I Hate You Then I Love You (mcfly) escrita por Tatiana Mareto


Capítulo 14
Capítulo 13




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Danny acabou por não conseguir ir dormir. Ele não seria o único desanimado no grupo. Podendo acordar tarde no dia seguinte, porque as gravações começavam às dez, nós seguimos para um clube noturno indicado por alguém do estúdio. Sentamos em uma mesa VIP e pedimos uma garrafa de tequila. Claro que aquela era a bebida da noite, porque eu adorava tequila... e álcool é álcool, seja lá que denominação ele tenha.

— Uma garrafa? – Danny arregalou os olhos.

— Nem é tanto assim.

— Eu bebo por todos, se não quiserem. – Dougie abriu a garrafa e cheirou o líquido.

— Estão acostumados a tequila? – Júlia duvidou.

— Bebida é tudo bebida. – Tom serviu os copinhos, e distribuiu o limão. – Ah, isso me lembra do colégio.

— Menos, Tom. - Reclamei.

A música estava alta, a conversa estava animada, a luz estava fraca, o barulho estava ensurdecedor. A garrafa de tequila acabou antes que pudéssemos identificar tudo à sua volta. Danny então se levantou da mesa e abriu quase todos os botões da camisa. Ele sentia calor, e ninguém o notaria mesmo. Que ele estava seminu. Ou quase.

— Estou com calor... e vontade de dançar! – Ele pulou da cadeira, agitado. – Júlia, vamos para a pista?

Júlia olhou para Tom, que nem tinha notado os acontecimentos, e olhou para mim, que parecia distraída. Danny estava ali, de mãos estendidas, um sorriso lindo, esperando que ela fosse até ele. Era mais do que um convite, era uma ordem. Levantou-se com uma pequena ajuda de Dougie e seguiu com ele para onde o gelo seco escondia as pessoas.

— Onde está Júlia? – Depois de muito tempo, dei-me conta que minha amiga estava foragida.

— Ali. – Dougie apontou, terminando de empilhar os copinhos de tequila que haviam bebido.

Precisei de algum tempo para encontrar Júlia e Danny Jones dançando. Ele de camisa já completamente aberta, a calça jeans escorregando pelo corpo, os cabelos despenteados, se requebrando no meio da pista, enquanto Júlia o acompanhava razoavelmente bem. Na verdade, ela o acompanhava como se ninguém mais estivesse na pista... em uma cena digna de ser vista.

— Oh oh... – Dei uma risada. – Vocês imaginam quanta tequila ela tomou?

— Se você está falando arrastado, imagine ela. – Harry deitou a cabeça no meu ombro, sorrateiramente. E eu, tentando ser discreta, passou o braço por trás dele, acariciando suas costas. Tom segurou minha mão, com força.

— Você percebe isso que faz, não percebe?

— Não sei do que está falando. – Voltei à minha posição original, empurrando Harry para que recostasse em outro lugar. – Você deveria era tomar conta da sua mulher.

— Que mulher? – Tom coçou a cabeça. – Você definitivamente bebeu demais...

— Júlia, na pista, uma dança pra lá de sensual.

Tom olhou para o casal que dançava freneticamente ao som da batida do DJ, olhos arregalados.

— Desde quando ela é mulher do Tom? – Dougie ficou curioso.

— Desde nunca... Brenda está doida. E bêbada.

As luzes subitamente se apagaram, e a batida da música se acabou. Uma marcha suave fez com que os ouvidos dos presentes se acalmassem. Estava bastante escuro, com apenas alguns flashes de luz acesos. O clube era ótimo, nós estávamos ébrios, e a noite iria durar bastante.

— Venha comigo. – Harry se levantou, puxando-me consigo.

— Não deu certo da última vez que você disse isso.

— Arrepende-se de ter me seguido?

— Deveria. – Torci os lábios. – Você está convencido demais. Quase insuportável!

— Fique quieta... – Harry usou sua força para literalmente arrastar-me consigo. Ninguém acabou notando o nosso desaparecimento, porque estavam muito ocupados tentando achar Júlia e Danny no meio da fumaça. E outras coisas mais, afinal, havia muitas garotas para se notar.

Danny se aproveitou da ausência de luz e da balada suave e se aproximou ainda mais de Júlia, que limpava o suor com as mangas da camisa. Segurou-a pela cintura. Ela se assustou, pensando em esquivar. Logo, deparou-se com o sorriso de Danny Jones.

— O que pretende? – Júlia, inocente.

— Continuar dançando... no ritmo da música. – Danny sussurrou em seu ouvido, passando a mão por suas costas e puxando Júlia para o mais perto possível.

— Bebemos demais, seremos perdoados por isso?

— Certamente que sim.

Enquanto a música tocava, os corpos dançavam e Danny levantou a face, encontrando os olhos curiosos de Júlia. Ele sabia o que aconteceria, e sabia que se arrependeria muito no dia seguinte. Mas se arrependeria ainda mais se não fizesse. Júlia sentiu o hálito quente de Danny muito próximo, mas ela não podia evitar. E nem queria. Amoleceu como manteiga quando ele tocou seus lábios com o seu, e lentamente começou a beijá-la, sem soltá-la e sem parar de dançar.

— Hum, acho que estamos à salvo. – Harry parou comigo no meio da pista de dança. Ele tinha me arrastado até ali, e eu pouco ofereci resistência.

— Salvos do que? – Olhei em volta, fazendo charme. – Eu quero ser salva de você.

— Não quer, não. – Harry segurou-me pela cintura, puxou-me para si e beijou meus lábios instintivamente. Ele agiu como se estivesse acostumado a fazer aquilo. Mas, na verdade, quando ele pensou em se acostumar, eu desapareci. – Mas não seremos atração principal, tem coisa mais divertida para verem.

— Fale claro, musgo!

Harry apontou para o meio da pista, Danny e Júlia se beijando. Arregalei os olhos e caí na risada.

— O que foi que houve? – Harry assustou-se com a minha reação.

— Nada, é que isso ainda vai dar confusão; mais do que você imagina.

— Nem quero mesmo imaginar. Tenho coisas mais interessantes para fazer.

— Eu não sou tão fácil assim, musgo. – Virei-me de costas para Harry. Ele apertou os lábios, segurou-me pelos braços e puxou-me para si mais uma vez.

— Não me obrigue a usar dos meus conhecimentos em artes marciais.

— Você precisa de um exército de musgos para me vencer. – Desafiei. Ele não se incomodou com minhas ameaças. Simplesmente segurou-me pela face e me beijou, no meio da pista, intermitentemente, usando a mão que ficara livre para manter-me sob controle.

— Acho que não seremos perdoados, não. – Júlia recostava-se no peito de Eric, ao som das músicas românticas que tocavam. Da mesa, Tom olhava os dois meio que desejando pular no meio e separá-los. Mas ele sabia que tinha sido lento demais. Danny havia dado o primeiro passo, então ele precisava aceitar. Júlia era só uma cereja no bolo... haveriam outras.

— Não se preocupe, não é um pecado grave. – Danny beijava seus cabelos, e acariciava sua face.

— Realmente, mas eu bebi mesmo demais. Estou tendo alucinações.

— Como? – Danny ficou curioso.

— Estou vendo Harry e Brenda dançando juntinhos.

Danny olhou para a mesma direção que Júlia e também viu a mesma cena. Nós dançávamos, ao som da mesma música. Eu, recostada no ombro de Harry, que acariciava meus cabelos. E eu estava sorrindo.

— Se for sonho, é pesadelo. E estou tendo um também.

— Se você os vê e eu os vejo, é porque estão ali... certo? – Júlia não falava coisa com coisa. Ela havia bebido, mas não tanto a ponto de alucinar.

— É porque está na hora de irmos embora. – Danny abraçou Júlia e caminhou com ela para fora da pista, a fim de encontrar os outros. Cutucou o amigo que cochilava sobre o sal, que estava esparramado em toda a mesa. – Dougie, vamos... Tom, vá buscar seus rebentos na pista. Eu não vi nada e não sei de nada, depois vai sobrar para mim.

The day after.

Júlia acordou esfregando os olhos, sentindo a cabeça rodar. Passou a mão pela cama, e sua cama estava maior. Bem maior. Ela abriu os olhos e percebeu que aquele não era seu quarto, e que eu não estava ali.

— Bom dia. – Danny entrou, enrolado na toalha, carregando uma bandeja com algo que parecia o café da manhã. Júlia então se lembrou de onde estava. Ela deveria assustar-se.

— Que horas são? – Ela ficou apreensiva.

— Oito e meia, mas nossa agenda hoje começa às dez, esqueceu? – Danny se sentou do lado dela, na cama. – Trouxe o café; está se sentindo bem?

— Minha cabeça está rodando.

— Imaginei. Tome, beba isso. Vai te fazer melhorar. Tom já tomou dois. – Danny entregou um comprimido para Júlia, que acabou por aceitar. Ela olhou dentro dos olhos de Danny, um tanto encabulada e um tanto curiosa. Ela se lembrava muito pouco da noite passada. Mas sabia o que ela tinha feito... e como!

— Danny...

— Não precisa perguntar, nem comentar nada. – Ele beijou seus lábios suavemente. – Com a quantidade de tequila que bebemos, surpreende-me termos chegado até aqui.

— Quem sabe que dormi aqui?

— Todo mundo. E adivinhe onde sua amiga Brenda está, agora?

— Harry. – Júlia teve um insight. Ela também se lembrava de nós dois na pista de dança.

— Sim, e todo mundo sabe também. Pelo visto o casal enxaqueca resolveu assumir o romance.

— Foi tequila. – Júlia deu o veredito. – Brenda não assume nada tão facilmente. Ela estava bêbada; vai voltar a negar tudo, como sempre. Ela é muito difícil.

Danny jogou-se na cama, e enfiou-se sob as cobertas. Júlia olhou para o teto; ela não podia ficar olhando para ele. Nem podia ficar naquela cama com ele. Não devia, porque sabia que Tom detestaria aquilo. E Júlia nem sabia por que pensava em Tom naquele momento. Talvez porque ela tivesse sentido alguma atração estranha por ele, desde o início.

— Vamos comer? – Danny sorriu, simpático.  – Estou com fome, e você deve estar também. Depois você pensa nas desculpas que vai dar a todos, e principalmente ao Tom.


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