Essência de Amor escrita por Laly Swan Cullen


Capítulo 5
Quem é?


Notas iniciais do capítulo

Gente, o que aconteceu?
Cadê vocês? No capitulo anterior recebi poucos comentários, quase desisti de postar... Porém, não seria justo com aqueles que comentam.
O capitulo hoje esta melhor, beijos...
Comentem!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/137067/chapter/5

No sonho eu o amava. Provas lógicas para essa certeza? Eu e ele nos beijávamos. Mas por algum motivo ele desaparecia e acabei acordando assustada gritando o nome dele.

Abri meus olhos e assustada ao ver que não estava sozinha, sentei–me na cama. Quem me olhava tinha uma expressão divertida.

– Sonhando comigo? – Jacob perguntou–me sorridente.

– É. Acho que foi porque peguei muito pesado com você ontem. Me desculpe.

– Esquece isso, você estava certa. Era duro ouvir aquilo quando eu sabia que era verdade. Você não foi a primeira a reclamar disso, seu irmão já tinha me dito a mesma coisa. – Ele falou em quanto se sentava na ponta da cama. – E quando percebi que estava errado resolvi terminar com Tânia, minha namorada. Quer dizer... Agora ex-namorada.

Minha mente parecia–se distante diante daquela informação. Será mesmo?

– Nossa... Na verdade, eu... Eu nem sei o que dizer. – Falei ainda processando a notícia.

– Nem eu. – Falou rindo. Analisei seu rosto tentando encontrar algum sinal de mentira, mas não encontrei nada.

      – Como ela reagiu? Sua ex... – Perguntei curiosa.

– Ela ficou realmente louca. Chegou a me bater e tudo. Disse que eu nunca encontraria alguém que fosse suficientemente tão boa quanto ela.

– Nossa! – Falei um tanto surpresa. – Nem um pouco dramática.

– É. Essa é a Tânia.

Ficamos em silêncio.

– Porque dormiu aqui?

 – É que... Fecharam os portões mais cedo que imaginei. Não tive outra escolha.

– Ah. Entendi. – Ele falou cauteloso. – Você sabe onde seu irmão dormiu? Ontem, desde que cheguei não o vi.

– Não sei... É. Talvez... Sabe, ele deve estar por ai. É só procurá-lo melhor. – Falei

Acho que eu era uma bela mentirosa. Sentia-me mal por isso, mas sabia que era o melhor a se fazer.

– Jacob, quando eu o vi pela primeira vez você tinha saído daqui. E sei que esse quarto não é seu, pois você é colega de quarto do meu irmão. Se não é seu, a quem ele pertence? – Perguntei enquanto analisava Jacob. Ele usava uma simples calça jeans e um casaco preto.

– Na verdade, não tem dono. Era um cômodo vazio, como no outro colégio. Mas, eles fizeram um quarto, mas acho que pelo fato de não parecer existir porta, eles se esqueceram do quarto.

– Então, é como se fosse seu segundo quarto isso aqui. – Falei olhando ao redor.

 – É. Acho que sim.

 – E essa cama de casal. Você traz garotas pra cá? – Perguntei já preocupada, olhando a cama onde eu estava sentada.

– Não! – Ele quase gritou. – Aqui é onde costumo pensar. E seria difícil pensar se me lembrasse que várias garotas estiveram aqui.

– Sinônimo: Covarde. – Brinquei rindo.

– Não sou não. – Respondeu sorrindo igual a mim.

 – Claro que é. Pensa comigo. Você nunca quer compromisso sério. E quando aceita, traí a pessoa. Você não é bom em conversa quando o assunto são garotas. – Disse sorrindo e ele pareceu não concordar. Desfiz meu sorriso. – Ou então, talvez seja só comigo. Talvez eu seja o problema...

– Não! Juro que não é você. Acho que não costumo conversar muito com garotas. –  Ele admitiu olhando ao redor.

 – Sabe que horas são? – Perguntei mudando de assunto. Em quanto ele olhava seu relógio eu levantava–me da cama.

– São dez horas.

– Oh, meu Deus! Desculpe-me, Jacob, mas tenho que ir. – Falei, indo até a porta. Ele me seguiu.

– Ir aonde?

 – Pra casa! – Saí e pude ver pessoas rondando o corredor. Voltei no mesmo instante para que elas não me vissem. Virei–me pra Jacob e sussurrei. – Preciso de sua ajuda!

        – Pra que?

 – Os distraia, sei lá. – Falei, encarando-o. Ele não teve nenhuma reação. – Tá bom. Não quer ajudar?!

Quando ia embora ele me puxou.

– O que foi?

– Não quero que vá. – Ele falou olhando em meus olhos.

– Jacob, eu preciso ir. – Falei baixo respirando mal por causa da proximidade.

Ele se aproximou. Colocou suas mãos em meu pescoço e seu rosto ia ao encontro do meu. Eu também queria, mas ainda hesitava. Quando seus lábios iam encostar-se aos meus eu desviei o rosto.

– Jacob... Não posso fazer isso. – Falei tentando não me perder em seus olhos castanhos. – Não com você.

– Porque não?

– Porque eu não quero ter meu primeiro beijo com alguém que já beijou todas desse colégio. Não quero fazer isso com um galinha.

 – Ex-galinha. – retorquiu.

– Isso faz diferença? Quem não me diz que amanhã ou depois você irá voltar a ser como sempre foi?

– A minha palavra não vale de nada? – Ele me encarou com aqueles olhos. Aqueles profundos olhos castanhos. Eu estava quase me iludindo com eles, mas, somente um instante foi o suficiente para me fazer enxergar a realidade.

– Eu nem te conheço. Jacob, isso é loucura! – Falei me soltando dele e levando minhas mãos a cabeça.

 – Não é loucura, você sabe disso. Não tente dizer que não sente o mesmo que sinto quando vejo você.

        – Tudo bem, Jacob, é isso que quer ouvir? Tenho de admitir que  eu até sinto algo por você, mas...

– Mas o que? – Ele me colocou contra a parede. (N/A: no sentido conotativo, isso quer dizer, sentido figurado).

O encarei pela ultima vez e parti. Ele não me segurou, não me gritou, não fez nada, apenas me deixou ir.

Mesmo pensando no que acabara de acontecer – Na verdade, no que quase aconteceu entre eu e Jacob – Eu corria o mais rápido que podia e, sem que ninguém pudesse me notar, entrei em meu quarto. Seth, por sorte, não estava lá. Peguei minhas coisas e arrumei-me como Carlos Andrade.

Ao sair do banheiro, joguei-me na cama e escondi meu rosto por travesseiros. Idiota. Jacob, eu te odeio! Porque eu tinha que sentir algo por ele, justo por ele? Não podia se por outro alguém?

Segundos depois ouço a porta se abrir. Ouvi a voz de Seth e de Anna. Ela saiu e ele entrou.

 – E ai, Carlos? – Cumprimentou-me Seth. Tirei o travesseiro do rosto e sentei-me na cama. – Onde passou a noite?

Antes que eu arranjasse algo para dizer, Jacob entra furioso e bate a porta fortemente.

– Um dia, Jacob, você ainda vai quebrar essa porta. – Seth reclamou.

-– Vá se ferrar, Seth! – Exclamou furioso.

      – Nossa! Que humor... É a Tânia? – Ele brincou em quanto olhava Jacob que estava com cara de poucos amigos.

_  Quem é Tânia? Aquela com quem terminei ontem? – Respondeu, deixando Seth com os olhos arregalados.

       – Putz. – Seth chiou. – Ela deve ter te matado.

– É. – Respondeu Seth por um breve momento. Depois olhou para mim. – E você, Carlos, não vai dizer nada não?

– Tipo o que? – Perguntei não entendendo.

– Tipo: “Graças a Deus que terminou com a fresca que se atende por Tânia?” – Sugeriu.

– Não vou dizer nada. Não é da minha conta. – Me defendi, tentando não dar a mínima para o que ele dizia. Sei que não devia ultrapassar os limites de Carlos  sendo Renesmee, mas não podia negar que ainda estava um pouco confusa e até com raiva dele.

– É sim, terminei com ela por causa da sua irmã. – Reclamou ele enquanto ia para o banheiro. – Mas mesmo assim, ela não se importa!

E bateu a porta.

– Que irmã? – Seth perguntou direcionando seu olhar para mim.

– Minha irmã veio aqui ontem me ver. Ela não estuda aqui. E pelo que sei, ela conheceu Jacob. – Falei minha mentira para mais um.

– Sua irmã deve ser bem bonita mesmo. Pra fazer Jacob terminar com alguém ainda mais sendo a gata da Tânia.

Peguei meu travesseiro e joguei em Seth.

– O que?

– Dá pra parar de falar dela? – Perguntei. Era constrangedor receber elogios sem saberem que estou por perto. – Acho que vou descer para almoçar.

Almoçamos e depois fomos para a aula. Novamente Jacob não veio. Acho que ele achava que estudar não era obrigatório, só pode. Eu ainda me pegava pensando nas coisas que ele disse.

“ – É sim. Terminei com ela por causa da sua irmã!”

“ – Não é loucura, você sabe disso. Não tente dizer que não sente o mesmo que sinto quando vejo você.”

“ – Não quero que vá.”

E se ele estava tentando me convencer ou me deixar louca, ele estava no caminho certo. Eu ainda não entendia o que sentia por Jacob, mas tinha certeza de uma coisa, não era amor!

Primeira prova disso: Eu não pensava nele a toda hora. Eu pensava nele, às vezes. Segunda prova: Eu mal o conhecia. E terceira: Isso era loucura!

– Como foi seu dia? – Ouvi Anna me perguntar.

_ Péssimo. Vivo discutindo com Jacob e é a segunda vez que ele me vê como garota.

– O que? Ele descobriu?

– Não... Claro que não! Porém, ele viu minha foto e eu disse que era da minha irmã. Depois, ele acabou me vendo no colégio como garota. Eu disse que era a irmã do Carlos e ele acreditou. Mas agora, por causa de um conselho meu, ele terminou com a Tânia e...

– O que? Jacob terminou com a Tânia? Oh meu Deus! – Ela me interrompeu chocada com a notícia.

– É, eu sei. Eu não tinha acreditado também, mas depois ele disse isso na frente de Seth.

– Nossa, ela deve estar muito furiosa com ele.

– Mas voltando o assunto, ele quis me beijar. Ele me tira do sério! – Falei olhando para o chão do corredor que passávamos.

– Renesmee, Não me diga que está apaixonada por ele, está? – Ela me perguntou com seriedade.

– Claro que não! – Gritei e todos ao redor nos olhavam. Então sussurrei. – Eu nem conheço ele. E, aliás, tem três regras que eu tenho sobre amor. Primeiro você tem que pensar muito na pessoa. Segundo, tem que conhecer. E terceiro, quando for amor, não vai parecer loucura.

Ela me encarou com sarcasmo e eu fiquei sem entender até ela dizer:

– Você é louca mesmo! – Ela riu.

Depois encontrei Jacob no almoço. Estava indo na direção dele enquanto o ouvia conversar com Seth.

– Ainda não acredito que terminou com a Tânia. Apesar de ser chata, ela é a garota mais desejada do colégio.

– É. Eu sei. – Ele falou esfregando o rosto. – Ela tá paranóica. Acha que estou a traindo com alguém.

– E está?

– Não! Não temos mais nada para eu traí-la. E quem eu estou a fim não quer nada comigo.

– De quem o senhor super-homem, Jacob Black, está afim?

Nesse momento eu parei e fiquei ouvindo de longe. Confesso que senti um pouco de ciúme da garota que mexeu com Jacob.

– Você não vai acreditar, mas é...

– Jacob. – Cumprimentou Anna. Depois deu um selinho rápido em Seth.

Agora que não tinha mais conversa porque Anna chegou, então, decidi participar do grupinho.

– Oi Anna, Seth, Jacob. – Falei sentando-me na mesa junto a eles.

– Seth, será que nós dois podíamos dar uma volta pelo jardim? – Anna perguntou a Seth.

– Claro.

Eles nos convidaram, mas, para não segurarmos vela, preferimos ficar na mesa. Um de frente para o outro, encarando o outro.

– Então. Como foi a aula hoje? – Ele puxou um assunto.

– Boa.

_ Que bom. – Ele falou olhando para os lados sem nenhuma empolgação em sua voz.

– É. – concordei no mesmo tom de voz que ele. Só tinha uma diferença, eu estranhava essa situação.

Ficamos em silêncio. Estávamos almoçando quando ele tentou puxar assunto novamente.

– Você só come isso? – Perguntou–me olhando o meu prato com sarcasmo.

– É. – Falei olhando também para o prato que só tinha coisas saudáveis e em poucas quantidades.

– Olha... Sei que me odeia, mas acho que vai ser muito chato convivermos assim já que estamos no mesmo quarto. – Disse ele, provavelmente incomodado por eu não puxar assunto.

– Mas eu não te odeio. – Falei o encarando. Ele pareceu confuso. – Quem te disse isso?

– Seth tinha me dito que... – Ele ia continuar, mas desistiu parando. Aproveitei para deixar as coisas obvias.

– Você acha que se eu fosse falar mal de você, eu falaria justo para seu melhor amigo?

Ele apenas me encarou em silêncio e depois falou, percebendo.

– É. Tem razão. Desculpe-me.

– A culpa não é sua. Tenho sido muito ignorante com você.

– E então, amigos? – Ele levantou sua mão.

– Claro. – Concordei apertando sua mão macia. O contato me fez querer mais, me fez desejar mais. Sentia minha mão formigar pelo toque de sua mão na minha...

E, finalmente, Jacob assistiu à aula. Tivemos todos os tempos de aula juntos e, confesso, estudar com Jacob era bastante divertido. Ele fazia tudo ficar engraçado. Desde as coisas simples a as sem graça.

– Jacob. Acho que está fazendo isso errado. – Reclamei enquanto assistia ele desenhar as figuras geométricas no caderno. Eu, como excelente aluna de Geometria, podia muito bem ter desenhado, mas ele se ofereceu. Achei que seria interessante Jacob estar fazendo algum exercício de aula, mas ele nem desenhar sabia.

– Claro que não. Está igualzinho a do professor. – Ele se defendeu. Parou de desenhar e olhou para mim. – Você que não tem um olhar revolucionário e, por isso, não consegue captar a minha verdadeira obra de arte.

Depois ri ainda mais com ele em história quando a professora mandou formamos duplas. As perguntas eram bem simples, não para Jacob.

– Cara, como é que eu vou descobrir isso aqui? – Perguntou-me ele apontando para a pergunta no papel. Eu já tinha respondido as mais difíceis e havia deixado as fáceis para ele.

– Jacob isso é uma revisão em nível de oitavo ano. – Quase gritei com ele.

– Pior ainda. Não sei quem declarou o bloqueio continental.

– Jacob, Napoleão decretou esse bloqueio para impedir que todos comercializassem com a Inglaterra para enfraquecê-la como grande potência que a mesma era. Como não pode saber disso?

– Você não sabe futebol e eu não sei história, estamos quites. – Ele lembrou–me de nossa aula de Educação Física em que eu quase me machuquei no futebol. Os meninos daqui jogavam bem.

– Se fosse só história que você não soubesse... – O encarei. Ele fazia um bico, e que bico mais charmoso. – Você não sabe história, inglês, espanhol, física, geometria, geografia... Enfim, existe alguma matéria que você não se dê mal?

– Ah, essa é fácil. Educação física.

– Ninguém fica famoso sabendo Educação física. – Encarei–o com olhar de reprovação.

– Quem disse que não? Michael Jordan é famoso.

– Tem diferença. Ele joga futebol.

– Que futebol... Ficou louco? Ele joga basquete! – Jacob me cutucou rindo.

_ Qual é a diferença? São esportes para preguiçosos.

– Você diz isso porque não sabe jogar nem futebol.

– Fica quieto ai, Michael Jordan! – Reclamei o fazendo rir. Acho que falei alto demais, pois Jacob olhou para mim e logo após recebemos uma reclamação.

– Jacob, Carlos, silêncio! – Pediu o professor.

Continuamos nosso trabalho sem nos falarmos até a aula seguinte quando ele começou a puxar assunto, como sempre.

– Você tem contato com sua irmã? – Perguntou de repente em quanto eu respondia as ultimas perguntas de Geografia. Em quanto eu colocava minhas mãos na massa, ele descansava esticado na cadeira batendo o lápis na carteira escolar.

– Claro, ela é minha irmã!

– Não é disso que me refiro. – Ele largou o lápis e me encarou. – Me refiro a falar com ela todos os dias, pelo telefone, pessoalmente, sei lá.

– De vez em quando. – Respondi o que minhas amigas respondiam a mim quando eu fazia essas perguntas a elas. – Por quê?

– Nada. Somente Curiosidade. É que não falo muito com minha irmã.

– Porque não?

– Não sei ao certo. Talvez seja porque estudo em um colégio interno. Mas, mesmo assim, nunca tivemos tanto contato assim. Ela mora com minha mãe.

– E qual é o nome dela, da sua irmã?

– Rachel... Rachel Keller Black.

_ Ah... – Murmurei vendo que o assunto parecia–se um pouco delicado. – Você disse que ela mora com sua mãe. Isso quer dizer que...

– Que meus pais são separados e que ela mora com minha mãe e eu com meu pai. Eles terminaram porque não sentiam mais nada um pelo outro. Então, como se fosse extremamente normal, ela foi embora e nunca mais voltou. Depois ela tentou se desculpar e Rachel, que achou um namorado por lá, está sempre na casa dela agora.

– Você deve sentir falta da sua mãe, não é? – Perguntei sentindo pena. Apesar de nunca passar por essa situação eu sabia que devia ter sido difícil para ele. Porém, tentando ser mais forte que seu tom de voz, ele preferiu não demonstrar isso.

– Não... Eu já estou acostumado. Ela nem faz tanta falta assim. – Ele falou, mas pude ver em seu rosto que essa era sua mascara que ele usava para não sentir falta dela. – E você, como seus pais são?

–  Bom, as vezes eles brigam, mas sempre se resolvem. Porém, é raro os ver brigando. Eles se dão tão bem que parece que eles estão atuando, quando o filme é real.

– Sorte a sua. – Disse se espreguiçando.

– Sei disso. – Concordei sorrindo, mas depois desfiz meu sorriso percebendo o que ele havia feito. – Agora, chega de enrolar!Vamos terminar o trabalho?

– Ah. – Ele chiou. – Se você quiser terminar, pode terminar. Nunca faço trabalhos de aula ou exercícios de casa mesmo.

– Não sei por que isso não me surpreende... – Brinquei voltando as perguntas.

O tempo ia se passando e a cada dia, Jacob parecia demonstrar quem realmente era: uma pessoa, apesar de estar sempre armado como um insensível em relação a garotas, que tinha um bom coração.

– Sabe.. Carlos. – Jacob disse em quanto nos arrumávamos para o ultimo dia de aula da semana, sexta–feira. – Você pode não acreditar, acho que nem eu mesmo estou acreditando. Já faz mais de um mês que não fico com ninguém.

– Xi. Ta carente? Saí pra lá. Não sirvo como substituto de mulher não! – Falei querendo que ele fizesse o contrario de tudo que disse.

– Hum... Sei não, acho que você serve. – Ele brincou indo me abraçar. Fugi dele.

_ Jacob! – falei correndo dele. Porém, ele era mais rápido e me abraçou. Senti–me em um sonho em que suas mãos macias ficavam em torno de mim. Sabendo que não podia amolecer em seus braços eu tive que escapar de seu abraço.

– Vá abraçar o Seth, que coisa mais gay! – Reclamei. Mas a verdade é que eu estava adorando tudo aquilo.

– Seth está com a Anna. – Ele comentou se sentando em minha cama em quanto eu sentava na escrivaninha para terminar meu trabalho de casa. – Queria te perguntar uma coisa.

– Pode perguntar. – Disse continuando do mesmo jeito que estava, sentado fazendo trabalho escolar.

– Não quero que me leve a mal, mas... A pergunta é: Quais são as possibilidades de sua irmã aparecer aqui novamente?

–  Jacob, é perigoso. – Parei o que estava fazendo para me virar para ele. Ainda me lembrava da ultima vez em que apareci como Renesmee.

– É, sei disso. Tudo bem... Não sei se mantém ainda contato com ela, mas se conseguir falar com ela, peça desculpas por mim. Porque, eu... Tentei beijá-la na ultima vez que a vi.

– O que? – Perguntei tentando transparecer raiva, quando eu adorava o fato dele se sentir mal por ter forçado o beijo, que, aliás, não aconteceu.

– É isso mesmo. Desculpe-me, foi tolice. Eu sei disso.

Não disse mais nada e quando deu o horário, fomos às aulas. Jacob, no meio na aula de física, passou mal e voltou para o quarto. Continuei o restante das aulas somente com a companhia de Anna. Eu ainda pensava no que ele havia me dito. Sobre ter se arrependido de ter tentado me beijar. Ele foi um fofo admitindo isso para meu “irmão”. Eu queria poder vê-lo novamente como Renesmee, mas sabia que era impossível. Se eu fosse pega, meu disfarce acabaria. Isso significaria acabar com a viagem dos meus pais, perder meus amigos, perder tudo, perder até Jacob. Não entendo porque, mas sei que sentiria, em suma, mais falta de Jacob. Talvez seja a convivência. Ou porque sei que ele sem mim poderia regredir, ao invés de continuar sendo o garoto perfeito, voltar a ser o canalha que foi e voltar a namorar Tânia Denali, a fresca que se atende por Tânia.

– No que está pensando? – Perguntou Anna em quanto eu olhava fixamente o chão da sala de aula. – Desde que Jacob saiu você está assim, avoada. Não me diga que está pensando nele. Está?

– Ficou louca?!  - Perguntei em quanto a encarava. Não gostava de mentir para Anna, mas se dissesse a verdade ela cismaria que eu estou me apaixonando por Jacob, quando sei que não há possibilidades disso acontecer. Por isso, optei dizer uma meia–verdade como sou obrigada a fazer às vezes com Jacob. – Só estava pensando que sinto falta de ser eu mesma.

– Como assim?

– Bom, é ruim ser uma garota de 15 anos e estar fingindo ser um garoto. Às vezes eu quero falar com as garotas, essas coisas, fazer amigas; olhar mais os meninos, mas entendo que isso não daria certo.

– Mas você pode fazer mais amigos.

– Posso. Eu sei. Porém não quero fazer mais amizades em quanto sou Carlos Andrade. Já me basta ser amiga de Jacob e Seth e não poder contar nada a eles.

– Renesmee, você não conta porque não quer! – Ela declarou. Logo após, o sinal tocou. Eu sabia disso. Sabia que era verdade, mas, mesmo assim, não podia contar para eles. Quer dizer, eu até podia, mas era mais seguro não contar.

Fui para o quarto, mas o encontrei vazio. Como um flash, tive uma idéia. Era perigoso aparecer, mas se eu ficasse no quarto como Renesmee, ninguém descobriria. Seth não estaria aqui, pois disse que dormiria no quarto de Anna. Então eu poderia aceitar as desculpas de Jacob e depois não aparecer mais como Renesmee.

Foi isso que fiz. Fui ao banheiro e me arrumei como Renesmee. Sentia tanta falta de me ver no espelho desse jeito. Guardei as evidencias de Carlos Andrade e sentei na cama. Após uns minutos, a porta se abre.

– Renesmee?

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? Quem vocês acham que viu Renesmee? Será Seth, Jacob, Alguém que ela conheça? Quem será? quero a opnião de vocês... Até!
Nota Beta Louca:
E aí, galere?? Gostaram?
Quero coments pra minha pequena aqui, viu? O capítulo ficou DEZ! E eu estou com uma péssima criatividade para uma de minhas notas loucas...então, quero ver o review de vocês!
Beijos, beijos,
Larissa.