The Descendent escrita por Mary Anne Lerman, isah_carol


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora gente.



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Ele entrou na floresta e a cada dois metros que andava olhava para trás, eu continuava com aquele pensamento na cabeça "não deixe ele me ver, não deixe ele me ver" e funcionava.

Até uma hora ele chegou numa parte da floresta em que não se via nada, apenas escuridão. Então ele estendeu a mão e chamas dançaram entre os seus dedos. Um filho de Hefesto com poder sobre o fogo.

Ele continuou andando, e só parou quando chegou na beira de uma clareira. Eu só consegui ver o porque disso quando fiquei do seu lado. Tinha uma cratera de 100 metros de largura com uma tanque de metal cheio um líquido escuro borbulhante do tamanho de um ofurô. Aquilo parecia óleo, com... molho de pimenta?

Ele chegou mais perto, parecendo checar alguma coisa, então eu fui também. Eu não conseguia ver nada, mas ele parecia conseguir, talvez se eu me esforçar... nada. Acho melhor só esperar pra ver o que ele vai fazer. Ele deu um passo para frente, testando alguma coisa invisível. Então ele foi mais fundo na cratera, eu fiquei ali, só olhando.

Ele começou a andar em volta do tanque, procurando alguma coisa. Até que eu senti uma coisa. Sabe quando alguma coisa pesada cai no chão e você sente tudo tremer? Foi isso que eu senti. Leo não pareceu perceber.

Então eu ouvi um bufo grave, como fumaça forçada para fora de um barril metálico.

Eu me virei e bem na beira da cratera, dois olhos vermelhos brilhantes estavam olhando para o fogo na mão de Leo. Então ele apagou o fogo, mas ainda era possível ver o dragão muito bem.

Tinha, pelo menos, dezoito metros, do focinho até a ponta da calda. Seu corpo era feito de placas de bronze interligadas. Suas garras eram do tamanho de facas de açougueiro. Fumaça saia de suas narinas. Ele rosnou como uma motoserra cortando uma árvore.

-Você não tem asas. - Leo disse.

O rosnado do dragão morreu e ele inclinou a cabeça como se não entendesse porque Leo ainda não havia fugido.

-Ei, sem ofensas. Você é incrível! Santo Deus, quem fez você? Você é hidráulico ou nuclear ou o quê? Mas se fosse eu, eu teria colocado asas em você. Que tipo de dragão naõ tem asas? Suponho que talvez você seja muito pesado para voar? Eu devia ter pensado nisso.

Até eu ficaria sufocada com tantas perguntas, mas o dragão bufou parecendo confuso. Ele deu um passo a frente e Leo gritou:

-Não!

O dragão rosnou novamente.

-É uma armadilha cérebro de bronze. Eles estão tentando capturá-lo.

O dragão abriu a boca e soprou fogo. Uma coluna de chamas brancas atingiram Leo. Graças aos deuses ele era imune a isso.

O dragão olhou para Leo, como se pensasse Por que você não virou um marshmallow tostado? Uma faísca voou de seu pescoço como se fosse entrar em curto-circuito.

-

-

Você não pode me queimar, - Leo disse como se falasse com um cachorro - Fique, garoto. Não chegue mais perto. Eu não quero que você seja pego. Veja, eles acham que você está quebrado e tem que ser jogado fora. Mas eu não acredito nisso. Eu posso te consertar se você me deixar... Legal, - Leo disse. - Mas nós ainda temos um problema, porque você não tem asas.

 O dragão rangeu e rugiu. A armadilha saltou. O chão da cratera entrou em erupção com um som como tampas de latas de lixo batendo juntas. Sujeira e folhas voaram, uma rede de metal cintilando. Leo foi tirado de cima dos pés, virado de cabeça para baixo, e temperado com molho de pimenta e óleo. Ele ficou imprensado entre o tanque e o dragão enquanto o dragão se debatia, tentando livrar-se da rede que se enrolara em volta deles.

O dragão soltou chamas em todas as direções, iluminando o céu e colocando árvores em chamas.

-Você tem que parar com isso! - Leo gritou.

O dragão continuou enroscando-se, Leo conseguiu rastejar dentro da rede para não ser esmagado. Agora você pensa: Você não devia ajudá-lo? Ele pode morrer ali!

Mas alguma coisa me dizia que eu não podia, aquilo era um trabalho para Leo e ele teria que fazer sozinho, o máximo que eu podia fazer era assistir invisível.

Leo rastejou até a cabeça do dragão, que tentara abocanhá-lo mas seus dentes estavam presos na rede. O dragão cuspiu fogo de novo, mas dessa vez as chamas eram só laranjas, ele parecia estar ficando sem energia.

-Ouça, cara - Leo disse - assim você só mostra para eles onde está. Então eles virão com o ácido e cortadores de metal. É isso que você quer?

A mandíbula do dragão rangeu, como se tentasse falar.

-Ok, então, - Leo disse - Você terá que confiar em mim.

Leo começou a procurar alguma coisa. E depois de uma hora achou uma placa bem atrás da cabeça do dragão e a abriu, era o painel de controle. O dragão se debateu na rede.

-Fique parado! - Leo resmungou.

Leo examinou o painel de controle, quando alguma coisa fez barulho na floresta. Era só uma dríade, mas seu vestido estava fumegando e quando viu que Leo estava olhando para ela, fez um gesto que não deveria ser muito bonito na língua delas. Ela sumiu logo depois num puf de névoa verde.

Leo voltou sua atenção para o dragão.

-Rá - ele disse. - Bem, não me admira. Você tem um disco de controle corroído. Provavelmente regula seus maiores circuitos de raciocínio, certo? Cérebro enferrujado, cara. Não me admira que você esteja um pouco... confuso. - Ele parecia estar se segurando para não dizer outra coisa - Eu gostaria de ter um disco de substituição, mas... essa é uma peça complicada dos circuitos. Terei que tirá-la e limpá-la. Durará um minuto.

Ele tirou um disco e o dragão ficou absolutamente quieto, o brilho morreu de seus olhos vermelhos. Leo começou a limpar o disco com a manga da blusa e quando mais ele limpava mais desesperado parecia. Então ele voltou seus olhos para a cabeça do dragão e começou a limpar os fios. Ele estava imundo.

-Mãos limpas, equipamento sujo. - ele murmurou.

Quando pareceu ter terminado, suas mãos estavam pretas de graxa e parecia que ele tinha rolado na lama com aquela roupa. Ele enfiou o disco e conectou um fio, faíscas voaram e o dragão voltou a vida.

-Melhor? - Leo perguntou.

O dragão fez um barulho como o de uma broca em alta velocidade. Ele abriu a boca e os seus dentes giraram.

-Suponho que seja um sim. Espere, vou lhe libertar.

Meia hora depois o dragão estava livre. Ele sacudiu a rede das costas, rugiu e atirou fogo no céu.

-É sério, - Leo disse. - Você poderia não se exibir? - o dragão emitiu um rangido - Você precisa de um nome, - Leo decidiu. - Vou lhe chamar de Festus.

Eu não tenho a mínima ideia da onde ele tirou aquele nome. O dragão chiou e mostrou os dentes numa tentativa muito assustadora de um sorriso.

O dragão se inclinou e baixou a cabeça num gesto inconfundível. Ele queria que Leo montasse nele.

-Para onde vamos?

Mas ele não esperou uma resposta, subiu nas costas do dragão, que foi floresta adentro.

Eu não os segui, o dragão andava rápido demais e se eu me perdesse, ninguém saberia onde procurar, então eu voltei para a área dos chalés.

Era mais tarde do que eu pensava, porque o apagar de luzes já havia acontecido e não tinha ninguém em lugar nenhum.

Mas eu não estava com sono, estava nervosa e ansiosa ao mesmo tempo: ansiosa para saber o que Leo ia fazer com aquele dragão e nervosa porque 3 novos meio-sangues que não tem nem um dia de treinamento já sairiam para uma missão no dia seguinte e esse seria o 4º dia que Percy estaria desaparecido.

Eu não entendia porque estava nervosa com relação a Piper, Jason e Leo saírem numa missão mas eu estava preocupada com eles, como se fossem meus filhos.

Nossa, não acredito que eu pensei isso, mas é meio que verdade. Na realidade, todos os meio-sangues eram especiais pra mim, até a Drew, mas ela era o tipo de filha que não gosta dos pais e fica arranjando encrenca só pra irritá-los.

Eu não fui para o meu chalé, eu fui para a praia e fiquei lá, olhando as ondas quebrarem na areia. Eu não sabia quanto tempo havia ficado observando Leo trabalhar, mas não pareceu muito. Eu só comecei a pensar que havia ficado tempo demais quando, aproximadamente três horas depois, o céu começou a clarear e o sol a nascer.

Eu só saí da praia quando eu tive uma sensação estranha. Uma vibração ruim vindo da área dos chalés. Eu segui meus "instintos repentinos" e parei na porta do chalé 10, Afrodite. Eu escutei Drew falando:

-

A benção da mamãe irá durar pelo menos outro dia. Talvez uma semana se você tiver sorte.

  -Uma semana? - Aparentemente estavam começando as zoações com a novata, dessa vez Piper. Eu suspirei mas não entrei. As outras crianças de Afodite riram.

-Não se preocupe, querida. - Drew disse. - Você está achando que não é daqui? Não poderíamos concordar mais. Não é, Mitchell?Eu rangi os dentes, acho que ela esqueceu a pequena conversa do dia anterior.Hã, sim. Certo. - Mitchell parecia estar apenas concordando para não levar uma bronca, mas mesmo assim eu gostei dele.

-

-Humm. Então em todo caso, gente, quinze minutos até o café da manhã. O chalé não vai se limpar sozinho! E Mitchell, penso que você aprendeu sua lição. Certo, querido? Então você está na patrulha de lixo só por hoje, ok? Mostre para Piper como é feito, pois tenho uma sensação que ela terá esse trabalho em breve, se ela sobreviver a missão. Agora, ao trabalho, todo o mundo! É minha hora do banheiro!

Agora sim eu entrei.

-Drew, você não acha que deveria esperar o banheiro ser desocupado primeiro? E o que nós conversamos ontem a tarde sobre fazermos os novos campistas se sentirem bem-vindos? - eu disse sorrindo.

-Bom dia, senhorita invasora. Não me lembro de tê-la convidado para entrar. - Ela disse com um sorrisinho sarcástico.

-E eu não me lembro que líderes de chalé podem mandar novos campistas limparem o chalé só porque não querem fazer isso ou por não gostarem do novo integrante.

 Nessa hora uma garotinha de 11 anos saiu do banheiro, Mellanie.

-Bom, infelizmente eu não posso tirar ninguém do cargo de conselheiro ou organizar nenhum chalé que não seja o meu, mas lembrem-se, vocês não precisam que Drew fique na liderança, ela pode mandar vocês fazerem o que ela quiser só poruqe quer humilhar as pessoas. Um lembrete Drew, algum dia sua liderança vai acabar. Acho que eu já fiquei tempo demais aqui. Vejo vocês no café.

E saí do chalé. Só ecutei alguns passos, uma porta batendo(provavelmente a do banheiro), e muitos múrmurios dos filhos e filhas de Afrodite.

Mas no caminho do pavilhão-refeitório eu vi uma coisa que não parecia ser possível.

Um dragão de bronze, com asas enormes estava vindo em direção ao chão e adivinha quem estava montado nele? Quem pensou Leo Valdez acertou. Ele, de algum jeito, conseguira contruir asas para Festus em apenas uma noite.

Agora eu entendia a ideia que ele tinha sobre o transporte aéreo para a missão na fogueira e logo, logo os três novos meios-sangues estariam partindo.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Por favor leitores fantasmas, se identifiquem e deixem um review se gostaram, se não gostaram, se já comeram arroz ou se já dormiram na vida! Eu ficaria muito agradecida e eu prometo que responderei todos eles.



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