O carro é estacionado da melhor forma possível na frente da casa. Dulce corre e aperta desesperada a campainha.

- Finalmente a Sra. Chegou não sei o que fazer. Ele esta trancado no quarto e faz barulhos esquisitos. – Enquanto Carmem relatava o que havia ocorrido depois do telefonema, as duas sobem rapidamente as escadas e chegam na porta do quarto de Christopher.

- Christopher? É Dulce, pode abrir a porta, por favor? – Com a cabeça grudada na porta girava a maçaneta incansavelmente. Depois de cinco minutos os barulhos pararam.

- Ai meu Deus o que será que ele fez? – Carmem já estava entrando em estremo desespero, imaginando coisas horríveis. Otávio, pai do jovem, retorna do porão onde fora buscar um machado. Sem hesitar ataca a porta com a enorme ferramenta estraçalhando-a em mil pedaços. Após algumas machadadas a porta cedeu, dando espaço para eles terminarem de abri-la.

- Cristo o que é isso? – Carmem olha o quarto todo revirado, destruído, com as paredes manchadas de rabiscos sem sentido. – Chris, meu filho, você esta bem? – Aproxima-se do jovem sentado todo encolhido no canto mais escuro do quarto. – Chris? – Nenhuma resposta.

- Christopher você enlouqueceu? – O pai dele estava bravo com tudo aquilo. Não acreditava muito em problemas psicológicos, fora criado a base de muita violência familiar. Métodos antigos que os pais acreditavam ser a solução para um bom comportamento, mas nos dias de hoje completamente fora de cogitação. – Eu vou te internar moleque maluco! – Estava prestes a dar um tapa na cabeça dele, mas fora defendido pela mãe.

- Sr., não creio que isso seja um comportamento rebelde da parte de Christopher. Entenda que ele sofre por dentro pela perda de uma pessoa importante. Enfrentar tudo isso deve estar sendo muito muito complicado. – Dulce olha serenamente para o gigante senhor a sua frente na esperança de convencê-lo.

- Olha Sra. Saviñón sei que é seu trabalho falar essas baboseiras, mas saiba que só aceitei seus serviços para ver se algo mudava. Já passou um mês e não vejo nenhum resultado. Trate de fazer alguma coisa se não eu juro que vou interná-lo! - Retira-se do quarto bufando, deixando para trás dois seres e meio.