A casa estava vazia e os passos do seu novo escarpam soavam pelos aposentos. Dulce deixa sua bolsa em cima da mesa de entrada levando consigo apenas a pasta dos casos clínicos que trabalha. Sentou-se no sofá de couro preto e retirou o caso do rapaz com insônia. Christopher Uckermann, 18 anos, queixa-se de insônia. Alguns relatos das sessões, sem muita informação.

- Quanta dificuldade... Preciso de alguma forma conseguir com que ele desabafe. Ele precisa disso. A perda da namorada foi um impacto muito grande. Mas como? – Dulce debatia em suas idéias.

   Formada em psicologia há 2 anos, ainda não tem muita experiência e paga um supervisor para lhe orientar nas alternativas certas. Na verdade é uma obrigação da profissão, uma opinião mais experiente. Um erro de análise e tchau tchau trabalho.

Bom, sem muita cabeça para pensar no momento telefona para Pedro, seu supervisor.

- Pedro? Oi, sou eu Dul. Tudo bom? Ah, sim estou bem, um pouco cansada sabe como é. Mas então gostaria de saber se estaria disponível para comparecer aqui em casa uns minutinhos. Estou cuidando de um caso juvenil e observei alguns pontos interessantes, mas preciso de você. Pode vir? Uhum, não tudo bem pode ser as sete. Ok, tchau. – Coloca a pasta no chão e estica-se no sofá. Um cochilo não seria tão ruim.

O sono estava bom e tranqüilo, mas num brusco susto Dulce levanta-se rapidamente para atender ao telefone que quase tirou o seu coração do lugar.

- Alô, alô? Sim, é Dulce Saviñón falando. Ah oi Sra. Uckermann em que posso ajudá-la? Christopher fez o que? – Seu tom de voz mudou drasticamente. – Não, essa não. Já estou indo, em 5 minutos estou ai. – Desligou o telefone o quanto antes, pegou sua bolsa e a chave do carro e num disparo atravessou ruas e avenidas em direção a casa da família Uckermann.