Quando em 1918... escrita por Leh Cullen


Capítulo 14
Capítulo 14




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Capítulo 14

Edward tentava tampar meu corpo da melhor forma possível com os restos do meu vestido.

-Acho que devemos ir a nossa casa buscar algumas roupas. –disse ele passando o dedo em um grande rasgo na lateral do meu vestido, seu dedo tocando a minha pele fazendo com que eu me distraísse com a sensação.

-Também acho. –eu disse com a voz um pouco rouca, demos nossas mãos então sem precisar pensar muito no que devia ser feito começamos a correr e logo encontramos a estrada que levava a nossa casa.

Entrar em nossa antiga casa cheia de cheiros humanos não foi uma tarefa fácil para nenhum de nós dois, mas não foi insuportável e muito menos incontrolável, o cheiro só estava lá e coçava a nossa garganta, mas não me fazia querer atacar quem tinha aquele cheiro.

Quando entramos em nosso quarto, foi necessário um esforço hercúleo para não querer usar a cama, o cheiro humano de Edward era tão concentrado ali que chegava a me dar água na bica, não de um jeito ruim, mas de um jeito muito bom.

Passei pelo quartinho de Anthony e parei na porta entrando em seu quarto. Suspirei ao sentir seu cheirinho incrivelmente doce e quente, não era um cheiro que me causasse sedo, muito pelo contrario, o cheiro me repelia dessa forma, havia algo ali que dizia a sede em minha garganta: ‘afaste-se’, e suspirei mais uma vez ao ver que eu nunca causaria mal ao meu filho lindo e perfeito, minhas lembranças humanas eram tão opacas e eu não via a hora de vê-lo com meus novos olhos, ver seu rostinho tão nítido, perfeito e definido. Aproximei-me ao berço e vi que o lençol ainda tinha a marca de seu corpinho ali da ultima vez que ele dormiu ali, se fosse possível eu estaria chorando de tanto que eu sentia sua falta, a saudade queimava em meu peito quando senti a aproximação de Edward e quando ele me abraçou por trás, me reconfortando com sua presença.

-Logo ele vai estar com a gente de novo. –ele disse com o queixo apoiado no vão do meu pescoço.

-Eu sei. –falei me encostando mais nele.

-Acho que devemos ir atrás de Carlisle primeiro. –Edward disse.

-Ok. –falei. –Edward o que você ouviu na mente de Carlisle ele parecia tão preocupado.

-Bom... Eu vi na mente dele como um vampiro recém criado deve se comportar, eles são incontroláveis e sedentos por sangue, ele está confuso por não estarmos dentro de suas expectativas, então ele esta apenas esperando que comecemos a agir ‘normalmente’. –ele deu uma risadinha. –Eu vi na mente dele que o desejo carnal também demorava a voltar a um vampiro, não foi assim com nós.

-Não. –se eu pudesse, tenho certeza de que estaria corada, na verdade eu esperava da sensação de queimação em meu rosto, mas ela nunca veio.

-Segundo o que pude ver na mente de Carlisle, nós pulamos a fase de recém criados. –Edward disse com um sorrisinho bobo no rosto.

-Isso é bom. –eu disse enquanto andávamos de mãos dadas. –Eu não iria me sentir bem se acabasse matando alguém por acidente.

Nós havíamos chegado na casa de Carlisle, era dia ainda, então ele estaria em casa, as ruas estavam desertas, devastadas pela epidemia de gripe.

Encontramos com Carlisle e expusemos a nossa idéia de ir encontrar Anthony e Emmett, Carlisle foi totalmente contra.

-É meu filho Carlisle. –eu sibilei furiosa.

-Bella por mais que vocês dois sejam controlados, poderia ser arriscado para eles.

-Eu não vou machucar meu irmão, muito menos meu filho! –rosnei.

-Não estou dizendo que você vai, é só uma precaução.

-Amo, talvez Carlisle tenha razão. –disse Edward.

-O que? –olhei para ele me sentindo traída, eu queria meu filho aqui comigo e ele me fazia isso?

-Pense Bella, você conseguiria viver com a culpa de machucá-los depois? –disse Carlisle.

-Vou esperar somente mais duas semanas. –eu suspirei.

-É só que eu te peço. –ouvi Carlisle dizer enquanto saia da casa.

Eu sentia a raiva borbulhando em mim podia até sentir seu gosto em minha língua, era acido. Minha visão estava tingida de vermelho e então me espantei com a potencia e intensidade de minha raiva, talvez não fosse saudável para meu filho me ter por perto no momento e com esse pensamento meu peito  se contorceu com a dor. Eu estava espantada com a intensidade de minhas emoções.

-Somente mais duas semanas a mais. –eu disse a mim mesma quanto corria direto para a mesma floresta que fomos mais cedo, a raiva fez a sede voltar em total intensidade, eu precisava me manter ocupada.

Senti Edward se aproximando lentamente na orla da floresta, mas não lhe dei atenção, eu ainda me sentia com as emoções na flor da pele, eu me sentia principalmente muito magoada... Nem Carlisle nem Edward poderiam entender o que era ser mãe, de como era o desejo louco de estar perto e saber que esta tudo bem com seu filho, era uma necessidade ardente, chegava a doer saber que eu não podia tê-lo nos meus braços no momento que eu quisesse.

Concentrei-me nos movimentos a minha volta e logo captei o som de pesadas patas atingindo lentamente o solo, senti um cheiro diferente vindo do norte e o segui e logo localizei um leão da montanha que também caçava e se preparava para atacar, mas ele não teve tempo. Assim que furei a camada de pelo e gordura com meus dentes, loco percebi a diferença gritante entre o gosto de um carnívoro e um herbívoro, e lembrei muito vagamente de uma lembrança humana de uma conversa que tive com Edward no futuro, sobre os gostos alimentares dos vampiros, e decidi que animais carnívoros seria o meu prato favorito.

Enquanto eu drenava o sangue do animal senti uma aproximação e me agachei rosnando quando vi que era só Edward, ele se aproximava em passos lentos e medidos e então se agachou em minha frente e pegou o animal e começou a beber seu sangue enquanto me olhava e percebi logo o que ele queria, ele queria que nós dividíssemos a caça e aquilo foi a coisa mais incrivelmente erótica que já passei, beber o sangue do leão enquanto Edward e eu nos olhávamos o tempo todo. Quando terminamos, senti o desejo fluindo em meus membros, eu ainda estava me sentia brava por ele me impedir de ir atrás de Anthony, mas vê-lo daquela forma seria pecado resistir.

As duas semanas que se passaram foram torturantes, eu sentia saudade louca e feroz de meu filho, ao mesmo tempo em que eu sentia um desejo intenso e sem sentido por Edward, durante esse tempo eu tentava controlar minha sede e minhas ações. Meus olhos vermelhos carmim começavam atingir uma leve coloração de laranja e Carlisle disse que em mais alguns meses meus olhos estariam dourados iguais aos seus.

A epidemia da gripe já havia perdido sua potencia e eram poucas as noticias de mortes, Carlisle nos informou que alguns pacientes, inclusive, já haviam sido removidos para suas casas para poderem se recuperar em um local mais calmo. Claro, demoraria muito para tudo voltar ao seu ritmo normal; para as famílias se recuperarem de suas perdas, mas logo tudo voltaria ao normal, no final tudo sempre dava certo.

Então no fim das duas semanas de prazo, nós três, Carlisle, Edward e eu, já tínhamos nossas coisas organizadas em mochilas –eu havia pego o resto das roupas e brinquedos de Anthony e fui até a casa que era de meus pais para pegar as coisas de Emmett.

Enquanto corrimãos eu me sentia ansiosa como nunca, paramos apenas uma vez para caçar quando estávamos em Port Angeles, mais por precaução do que por sede mesmo. Assim que chegamos à estrada que levava a Forks captei o fraco cheiro de Anthony e Emmett ali.

-Estão sentindo? –perguntei.

-Sim. –disse Carlisle olhando a sua volta. –O rastro deles segue em frente, é só seguir agora.

Quando vi o caminhamos que seguíamos demorei apenas alguns segundo para fazer a conexão e perceber que aquele era o caminho que levava a mansão que os cullen moravam no futuro, senti o cheiro de Anthony se intensificar e acelerei minha corrida. Percebi Carlisle e Edward parando a algum distancia de mim e ficarem olhando para frente, parando atrás deles pude observar o antigo automóvel dos Masen parado em frente a uma pequena cabana de madeira. Ouvi o choro de uma criança e foi como se meu coração pudesse bater, senti a mão de Edward segurar a minha.

-Calmo aí campeão. –ouvi a voz de trovão do meu irmão e meu cérebro substituiu a voz que eu me lembrava como humana. –titio já vai levar sua comida. –o choro ficou mais estridente e comecei a caminhar mais rápido.

-É melhor nós batermos antes para não assusta-los. –disse Edward ao meu lado e eu concordei ansiosa.

Três toques na madeira da porta depois e ouvi os passos de Emmett dentro da cabana e então ele apareceu ali com Anthony em seu colo, muito mais lindo do que eu lembrava.

-Bella é você? –ouvi Emmett perguntar em um sussurro, mas eu só tinha olhos para a linda criança em seu colo.

-Ele cresceu tanto! –eu disse e então Anthony me olhou com seus olhinhos cor de chocolate com curiosidade, seu pequeno rosto tinha um lindo e brilhante sorriso quando ele esticou os braços em minha direção.

Então só senti que tudo estava certo quando meu Anthony estava em meu colo novamente, como se finalmente a figura de um quebra cabeças estivessem completa. Afundei o rosto em seu pescoço aspirando seu cheirinho de neném, quente e doce, mas não era apelativo para mim, sentir seu corpinho quente e gordinho em meus braços novamente foi a sensação mais incrível da minha vida, eu nunca esqueceria. Minha memória humana não fazia jus a sua beleza surreal.

-Ei garotão! –Edward espalhou seus cabelinhos cor de cobre que já formavam cachinhos em sua cabeça e então meu bebe sorriu para ele.

Eu estava em casa.


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Notas finais do capítulo

N/A: O que acharam do casal dividindo a caça? Hehe
Vcs gostaram??? Espero que sim, deixem seus comentarios e recomendações ok!
Gente faltam 4 capitulos para a fic acabar! BUÁ =(

Bjus da Leh ^^