A Minha Vida em Mystic Falls escrita por AnaTheresaC
Capítulo 9
POV Demi Adams
Ele libertou-me os pulsos e eu rodei logo a maçaneta da porta, abrindo-a e correndo dali para fora.
-Demi, está tudo bem? – perguntou Stefan impedindo-me de andar.
-Sim, está – menti e estiquei-me para apanhar a minha mala. – Acho que tenho que ir para casa. Não me sinto muito bem.
-Queres que te leve a casa?
-Não, obrigada – agradeci-lhe. Os meus olhos continuavam a arder.
-Demi! – exclamou Damon.
Virei-me chocada e voltei-me para Stefan.
-Tu também és?
-O quê?
-Demi – disse Damon pegando-me no braço e falando em voz baixa. – Vamos falar num sítio mais privado.
-Não – falei no mesmo tom e corri dali para fora.
-Demi! – exclamou Damon correndo atrás de mim.
Atravessei a estrada e abri a porta do meu carro. Saí dali, com lágrimas a escorrerem-me e entrando na auto-estrada, rumo ao nada.
Mas que raio eu tinha ouvido? Vampiro? Como?
O meu telemóvel tocou e eu com medo que fosse a minha tia, atendi.
-Estou?
-Demi, onde estás?
-Damon?
Travei repentinamente, e o carro girou no pavimento. Um camião tentou travar, mas bateu no meu carro e eu rodopiei no ar pelo menos, três vezes.
-Demi?
O telemóvel estava no chão, mesmo ao meu lado.
-Damon?
-O que aconteceu? Onde estás?
Senti o sangue a escorrer-me pela testa. Caraças, o acidente tinha sido feio! Tentei respirar fundo, mas fiquei a meio por causa do cinto que não me deixava respirar. Prendia-me o diafragma e a traqueia.
Então, tudo começou a ficar desfocado. Tentei suster o telemóvel ao meu ouvido e falei:
-Um acidente de carro. Estou virada de cabeça para baixo – disse.
-Na auto-estrada?
-Sim.
Ele desligou o telemóvel e eu o meu. Atirei-o para qualquer lugar e tentei desapertar o cinto.
Nunca tinha pensado na forma como morreria, mas num acidente de carro… mas é que nem pensar! Os meus pais e o meu irmão tinham morrido num acidente de carro, mas eu não! Eu sobrevivi, foi-me dada uma “segunda hipótese” de viver sem eles.
Naquela noite era para eu ter ido com eles, mas fiz birra e não fui. Se tivesse ido, talvez me tivesse sido dado o mesmo destino que eles. Mas não me aconteceu. E eu recuso-me a morrer agora! Neste carro capotado, sem assistência e com o sangue no cérebro. Ná, nem pensar! Vou lutar até morrer!
-Bu – disse algo.
Gritei assustada e bati com as mãos no tejadilho do carro. Então, reconheci os seus olhos brilhantes. Damon.
-Damon? – perguntei, querendo confirmar. A minha visão já não estava lá muito boa.
-Eu mesmo. Estás bem?
Revirei os olhos e a minha cabeça doeu.
-Não – gemi. Acho que estava a perder os sentidos, mas recusava-me a ir desta para melhor.
-OK. Mete as tuas mãos no tejadilho.
Fiz o que ele disse.
-Muito bem. Agora…
Fechei os olhos por breves instantes e deixei de o ouvir. Estava a ir desta para melhor.
POV Damon Salvatore
Ela fechou os olhos, mas o seu coração continuava a bater, embora se esforçasse imenso por isso. O toque de uma ambulância estava a aparecer nos meus sentidos. Deveriam chegar dentro de cinco minutos. Mesmo assim, se eu não a tirasse dali imediatamente, ela morreria, porque o cinto estava a sufocá-la.
Tirei o canivete do meu bolso e meti o braço lá dentro. Fixei o antebraço nos joelhos dela para não caírem e com o outro braço, assegurei-me que o pescoço dela ficasse a salvo. Cortei o cinto no sítio onde estava a segurar o diafragma dela e o que estava a fazer pressão sobre o esterno (N/A: para terem uma noção de onde se situa o esterno: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pectoral_girdle_front_diagram_pt.svg)
Puxei-a para fora do carro e deitei-a no chão. Talvez me viesse a arrepender disto, mas tinha que ser. Cortei o meu pulso e coloquei-o na sua boca. Ela começou a bebê-lo e os seus olhos abriram-se. Quando percebeu o que estava a fazer, afastou-se rapidamente e bateu com a cabeça no carro, fazendo-a soltar um gemido de dor.
-Eu não sou um monstro! – exclamou ela, olhando-me com raiva.
-Era para recuperares! – tentei defender-me.
-Tu és um monstro!
Ela estava aterrorizada e confusa. Eu notava isso.
-Tu… foste tu, não foste? Naquela noite?
Baixei os olhos. Porque me custava tanto dizer-lhe que tinha sido eu?! Pela primeira vez em séculos, ela fez-me doer o coração, como se uma estaca tivesse sido lançada contra o meu coração.
Um paramédico saiu da ambulância e correu até nós.
-Quem está ferido? – perguntou ele olhando para nós os dois.
-Ela – falei. - Eu só estava a passar com o carro e vi o acidente. Como a ouvi gritar, decidi ajudá-la.
Olhei para ela, esperando ela entender que só iria piorar as coisas se desmentisse o meu álibi.
-Uma maca, depressa! – gritou o paramédico.
-Eu vou andando – falei e dirigi-me ao meu carro. – As melhoras.
Ela lançou-me um olhar mortal. Uf, ainda bem que não posso morrer!
Entrei no carro e voltei para Mystic Falls. Estacionei o carro na garagem e fui até à casa de Caroline. Entrei pela janela e ela estava deitada na cama, com a luz acesa a ler um livro qualquer com uma fita a ser partida na capa. Que livro tão… sem estilo (N/A: alguém quer matar o Damon pelo que disse? É o livro Eclipse!!!! E não, eu não levanto a mão para o matar porque senão a história acabaria). Deitei-me ao seu lado em menos de um segundo e ela assustou-se.
-Oi linda.
-Olá – disse ela com voz doce. – Tive saudades tuas.
-Eu sei. Mas vamos já resolver o assunto.
Rolei para cima dela e mordi-a no ombro. Um vampiro precisa de se alimentar!! Por isso, não me irritem e dêem alguma privacidade para eu comer!
POV Melinda Courtney
-Como estás Demi? – perguntei. Ai meu Deus, ela estava ali, naquela cama, com uma cara de emburrada e evitava olhar para as agulhas que lhe estavam a dar soro.
-Oh, por favor! Eu estou bem! – disse ela olhando para a enfermeira furiosa. – Eu não preciso da passar cá a noite.
-A menina teve muita sorte. Se alguém não a tivesse acudido, podia ter morrido. Fica de observação apenas esta noite. Amanhã de manhã receberá alta. Tudo por uma questão precaução – disse a enfermeira sorrindo para ela.
-Posso ir para casa, tia?
-Não – disse e peguei-lhe na mão. – É só esta noite.
-O Buddy vai precisar de companhia – disse ela. – Ele não gostará de passar a noite sozinho.
-Não há problema. Já resolvi isso. Ele passará a noite em casa da Jenna. Ela não se importa.
-Mas…
-Não há negociação – disse e encerrei o assunto.
Com a morfina, ela foi adormecendo e eu encostei-me no sofá que lá tinha. Tive apenas um sonho, com a minha irmã.
-Estás a fazer um óptimo trabalho, Melinda. Tenho muito orgulho em ti.
-Mana, não sei o que fazer – disse.
-O teu coração sabe. Não te preocupes.
-Tenho que ter a certeza que ela se sente confortável.
-A Demi gosta muito de ti. Sente-se muito confortada por tu a quereres acolher na tua casa. Ela está agradecida por teres tomado essa decisão.
-Tu pediste.
-Sim – concordou ela. – Mas podias ter rejeitado. Obrigada Melinda, por protegeres a minha filha. Amo-te muito, mana. Lamento não termos passado mais tempo juntas.
-Eu também lamento. Adoro-te.
Acordei com um barulho qualquer e era o médico a entrar dentro do quarto.
-Bom dia, meninas Courtney e Adams. Menina Adams, como se sente?
-Bem. Desde ontem – disse ela e revirou os olhos.
Levantei-me e fui para o seu lado. Apertei-lhe levemente a mão e ela olhou para mim e sorriu.
-Hoje posso ir à escola, doutor?
Ele olhou para a Demi e ficou a pensar.
-Se começar a ter dores de cabeça, alucinações ou qualquer tipo de outro sintoma que não seja normal, deve de ir para casa e tomar uma aspirina. Se os sintomas não desaparecerem, é melhor vir ter connosco imediatamente. Fui claro, menina Adams?
-Correctíssimo, senhor doutor.
O médico olhou para mim e disse:
-Esteja atenta. Ela não pode tomar café nem outras coisas que contenham cafeína, ou coisas condimentadas. Tente uma sopa de legumes e peixe.
-Prometo que vou ter cuidado com ela, doutor.
-Muito bem, então pode sair.
-Aleluia! – exclamou ela levando as mãos aos Céus. – Deus existe e ouviu as minhas preces para eu sair daqui depressa!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que tenham gostado!
O Damon está um bocado fora das marcas, não acham?