A Minha Vida em Mystic Falls escrita por AnaTheresaC


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Isto é um resumo do capítulo, que vão ler hoje:

Today, on A minha Vida em Mystic Falls:
Num mundo que se mostra tudo menos normal...

—Perdida?
Virei-me para trás e apanhei um susto. Os seus olhos eram cinzentos e os seus cabelos louros, um pouco desalinhados.
—Sou o Riley

As coisas tornam-se cada vez mais confusas...

—O que é verbena?
—Verbena, é uma erva que protege humanos contra vampiros. Não podemos controlar a vossa mente nem beber o vosso sangue. Há várias maneiras de a usar, mas não te vou dizer.


E até mesmo o mais frio dos seres, revela os seus sentimentos...

—Eu bebi o teu sangue porque estava cheio de fome e tu tens um sangue bastante tentador. Mas no instante seguinte, eu arrependi-me. Não te queria morta



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Capítulo 10

POV Demi Adams

Saí do hospital e corri para casa com a tia Melinda para ir buscar as coisas da escola, tomar um banho e um bom pequeno-almoço.

Ela levou-me até à escola, sendo que o meu carro estava na oficina, mas descansei-a e disse que depois viria com Elena para casa, sendo que vivíamos a uma rua de distância.

Cheguei á escola e fiquei indecisa. Será que Stefan era ou não? Ele era perigoso? Iria fazer-me mal? E Elena? Ele namorava com ela, será que ela sabia?

-Perdida?

Virei-me para trás e apanhei um susto. Os seus olhos eram cinzentos e os seus cabelos louros, um pouco desalinhados.

-Sou o Riley – apresentou-se ele dando-me a sua mão para a apertar. Peguei na mão dele e ele deu-me um leve beijo nas costas da mão. – Prazer, menina…

-Demi Adams.

-És nova cá na escola? Nunca te vi por cá.

-Na verdade sou. Mas não cheguei hoje – disse. – Já conheci gente de cá.

-Mas ainda não me conheceste a mim.

-Estou a fazer isso agora – falei e sorri. Ele retribuiu o sorriso.

A campainha tocou e ele disse:

-Que aula vais ter agora?

-Literatura Inglesa na A4.

-Queres que te leve à sala?

Sorri e revirei os olhos.

-Não preciso. Já conheço os cantos todos.

-Hum, OK. Então… vemo-nos logo?

-Talvez – disse encolhendo os ombros e voltando a sorrir. Virei-lhe as costas e fui andando para a aula, agarrando os meus livros com uma nova convicção.

-Chama-se Riley Clouds, tem 17 anos e é um gato! A sua cor favorita é o azul e tem uma irmã mais nova, a Daisy. Os pais estão a trabalhar em Louisiana, por isso, ele e a irmã vivem sozinhos numa vivenda, a três quarteirões da minha rua. Precisas de mais alguma informação? – disse Caroline andando ao meu lado.

-Sim. Como conseguiste essa informação toda?

-Já namorei com ele – respondeu ela.

-Uau! Com quem é que não namoraste?

-Não sei. Já lhes perdi a conta – disse ela e entrámos na aula.

A aula foi muito divertida: estivemos a fazer leitura expressiva e fartámos de nos rir. Até mesmo o professor se riu lá mais para o final.

Tocou e fui até ao cacifo, colocar os livros e fui andando lá para fora.

-Demi! – chamou Elena com Stefan atrás. – O que aconteceu? O Damon saiu disparado ontem! Ele encontrou-te?

-Olá Demi – disse Riley atrás de mim. – Queres ir lá para fora?

-Elena, podes dar-me uma boleia? Estou sem carro.

-Claro que sim – disse ela. – Mas o que aconteceu ao teu carro?

-Teve um problema – disse. Não era completamente mentira, sendo que ele estava na oficina.

-A Jenna não me contou nada. Está tudo bem? – voltou a insistir.

-Está. Agora está – falei e depois virei-me para Stefan. – Os Salvatore podem afastar-se mim. Já percebi que o vosso sangue não é normal.

Stefan enrijeceu e perguntou:

-Como assim?

-Queres que eu seja mais clara? – provoquei e fiquei há espera da resposta dele.

-Lamento, Demi, mas não consigo acompanhar o teu raciocínio – disse ele, fingindo não estar a perceber.

-Sabes que mais? Deixa estar! – disse e virei-lhes costas. – Riley, oi! Claro que sim! Vamos?

-Vamos – disse ele e fomos andando até lá fora.

Sentámo-nos num dos bancos e ele começou a perguntar:

-És amiga da Elena Gilbert?

-Sou. Porquê a pergunta?

-Conheço-a. Ela agora anda com aquele Stefan, não é?

-Sim, é – concordei. – Mas que perguntas tão estranhas! Mais pareciam um interrogatório.

-E quanto a ti?

-Quanto a mim o quê?

-Tu és nova aqui. D´onde é que vieste?

-De Nova Iorque – disse. Sinceramente, quantas vezes é que teria que repetir aquele discurso? “Vim de Nova Iorque, porque os meus pais morreram, então, a minha tia Melinda ficou com a minha custódia e eu vim viver para cá com ela”. Sem dúvida, era uma parte da minha vida que eu preferia não recordar. Por causa de um bêbedo de Nova Iorque, eu perdi tudo aquilo que tinha.

-A sério? Porquê a mudança?

-Os meus pais morreram num acidente de carro e a minha tia prontificou-se a ficar comigo. Mas, como é aqui a vida dela, tive que vir para cá – eu não disse que ia repetir tudo?

-Lamento muito. Perder os pais deve de ser uma coisa difícil.

-E é. Especialmente quando tu não podes fazer nada – fiz uma pausa, indecisa se iria contar ou não. – Sabias que era suposto eu estar naquele carro, com eles? Eu também devia de ter morrido.

-Uma das coisas que eu aprendi, é que a vida dá-nos segundas oportunidades. Talvez tenha dado uma coisa para ti, para cresceres e seres uma pessoa melhor – falou ele.

Olhei nos olhos dele e consegui perceber que ele estava a dizer a verdade.

-Almoças comigo? – perguntou ele, sorrindo.

-Acho que sim.

-Só uma pergunta: se és amiga da Elena, porque não quiseste passar o intervalo com ela?

-O problema não é com ela. É com o tal Salvatore – disse, já sentindo o gosto amargo na boca só de falar disso.

-O que tem ele?

-É demasiado misterioso para mim. Não gosto disso.

POV Stefan Salvatore

Demi andou a evitar-me o dia todo e sim, era somente a mim, mas isso atingiu Elena e Bonnie.

Acho que tenho uma pista do que possa ter acontecido. Quando ela disse “Salvatore”, ela não se estava a referir a mim, mas sim ao meu irmão. Damon Salvatore. Ele devia de ter feito alguma coisa. E parecia que ela sabia que eu era vampiro.

-Olá Stefan – disse o meu tio da sala.

-Olá, Zach. O Damon está em casa?

-Acho que está no quarto dele.

-Obrigada – disse e corri até ao quarto dele.

Ele estava com um copo de uísque na mão e na outra tinha uma foto antiga.

-A Elena parece-se muito com a Katherine – observou ele. – Devem ser parentes.

-Ela não é a Katherine – falei ameaçadoramente

-Pode ser. Se calhar apenas o que as distingue é uma ser humana e outra ser vampira.

-São totalmente diferentes.

-Ai, ai – suspirou ele e levantou-se. - Tão diferentes e tão iguais, não é verdade?

Levantou as sobrancelhas, esperando que eu o contradissesse mas estava errado. Eu hoje não queria discutir o assunto Katherine/Elena.

-Uau! Ele não falou! Vitória! – disse ele com falso entusiasmo.

-Tenho uma coisa que me anda a confundir – comecei. – O que aconteceu entre ti e a Demi ontem?

- Ah, nada que eu não resolva! – exclamou ele, bebendo o seu uísque todo logo de seguida. Entregou-me a foto da Katherine e concluiu: - Agora.

Desapareceu a correr e eu segui-o. Quando ele parou, estávamos ao pé de um jardim da casa da Demi.

-Não me vais conseguir deter Stefan! Porque quando eu atravessar aquela porta, tu não me poderás deter!

Ele correu para dentro de casa e voltou passado um segundo.

-Ela não está em casa – falou ele olhando-me acusadoramente. – Onde é que ela está?

-Não faço a mínima ideia, porque ela não fala comigo – falei no mesmo tom.

-Ah, uma rapariguinha com medo dos vampiros! Que bonito! – ironizou ele.

-Vou há procura dela – disse ele agora num tom mais sério.

-Tu contaste-lhe?! – gritei.

-Ela iria descobrir de qualquer forma! – disse ele, parecendo desesperado. – Só a ajudei!

-Tu condenaste-nos!

-Não, não, não! Eu condenei-te. Tu é que andas por aí a fazer essa farsa de humano estudantil e vulgar.

-Damon...

-Oh, por favor! Deixa-me acabar o trabalho, pode ser?

-Mas é que nem penses! – exclamei em tom ameaçador. – Tu não vais matá-la.

-Claro que não! Vou só mexer com a mente dela.

Ele voltou a correr e eu segui-o. Desta vez, estávamos num beco, mesmo ao lado do Mystic Grill.

-Ah, até oiço o seu riso – disse ele olhando para mim. – A Elena também está lá. Queres ir?

-Não ouses tocar na Elena – ameacei.

-Descansa, irmão. Hoje quem está na minha mira é a Demi.

Ele foi calmamente até ao Mystic Grill e eu segui-o. Tinha que verificar se ele fazia alguma coisa com a Elena ou não.

POV Demi Adams

Estávamos a divertir-nos imenso: eu, a Bonnie, a Elena, o Matt e o Riley. Até que chegaram os Salvatore e o meu sorriso desapareceu.

-Queres ir embora? – perguntou Riley ao meu ouvido.

-Eu estou bem – menti. – Vamos continuar a jogar.

-Também podemos entrar no jogo? – perguntou Stefan.

-Claro que sim! – disse Elena. – Mas tu ficas na minha equipa.

-Como quiseres – disse Stefan sorrindo para ela e dando-lhe um selinho. Não resisti e tive que revirar os olhos.

-Então, eu fico na equipa da Demi – disse Damon. – Demi? Não devias de estar no hospital?

-Do que estão para aí a falar? – indagou Elena – Demi, estiveste no hospital?

Ele. É. Um. Sacana. Mas eu não me vou ficar!

-Sim, estive. Ontem tive um acidente de carro.

-Foi muito grave? – perguntou Bonnie aproximando-se de mim.

-Não foi nada de especial.

-Ah, claro que não! – exclamou Damon. – Apenas quando te encontrei, estavas de pernas para o ar e a perder os sentidos!

-O quê? Damon, tu estiveste lá? – indagou Elena, olhando ora para mim, ora para Damon. – Vocês os dois estavam juntos?

-Não! – exclamámos os dois ao mesmo tempo.

-O Damon telefonou-me quando eu estava a ter o acidente – expliquei calmamente, mas com os nervos à flor da pele. – Então, ele veio ao meu encontro e ajudou-me a sair do carro. Ponto final de história.

-Como sabias onde ela estava? – perguntou Matt.

-Eu disse-lhe.

-Intuição.

Olhei para ele com raiva. Quem julgava ele ser? (N/A: talvez um vampiro?)

-Em que ficamos? – indagou Riley.

-Eu disse-lhe – confirmei. – Ao telemóvel.

-É, foi – confirmou Damon cruzando os braços e observando-me de maneira hostil. – Vamos continuar a jogar?

Continuámos a jogar. Portanto, as equipas eram: eu, Riley e Damon (N/A: estão a ver o triângulo amoroso?) e a outra equipa era o Matt, a Elena, o Stefan e a Boonie.

-Jeremy! – exclamou Elena saindo do jogo e indo ter com o irmão. Eu conhecia-o porque uma vez fui a casa dela e apresentámo-nos.

-Oi. Elena – disse ele. Parecia um pouco preocupado.

-Queres vir jogar?

Ele olhou em redor e depois respondeu:

-OK. Pode ser.

Ele veio até nós e cumprimentámo-nos. Ele ficou na minha equipa. E ganhámos! Tenho que admitir: o Damon tem boa pontaria.

-OK, então, mais um jogo? – perguntou Matt.

-Claro que sim! – exclamou Elena. – Mais alguém?

-Eu também fico – disse Stefan. Mais uma vez, tive que revirar os olhos. Aquilo estava a dar-me enjoos.

-Riley, levas-me a casa? – indaguei.

-Claro que sim. Até amanhã! – exclamou Riley e foi buscar as nossas coisas à mesa.

-Olha-me nos olhos – murmurou Damon atrás de mim e eu virei-me.

-Tu vens comigo.

Pisquei os olhos, confusa. Que se passava?

-Porquê?

-Porque eu quero – disse ele com uma voz sedutora.

-Demi, estás pronta? – indagou Riley.

-Sim estou.

-Demi! – exclamou Damon.

-Que foi?

-Eu preciso de falar contigo. É urgente.

-Porque não conversamos lá fora? – indagou Riley sorrindo de uma maneira demoníaca para Damon.

-Que estão para aí a falar? – disse, esperando chamar a atenção dos dois.

-Ela vai comigo – insistiu Damon.

-Não, porque ela não quer. E uma sugestão: verbena. O corpo dela, está cheio dele.

-O quê?

Parecia que eles não me ligavam.

-Oiçam, eu só quero ir para casa. Pode ser? – perguntei, mas eles continuaram a não me ligar.

-OK. Vou sozinha.

Saí do Mystic Grill. Eles bem podiam ficar lá, a olhar-se fixamente, como se o olhar matasse. Será que Riley tinha a noção de que Damon era perigoso?

Fui vagueando pelas ruas de Mystic Falls, sem vontade de ir para casa. Quando começou a anoitecer, comecei a sentir frio e pensei em ir para casa, mas então apercebi-me que não sabia onde é que estava.

Procurei pelo meu telemóvel, mas ele devia de estar no bolso do casaco que estava com o Riley! Aaaaaah, que nervos!

Voltei para trás, tentando lembrar-me do caminho, mas quando vocês estão a fazer uma coisa, mas a vossa mente está vazia? Foi isso que me aconteceu nas últimas horas.

-Ah, finalmente te encontro!

Soltei um grito e a mão dele tapou-a imediatamente.

-Sou assim tão assustador para gritares sempre que apareço? – indagou Damon.

Acenei com a cabeça. Ele suspirou.

-Talvez seja mesmo. Anda, vou levar-te a casa.

Ele pegou-me na mão e um choque percorreu o meu corpo inteiro.

-Caraças, Demi, estás gelada! – disse ele largando logo a minha mão. Tirou o casaco dele e pousou-o em cima dos meus ombros. – Com que então, andas com um caçador de vampiros, hã?

-O quê? – inquiri não querendo acreditar. – O Riley é só um amigo.

-Eu não disse o contrário! Só estou a dizer que ele é filho de um caçador de vampiros, sabe todos os nossos segredos e quer matar-me a mim e ao meu irmão. Ah, esqueci-me de acrescentar que ele colocou na tua bebida verbena, por isso, significa que gosta de ti.

-OK, podes parar por aí! Para mim, ele será só um amigo.

-Será mesmo?

Não respondi.

-Damon… é mesmo verdade? A-a-aquilo que tu és?

Ele demorou um bocado a responder e meteu as mãos nos bolsos, parecendo envergonhado.

-Sim. É verdade. E agora, suponho que tens muitas dúvidas. Um aparte: eu não sou sempre bonzinho – acrescentou ele, sorrindo torto.

-Bem, na verdade tenho: o que é verbena?

-Verbena, é uma erva que protege humanos contra vampiros. Não podemos controlar a vossa mente nem beber o vosso sangue. Há várias maneiras de a usar, mas não te vou dizer.

-Porquê? – perguntei ofendida. Ele não queria que eu me protegesse. Ele queria beber o meu sangue e controlar a minha mente!

-Tens o teu amiguinho – disse ele irónico. – Ele é bem capaz de te contar.

-Eu quero saber isso de ti – falei.

-Tu estás cheia de medo de mim! – disse ele magoado. A sua voz denotava alguma nostalgia e conformismo. – Talvez seja melhor assim.

-Não! – exclamei, mas calei-me logo. Talvez, fosse bom eu afastar-me dele, mas havia algo nele que me impedia. Parecia que ele era o meu peluche favorito e que não o largava por nada, porque sabia que iria sofrer (N/A: um bocadinho infantil esta comparação, não?!).

-Vês? Até tu achas isso. Podes contradizer, mas no fundo, o teu instinto manda-te afastares-te de mim.

-Damon…

-Não me contradigas – disse ele levantando a mão para eu me calar. Calei-me imediatamente.

-Onde é que eu fui parar? – perguntei, tentando desviar o assunto da conversa.

-Quase ao fim de Mystic Falls. Já te estavas a embrenhar na floresta.

Arrepiei-me e não soube se era do frio ou da consequência da minha insanidade no momento em que saí do Mystic Grill e pus-me a andar por aí. Se algum animal me encontrasse na floresta, bem podia ser morta e só me encontrarem quando o meu corpo começasse a decompor-se.

-Acho que tenho que te agradecer – disse eu olhando para o chão. Começou a cair humidade e o meu cabelo começou a ficar frio e húmido.

-De nada. Sempre ás ordens – disse ele e começámos a entrar mesmo no centro da cidade. – O Riley continua no Mystic Grill. Queres que te leve até ele?

Olhei para ele e ele captou o meu olhar. Eu parei de andar e ele também. Ficámos de frente um para o outro. Eu já nem sequer sabia qual era o meu nome. O olhar dele era tão profundo que eu quase podia ver a alma dele (se é que ele tinha). O seu olhar era um mar verde claro, quase a virar azul (N/A: ainda não percebi muito bem a cor dos olhos do Damon; umas vezes parecem azuis, outras parecem verdes). Eu afogava-me neles. Podia ficar o resto da minha vida apenas a olhar para eles, porque eles diziam muito e nada ao mesmo tempo. Eles demonstravam os sentimentos de Damon, mas ao mesmo tempo, mostravam o seu lado malvado. Uma coisa que me assustou é que eles mostravam acima de tudo dor. E porquê aquela dor toda? Apeteceu-me abraçá-lo e sem pensar sequer nas consequências abracei-o. No início, ele ficou estático, mas depois abraçou-me. Eu sentia-me segura com ele ao meu lado, mas como ele disse, o meu instinto mandava-me afastar-me dele e fugir. Eu estava num dilema. O meu instinto dizia-me duas coisas diferentes. Parecia que tinha dois tipos diferentes de instinto.

Acho que fiquei ali uma eternidade, mas que pareceu ser apenas um segundo para mim. Quando nos separámos ele disse:

-Eu bebi o teu sangue porque estava cheio de fome e tu tens um sangue bastante tentador. Mas no instante seguinte, eu arrependi-me. Não te queria morta, por isso, quando vi que estavas a perder as forças, levei-te para o teu quarto. No dia seguinte, quando foste falar comigo, pensei que soubesses o que eu era, mas não. E quando quiseste falar a sós comigo na casa de banho, eu pensei que te iria beijar, que te iria matar, mas tu conseguiste fugir de mim. Quando te vi presa dentro daquele carro, só te queria salvar para não morreres. E quando te vi com aquele Riley, apeteceu-me matá-lo porque ele fazia-te feliz. Mas mesmo assim, Demi, eu sou um monstro! Não posso ficar contigo.

Continuámos a andar até que parámos junto do Mystic Grill.

-Boa noite, Demi Adams.

E ele desapareceu.

Fiquei um bom tempo ali, completamente estática como se fosse uma estátua. Ele disse que me amava e que me queria proteger, mas era um vampiro e era perigoso para mim, por isso, ele não pode ficar junto de mim.

Pisquei os olhos vezes sem conta, tentando não chorar. Andei até ao Mystic Grill e entrei. Riley estava sentado numa das mesas, no canto mais afastado a beber uma cerveja. Quando cheguei ao pé dele ele falou:

-Estás bem?

-Sim, estou.

-E queres que te leve a casa? – indagou ele.

-Por favor.

Ele levantou-se e entregou-me o casaco. Então percebi que continuava com o casaco do Damon nos meus ombros. Tirei-o e vesti o meu. Peguei na minha bolsa que ele ainda tinha na mão dele e segurei o casaco do Damon no meu braço.

O seu carro estava nas traseiras do Mystic Grill e fomos andando até lá. Indiquei-lhe o caminho e rapidamente chegámos a casa.

-Obrigada pela boleia, Riley – agradeci e dei-lhe um beijo na face.

-De nada – ele sorriu para mim e devolveu-me o beijo nas minhas duas faces.

Saí do carro e preparava-me para fechar a porta quando ele perguntou:

-Queres que eu te leve à escola amanhã?

-Se não for incómodo.

-Não é incómodo nenhum! – exclamou ele. – A que horas queres que apareça?

-Oito e dez, pode ser?

-Com certeza. E Demi, – ele acrescentou –  acho que o Damon já te disse quem eu sou. Coloquei verbena na tua bolsa. Podes usar onde quiseres. Medalhões, chá, café, no que quiseres. É a melhor maneira de andares protegida deles.

-Obrigada, Riley. Por tudo.

-Sempre ás ordens! – disse ele e eu fechei a porta do carro.

Entrei dentro de casa e ouvi o carro dele arrancar.

-Demi Adams, posso saber por onde andaste? – perguntou a minha tia correndo até mim, vinda da cozinha.

-Estive no Mystic Grill.

-Não me mintas! – exclamou ela. – A Elena chegou a casa mais cedo!

-É provável – disse. – O Riley é que me trouxe. Fiquei a falar com ele até agora. No Mystic Grill.

-Hum – disse ela convencida da minha mentira. – Está bem, eu acredito em ti. Mas por favor, para a próxima avisa-me, pode ser?

-Prometo tia – disse e dei-lhe um beijo em cada face. – O que é o jantar?

-Frango assado no forno, com batata no forno e salada.

-Que óptimo! E já está pronto?

-Faltam cerca de vinte minutos.

-Hum, está bem. Então, vou tomar um banho e já desço, OK?

-Está bem – disse ela e voltou as costas rumo à cozinha.

Subi as escadas e entrei no meu quarto. Atirei-me contra a minha cama e comecei a chorar. Hoje aconteceram-me muitas coisas, coisas não estava à espera. Queria que o meu irmão estivesse aqui agora comigo, dando-me miminhos e dizendo que tudo ia correr tudo bem. Ele nunca forçava a barra comigo. Se eu quisesse falar, falava, se não quisesse, ele apenas ficava ao meu lado, a confortar-me enquanto chorava.

Acendi a luz do meu candeeiro e deparei-me com um bilhete por cima do meu diário.

Demi,

Lamento ter-te dito aquilo, mas é a verdade. Peço-te que não sofras. Serei sempre teu amigo, mas não peças mais, porque eu não posso.

Não te quero magoar,

Damon

Se o meu choro já estava compulsivo, naquele momento tornou-se histérico. Entrei dentro da banheira ainda a chorar, e as minhas lágrimas misturaram-se com a água quente. Quando saí do chuveiro, os meus olhos estavam inchados por ter estado a chorar tanto. Mas eu não liguei.

Vesti o meu pijama e um casaco bem quente e desci para jantar. Fingi estar feliz e a minha tia deu-me mais pormenores sobre esse Riley, mas eu não me abri muito e informei-a que no dia seguinte ele iria levar-me à escola. Ela sorriu um pouco maliciosa e fui deitar-me cedo. Buddy seguiu-me e dormiu comigo, todo estendido na minha cama, com a cabeça deitada mesmo ao lado da minha, com o focinho encostado à minha testa. Adormeci assim, sem sequer escrever no meu diário e preparar os livros do dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! O que gostaram da minha nota do capítulo? É original, não é?

Obrigada pelos comentários, eu adoro-os! Se acharem que tenho que melhor alguma coisa, ou alguma sugestão, é só dizerem!

Bjs



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