem vai precisar, assim que ver assinado ‘admiradora secreta’ vai correndo.

– Verdade. – diz rindo.

Magali terminou o cartão de Cebola, e fechou uma das canetas.

– Prontinho.

– Como vamos entregar? Colocando no correio?

– Não, amanhã, na escola eu coloco na mochila da Monica e você faz o mesmo com a do Cebola!

– Então tá... Bom... Eu acho que já vou pra casa... Seus pais também já devem estar chegando.

Magali afirma com a cabeça e leva o sujinho até a porta.

– Obrigado pela ajuda, Cascão...

– Não precisa me agradecer, gulosinha – diz apertando a porta de seu nariz.

– Até amanhã, então. – diz sorrindo.

– Até... – o garoto vai embora, e Magali fecha a porta suspirando em seguida. – Porque você não se acalma um pouco, hein? – pergunta para si mesma referindo-se ao seu coração que batia descontroladamente, ao ser tocada por Cascão, de novo.

–--------------------------------------------------------XXXXX------------------------------------------------------

No dia seguinte...

– Oi Mô! – diz a comilona se sentando em frente a amiga, na sala de aula.

– Oi Magá! Foi mal, não te esperei hoje, é que meu pai me ofereceu carona, e você sabe o quanto é raro.

– É, eu sei – diz rindo. – Se preocupa não.

No mesmo estante, Cascão entra na sala e Magali se levanta ao vê-lo.

– Mô, o Cascão precisa falar com você!

Ele parou no meio da sala sem entender, pois não tinha nada pra falar com a dentuça. Mas logo caiu a ficha, e foi até ela.

– É-é, sim Monica eu preciso falar com você!

– Pode falar Cascão! – diz fechando o caderno que estava escrevendo.

– Não... Tem que ser lá fora!

– Por quê?

– Por-porque... Oras porque, está um dia lindo... Ele a puxou pelo braço ficando de frente para a porta da sala.

– Ai, fala logo Cascão! Eu preciso terminar o meu dever!

– Er... É que eu... – ele olhou pra Magali dentro da sala, e ela estava abrindo a mochila da dentuça.

– Cascão! – chama Mônica.

– Eu... Queria saber se você vai sair amanha. É isso!

– Pra que?

– É que... – Cascão volta a olhar novamente para dentro da sala, e vê Magali dando sinal para esperar, pois a mochila acaba de cair no chão derrubando tudo que tinha dentro e... Droga! Ela continuava com o maldito cartão na mão.

– Eu quero saber ué!

– Cascão você está muito estranho... Quando você tiver melhor você me vem procurar, ok? – Dizendo isso, Mônica estava prestes a se virar quando foi impedida pelas duas mãos pesadas de Cascão em seus ombros.

– Ai Cascão! O que te deu?

– Você sair amanha? Sim ou não?

– A-acho que não! Por que? – diz começando a ficar com medo.

Magali conseguiu pôr tudo de volta, colocou o cartão dentro da mochila, e se sentou no seu lugar, para a alegria de Cascão.

– Nada não! Valeu ai! – ele dá um tapinha nas costas de Mônica e entra na sala, indo para o seu lugar.

Enquanto ela ficou com aquele ponto de interrogação na cabeça.

–--------------------------------------------------------XXXXX------------------------------------------------------

No intervalo...

– Você que vai distrair o Cebola desta vez, viu moça! – comunica Cascão enquanto os dois iam para cantina.

– Por que eu? Você pode muito bem vai fazer isso de novo!

– Tô fora! Você sabe o quanto eu sou ruim nisso.

– Tá bom vai.

Cebola que foi um dos primeiros a sair da sala, já estava em uma das mesas da cantina, enquanto a maioria estava na fila comprando os seus lanches. Magali avistou o garoto e sentiu um frio na barriga. Pois assim como Cascão, ela também não era muito boa em distrair as pessoas. E também era uma péssima mentirosa.

– Cascão... Eu não acho que...

– Magali, a mochila do Cebola está atrás dele, é só você começar um papo, e eu coloco o cartão ali. Simples assim, o que pode dar errado?

– Mas...

– Vai logo! – diz Cascão empurrando-a,

Magali começa a caminhar até a mesa do careca.

– Oi Cê!

– Ah oi Magá – diz dando um gole do seu refrigerante.

– Tudo bem? – diz sentando ao seu lado.

– Tudo... Não vai lanchar?

– Vou, mas depois. Queria conversar com você primeiro...

– Comigo?

– Aham!

– Sobre...?

Cascão finalmente aparece atrás dos dois de fininho, e se abaixa até onde a mochila do garoto estava. Ela volta a olhar para Cebola e sorri amarelo.

– Conversar, ué? Faz tanto tempo que a gente não se fala.

– Pirou Magali? – pergunta rindo. – A gente se fala praticamente toda hora. – em seguida deu uma mordida em seu sanduba.

– É mas - Magali olha para Cascão, que continuava atrás de Cebola sem ainda abrir a mochila.Por que raios ele está demorando tanto?

– Magali, você está bem? – pergunta o careca que não estava entendendo o motivo de ela estar ali com ele, ao invés de estar comendo. Que era o ela fazia assim que tocava o sinal.

Ouviu-se o primeiro som de zíper, e Magali nervosa tenta fazer com que ele não perceba.

– Estou ótima! Então... O que vai fazer amanhã?

– Eu... diz pensando. Eu acho que vou jogar bola, com a galera!

– Hum, legal! – Magali vira o rosto um pouco o lado, mas ela nota que ele estava tendo dificuldade para abrir a mochila, que tinha o zíper emperrado.

– O que foi? – diz ele quase olhando para trás, pois ela não tirava os olhos das costas dele.

– N-nada! – diz puxando o rosto do garoto de volta para ela.

– Esperai... Eu acho que to sentindo alguma coisa aqui... – diz novamente tentando virar o rosto para trás, mas estava impedido pelas duas mãos de Magali.

Cascão tentava abrir a mochila com todas as forças, mas parecia que não era mesmo o seu dia de sorte, pois parecia que todos os zipes resolveram não querer abrir. Magali sabia que não ia conseguir ficar segurando o rosto de Cebola durante muito tempo, porque ele já estava desconfiado. Muito mais ainda pelo fato de ela estar tão apreensiva daquele jeito.

Foi ai que não teve outra escolha... Ela respirou fundo e olhou nos olhos do careca.

– Cebola...

– Hã?

Soltando mais um suspiro, Magali se aproxima do garoto e lhe tasca um beijo. De cinema. Cascão ao ver aquilo, fica de boquiaberta, mas não podia parar, nem dizer nada. Ele sabia que ela estava fazendo aquilo tudo para que não fosse descoberto ali atrás.

Cebola ficou tão surpreso que mal conseguia se mexer. Mas ele retribuía, ô como retribuía.

Magali abriu um dos olhos, e Cascão finalmente conseguiu desemperrar o zíper, e pôs o cartão dentro. Fechando a mochila em seguida.

A comilona já estava com medo das pessoas olhando para os dois, e preocupada de alguém da turma aparecer ali, ou pior... a Mônica aparecer.

Cascão finalmente deu no pé, deixando Magali aliviada, e imediatamente se afasta de Cebola que já estava sem fôlego.

– Uau... – foi tudo que conseguiu dizer.

– Er... Eu... - ela não conseguia ter um explicação pelo acorrido. Só sorria sem graça.

– O que foi...Isso? - pergunta enquanto se abanava com a gola da camisa.

– Não sei... Me desculpa... – diz ela sem ar.

Ele não sabia o que dizer naquele momento, muito menos ela.

– Cebola... Pra todos os casos, esse beijo nunca existiu!

– Sério? – pergunta chateado.

– Seríssimo! Não conta pra Mônica... Por favor! – diz por fim se levantando.

– Hm... Claro...

Magali sai da cantina, perdendo até a fome depois do que aconteceu. Cebola estava incrivelmente assustado e sem poder acreditar que a sua melhor amiga, havia lhe dado um beijo... Beijo não, beijão! Mas ele não parecia incomodado, muito pelo contrario. Se estivesse, já teria tirado aquele sorriso bobo da cara.

–--------------------------------------------------------XXXXX------------------------------------------------------

– Da próxima vez, você que distrai! – diz a garota ao encontrar o com o sujinho no corredor da escola.

– Eu não acredito que você beijou o Cebola! – diz Cascão furioso.

– O que você queria que eu fizesse? Se eu não tivesse beijado, ele teria lhe flagrado ali atrás.

– Existem mil maneiras de se distrair alguém!

– Beijando é uma das delas... – diz erguendo as sobrancelhas.

– BEIJANDO É A ULTIMA DELAS! – diz extremamente enraivecido.

Magali se assusta com aquele grito. Ela já não parecia tão preocupada assim, quando percebeu que ele estava irritado... Até demais.

– Esperai... Não me diga que você esta com ciúmes? – pergunta querendo abrir um sorriso.

– Que mané ciúmes? – diz começando a virar o rosto. – Se a Mônica descobre? Nosso plano e mais importante... Nosso dinheiro iria por água a baixo! E outra se o Cebola começar a gostar de você depois daquilo? – diz Cascão fora de si. Dava pra perceber que ele estava bem nervoso com a comilona

– Deixa de drama, Cascão! – foi a vez da garota alterar o volume da voz. – Foi só um beijinho, e ninguém viu, você sabe! O Cebola é incapaz de transferir o amor que ele sente pela Mônica por mim, por conta de um beijo. Se fosse assim, ele já teria começado a gostar de todas as garotas que ele já beijou aqui no colégio.

– Você que não está entendendo a gravidade do assunto! – diz negando com a cabeça.

– Você que está fazendo uma grande cena, por conta de um simples beijo.

– E desde quando você é assim, hein? Sair beijando qualquer um por ai, enquanto o seu namorado continua na escola. Nesse risco você nem pensou né?

– Ai o Quim! – diz batendo com a mão na testa. – Tinha esquecido dele!

– Quanta consideração, hein?

– Mas isso não vem ao caso... Se por acaso ele descobrir, eu não vou hesitar em contar a verdade.

Cascão cruzou os braços, ainda muito irritado com atitude da amiga. Ele nunca poderia imaginar ela fazendo uma coisa tão baixa daquelas.

– Cascão, para de me olhar desse jeito! Você sabe que eu não tive escolha... Parece até que eu fiz uma coisa tão grave assim.

– Como você beija o careca se você está ajudando ele a ficar com a Mônica?

Magali até então não tinha pensado que o que fez foi tão sério, pois foi por uma boa causa, mas aquelas acusações de Cascão estavam começando a fazer se sentir extremamente culpada. Tanto por Mônica, quanto por Quim.

– Eu já falei que não fiz nada grave... – diz baixando o olhar.

– Você fez Magali...Traiu o seu namorado. – Cascão diz sem pensar.

Magali olha para o sujinho com um olhar penetrante. Afinal, a verdadeira traição que cometeu foi com ele.

– Foi mal, foi mal!

Magali dá as costas para o garoto e volta pra sala, fazendo Cascão se arrepender do que disse.

–--------------------------------------------------------XXXXX------------------------------------------------------

Voltando pra sala, Magali ainda com uma cara emburrada se sentou em sua carteira, e o mesmo fez Cascão.

A comilona torceu para que Cebola não tivesse dito nada a Mônica.

O sinal tocou e todos os alunos começaram a entrar.

Mônica entrou sorridente conversando com Marina, o que fez Magali suspirar aliviada. Ela não tinha visto... Pelo jeito, ninguém tinha. Para a sua alegria.

Cebola,foi o ultimo a entrar. Ao vê-lo, sentiu um frio na barriga. Ela estava começando a ficar muito envergonhada.

O garoto a avistou sentada, e passou a mão na nuca, tentando disfarçar o seu rosto que estava vermelho.

Cascão percebendo aquele clima de vergonha, abriu o seu livro de um jeito agressivo e tentou não pensar mais no assunto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O proximo nao vai demorar muito!
Beijinhos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Inesperado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.